Os perigos do consumo indiscriminado de vitaminas para blindar a imunidade na pandemia

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Especialista da Estácio explica os riscos e orienta a buscar na alimentação equilibrada a proteção para a organismo

O medo do novo coronavírus desencadeou uma corrida às farmácias em busca de suplementos e complexos vitamínicos para blindar o sistema imunológico. Um levantamento feito pela Epharma, startup da área de assistência médica e farmacêutica, com usuários de planos de saúde, constatou um aumento de 29% no consumo de suplementos vitamínicos entre janeiro e agosto de 2020.

Entretanto, o consumo indiscriminado de micronutrientes (vitaminas e minerais) pode causar um desequilíbrio e danos mais severos ao corpo, como alerta a professora do curso de Nutrição da Estácio, Viviane Lacerda.

“O uso excessivo desses nutrientes pode sobrecarregar o organismo e causar diversas toxicidades, dependendo do seu tipo e da dose. Para ilustrar, o excesso de vitamina A desregula o processo de renovação das células, podendo alterar a formação de tecidos, enquanto o acúmulo de cálcio pode aumentar o risco de pedras nos rins. A suplementação vitamínica só deve ser indicada como recurso quando não é possível atingir as necessidades através de hábitos saudáveis, com uma alimentação balanceada, in natura, sem conservantes, livre de produtos ultraprocessados, evitando o consumo de bebida alcoólica, associada à prática de atividade física e ao sono de qualidade”, enumera.

Ainda que seja indicada – quando há deficiência de vitaminas –, como lembra a também mestre em Nutrição e Saúde, a dose será recomendada considerando a idade. “A faixa etária é um importante fator. Para cada idade há um consumo mínimo, ideal e máximo, mas isso será avaliado pelo nutricionista, que também irá considerar as individualidades e demandas do paciente”, explica Viviane Lacerda.

Para a docente da Estácio, a melhor forma de se proteger continua sendo investir em uma alimentação colorida e equilibrada. “As porções vão depender do tipo de alimento e das necessidades de cada indivíduo, mas o importante é priorizar cereais, frutas, legumes, verduras, carnes, peixes e ovos. Quanto mais natural, colorida e diversificada for a alimentação, mais nutrientes a pessoa irá ingerir”, recomenda a profissional.

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