Agosto Dourado: especialistas fazem alerta sobre a importância do leite nos primeiros meses de vida do bebê
A construção do vínculo entre mãe e filho inicia no período do descobrimento da gravidez, é uma alegria sem fim. Mas, é na amamentação que esse vínculo realmente se concretiza. Para algumas mamães, falar sobre aleitamento materno é um ato de doação sem medidas, já para outras, pode gerar dúvidas e medo.
Pensando nisso, o mês de agosto foi escolhido para mobilizar e incentivar ações de proteção e apoio ao aleitamento materno. “Agosto Dourado”, como assim é chamado, ressalta a importância do padrão ouro de qualidade atribuído ao leite materno. Todos os aminoácidos contidos neste alimento são anticorpos que servem para nutrir o recém nascido. Além disso, é ele que fornece proteção para uma série de doenças, fortalecendo o sistema imunológico da criança, destaca a pediatra do Sistema Hapvida, Aline Barros.
Segundo uma pesquisa do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), padrões ideais de amamentação podem auxiliar na prevenção de mais de 820 mil mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Além disso, com a queda do nível de estrogênio na mulher durante o período de amamentação, as chances de morte por câncer de mama, por exemplo, caem bastante.
De acordo com a pediatra, o mais recomendado é que as mães ofereçam somente o leite materno durante o período de seis meses. “O nosso desafio é formar uma rede de apoio para que as mulheres se sintam assistidas, tanto pelos profissionais da saúde, quanto pelos familiares, todos precisam se envolver no processo de amamentação. Conscientizar as mamães que o leite é o único alimento que o filho precisa é dever de todos”.
Vale lembrar que os benefícios do aleitamento vão além da nutrição. “A prática da amamentação na relação entre mãe e bebê é fundamental para a construção deste vínculo, porém, é importante destacar que o vínculo também é construído independentemente se a mãe realizar o processo de amamentação oferecendo mamadeira para o bebê”, pontuou a professora e psicóloga da Estácio, Cassiane Amaral.
Para a psicóloga, não impor culpa sobre a mãe que não consegue alimentar o bebê de maneira natural, seja por insuficiência de leite ou por qualquer outra razão, é importante, já que esse processo pode variar de acordo com cada mulher. “O apoio e acolhimento é a única opinião que esta mãe vai demandar”, lembra Cassiane.
A professora tranquiliza as mamães e afirma que não há perda da não realização do processo mais comum de amamentação sobre a saúde do bebê e entre mãe e filho, já que existem outras formas de estabelecer essa conexão e transformar esse momento em um elo de amor.