Diabetes: A doença que não espera a pandemia passar

0comentário

Manter o controle constante dos níveis de açúcar ajudam na evolução da doença

Os níveis de açúcar no sangue são como uma bomba-relógio para qualquer pessoa – principalmente com as que sofrem de diabetes. Manter o controle da glicemia é fundamental para que esta “bomba” não seja acionada e sua explosão não acarrete numa série de problemas. Em tempos de pandemia, é importante frisar que a diabetes é um fator de risco para a covid-19, pois ajuda na manifestação de um quadro clínico grave para a doença e que pode resultar na morte do paciente. O cuidado para prevenir riscos é o mesmo que todo diabético deve seguir: Controlar a doença a partir do equilíbrio da taxa de glicose no organismo.

A infectologista Ana Rachel Rodrigues, médica do Hapvida, chama a atenção para a importância de as pessoas manterem o sistema imunológico fortalecido para evitar diversas doenças, incluindo a covid-19, que já matou mais de 400 mil brasileiros. “A diabetes altera todo o sistema imunológico da pessoa”, alertou. Ela explicou que no indivíduo com a diabetes a baixa imunidade está relacionada à elevação da taxa de açúcar no sangue e que as chances de complicações da covid-19 são menores – quase igual a de uma pessoa sem diabetes – se os níveis de açúcar (glicose) estiverem controlados.

Ana Rachel pontuou ainda que mesmo ainda não existindo um tratamento precoce definido para a covid-19, a prescrição de corticoides que vem sendo adotada em alguns casos pode alterar os níveis de glicose – o que complica a situação de quem tem diabetes. “Os cuidados são os mesmos e a pessoa com diabetes precisa, em qualquer circunstância, manter o controle da doença e fazer o acompanhamento profissional”, reforçou Ana Rachel, que atua no Hapvida.

A diabetes é uma doença crônica na qual o paciente tem dificuldades de produção de insulina, que é hormônio que controla a taxa de glicose (açúcar no sangue). Existem dois tipos de diabetes. A tipo 1 pode ser diagnosticada ainda na infância e nela o paciente é dependente de injeções de insulina para ter o controle da glicose. A tipo 2 se manifesta quando o sujeito já está em idade adulta e não depende da insulina para ter o controle da doença.

Independentemente do tipo de diabetes, manter controlado os níveis de açúcar no sangue diminui os riscos de complicações da covid-19. Ter uma alimentação balanceada, fazer atividades físicas e se manter hidratado ajuda a manter a imunidade mais resistente e também no controle da diabetes.

Exercícios físicos de leves a moderados

Caminhada, natação, musculação, bicicleta e exercícios aeróbicos são alguns exemplos de atividades físicas que toda pessoa pode fazer – inclusive que tem diabetes. O educador físico Raphael Furtado, explica que não há restrições de atividades para diabéticos. A única restrição é manter o controle das taxas de glicemia para poder praticar qualquer modalidade. “Toda pessoa pode – e deve – se exercitar. Isso é importante para a saúde do corpo e também da mente. No caso de quem tem diabetes, é fundamental que antes de começar com alguma atividade física, o paciente procure pelo médico que o acompanhe para saber se precisa fazer algum ajuste nas doses de insulina, caso ele tenha a diabete tipo 1”, destaca.

Raphael é professor de Educação Física na Estácio do Maranhão. Ele explica que a manutenção das doses de insulina levam em consideração o tipo de diabetes, se 1 ou 2. Isto porque na diabetes tipo 1, a pessoa é dependente da aplicação de insulina para o controle dos níveis de açúcar no sangue, logo controle da doença. O ideal é que o paciente possa verificar o nível de glicemia antes do treino e depois.

“Durante a prática da atividade física o nível de glicemia pode oscilar e chegar a aumentar. É normal isso ocorrer, porém essa variação é prejudicial para quem tem diabetes. Por isso, a importância do médico ter conhecimento da atividade física que será ou está sendo praticada, assim como é importante o profissional de Educação Física ter conhecimento que aquela pessoa, aquele atleta, tenha diabetes”, frisa.

Questionado se atividades de alto impacto podem ser nocivas para quem tem diabetes, o educador físico ressalta que tais modalidades não interferem na doença, porém podem impactar nas articulações das pessoas, sejam elas diabéticas ou não. “O recomendável é que comece as atividades com intensidade leve a moderada – esta é a mesma recomendação que também damos para quem está sedentário ou iniciando uma atividade física”, orienta Raphael. “Com o passar do tempo, quando a pessoa adquire melhor condicionamento físico, o nível do treinamento pode passar para o moderado e revezado com o de alta intensidade”, prossegue.

A frequência das atividades físicas pode variar de 30 minutos a uma hora por dia, na frequência de três a cinco vezes por semana para os exercícios aeróbicos; e de duas a três vezes por semana para os exercícios de resistência, com maior impacto.

Raphael Furtado chama a atenção para a vestimenta na hora da atividade física, principalmente para quem tem diabetes. O atleta diabetico precisa obrigatoriamente usar um tênis adequado e calçar meias. Isto porque um tênis costurado, rasgado ou gasto pode provocar uma lesão ou calo nos pés, resultando em ferimentos. “A pessoa com diabetes sofre de neuropatia, que é a perda de sensibilidade nos extremos do corpo (principalmente os pés). Na atividade ela pode sofrer uma lesão e não sentir, não perceber”, pontua.

As roupas precisam ser leves, os locais de treino devem ser ventilados e arejados e a pessoa não deve deixar de se hidratar durante os exercícios. “E não deixar de verificar as taxas de glicemia antes e depois das atividades. O exercício precisa ser acompanhado por um profissional de Educação Física que precisa saber que está assistindo alguém que tem diabetes”, completa o professor.

Serviço: Medidas preventivas para evitar a contaminação pelo coronavírus:

– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas ou que apresentem sintomas da doença;

– Realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;

– Utilizar lenço descartável para higiene nasal;

– Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;

– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;

– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;

– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;

-Manter os ambientes bem ventilados;

– Limpar e higienizar objetos e superfícies tocados com frequência;

– Manter controle glicêmico adequado, medicamentos e insulinas regularmente;

– Manter-se sempre hidratado;

– Manter sono com qualidade, assim como a alimentação;

– Evitar aglomerações e viagens para locais com casos registrados de doenças.

Sem comentário para "Diabetes: A doença que não espera a pandemia passar"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS