Docente de Enfermagem explica como prevenir e combater a hipertensão arterial

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Hoje, 26 de abril, é o dia do calendário nacional de prevenção e combate à doença

A hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, ocorre quando o sangue bombeado pelo coração para irrigar os órgãos ou se movimentar exerce uma força contra a parede das artérias, sendo capaz de provocar danos na sua estrutura.

Devido à importância do tema, este 26 de abril foi definido como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. A data serve para conscientizar a população sobre essa doença que atinge pelo menos um em cada quatro adultos brasileiros, segundo o Ministério da Saúde.

“A hipertensão arterial é uma condição médica séria, que aumenta muito a probabilidade de problemas cardíacos, AVC, insuficiência renal e outros males. Agora, há mais um motivo para se preocupar com a hipertensão, pois ela amplia o risco de complicações pelo novo coronavírus. E, geralmente, a hipertensão não causa sintomas”, alerta a professora de Enfermagem da Faculdade Florence Tatiana Siqueira.

A pressão arterial é medida através de aparelhos como o tensiômetro ou esfigmomanômetro e pode ter uma variação relativamente grande sem sair dos níveis de normalidade. Para algumas pessoas, ter uma pressão abaixo de 12/8, como, por exemplo, 10/6, é normal. Já valores iguais ou superiores a 14 (máxima) e/ou 9 (mínima) são considerados como hipertensão para todo mundo.

Sintomas da doença

Tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão podem ser sinais de alerta para alteração na função de bombeamento do sangue, entretanto, a hipertensão geralmente é silenciosa.

“A única maneira de diagnosticar a doença é medir a pressão regularmente. Todos devem fazer essa medição nos hospitais pelo menos uma vez por ano para que qualquer alteração seja identificada o quanto antes. Para quem já tem o diagnóstico, é necessário um controle mais rigoroso, conforme orientado pelo médico”, explicou a professora Tatiana Siqueira.

Principais causas

Obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento estão associados ao desenvolvimento da hipertensão. O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da doença. O consumo exagerado de sal, associado a hábitos alimentares não adequados também colabora para o surgimento da doença.

Prevenção

De acordo com a professora Tatiana Siqueira, além dos exames de saúde rotineiros, a adoção de um estilo de vida saudável é imprescindível para prevenir e controlar a hipertensão. Isso inclui:

• Reduzir a ingestão de sal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o ideal é não ultrapassar cinco gramas de sal por dia (pouco menos de uma colher de chá);

• Praticar exercícios físicos regularmente;

• Comer mais frutas e legumes;

• Evitar alimentos gordurosos;

• Limitar o consumo de alimentos industrializados;

• Não fumar;

• Moderar o consumo de álcool;

• Gerenciar o estresse.

“Para alguns hipertensos, as mudanças de estilo de vida são suficientes para controlar a pressão arterial. Em outros casos é necessário o uso de medicamentos. Se você tem pressão alta, é muito importante aderir ao tratamento indicado pelo médico. Embora essa seja uma condição crônica, que não tem cura, pode ser controlada e evita futuras complicações de saúde”, pontuou a profa. Tatiana Siqueira.

Relação da hipertensão com a Covid-19

Pessoas com doenças cardiovasculares ou com fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e obesidade, estão mais propensas a desenvolver quadros severos da Covid-19, visto que a doença provoca uma reação inflamatória sistêmica no organismo, podendo causar danos ao coração.

“A Covid-19 impõe ao coração do paciente infectado uma sobrecarga de trabalho que, em alguns casos, pode levar à falência desse órgão. Some-se a isso o fato de que, durante o estado inflamatório promovido pela Covid-19, o sistema vascular do paciente (artérias e veias) também é agredido de forma a comprometer a chegada de sangue para alguns órgãos, como rins, cérebro, fígado e também para o sistema musculoesquelético”, informou a docente.

A professora ainda alerta que o risco de contaminação para hipertensos só é aumentado se a pressão arterial estiver descontrolada ou se o paciente tiver com mais de 60 anos.

“Uma preocupação relacionada à hipertensão e novo coronavírus é a hipótese de que certas classes de medicamentos usadas para tratar pressão alta poderiam aumentar as chances de contrair Covid-19. Em contrapartida, outros pesquisadores postularam que esses mesmos medicamentos poderiam melhorar a função cardiovascular, exercendo um efeito protetor caso ocorresse à infecção pelo vírus. Nada disso foi comprovado, então a orientação é: quem toma medicação anti-hipertensiva deve continuar tomando. Caso a hipertensão esteja fora de controle, o paciente deverá entrar em contato com o seu médico”, afirmou a docente da Florence.

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