Em alusão ao Janeiro Roxo, mês de enfrentamento da hanseníase, o Ministério da Saúde divulga campanha Conhecer para não discriminar para minimizar a discriminação e estigma sobre a doença e alertar para a importância do diagnóstico precoce para interromper a transmissão.
Hoje, a doença afeta cerca de 28 mil pessoas em todo o país. Dados Boletim Epidemiológico de Hanseníase divulgado em janeiro/21, revelam que todas as regiões apresentaram redução de novos casos. Os homens são os principais acometidos.
Nos últimos nove anos, foram 301.638 registros de hanseníase no Brasil – uma redução de 37,7% por 100 mil habitantes em 2019. Em 2020, dados preliminares de até 25 de novembro, registram 13.807 diagnósticos. Mato Grosso apresenta o maior número de casos notificados no país na população geral (1.853), seguido do Maranhão (1.565) e do Pará (1313).
Ao longo de 2020, o Ministério da Saúde contribuiu na elaboração do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Hanseníase, além de apoiar o desenvolvimento de estudos para testes rápidos sorológicos e moleculares – que estão em fase de validação.
Paralelamente, a pasta dá continuidade ao diálogo com produtores nacionais para fomentar a produção de medicamentos (poliquimioterapia) para hanseníase. Os laboratórios e o Ministério da Saúde se reunirão novamente em 10 de fevereiro de 2021 para discussão das propostas.
Ainda em 2021, as agendas previstas foram desenvolvidas de forma interministerial, como a participação junto ao Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para discutir a isenção de carências para benefícios para pessoas acometidas pela hanseníase (Ministério da Economia); proposta de ações de integração entre o SUS e SUAS, por meio de capacitações e materiais técnicos (Ministério da Cidadania) e ações como a atualização dos materiais sobre hanseníase.
Hanseníase
Mancha avermelhada na pele, alteração de sensibilidade e perda de força nos braços são sinais e sintomas importantes. Além de afetar a saúde, a hanseníase afeta a autoestima das pessoas acometidas.
O diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento podem prevenir as deformidades e incapacidades físicas que a doença costuma apresentar durante a evolução, caso o diagnóstico seja tardio.
Essas complicações também são responsáveis pelo estigma e discriminação em relação às pessoas acometidas. Nesse sentido, o Ministério da Saúde optou por adotar a terminologia hanseníase em 1976.
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. A hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população adoece.
Tratamento
O tratamento da hanseníase pode levar à cura e é realizado no âmbito do SUS, em regime ambulatorial, nas unidades de saúde da Atenção Primária, serviços especializados, hospitais públicos e universitários. A medicação, a base de três remédios (rifampicina, clofazimina + dapsona) é chamada de poliquimioterapia (PQT). Desde 1980, a PQT é doada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a todos os países com registro de casos de hanseníase.