Visibilidade trazida pela pandemia e brava atuação dos profissionais na linha de frente do combate à Covid-19 fez o interesse pelo curso crescer consideravelmente
A área da saúde está em alta e o curso de enfermagem é um dos mais bem cotados em todo o Brasil. É o que revela os dados levantados pela pesquisa “Coronavírus e Ensino Superior: o que pensam os alunos”, realizada pela empresa de pesquisas educacionais Educa Insight e divulgada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). Segundo o levantamento, entre os 15 cursos mais procurados pelos participantes, e que representam mais de 73% das intenções de matrícula, destacam-se, além de enfermagem, psicologia, educação física, biomedicina, nutrição e fisioterapia. E não há dúvidas sobre o principal motivo da alta na procura: a brava atuação de vários desses profissionais no combate à pandemia do novo coronavírus.
“De fato, o profissional de enfermagem, nesse último ano, recebeu uma grande visibilidade em relação ao mercado e houve uma valorização geral da categoria por parte da sociedade, devido aos esforços e cuidado direto com os pacientes acometidos pela Covid-19”, afirma Priscila Leal, coordenadora do curso de enfermagem da Estácio. Para ela, o reconhecimento é mais do que justo, pois foram inúmeros os desafios que as pessoas que trabalham na área de saúde tiveram, e ainda têm, que superar.
“Muitos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem tiveram que lidar, quase que de uma hora para outra, com o medo diante de uma situação única e inédita, implementar todos os protocolos de segurança e de assistência aos pacientes com suspeita ou com diagnóstico da doença, isso sem falar na carga mental e emocional de estar exposto a um inimigo invisível, muitas vezes tendo que ficar longe da própria família para cumprir a missão de cuidar do próximo”, completa Priscila.
A coordenadora acrescenta que a pandemia evidenciou ainda mais a necessidade da atualização constante por parte dos profissionais da área, ponto que deve ser levado em consideração por quem sonha em seguir este caminho. Afinal, a ciência está em constante avanço e a cada dia surgem novos tratamentos, procedimentos e condutas, sem falar em novas doenças, a exemplo da Covid-19, que exigem aprimoramento e estudo constantes, para além do conhecimento prático.
“Quem está pensando em começar o curso não deve perder tempo. Enfermagem é uma profissão que só cresce e o mercado de trabalho está precisando de pessoas capacitadas e dedicadas, seja para atuar nas Unidades de Terapia Intensiva, nas Urgências e Emergências, com saúde da família e saúde mental, e até mesmo na área de gestão”, afirma Priscila. Dados da consultoria KPMG International confirmam a carência do setor de saúde. Segundo as estimativas, até 2030 faltará mais de 18 milhões de profissionais na área.
Especificamente no segmento de enfermagem, de acordo com pesquisa da Catho, logo no início da pandemia, a procura no Brasil pelos especialistas na ciência do cuidar teve um aumento exponencial, atingindo ainda em março deste ano uma alta de quase 400% nas vagas disponíveis em relação ao mesmo período de 2019. Ou seja, é um mercado em ascensão, porém ainda muito carente.A estudante Hirllana Gabriela, do 6º período do curso de enfermagem da Estácio, prepara-se para ajudar a suprir esta lacuna. “Desde pequena, sempre me interessei pela área da saúde e sonhava em trabalhar para ajudar as pessoas, vê-las bem e saudáveis. Então, foi uma escolha natural para mim”, conta. A graduanda conhece os desafios da profissão e sabe que não será um caminho fácil. “Tem que estudar muito, praticar muito desde a faculdade. Enfermagem é muito mais do que aquilo que as pessoas pensam. É uma profissão pautada pela entrega total ao cuidado com o próximo”, finaliza.