AÇAILÂNDIA – ONU destaca atuação do MPMA em favor da comunidade de Pequiá de Baixo

MPMA acompanha questão de Pequiá de Baixo desde 2010

A atuação do Ministério Público do Maranhão (MPMA) na defesa dos direitos dos moradores da comunidade de Pequiá de Baixo, em Açailândia, no Maranhão, foi destacada, em 18 de setembro, pelo Conselho de Direitos Humanos (CDH), da Organização das Nações Unidas (ONU), durante a 45ª Sessão Ordinária do Conselho, em Genebra, Suíça.

Resultado da visita oficial do relator especial sobre substâncias tóxicas, Baskut Tuncak, ao Brasil, no período de 2 a 13 de dezembro de 2019, o documento “Implicações para os direitos humanos da gestão e eliminação ambientalmente saudáveis de produtos, substâncias e resíduos perigosos” cita, entre outros, o caso da comunidade quilombola.

No documento, Tuncak ressalta que “instituições de direitos humanos, promotores públicos e a Defensoria Pública Federal dos Direitos do Cidadão contribuíram para melhorar o acesso à justiça no Brasil”.

Para o relator, as atuações do Ministério Público e da Defensoria Pública no Estado foram essenciais para a defesa dos direitos dos habitantes do povoado, que abriga 312 famílias. “Houve esforços notáveis para melhorar os serviços de saúde para lidar com os impactos na saúde da exposição tóxica”, acrescenta.

PEQUIÁ DE BAIXO

A área começou a ser ocupada na década de 1950. No final dos anos 80, com a instalação de siderúrgicas e do Projeto Estrada de Ferro Carajás, as operações de mineração da Companhia Vale do Rio Doce (atualmente, Vale S.A), produção de ferro-gusa, aço, cimento e energia termoelétrica, começaram a causar problemas de saúde nos moradores.

Em 2011, um relatório da Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH) demonstrou a frequência de doenças de pele, respiratórias e de visão de grande parte da população do povoado.

ATUAÇÃO

De acordo com a titular da 3ª Promotoria Especializada de Meio Ambiente de Açailândia, Letícia Teresa Sales Freire, o MPMA vem acompanhando formalmente o caso de Pequiá de Baixo desde 2010, quando foram realizadas as primeiras audiências públicas com a comunidade. Um ano após, foi instaurado um Inquérito Civil para acompanhar a situação.

Depois disso, o Ministério Público celebrou diversos Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) com as siderúrgicas na região, estabelecendo o custeio do terreno para o reassentamento e a destinação de recursos para o projeto.

Ainda segundo a promotora de justiça, em 2016, um TAC assinado entre o MPMA e o Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Estado do Maranhão (Sifema) garantiu a desapropriação do Sítio São João (onde está sendo construído o reassentamento) pelo valor de R$ 3,48 milhões. Em outro acordo, o Sifema concordou em contribuir com R$ 750 mil ao projeto.

Em outubro de 2018, foi assinado o contrato do programa federal Minha Casa, Minha Vida, garantindo a liberação conjunta, pela Caixa Econômica Federal e Fundação Vale S/A, de recursos no valor de R$ 6,24 milhões, para a construção de casas para 312 famílias da região. As obras foram iniciadas em novembro do mesmo ano.

“O MPMA sempre esteve na mesa de negociações e pressionou as três esferas de governo (União, Estado e Município) para que o reassentamento se tornasse uma realidade, participando de reuniões com a Caixa Econômica Federal, Ministério das Cidades, Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Município de Açailândia, além da Fundação Vale”, enfatiza a representante do MPMA, que destaca o esforço de outros promotores de justiça que atuaram no caso, entre os quais Leonardo Tupinambá, Samira Mercês e Glauce Malheiros.

REIVINDICAÇÕES

A partir de 2008, a Associação Comunitária de Moradores de Pequiá (ACMP) começou a reivindicar o reassentamento coletivo e outras medidas de reparação integral pelos danos sofridos. Mobilizações populares, ocupações e denúncias à ONU e Comissão Interamericana de Direitos Humanos levaram o caso a ter visibilidade e apoio nos níveis nacional e internacional.

Com a mediação do MPMA e da Defensoria Pública Estadual, a associação dos moradores conseguiu levar as empresas responsáveis pelas violações socioambientais a uma negociação extrajudicial.

SABOR DIFERENCIADO E NATURAL: NOVA MARCA LI TRAJANO GELEIAS

Etevaldo Jr. e a esposa Li Trajano, responsáveis pela marca Li Trajano Geleias.

Etevaldo Jr. e Li Trajano lançaram com sucesso a marca premium Li Trajano Geleias, inclusive com charmosos kits em caixas temáticas para presentear ou colecionar.

A Li Trajano Geleias oferece um amplo mix de sabores, dos tradicionais aos mais exóticos; que podem ser utilizados com doces, bolos, pães, queijos, carnes, hamburgers, pizzas entre outras harmonizações deliciosas. Um diferencial importante é que todos os produtos são naturais, artesanais e com geleias feitas à base de açúcar de cana (demeraira, mascavo e mel) ou eritritol (com zero de açúcar, próprio p dietas), sempre aproveitando mais o sabor da fruta natural.

Li Trajano é formada em enfermagem e artista plástica, mas como uma boa mineira sempre foi uma excelente cozinheira.

Por conta da pandemia e no isolamento em casa, decidiu fazer um curso de fabricação de geleias e não parou mais… E assim desenvolveu o projeto da Li Trajano Geleias Artesanais. Os produtos faziam muito sucesso entre os amigos, até chegar ao mercado em diversos pontos de vendas na cidade.

Atualmente a marca conta com mais de 50 tipos de sabores que se dividem em geleias Premium, Pimentas, Frutadas, Hamburgueria e Fit/Zero. Detalhe: Todos os produtos são isentos de glúten e lactose. As geleias Li Trajano podem ser encontradas na Rede de Padarias Bacute (Av.Mario Andreazza; Gen. Arthur Carvalho; Av. Beta – Parque Athenas), no MG/MA (CEASA), Buriti Artesanato (Reviver) e Empório Casa Real (Centro). Para encomendas há o perfil no instagram @litrajano geleias.br ou pelo Whatsapp (98) 981413215.

Cada sabor da Li Trajano Geleias vem com a indicação de harmonização no rótulo.

SERVIÇO / RELAÇÃO DE SABORES DA MARCA LI TRAJANO GELEIAS

LINHA PREMIUM

MORANGO COM LIMAO SICILIANO

FRUTAS VERMELHAS COM VINHO DO PORTO

ERVA DOCE COM CACHAÇA

UVA COM VINHO: MALBEC; CARMENERE; BORDEAUX

KIWI COM CACHAÇA

MORANGO COM VINHO: MALBEC; CARMENERE; BORDEAUX

BRIGADEIRO DE CUPUAÇU

FRUTAS VERMELHAS

LICOR DE BACURI COM PIMENTA

CATUABA COMPOSTA (SEU TONICO)

TIQUIRA

ABACAXI COM CACHAÇA

LINHA COM PIMENTA

PIMENTA

MARACUJÁ PICANTE

MARACUJÁ COM MANGA E PIMENTA

MARACUJÁ COM PIMENTA PICANTE

MANGA COM PIMENTA

LARANJA COM PIMENTA

BACURI COM PIMENTA

MORANGO COM PIMENTA

ABACAXI DE TURIAÇU COM PIMENTA

ABACAXI DE TURIAÇU, MARACUJÁ E PIMENTA

ACEROLA COM PIMENTA

LINHA FRUTADA

BACURI

ACEROLA

LARANJA COM MANJERICÃO

LARANJA COM DAMASCO

MARACUJÁ COM MANGA

DAMASCO

DAMASCO COM BRIGADEIRO

MORANGO

CUPUAÇU

UVA

KIWI

SIRIGUELA

TANGERINA

CAJU

BURITI

LINHA PARA HAMBURGUERIAS

CEBOLA CARAMELIZADA

CEBOLA CARAMELIZADA COM BALSÂMICO

BACON CARAMELIZADO

BACON CARAMELIZADO COM BALSÂMICO

ALHO CARAMELIZADO

LINHA FIT/DIET

LARANJA COM DAMASCO

FRUTAS VERMELHAS COM TÂMARA

KIWI

UVA COM CHIA

PROJETO “DEVOTOS DE SÃO JOÃO” REPASSA DOAÇÕES À CRECHE DEUS CRIOU

O fotógrafo Meireles Jr., a fundadora da creche Terezinha Martins e a atual Presidente Rosilete Monteiro e Vanessa Tavares (Vale) na fachada da creche que será reformada com a doação.

Entidade é apoiada pelo Grupo Mirante / Projeto Gratitude e foi contemplada com as doações

A Live Devotos de São João foi sucesso de público e entre os artistas maranhenses. Mais de 35 atrações, em 4 horas de pura emoção, cultura e conexão, numa celebração coletiva da cultura popular maranhenses, realizada no último dia 06 de setembro no YouTube / Canal Imirante.com; como parte das celebrações dos 408 anos de São Luís.

A Live teve mais de 7 mil pessoas on line, acompanhando o evento de diversos estados como RJ, SP, PA, DF  e também de países como Rússia, Canadá, França e Estados Unidos. O projeto cuja realização foi da Fundação Souzândrade com patrocínio da Vale e apoio do Grupo Mirante teve como objetivo principal apoiar financeiramente cerca de 31 grupos folclóricos ligados ao São João, entre bumba – meu boi de diversos sotaques e outras brincadeiras da capital e de outros municípios.

O projeto idealizado pelo fotógrafo Meireles Jr. foi além da ajuda financeira aos grupos folclóricos; e através de doações de empresas da iniciativa privada e de pessoas que doaram on line contemplou também uma entidade apoiada pelo projeto Gratitude, a Creche Deus Criou no bairro do Anjo da Guarda. A entidade atende cerca de 80 crianças com idades entre 2 a 8 anos, e funciona de segunda a sexta – feira. A instituição existe há 36 anos e oferece além das aulas, alimentação completa (lanches e almoço) e sempre precisa de muito apoio para conseguir manter a assistência às crianças e famílias em situação de vulnerabilidade.

Nessa ação, a instituição foi contemplada com uma tonelada e meia de alimentos e 150 cestas básicas doadas pelas empresas RB Sol; Ronierd Barros e Cimento Bravo além de materiais de construção doados pelo Grupo Potiguar no valor de R$5.000,00. E teve ainda a entrega em dinheiro do valor de R$ 2.093,00.

Parceiros unidos em prol da Creche Deus Criou: Elida Brandão (Vale), o idealizador do projeto Meireles Jr., as representantes da entidade Terezinha Martins e Rosilete Monteiro com Camila Brasil e Anderson Penha (Potiguar) e Vanessa Tavares (Rel. Institucional Vale).

Segundo a  presidente da creche Rosilete de Fátima Martins Monteiro a ajuda veio em boa hora:

“Vamos repartir os alimentos na comunidade e também usar para a alimentação das crianças, e o material de construção e o dinheiro serão usados para fazer reformas urgentes em nossa sede: troca de vasos sanitários e lâmpadas, pintura e melhoria da dispensa e da fachada”, disse ela.

A entrega oficial das doações aconteceu na última segunda – feira (21.09) na sede da instituição e contou com a presença de Meireles Jr., de Camila Brasil e Anderson Penha (Grupo Potiguar) e de Elida Brandão e Vanessa Tavares, representantes da Vale, empresa patrocinadora do projeto Devotos de São João; além da representante da Fundação Souzândrade. A comitiva foi recebida pela Presidente Rosilete e também pela fundadora da instituição, a senhora Terezinha de Jesus Martins, que estavam emocionadas com o gesto.

Para Camila Brasil (Potiguar) os recursos vão ajudar a quem precisa: “Ficamos muito felizes em fazer parte dessa projeto e por saber que o material doado será usado para projetar um ambiente ainda melhor para as crianças da creche os profissionais que aqui se dedicam à ajudar essa comunidade”, disse ela.

A Vale, que patrocinou 31 grupos folclóricos com recursos financeiros, também celebrou os resultados:

“Para a Vale estar envolvida em um projeto cultural e social tão grandioso, que foi a união de esforços de muitos artistas e instituições, foi fantástico. Principalmente pelo momento delicado em que vivemos com a pandemia. E a entrega das doações para a creche completou esse resultado tão positivo” disse Vanessa Tavares, Relações Institucionais da companhia.

“A Fundação Souzândrade sente-se orgulhosa pela realização de uma ação de tão ampla relevância social como foi o Devotos de São João. Esse projeto foi muito importante para os artistas contemplados assim como para a creche beneficiada”, ressaltou Janilda Junqueira, Coord. de Projetos Especiais da Fundação Souzândrade.

Para Meireles Jr. o projeto foi fruto de um trabalho coletivo e de muita dedicação, que levou quatro meses de produção; e que com essa doação à creche, completou seu propósito de responsabilidade social:

“Quero agradecer a Deus, a todos que somaram para realizarmos o projeto – todos os amigos, os artistas envolvidos, grupos folclóricos, empresas apoiadoras, e acima de tudo a Vale, a Fundação Souzândrade e a Mirante que viabilizaram esse sonho. Valorizar a cultura popular maranhense e usar a mesma como ferramenta de ação social foi o nosso propósito, plenamente alcançado”, declarou Meireles Jr.

CDL SÃO LUÍS INICIA DIÁLOGO COM CANDIDATOS À PREFEITURA DE SÃO LUÍS

O candidato Eduardo Braide e o Pres. da CDL SLZ Fábio Ribeiro no encontro com lojistas e lideranças empresariais.

O candidato Eduardo Braide dialogou com lideranças empresariais na sede da CDL

A Câmara de Dirgientes Lojistas de São Luís iniciou nessa terça – feira (22.09) a escuta ativa das propostas dos candidatos à Prefeitura de São Luís e em especial suas ideias para a classe lojista.

O Presidente da CDL Fábio Ribeiro recebeu na sede da entidade o candidato Eduardo Braide (Podemos), que dialogou com a Diretoria da CDL e convidados. O evento aconteceu no auditório da CDL SLZ e respeitou as regras de distanciamento social assim como o uso obrigatório de máscaras.

Na abertura o Pres. Fábio Ribeiro destacou a importância para a classe lojista do conhecer de perto as propostas para uma futura administração municipal da capital, de modo a exercer um voto mais consciente e qualificado:

“A classe lojista representa uma importante base da economia ludovicense e como tal, precisamos conhecer em detalhes e analisar as propostas existentes, para que possamos escolher com criticidade e qualidade o futuro Prefeito dessa cidade”, disse Ribeiro.

A CDL SLZ sediou o encontro entre o candidato Braide à Prefeitura de São Luís e a classe lojista, para debater as prioridades da futura gestão nesse setor.

O candidato do Podemos reconheceu a importância da classe empresarial e declarou boa vontade para incluir a mesma em suas futuras ações, caso eleito:

“Viemos conhecer as reinvindicações e as demandas e mais que isso, a experiência das entidades empresariais no sentido de que possamos fazer uma futura gestão com eficiência e voltada para atender de fatos os anseios da população. E nada melhor que aqueles que estão na iniciativa privada e já têm toda a experiência, e não têm tempo a perder, e que realmente têm um trabalho feito ao longo dos anos. É essencial que possam contribuir, não só com nosso plano de governo, mas também com as ações que pretendemos desenvolver na prefeitura de São Luís. Governar é saber eleger prioridades e viemos aqui discutir quais são as prioridades de São Luís para as entidades empresariais. Sabemos que os empregos vêm daí, a geração de riquezas da nossa cidade grande parte vem desse segmento e é com eles que a gente quer caminhar juntos para fazer dessa uma cidade de oportunidades”, declarou Eduardo Braide.   

Ele fez questão de destacar que se eleito, vai honrar compromissos com futuros fornecedores, respeitando os empresários e eliminando a cultura do calote governamental:  

“O empresário ou comerciante não tem que ter medo de prestar serviço para a Prefeitura de São Luís, à partir de primeiro de janeiro do ano que vem. Vocês precisam ter a certeza de que o serviço que for prestado vai ser recebido; e de acordo com o que está em contrato. Vocês tem o meu compromisso nesse quesito. Veremos os fornecedores como parceiros, dentro do que diz a Lei. E quem trabalhou e prestou um serviço contratado vai receber exatamente o que foi acordado. Conheço muitos empresários que já quebraram seus negócios ao prestar algum tipo de serviço a algum governo em diversas esferas, não apenas municipal mas estadual em outros anos. Isso não pode acontecer e não acontecerá na minha gestão”, enfatizou o candidato.

O candidato do Podemos, Eduardo Braide, tem 44 anos, é advogado e natural de São Luís. Já foi deputado estadual por dois mandatos e está em seu primeiro mandato como deputado federal pelo Maranhão.

Na Linha de Frente – Richardson Costa Martins

Conheça a história do técnico em enfermagem na linha de frente do enfrentamento à Covid-19

A pandemia do novo coronavírus, que teve início no mês de março, no Brasil, já alcançou números devastadores no país. Mais de 100 mil mortes, mais de 4,5 milhões de casos e uma quantidade imensurável de pessoas afetadas direta ou indiretamente no país e ao redor do mundo. Esses números, contudo, só puderam ser enfrentados pela existência de profissionais que não puderam ficar em casa para simplesmente parar o contágio da doença, mas tiveram que enfrentá-la face a face. Um desses profissionais foi Richardson Costa Martins.

Estudante do 4º período do curso de Enfermagem da Faculdade Florence, Richardson atua como técnico de enfermagem em dois hospitais de referência no combate à Covid-19 no Maranhão. Apesar de todo o medo, ansiedade e as dificuldades enfrentadas no dia a dia profissional, contexto que foi potencializado durante a pandemia da Covid-19, a luta por cada vida que chegou em suas mãos foi um impulso propulsor que o fez ter ânimo e dedicação para enfrentar a pandemia de frente e, hoje, contar à Faculdade Florence, com orgulho, um pouco dessa história.

Nesta, que é a segunda entrevista da série “Na Linha de Frente” da Florence, conheça a história deste que é mais um profissional que orgulha essa Instituição e toda a sua comunidade acadêmica.

Faculdade Florence – Conte um pouco da sua experiência no enfrentamento à Covid-19. Qual seu cargo e em que local você atuou com a Covid-19?

Richardson Martins – Eu sou técnico de enfermagem e atuo em dois hospitais de referência no combate à Covid-19 no Maranhão.

Bem, a pandemia da Covid-19 despertou em mim uma variedade de sentimentos, dentre eles o medo, a apreensão, a incerteza do anonimato de uma doença até então desconhecida que veio modificar minha rotina profissional. No entanto, me senti desafiado e na obrigação de ajudar a combater este mal que trazia pânico a todo o mundo. O sentimento de medo de contrair a doença era enorme, bem como de transmiti-la a meus familiares, mas, diante do caos que vivíamos, eu sentia que não poderia fugir da luta naquele momento, precisava enfrentar o inimigo e ajudar aqueles pacientes que tanto precisavam de suporte e atenção.

A batalha foi árdua, muito, e ainda está sendo. Eram inúmeras as dificuldades encontradas, falta de medicamentos, instrumentos de uso individuais, essenciais no combate da doença, bem como pouco conhecimento sobre tal. O cenário caótico era assustador, vários pacientes graves, outros nem tanto, além disso, o distanciamento familiar contribuía muito para o péssimo prognóstico desses doentes, era nítido o sentimento de solidão, incerteza, nos seus olhares. Com esses pacientes, o meu papel era trazer uma palavra de conforto, de atenção, cuidado, que pudesse amenizar o seu sofrimento. Para os demais, que naquele momento se encontravam em estado grave, intubados, pude pôr em prática todos os meus conhecimentos práticos e teóricos, proporcionando a eles o máximo de cuidado e conforto.

O sentimento de satisfação era enorme quando aquele paciente conseguia sair daquele quadro e, melhor, conseguia se recuperar da doença. Nossa, o coração pulsava forte de tanta emoção, era uma sensação de dever cumprido. Acredito que durante esse período pude dar o melhor de mim como profissional e pessoa, e, deste modo, pude contribuir no combate à doença.

Faculdade Florence – Qual o momento mais difícil que você enfrentou nesse período de enfrentamento ao coronavírus?

Richardson Martins – Foram vários os momentos de dificuldade, no entanto um dos mais marcantes, sem dúvidas, foi no pico da doença, quando o número de internação se potencializou e, consequentemente, houve uma sobrecarga hospitalar, bem como dos seus serviços. Além disso, a dor da perda de vários companheiros de serviço aumentava o sentimento de medo e tristeza, pacientes graves chegavam a todo momento, vários óbitos, familiares desesperados clamando por informações dos seus, o cenário era literalmente de guerra.

Os olhares de exaustão, medo e angústia refletiam a verdadeira realidade. Muitos colegas tiveram que se afastar, por serem do grupo de risco ou por terem contraído o vírus, ou doenças associadas. Apesar disso tudo, a união dos profissionais envolvidos era superior a seus sentimentos de apreensão. Poucas vezes ao logo da minha carreira profissional pude vivenciar uma união tão grande em prol de um único objetivo. Sem dúvidas, isso foi e ainda está sendo de grande relevância no combate ao sars-cov 2.

Faculdade Florence – Nesse período difícil, qual a sua motivação para seguir trabalhando em meio a esse cenário?

Richardson Martins – O meu maior estímulo certamente é a satisfação em poder ajudar, estar ali diariamente contribuindo na melhora dos meus pacientes. Além disso, o sorriso no rosto ao receber alta reflete o sentimento de gratidão. Nossa, não tem nada mais gratificante, não existe motivação maior do que isso para quem ama o que faz, cada paciente traz uma história e é imensurável a sensação de fazer parte dela.

Faculdade Florence – Algum paciente tocou o seu coração? Conte um pouco dessa história.

Richardson Martins – Cada paciente é especial e traz consigo uma particularidade, no entanto existem aqueles que mexem com os nossos sentimentos. A população idosa mexe muito comigo, me apego rápido e muitas das vezes preciso manter o profissional para não fraquejar diante dos casos. Tive oportunidade de cuidar de uma senhora de 87 anos, que iria realizar um procedimento cirúrgico de emergência e, naquele momento, encontrava-se muito nervosa e apreensiva, devido ao procedimento, bem como o medo de contrair a doença. Ao me aproximar, ela, segurando minha mão, com tom de choro, falou: ‘fica do meu lado, não me deixa sozinha’. Naquele momento fui pego de surpresa, confesso que a emoção foi tão grande que quase capotei em lágrimas, no entanto segui firme do seu lado e passei a ela toda atenção e apoio preciso. Graças a Deus essa senhora conseguiu sair bem da cirurgia e, no final, chorando, me agradeceu pelo apoio.

Faculdade Florence – Qual o maior aprendizado que você leva dessa experiência?

Richardson Martins – A pandemia da Covid-19 veio nos mostrar o quanto somos dependentes do outro, as nossas fragilidades, que não precisamos de datas comemorativas para desejar uma palavra amiga, um abraço, ou até mesmo um sorriso. O distanciamento veio transparecer aquilo que estava mascarado. E, sobretudo, a lição que devemos tirar deste cenário é, sem dúvida, que jamais devemos nos entregar diante das dificuldades, mas sim perseverar sempre, saber que unidos podemos fazer a diferença. Infelizmente ainda não foi encontrada uma vacina ou até mesmo uma cura para a doença, mas sabemos que, com o empenho de todos, vamos alcançar esse objetivo e vencer esse mal.

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Jornalista, formado em 2001, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Fui repórter da TV Difusora, Canal 20 e desde 2001 integro a equipe esportiva do jornal O Estado do Maranhão. Tenho pelo esporte, em especial o futebol, uma paixão. Este blog abordará não apenas a maior paixão nacional, mas também temas ligados a cidade, política, polícia, cultura entre outros…

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