Perdas seriam suficientes para abastecer 30% da população brasileira por um ano
O Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulgou um estudo que chama a atenção para um problema grave no Brasil: Em média, 38% de toda a água captada no país se perde em vazamentos, ligações clandestinas e falhas de leitura de hidrômetro. A perda financeira é da ordem de 11 bilhões em todo o país, valor superior ao total investido anualmente em saneamento. O custo ambiental também é altíssimo. Nada menos do que 6,5 bilhões de m³ de água, o equivalente a mais de 7 mil piscinas olímpicas, são desperdiçados.
Em algumas partes do país, o problema é ainda mais crítico. O percentual de perdas na Região Norte chega a 55,14%. No Nordeste, 46,25% da água é desperdiçada e no Estado do Maranhão, o percentual chega a 60%.
Para efeitos de comparação, o estudo destaca que na Dinamarca o índice de perdas é de 6,9%; nos Estados Unidos, de 10,3%, e na Coreia do Sul, de 16,3%. O Brasil apresenta resultados piores do que outros países latino-americanos, como o México, que desperdiça 24,1% da água tratada, o Equador, 31,1%, e o Peru, 35,6%.
O indicador de perdas de água potável nos sistemas de distribuição é um dos mais negligenciados no país, mesmo após a crise hídrica que afetou a Região Sudeste, entre 2014 e 2016, e a que ainda afeta o Nordeste. Isso mostra o quanto é importante o cidadão poupar a água potável nas residências, mas, principalmente, o quanto o poder público e empresas operadoras de água precisam melhorar em todo o país. As cidades que conseguem os melhores resultados são aquelas que, segundo especialistas, focam não só na melhoria da estrutura de distribuição, como também no combate a fraudes e ligações clandestinas.
Em Paço do Lumiar e São José de Ribamar, a BRK Ambiental tem um trabalho estruturado voltado exclusivamente ao controle de perdas. Até 2018, o índice nas duas cidades era superior à 60%. Isso significa que, a cada mil litros de água que eram produzidos anteriormente se perdia aproximadamente mais de 600 litros. Com investimentos na modernização de redes, trabalho intenso de mapeamento de áreas mais sensíveis, hidrometração, e um corpo técnico que aplica tecnologia para identificar os vazamentos, a concessionária conseguiu reduzir o índice de perdas em mais de 10%, mas os índices ainda são altos.
“A BRK Ambiental entende que o controle de perdas é um dos itens mais importantes para melhoria da eficiência operacional. A gente investe muita tecnologia para buscar formas de identificar e corrigir vazamentos com mais agilidade, porque sabemos que isso tem um impacto ambiental muito significativo. Para se ter uma ideia, em 2017, perdemos uma quantidade de água que poderia abastecer metade da nossa população por um ano”, destaca Bruno Sales, coordenador da equipe de perdas da BRK Ambiental no Maranhão.
“É preciso atuar intensamente na redução das perdas de água, uma vez que a água é o principal recurso para a sobrevivência de todos nós. Ao extrairmos ainda mais água da natureza para fornecer às cidades, é primordial que se faça de forma responsável e com comprometimento, evitando assim sua escassez e garantindo o abastecimento para futuras gerações”, completa Bruno.
Fonte: Agência Brasil/ Instituto Trata Brasil