Ação integra a política de saúde da gestão do prefeito Edivaldo e ocorreu na Unidade Mista do Coroadinho com consultas médicas e outras iniciativas abordando a necessidade do diagnóstico precoce da doença
Visando intensificar o trabalho de prevenção, diagnóstico e tratamento da hanseníase, a Prefeitura de São Luís realizou, nesta sexta-feira (25), na Unidade Mista do Coroadinho, um mutirão no Dia D de Combate à Hanseníase, em alusão ao Janeiro Roxo, mês de mobilização dedicado à prevenção e tratamento da doença. Além da oferta de consultas dermatoneurológicas, realizado na unidade, também foram promovidas palestras de orientação sobre a doença, entrega de material informativo e blitz educativa para conscientização da comunidade. A campanha é coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e integra a política de saúde preventiva executada na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior.
Segundo o titular da Semus, Lula Fylho, todas as unidades de saúde do município estão preparadas para fazer os exames iniciais para diagnóstico da hanseníase. “A doença tem tratamento e cura. E a rede municipal de saúde disponibiliza gratuitamente todo o tratamento aos pacientes, por meio do seu programa de controle da hanseníase, desenvolvido com a orientação do prefeito Edivaldo. E durante o Janeiro Roxo, que é dedicado à mobilização acerca da doença, estamos intensificando as ações de combate em todas as unidades básicas de saúde do município”, afirmou Lula Fylho.
Com tema “Que mancha é essa? É bom saber!”, o mutirão realizado na Unidade Mista do Coroadinho, um dos centros de referência no município para controle da doença, atendeu dezenas de pessoas, que procuraram a unidade para fazer os testes dermatoneurológicos que diagnosticam o problema. O exame consiste em testes de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, além da verificação de manchas específicas, caroços e inchaços, sensação de dormência e choque ao longo dos nervos dos braços, pernas, pés e mãos, pois são estes alguns dos sintomas mais recorrentes da hanseníase.
Uma das pessoas que procuraram os serviços do mutirão foi a aposentada Doralice Mota, 87 anos. Ela teve hanseníase há 10 anos, mas sempre procura o serviço de saúde para realizar exames preventivos, mesmo sabendo que está curada. Na consulta, ela revelou sentir dormências nos pés. “Como eu já tive a doença e sou idosa, estou sempre alerta a qualquer sintoma. Por isso procurei logo o atendimento do mutirão”, disse.
Segundo a médica Celijane Melo Rodrigues, que atendeu dona Doralice na ação, os sintomas sentidos pela idosa podem ser sequelas da doença. “Além de fazermos todos os exames clínicos, nesses casos também encaminhados o paciente para a realização de outros exames neurológicos para uma verificação mais apurada do problema que esteja sentindo. E quando identificamos a hanseníase no paciente, este é incluído imediatamente no Programa Municipal de Controle da Hanseníase para receber todo o tratamento e acompanhamento da equipe profissional”, disse a médica Celijane Melo, que é uma das profissionais especialistas de referência da Unidade Mista do Coroadinho e uma das coordenadoras do mutirão.
Doralice Mota aproveitou o mutirão para verificar sintomas da doença
Preocupado com uma mancha avermelhada na perna, o autônomo João Hardman, 64 anos, também procurou os serviços do mutirão. “Estava muito temeroso com essa mancha que surgiu em meu corpo, mais já fui examinado e a médica descartou a possibilidade de ser hanseníase e verificou que é só uma alergia mesmo”, relatou ele.
Já a dona de casa Maria José Santana, 60 anos, buscou atendimento porque suspeita de uma mancha em suas costas. “Soube do mutirão e vim logo para verificar o problema com um profissional da área”, disse ela, que esperava sua vez para atendimento no mutirão.
DOENÇA
Ao identificar a patologia, a pessoa é encaminhada ao tratamento. A rede municipal de saúde oferece gratuitamente o tratamento com a oferta da medicação e o acompanhamento profissional. Todas as pessoas que convivem ou conviveram com o paciente de hanseníase devem ser examinadas também, pois a hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa.
Mas a hanseníase tem cura e quanto mais cedo o tratamento, menores são as agressões aos nervos e as complicações decorrentes da patologia. O paciente que inicia o tratamento não transmite a doença a familiares, amigos, colegas de trabalho ou escola. O tratamento da hanseníase é simples e leva de seis meses a um ano. Em qualquer estágio da doença, o paciente recebe gratuitamente os medicamentos para ingestão via oral.
A hanseníase não é hereditária. É causada pelo bacilo Mycobacterium leprae e sua transmissão acontece de pessoas doentes sem tratamento para pessoas saudáveis, pelas vias aéreas superiores (tosse, espirro, fala).