Evento, sexto promovido pela gestão do prefeito Edivaldo, segue até o dia 25 de novembro no Multicenter Sebrae; programação reúne literatura, música e teatro em atividades gratuitas
Atividades voltadas para as crianças têm reunido grande público na FeliSUma vasta programação artística torna a 12ª Feira do Livro de São Luís ainda mais lúdica e atrativa. Pockets shows, intervenções urbanas cênicas/visuais, performances poéticas, espetáculo de circo, de animações e de mágica, contação de histórias, pintura facial, cinema, teatro, dança, apresentações musicais e de cultura popular são algumas das atividades gratuitas que estão encantando ludovicenses e visitantes. O maior evento cultural e de fomento à leitura do Estado é uma realização da Prefeitura de São Luís, sendo a sexta edição promovida na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, por meio das secretarias de cultura (Secult) e educação (Semed), correalização do Serviço Social do Comércio (Sesc) e Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas do Maranhão (Sebrae) e ocorre até o dia 25 de novembro no Multicenter Sebrae.
Nesta sexta-feira (23), às 10h15, no Palco FeliS tem contação de história ‘Cantarolando contos’, com Camila Reis. Às 11h, acontece o espetáculo infantil ‘Gasmarzinho e os Guardiães da Natureza’, da Gasmar. Às 13h30 o público confere o teatro de fantoches ‘Fazenda Feliz, produzindo alimentos saudáveis, respeitando o meio ambiente’, da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged). A programação continua com a contação ‘Estação Era Uma vez’ com Xama Teatro; ‘Hoje tem mágica’ com Jeif Karaf; ‘Contos da natureza’ com Cia Nhá Caboca; ‘Eu conto e você encanta’ com Rosana Fernandes e apresentação de Hip Hop da U.E.B. Canãa.
No Auditório Graça Aranha, às 18h, acontece o espetáculo teatral ‘Um dia de Clown’, com Gilson Cesar. O palco principal recebe danças folclóricas da companhia de Dança Vagalume, às 19h, com encenação da procissão de São José de Ribamar, cacuriá, tambor de crioula e boi de orquestra D’Itapary. Em seguida, será a intervenção ‘Tangueira’, com Pedro Hugo Araújo e Zélia Mathias. O coletivo Circo Tá na Rua fará em todo pavilhão a intervenção Voadores, às 18h. A Cia Nhá Caboca, às 19h, faz a performance poética ‘Palavras Perambulantes’.
Os Espaços Criança da Secretaria Municipal de Educação (Semed) têm das 13h às 19h contação de história, oficina de máscaras, jogo de trilha literária 2, pintura a dado, hora do conto ‘Que planeta e esse?’, oficina artes plásticas, além de jogos e brincadeiras. No Espaço Encantos da Literatura Infantil, das 9h às 11h30, acontece atividades com a temática ‘Trenó da Leitura’, com contação de história, cine natalino, oficinas e dinâmicas, coordenadas por Ludce Braga, Amanda Vasconcelos, Raquel Serra e Poliana dos Santos. No Stand Vale tem contação de história das 10h30 às 19h30 e oficina de artesanato sustentável às 16h.
Como extensão, o Proseando na Felis levará contação de histórias ‘Lendas Indígenas’ para Escolinha Mateus e Kauane, na Divineia, com a Tapete Criações Cênicas, das 9h30 às 11h. Já a U.E.B. Bandeira Tribuzzi recebe o convidado nacional Edgar Diniz, da Paraíba, para uma oficina de cordel, das 9h às 11h. Das 14h30 às 15h30 terá a contação de história ‘Cantarolando Contos’ com Camila Reis – Laborarte, na Escola Municipal Integral Bilingue Libras/ Língua Portuguesa/U.E.B. Luís Viana – Monte Castelo.
O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU/UFMA) – Centro de Nefrologia – Unidade de cuidados renais Presidente Dutra receberá a contação de história ‘Eu Conto e Você Encanta’, com Rosane Fernandes. Já o Hospital Nina Rodrigues recebe o espetáculo infantil ‘Gasmarzinho e os Guardiães da Natureza’ da Gasmar, às 9h, e às 15h será a vez da performance poética ‘Palavras Viajantes’, da Tapete Criações Cênicas.
PROGRAMAÇÃO
Uma das intervenções que aconteceram nesta quarta-feira (21) foi ‘Poesias Efêmeras’, idealizada por Tairo Lisboa, que convidou amigos poetas, atores e artistas plásticos. “A representação maior nesse mundo contemporâneo que a gente vive é proporcionar um espaço de encontro, em que podemos sair do campo virtual que estamos inseridos maciçamente e trazer isso para o presencial, então conseguimos ver pessoas e nos aproximar, elas saem da sua rotina, do seu espaço comum, a Feira do Livro é um bom mote para isso, para oportunizar encontros. A partir das intervenções conseguimos trazer a diversão, poesias, desenhos, performances. As pessoas passam e participam juntas, em especial as crianças que absorvem mais e se permitem brincar”, disse o idealizador.
Cerca de 55 alunos da Escola Maria Carlos de Mesquita, de Vargem Grande, vieram pela primeira vez visitar a Feira do Livro. As crianças de 8 a 14 anos se divertiram com a programação artística e aproveitaram para conhecer mais sobre leitura e o mundo do livro. A aluna do 5º ano, Gisele Araújo, 10 anos, foi uma das participante, estava muito contente. “É a primeira vez que venho, gosto muito de ler e já li muitos livros. Estou muito feliz em ter vindo”, contou.
CONVIDADO NACIONAL
No Café Literário teve a Conversa com Escritor com o convidado nacional Mário Rodrigues (PE), sob o tema ‘A Taça Não Foi Nossa’ e mediação do jornalista Zema Ribeiro. O bate-papo descontraído, prendeu a atenção do público com história do Brasil a partir do futebol. “Eu queria escrever um livro sobre vingança. Mas já há muitas obras sobre vingança, ‘O conde de Monte Cristo’, que virou filme, ‘O morro dos ventos uivantes’. Alguém sofre alguma coisa e espera a hora de se vingar. Então eu busquei tratar o tema de maneira diferente: o personagem quer uma vingança coletiva. Ele está diante da marca do pênalti, na final de uma Copa do Mundo, e pode se vingar do país, de tudo aquilo que o país não lhe deu. O título, ‘A cobrança’, é uma polissemia, pois pode ser tanto a cobrança da penalidade máxima, quanto a cobrança que ele faz de tudo aquilo que a Constituição Federal, promulgada no mesmo dia em que ele nasceu, afirmou e nunca cumpriu”, sintetizou o escritor pernambucano Mário Rodrigues sobre o enredo de seu novo romance.
O jornalista Zema Ribeiro, que mediou a mesa, discorreu sobre o romance. “Mário Rodrigues conseguiu abordar o futebol de maneira bastante original. No país do futebol, há clássicos sobre o assunto, como ‘À sombra das chuteiras imortais’, de Nelson Rodrigues, ‘A pátria em sandálias da humildade’, de Xico Sá, ‘Veneno remédio’, de José Miguel Wisnik, ou ‘Páginas sem glória’, de Sérgio Sant’Anna, quase todos alicerçados nas alegrias e tristezas de vitórias e derrotas rodada após rodada; ‘A cobrança’ é ficção também alicerçada na vida real, com o diálogo entre futebol e política se passando no tempo da cobrança de um pênalti; impossível não lembrar também de ‘Os tambores de São Luís’, de Josué Montello, cujas mais de 400 páginas se passam numa madrugada, com Damião caminhando a pé para visitar o trineto”, comentou.
“A história no Brasil se repete em modo randômico. Se pegarmos a fala do então candidato à presidência [Fernando Collor, em 1989] e pensarmos em 2018, é igualzinha à fala do candidato Bolsonaro. Há uma grande parcela da população que se identifica com aquilo que não é, mas quer ser. Nos últimos anos, com a esquerda no poder, o que vimos foi o aburguesamento do proletariado. Eu não vou estranhar, caso ainda estejamos aqui, daqui a 30 anos, se isso acontecer de novo”, comentou Mário Rodrigues, expondo a vertente política de seu romance.
O escritor comentou ainda o romance no qual está trabalhando, ainda sem data prevista de publicação. O livro vai se chamar ‘O motorista de Médici’. “Eu estava almoçando com umas tias setentonas e o livro caiu no meu colo. Eu descobri que um tio meu, o mais querido, o sensível, que fazia versos, tocava acordeom, me ensinou a dirigir, trabalhou no Doi-Codi, em São Paulo. Mais jovem, eu sempre tinha escutado falar que ele atuou no serviço secreto, mas eu pensava em algo mais James Bond. Ele matou comunistas e matar aqui não é força de expressão, é matar mesmo. Ele foi subordinado de Carlos Alberto Brilhante Ustra e cresceu tanto na hierarquia do exército, que quando o presidente Médici, o mais duro da ditadura militar, ou do regime militar, como queiram, vinha para São Paulo, era esse meu tio que era escalado para ser seu motorista particular”, antecipou.