Não dói, como muitos pensam, e nem demora, como há quem imagine. Doar sangue é um ato nobre, capaz de salvar muitas vidas. “Até quatro vidas podem ser salvas por um único doador de sangue”, afirma Stelma Sodré, enfermeira e coordenadora do curso de Enfermagem da Estácio São Luís. Embora o processo da doação de sangue seja simples, o hábito de doar ainda não é comum entre os brasileiros. Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde – revelam que apenas 1,8% da população é doadora, o que está até dentro dos parâmetros da Organização, porém, longe da meta, que é de 3%. Por isso, com o intuito de incentivar a doação, foi criado o Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado no próximo 25 de novembro.
Segundo a médica clínica geral Graziela Medeiros, do Hapvida Saúde, sem o sangue oriundo das doações, vários procedimentos cirúrgicos são prejudicados, em especial, os de maior complexidade. “Quanto mais urgente for o procedimento e quanto maior for a gravidade do quadro clínico de um paciente, mais necessário é receber os elementos do sangue para transfusão, pois, em muitos casos, há hemorragias e essa perda sanguínea pode levar o paciente à morte”, reforça a médica.
A doação de sangue é um processo rápido e seguro. Apesar disso, muitos mitos ainda permeiam o tema, mas em geral qualquer pessoa que tenha entre 16 e 69 anos de idade e que esteja em perfeitas condições de saúde pode doar. A enfermeira Stelma Sodré explica que a doação não deixa sequelas e não causa nenhum tipo prejuízo ao doador. “É preciso ter alguns cuidados após a doação, como esperar sentado cerca de 15 minutos, no local, após o procedimento. Também é necessário comer e beber algo logo em seguida, ingerir bastante líquido durante o dia, além de evitar esforço físico brusco por 12 horas”, aponta a especialista, que só vê benefícios tanto para o paciente quanto para o doador.
Se você já doou sangue, parabéns! Se ainda não fez a doação e se interessou, aqui vão mais alguns esclarecimentos da médica Graziela Medeiros:
– Qualquer pessoa saudável, que tenha entre 16 e 69 anos de idade, pode doar.
– As mulheres podem fazer a doação a cada 90 dias; Os homens, a cada 60.
– Quem não pode doar: pessoas com doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e doença de Chagas. (Hepatite A não impede a doação, desde que tenha ocorrido antes dos 11 anos de idade).
– Existem alguns impedimentos temporários para doação, como resfriados (esperar até 7 dias depois do desaparecimento dos sintomas); gravidez, 90 dias após o parto normal e 180 dias após cesariana; amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses); ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação e tatuagem/maquiagem definitiva nos últimos 12 meses.