Clientes encontram na grande variedade de pescados e nos preços, ótimos motivos para manter a tradição
Como o próprio nome sugere, a Quaresma é o período de quarenta dias que começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Páscoa. Esse intervalo serve para que os cristãos se preparem para celebrar a ressurreição de Cristo e é marcado por penitências que incluem sacrifícios como o jejum, a prática da caridade, muitas orações e, claro, a abstenção à carne.
Para os fiéis que fazem questão de garantir a tradição, as peixarias dos supermercados Mateus prepararam um estoque grande e variado. “Estamos com um bom estoque que, além de garantir uma grande variedade de produtos, nos proporciona negociarmos melhor os preços e assim o consumidor poder levar mais”, explica Maria Moraes, gerente da loja das Cajazeiras, na região do centro da cidade.
E os consumidores estão aproveitando para comprar mais. Aos 82 anos, dona Dulce Silva leva muito a sério o período da Quaresma. “Cresci respeitando e vou morrer seguindo o costume”, assegura a idosa moradora da Madre Deus. Católica fervorosa, Vilma Alves faz questão de manter o costume. “Eu sigo religiosamente a tradição e com as promoções fica mais fácil seguir nossos costumes”, garante a professora.
O gerente da loja do Calhau confirma o que diz a professora. “Estamos com um crescimento de 21% e nossa expectativa é de crescer mais até a Semana Santa, chegando aí a 30% a mais que o ano passado”, garante Fábio de Oliveira.
Mas, nem só de bacalhau e pescada amarela se faz a Quaresma e a Semana Santa. Nas peixarias das lojas, outros tipos de pescados têm conquistado a atenção e o paladar dos consumidores. “Além dos peixes mais tradicionais, estamos vendendo muito Tambaqui, Sardinha e também a Anchova”, é o que garante o gerente da peixaria da loja, Josias Moraes.
A origem do costume
Desconsiderando as prováveis origens pagãs do costume, existem registros históricos que se referem à prática de penitências como forma de preparação para a Páscoa desde os primórdios do Cristianismo. Contudo, os períodos de tempo variavam entre horas ou dias, passando por semanas inteiras e até mesmo intervalos maiores.
Foi só no século 4 que o período de 40 dias foi estabelecido e a duração está baseada em várias referências bíblicas relacionadas com o número. Entre as mais significativas, está o intervalo de tempo em que Jesus permaneceu no deserto, a duração do dilúvio que inundou a Terra, a jornada dos israelitas que partiram do Egito com destino à Terra Prometida e o período que Moisés passou no Monte Sinai.