O Democratas vive um momento político desastroso no Maranhão. Sem qualquer definição quanto ao futuro, o partido é, hoje, foco de conflito e instabilidade. O inferno astral do DEM é algo que deve comprometer o desempenho da legenda nas próximas eleições, caso não haja uma reformulação.
Até o pleito de outubro, a sigla pode mudar de comando no estado, uma vez que o deputado federal Juscelino Filho, atual presidente, convive com a ameaça, cada vez mais real, de perda do controle do diretório regional. Há quem aposte que o DEM pode ir para as mãos do também deputado federal e pré-candidato a senador José Reinaldo Tavares, que teve o cacife fortalecido junto à Executiva Nacional democrata após anunciar seu rompimento político com o governador Flávio Dino (PCdoB).
Também contribui para o caos no partido a condenação do deputado estadual Stênio Rezende, figura de proa do DEM maranhense, por corrupção pela Justiça Federal. Tio do ainda presidente Juscelino Filho, Stênio foi sentenciado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, em agosto do ano passado, à perda dos direitos políticos por oito anos e, portanto, à cassação do mandato, pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e falsidade ideológica.
Outro fato que expõe negativamente a legenda é a acusação de violência doméstica que pesa sobre o deputado estadual Cabo Campos, que integra, junto com o colega Antônio Pereira, a bancada democrata na Assembleia Legislativa. Campos foi enquadrado na Lei Maria da Penha por ter agredido fisicamente a esposa, no último dia 4, dentro de casa. O caso foi confirmado pela deputada estadual Valeria Macedo (PDT), procuradora da Mulher no Legislativo estadual e deve resultar em rigorosa punição ao parlamentar, inclusive nas urnas.
Para completar o inferno astral, o DEM está prestes a sofrer uma grave defecção. O vereador Marquinhos, único representante do partido na Câmara Municipal de São Luís, sinaliza estar de malas prontas para deixar a sigla e desembarcar no PSL, do experiente e habilidoso colega Francisco Carvalho.
O caos político que se instalou no DEM nos últimos tempos prova que a mudança de comando na legenda, efetivada há pouco mais de dois anos, foi um péssimo negócio.