Prefeitura certifica profissionais do Serviço de Acolhimento em Práticas Restaurativas
A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), realizou nesta terça-feira (24), no Espaço Orienta, a certificação no curso de Formação em Práticas Restaurativas. Participaram do curso profissionais das Unidades de Acolhimento de Execução Direta e Indireta e dos Centros de Referência Especializado da Assistência Social (Creas). O objetivo da capacitação foi aprimorar o atendimento junto às famílias, crianças, adolescentes, pessoa com deficiência e população em condição de rua acolhidas nos abrigos e ainda adolescentes em conflito com a lei.
“Entendemos que capacitar nossos servidores para qualificar o atendimento em nossas unidades é uma demanda prioritária. Quando iniciamos a gestão, identificamos essa necessidade e investimos em capacitações para atender e acolher de forma sensibilizada e humanizada”, destacou a titular da Semcas, Andréia Lauande, acrescentando que o trabalho segue determinação do prefeito Edivaldo.
A capacitação sobre Práticas Restaurativas teve duração de 40 horas e integrou uma das ações do projeto Acolher para Qualificar, executado pela Semcas por intermédio da Superintendência de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, com financiamento do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). A qualificação consistiu em ações que contribuem na humanização do acolhimento, bem como, na mediação de conflitos vivenciados nas unidades, em função das diferentes histórias e experiências de vida dos acolhidos.
PÚBLICO
Participaram do curso os servidores das Unidades de Acolhimento do Abrigo Luz e Vida, Casa de Passagem, Residência Inclusiva, Casa de Acolhida Temporária e Abrigo Institucional para Pessoas em Situação de Rua, Rede Conveniada de Abrigos: Casas Lares e servidores dos Creas.
De acordo com a capacitadora do Instituto de Práticas Restaurativas, Elisabeth Ramos, a formação tem um significado único, principalmente no que se refere à apropriação da cultura de práticas restaurativas. “Para esse público, que trabalha com pessoas que passam por situações de vulnerabilidades, o curso tem uma importância muito especial, pois consegue fazer aflorar a humanidade para lidar com o outro, agrega a possibilidade de quando surgirem situações conflituosas terem ferramentas para trabalhar e exercer as práticas restaurativas no cotidiano”, explicou.
A cuidadora social da Casa de Passagem, Tarsila Araújo de Sousa, destacou a importância da formação para o desenvolvimento de suas atividades no equipamento social. “O trabalho com as crianças demanda muita atenção e afetividade. Esse foi um dos pontos de maior atenção do curso que vai ajudar a mediar situações conflituosas de forma que possamos passar valores como compreensão e amor para o nosso público”, afirmou.
SAIBA MAIS
Acolhimento
O Serviço de Acolhimento atende pessoas com vínculos familiares rompidos ou que precisam ser afastadas temporariamente de suas famílias. Proporciona proteção social através do acolhimento temporário, garante cuidados, alimentação, vestuário e acompanhamento psicossocial até que seja possível localizar a família, restabelecer os vínculos familiares ou até quando estiverem asseguradas a autonomia e a proteção.
Práticas Restaurativas
Mais comum no âmbito da Justiça, onde nasceu há mais de 30 anos e se iniciou no Brasil em 2005, as Práticas Restaurativas migram para outras áreas passivas de conflito social como a educação e a assistência social. Isso porque entre seus objetivos está a reparação de danos e solução de conflitos e tensões sociais de forma pacífica, além de oportunizar a vítima a expor seus sentimentos e percepções referentes ao ato infracional e como o trauma impactou sua vida, como também buscar uma atitude reflexiva e reparadora do ofensor.