Prisão do advogado Willer Tomaz pode esclarecer como foi a venda da TV Difusora
O advogado Willer Tomaz (foto), que atua na defesa do frigorífico JBS e do governador Flávio Dino (PCdoB) e que foi preso pela Polícia Federal, na última quinta-feira, 18, em um hotel na Ponta do Farol, estava em São Luís para ser apresentado aos funcionários da TV Difusora e da rádio Difusora FM. Ele, sócio da Rádio JK FM, em Brasília (DF), é novo dono do pool de emissoras situadas no bairro da Camboa, região central da capital maranhense.
O Willer Tomaz também seria um dos advogados do deputado federal Weverton Rocha (PDT), que também é sócio da TV Difusora e da rádio Difusora FM, que antes pertencia à família do senador Edison Lobão (PMDB). Ele também já teria advogado para o governador Flávio Dino (PCdoB), em Brasília.
Chama a atenção a relação de Willer Tomaz com o governador Flávio Dino (PCdoB) e o deputado federal Weverton Rocha (PDT) e a TV Difusora, que se tornou principal porta-voz, tanto que sua programação, quase toda ela é voltada para atacar adversários do governador Flávio Dino, interferindo até mesmo em disputas eleitorais, como foi o caso da eleição de 2016.
É bom lembrar que o governador Flávio Dino (PCdoB) liberou R$ 1,8 milhão para ajudar o Campeonato Maranhão. Desse total, a metade (R$ 900 mil) foram destinado a TV Difusora, “arrendada” pelo deputado Wewerton Rocha (PDT), para transmitir a competição que sequer transmitiu um jogo.
Willer Tomaz foi preso porque teria coaptado o procurador da República Ângelo Goulart Villela, auxiliar do vice-procurador eleitoral Nicolao Dino (irmão de Flávio Dino) para que interferisse na Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis, e de atrapalhar o processo de negociação do acordo de colaboração premiada do empresário Joesley Batista, um dos do sócios da holding J&F, dona do frigorífico JBS.
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ele teve a prisão preventiva decretada em virtude da delação de Joesley Batista, um dos sócios da JBS, que foi divulgada na quarta-feira, 17, pelo jornal “O Globo”.
A comissão de defesa de prerrogativas da OAB no Maranhão (OAB-MA), que acompanha o caso Willer Tomaz, afirmou que o advogado defende a JBS desde janeiro deste ano, em presa que tem seus donos como delatores na operação Lava Jato.
O advogado Willer Tomaz foi encaminhado ainda ontem para a sede da Polícia Federal (PF), no bairro Cohama, na capital, de onde foi levado depois para Brasília.