Potencial de nutrição de alimento produzido pela vaca é comprovado por tecnologia social vencedora em 2007; entidades sem fins lucrativos podem se inscrever para o Prêmio de 2017 até 31 de maio
O uso do colostro da vaca na alimentação humana, um suplemento alimentar rico em nutrientes, foi regulamentado no Brasil em março, graças a uma pesquisa que ganhou impulso com o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. A regulamentação retira uma proibição feita desde 1952, pelo governo de Getúlio Vargas.
Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2017 – inscrições aqui
A tecnologia social “Uso da Silagem de Colostro” foi vencedora do prêmio em 2007, e o reconhecimento motivou a idealizadora da iniciativa, a médica veterinária Mara Helena Saalfeld a prosseguir com a pesquisa iniciada nove anos antes. Em 1998, a médica comprovou que o colostro – substância produzida pela vaca nos cinco primeiros dias após o parto – tem mais proteínas, minerais, gorduras e vitaminas do que o leite. O leite tem em média 3% de proteína, enquanto o colostro do dia do parto tem 14% de proteína, quase cinco vezes mais.
A doutora Mara explica que, antes do Prêmio de 2007, o produto era considerado invisível para a pesquisa e ensino no Brasil. E que após o projeto ser vencedor, tudo mudou. Com o recurso, a tecnologia pode ser divulgada em todo o Brasil e no mundo. Além disso, a pesquisadora teve oportunidade de fazer o doutorado e participar de palestras em Portugal e na Alemanha. De lá pra cá, começou a ser ensinada também nas universidades e usada em pesquisas.
“Se não fosse a Fundação BB ter acreditado ainda estaríamos lutando. O Brasil vai deixar de jogar fora 2 bilhões de litros de colostro anualmente. Com essa vitória, a tecnologia vai proporcionar aos agricultores renda, trabalho e tributos para o nosso país”, declarou.
De acordo com a pesquisadora, além de alimentos e suplementos alimentares, o colostro também pode ser usado na produção de medicamentos e cremes anti-idade.
Prêmio 2017
Neste ano, as inscrições para o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social estão abertas até o dia 31 de maio. A participação é aberta a instituições sem fins lucrativos, como fundações, organizações da sociedade civil, instituições de ensino e pesquisa.
São seis categorias nacionais: “Água e Meio Ambiente”; “Agroecologia”; “Economia Solidária”; “Educação”; “Saúde e Bem-Estar” e “Cidades Sustentáveis e Inovação Digital” e uma categoria internacional “Água e Meio Ambiente, Agroecologia ou Cidades Sustentáveis”. A categoria internacional é destinada a iniciativas realizadas em um ou mais países da América Latina e do Caribe, e que possam ser reaplicadas no Brasil.
O primeiro lugar de cada uma das categorias será premiado com R$ 50 mil e as 18 instituições finalistas vão receber troféu e vídeo retratando sua iniciativa. Além disso, as tecnologias sociais que promovem o protagonismo e o empoderamento feminino vão receber um bônus de cinco por cento na pontuação total obtida.
Este ano, o concurso tem a cooperação da UNESCO no Brasil e o apoio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), do Banco Mundial, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Os resultados de cada etapa do Prêmio serão divulgados no site da Fundação Banco do Brasil (www.fbb.org.br) e no BTS (tecnologiasocial.fbb.org.br ).
A leitura do regulamento e o procedimento de inscrição podem ser feitos no site: www.fbb.org.br/premio