Passados dezesseis meses em que foi vencedor do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2015, o projeto Água Viva: Mulheres e o Redesenho da Vida no Semiárido do Rio Grande Norte segue firme no reuso de água nos quintais produtivos, uma alternativa que gera vida e renda para as famílias. Já são 14 sistemas de reuso instalados, com 14 mulheres beneficiadas diretamente e outras 50 de forma indireta, com troca de experiências, comercialização solidária e assessoria técnica.
Desenvolvido em 2013 pelo Centro Feminista 8 de Março (CF8), em parceria com a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) e financiamento da União Europeia, o projeto foi vencedor da categoria Recursos Hídricos do Prêmio. Outras iniciativas promovidas por entidades sem fins lucrativos e que se revelam solução efetiva para desafios da comunidade podem se inscrever na edição 2017 do concurso até 31 de maio (ver informações abaixo).
Implementada no assentamento Monte Alegre, da cidade de Upanema (RN) e em outros municípios da região oeste do estado, a tecnologia social tem ativa participação feminina e consiste no reaproveitamento da água utilizada nas atividades domésticas, como lavagem de louça e roupa, e para irrigação de frutas e hortaliças agroecológicas, após processo de filtragem.
De acordo com a assessora técnica, Ivi Aliana Dantas, após o Prêmio, a tecnologia recebeu visitas de muitas pessoas do Rio Grande do Norte e de outros estados. A iniciativa também ganhou visibilidade internacional, recebendo intercâmbios de países do Mercosul. O prêmio também possibilitou a edição de uma publicação sobre a mobilização das mulheres no desenvolvimento e o passo a passo da construção da tecnologia.
“A premiação da Fundação Banco Brasil possibilitou o debate e práticas em reuso de água, tecnologia que consideramos muito importante para a convivência com o semiárido. Para o CF8 e para as mulheres do assentamento Monte Alegre, o prêmio ampliou a visibilidade das ações e reconhecimento pelo trabalho realizado”, declarou.