O Cine Teatro da Cidade, equipamento cultural da Prefeitura de São Luís, será palco do espetáculo de circulação nacional “Cora Dentro de Mim – Plantando Roseiras & Fazendo Doces”, em comemoração ao Dia Internacional do Teatro, celebrado no dia 27 de março. O monólogo, idealizado e interpretado pela atriz e escritora maranhense Lilia Diniz, será apresentado às 20h do sábado (25) e às 19h do domingo (26), com entrada gratuita e censura de 14 anos. Os ingressos podem ser retirados com uma hora de antecedência, na bilheteria do Cine Teatro, localizado na Rua do Egito nº 244 – Centro (antigo Cine Roxy).
O espetáculo já foi assistido por mais de 10 mil pessoas ao longo de 17 anos de trajetória e tem um caráter de acessibilidade, com audiodescrição para cegos, no sábado, e interprete de libras, nos dois dias. “Firmamos uma parceria com o produtor local Wagner Heineck para que o espetáculo pudesse ser em alusão ao Dia do Teatro. Desta maneira, São Luís vai ser a primeira cidade que receberá de forma gratuita a encenação, democratizando o acesso à cultura, por meio do teatro, a todas as pessoas. O espetáculo também oferecerá à plateia doces maranhenses e acessibilidade para deficiente físicos, visuais e auditivos, com essa ideia de tornar o equipamento municipal um lugar que a todos acolhe”, informou o diretor do Cine Teatro da Cidade, André Lobão.
Com um clima intimista e aconchegante, o espetáculo promete encantar o público com cheiro de doce, cravinho, caramelo e boa prosa. O cênico-poético-musical, premiado pela Funarte com o Prêmio Myriam Muniz/2014, retrata os pensamentos da doceira e escritora Cora Coralina, costurados por meio de seus versos e contos.
ENCENAÇÃO
A encenação é permeada de encantamento e delicadezas remetendo a plateia à cozinha de Cora, na velha Cidade de Goiás, promovendo um estímulo aos sentidos e às memórias, conduzindo o público à casa da infância, com cheiro da comida da avó, o perfume da tia, o aconchego do colo do avô, como se ouvindo histórias de seus familiares, ao redor do fogão à lenha, enquanto o doce de banana, que é feito em cena, fica pronto para degustação ao final do espetáculo.
“Todas as Vidas foi o primeiro poema que li dessa mulher, que veio a ser parte da minha vida profissional e pessoal de modo intenso, intrínseco e permanente. De 1996 até agora, Cora Coralina passou a conduzir-me pelos caminhos saborosos, dolorosos e amorosos de sua poesia. Ela chegou pelas pessoas, as quais me emprestaram livros e me contaram histórias de suas visitas à casa velha da ponte, dos momentos entre um poema por ela recitado e um cafezinho ou doce servido naquela cozinha. O desejo de interpretar seus poemas e contos germinou, inevitavelmente, adubado pelo encorajamento daqueles que amam a escritora e seus laboriosos escritos forjados na lida com as plantas e suas flores e frutos, no calor do fogão à lenha e seus doces, sustento de suas publicações”, explica Lilia Diniz.
“Cora Coralina afirmava ser mais doceira e cozinheira que escritora e me ensinou a necessidade da espera para o espetáculo ficar no ‘ponto’. Se achegaram dois seres encantados da música, Maísa Arantes e Léo Terra, com as notas que desde sempre ouvi nas paredes dos poemas. Cá estamos com doces, poemas, contos, cantigas… No ponto? Ainda não. Há muito o que se apurar. Servidas? Servidos?”, oferece Lilia Diniz.
“Cora Dentro de Mim” já foi apresentado em Brasília (DF) e Imperatriz (MA), em uma temporada patrocinada pelo Fundo de Apoio a Cultura da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Depois de São Luís, será representado nos dias 8 e 9 de abril em São Paulo, Rio de Janeiro (em marcação) e nos dias 13 e 14 de maio em Ceilândia (DF).
DOCES
Para dar um toque todo especial, os doces, que são normalmente servidos à plateia nas apresentações, ficarão sob a responsabilidade do Chef maranhense Thiago Brito, da Casa d’Arte – Centro de Cultura, que é um dos apoiadores do evento.
Ele afirma que acompanhando as receitas e as poesias de Cora Coralina viu que tudo era feito com muito amor, com muita atenção e com muita simplicidade. “Existe, óbvio, o complexo de se trabalhar com açúcar, com o fogo, o ponto certo. Mas sem técnicas mirabolantes. Os doces que irão ser apresentados no espetáculo serão surpresa e como não estamos no cerrado brasileiro, penso em adaptar nossas receitas pra uma realidade local, que utilize nossas frutas e formas de fazer doce daqui, mas sempre inspirados na simplicidade de Cora Coralina. Nós do Casa d’Arte temos um cuidado de manter a simplicidade nos preparos e valorizar a forma de servir. Levar a doceira dela ao palco é motivo de honra e felicidade, o desafio é tão grande quanto. Mas quem for, terá mais um motivo para desfrutar de um dia único”, revela o Chef Thiago Brito.
CORA
É uma boa oportunidade para quem quiser conhecer um pouco do universo da goiana, Cora Coralina: poetisa, contista e doceira, e para muitos especialistas, uma mulher forte e libertária, e que mesmo sem saber, empunhava a bandeira de gênero com profunda intensidade numa identificação com as mulheres que vivem em opressão machista e sexista.
Por isso, a jornada do espetáculo foi iniciada no mês de março, mês no qual as mulheres reafirmam suas lutas históricas por justiça social, igualdade de direitos, pelo fim da violência e por tantas outras bandeiras que tremulam pelo amor e com amor.
“Cora Coralina nos inspira nessa luta, pois ao longo de sua vida foi muito atuante em várias frentes de lutas e políticas. Foi convidada a participar da Semana de 22, em São Paulo, encontrando a partir deste movimento o impulso libertário para sua escrita. Por meio de uma revolução pessoal, literária e cultural ela se envolveu ativamente em movimentos políticos de empoderamento feminino, imprimindo seu nome não somente nas páginas literárias, mas tornando-se uma referência nacional, de engajamento, de superação e atrelamento às suas raízes culturais. Ela trabalhou em outras causas, como a dos idosos, das crianças, dos indígenas, dos pobres, dos presidiários e dos excluídos, chegando a fazer votos na 3ª Ordem Franciscana em 1937”, afirma Lilia Diniz.
Ficha Técnica
Monólogo | Duração: 70 minutos
Seleção de Poemas, Músicas e Interpretação: Lília Diniz
Direção: Adeilton Lima e Lília Diniz
Músicos: Léo Terra Oliveira e Maísa Arantes de Amorim
Iluminação: Edvaldo Alves
Cenografia e Figurino: Miguel Mariano Mariano e Lília Diniz
Direção Musical: Léo Terra Oliveira e Maísa Arantes de Amorim
Produtora Executiva: Suene Karim
Produção Local (São Luís): Wagner Heineck
Assessoria de Imprensa: Keyane Dias e Marcos Linhares
Fotografia: Alice Maria Photography
Registro Audiovisual: Cinese Filmes (Leonardo Monteiro)
Identidade Visual: Nara Oliveira
Redes Sociais e Designer gráfico: Valéria Amor-in e Alice Maria Diniz