Trabalhadores do setor de estiva pararam o Porto do Itaqui desde as primeiras horas de hoje em protesto pela manutenção de empregos. A ameaça de extinção de postos de trabalho avulso decorre da modernização do terminal, que fez com que várias tarefas antes desempenhadas por mãos humanas passassem a ser executadas por máquinas. Segundo os manifestantes, existem quatro decisões judiciais favoráveis aos estivadores que a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) insiste em não cumprir.
Participam do protesto dezenas de trabalhadores portuários, responsáveis pelas operações de carga e descarga. A intenção dos estivadores é paralisar por tempo indeterminado os trabalhados do cais 100 ao 105. Com a interrupção, um navio atracado com uma carga cobre exportado pela Vale não pôde ser ser liberado para seguir viagem hoje.
Concentrados na área interna do porto, eles exibem duas faixas com a frase “Fora, Alfredo”. Trata-se de Alfredo Sousa, presidente do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) do Porto do Itaqui, também diretor da empresa agenciadora de logística G5, a quem acusam de elaborar e pôr em prática um plano que resultaria na extinção de mais de 100 vagas de estivador.
“Por esse esquema, apenas 30 trabalhadores manteriam o vínculo empregatício, Os demais seriam mandados embora. São pais de família que ficarão sem meios para sustentar seus filhos”, denuncia um manifestante.
Temendo perder os empregos, os estivadores não viram outra alternativa, a não ser cruzar os braços, ao mesmo tempo em que exigem a saída imediata do presidente do OGMO e o cumprimento, pela autoridade portuária, das decisões judiciais que lhes são favoráveis.
Por telefone, o presidente do OGMO, Alfredo Sousa, informou que o procedimento adotado pela gestão de mão-de-obra portuária está dentro da legalidade.