Para quem se diz defensor dos direitos da mulher, o governador Flávio Dino (PCdoB) vem acomodando um foragido da Justiça em um alto cargo comissionado há quase três meses. Nomeado em outubro assessor especial da Secretaria de Estado de Assuntos Políticos e Federativos, chefiada por ninguém menos do que Márcio Jerry, braço direito do chefe do Executivo, Gerson Meneses Rogério teve a prisão decretada em maio deste ano pela Justiça do Ceará, seu estado de origem, mas até hoje o mandado não foi cumprido porque ele não foi localizado.
Documentos obtidos com exclusividade por este blog do jornalista Daniel Matos e publicados abaixo revelam que a decretação da prisão do assessor de Márcio Jerry foi motivada pelo não pagamento de pensão alimentícia a dois filhos dele que moram em Fortaleza (CE), cuja paternidade ele reconheceu pela via judicial, os quais ele não vê há mais de um ano.
Segundo a mãe das crianças, a professora Camila Aragão Mesquita Souza, ex-filiada ao PCdoB, o ex-companheiro não paga a pensão desde maio deste ano, totalizando uma dívida de quase R$ 10 mil em alimentos aos dependentes. Ela diz ainda que o último pagamento só se deu por força da decretação da sua prisão pelo juiz Joaquim Solon Mota Júnior, da 2ª Vara de Família de Fortaleza.
Gerson Menezes Rogério é filiado ao PCdoB, partido de Dino e Jerry, é membro da União da Juventude Socialista (UJS) e já ocupou diversos cargos por indicação de aliados/padrinhos, inclusive na Câmara de Vereadores da capital cearense e na Câmara Federal (veja arquivo do blog). Mesmo sendo um “militante pelego”, segundo a própria mãe dos seus filhos”, ele foi “importado” do Ceará pelo governador maranhense e seu fiel escudeiro e desde 1º de outubro integra a administração comunista, segundo atesta o seu ato de nomeação, publicado no dia 28 daquele mês no Diário Oficial do Estado e assinado por Flávio Dino e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares.
Foragido
Certidão encaminhada ao blog e também publicada abaixo, datada de 23 de novembro, informa a realização de uma diligência mal sucedida na Rua Erico Mota, 698, Amadeu Furtado, em Fortaleza, endereço que consta nos autos como sendo o de Gerson Menezes Rogério.
Diz o documento, escrito e assinado por um oficial de Justiça: “ouvindo diversos moradores, (todos foram) unânimes em afirmar que o imóvel encontra-se desocupado”. Sobre a paradeiro do assessor, a certidão traz o seguinte registro: “Com relação a Gerson Menezes, nada se soube informar, quanto mais seu paradeiro atual, razão pela qual vejo-me obrigado a devolver o mandado”.
Não se sabe quais serviços Gerson presta ao governo do Maranhão. Muito menos se Flávio Dino e/ou Márcio Jerry têm conhecimento da condição de foragido do militante nomeado. Mas é certo que o polpudo salário que ele provavelmente recebe do Estado lhe dá condições de manter o filho.
Mais ainda, livraria o governo de cometer a ilegalidade de manter em seus quadros um indivíduo em conflito com a lei.
Abaixo, cópias do mandado de prisão e da certidão que informa a diligência mal sucedida para localizar e prender Gerson: