Há dois dias, o governador Flávio Dino (PCdoB) apresentou com toda pompa e circunstância os primeiros 10 ônibus da linha metropolitana criada para transportar passageiros entre os municípios de São José de Ribamar e São Luís. O ato foi considerado mais um grande feito da administração comunista e foi reverberado por jornais, emissoras de TV e rádio, sites de notícia e blogs alinhados ao Palácio dos Leões. Mas, para desgosto de quem acreditava que teria acesso imediato ao serviço, até agora, nenhum dos coletivos exaustivamente mostrados pela mídia governista foi visto circulando nas ruas.
A matéria divulgada no site do governo e distribuída pela Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) à imprensa informava, logo na primeira linha, que “a partir desta quarta-feira (19), os passageiros de transporte coletivo de São Luís e São José de Ribamar têm uma nova alternativa para se deslocar entre as duas maiores cidades da Região Metropolitana”, dando a entender que os coletivos começariam a circular já naquela mesma data. Nada mais mentiroso, pois a nova opção de transporte ainda não está acessível aos milhares de usuários da região beneficiada, que há tempos esperam por alguma melhoria no quesito mobilidade urbana.
Flávio Dino faz pose ao volante de um dos ônibus da linha metropolitana
Flávio Dino faz pose ao volante de um dos 10 ônibus da linha metropolitana
Bem ao seu estilo fanfarrão, Flávio Dino enalteceu o feito, apresentado por ele como verdadeira revolução para o transporte público da Ilha. Como de costume, também exagerou na exploração midiática ao posar para fotos sentado na cadeira do motorista de um dos ônibus.
Acusado pela empresa que detém a concessão da linha entre São José de Ribamar e São Luís de cometer uma ilegalidade ao instituir um serviço paralelo, no mesmo itinerário, o governo está diante de um impasse, pois o caso pode parar nos tribunais.
Tudo indica que o governo pretendia mesmo dar início imediato à operação da linha de ônibus, mas recuou no último momento e agora informa que em 10 dias os coletivos estarão em circulação.
Não se sabe o motivo do adiamento, mas deve ter sido algo grave. Daí a cautela.