Vascaíno assumido, o poeta Ferreira Gullar, um dos mais importantes do Brasil, se junta massa tricolor quando o assunto é futebol maranhense. Cidadão do mundo, sempre divulgando seus livros já traduzidos para diversos idiomas, ele mostra uma enorme simpatia pelo Sampaio Corrêa, time pelo qual jogou nas categorias de base e foi uma das maiores paixões do seu pai, que foi atacante do clube.
Conhecido pela genialidade de suas obras literárias, Ferreira Gullar, revelou em entrevista que é torcedores do Vasco da Gama.
Entretanto, o poeta, que é sempre um dos orgulhos do maranhense, disse a reportagem de O Estado que o Sampaio Corrêa é um dos amores imortais. “O meu pai (Newton Ferreira) foi jogador do Sampaio Corrêa e por ter jogado nas categorias de base do clube, certamente, se morasse no Maranhão torceria pelo time, pois daqui (Rio de Janeiro) não consigo acompanhá-lo. Por gostar muito de São Luís e das coisas do meu estado, me considero de certa forma torcedor a distância do Sampaio”, explicou.
Sempre atento as coisas que envolvem o Maranhão, Ferreira Gullar disse ter ficado muito feliz ao ver uma partida do Sampaio Corrêa pela TV. “Não sou muito de frequentar estádio e vejo futebol mais pela TV quando tem jogo da Seleção Brasileira ou do Vasco, mas fiquei muito feliz ao ver, outro dia, uma partida do Sampaio. Fico muito entusiasmado toda vez que que algo da minha terra tem destaque. Infelizmente, não viajo mais de avião e faz muito tempo que não visito a minha São Luís. No ano passado, meu irmão foi até lá e me disse que a cidade está muito mal cuidada, com as ruas cheias de buraco. Gostaria que as autoridades cuidassem melhor de São Luís, porque ela é uma cidade muito bonita com casarões e azulejos e uma cidade história”, afirmou.
O autor de Poema Sujo, uma das principais obras do poeta, quando criança se sujou muito em um campinho de areia perto do Mercado Grande jogando pela com nada menos que outro ilustra maranhense, Canhoteiro, para muitos um Garrincha pelo lado esquerdo, que foi ídolo do São Paulo. “O pai dele tinha uma venda de mingau perto do Mercado Grande e o meu pai tinha uma quitanda lá e como tinha um campinho perto nós jogamos muitas peladas. Na época, ele tinha 8 ou 10 anos, e com uma bola de borracha já mostrava que seria um grande craque de futebol. Ele era muito habilidoso e com certeza jogava bem melhor que eu”, comentou.
Ferreira Gullar é o atual ocupante da cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Desde de criança, Gullar dividia o tempo com os estudos, principalmente literário, e as peladas. Foi ainda na infância, que começou a torcer pelo Vasco da Gama, por meio de outra paixão de menino, o futebol de botão. E em 1950 mudou-se para o Rio de Janeiro para dar seguimento aos estudos e teve a oportunidade de acompanhar das arquibancadas do Maracanã o auge do mágico Expresso da Vitória que dominou o futebol carioca.
Nascido há 84 anos em São Luís, com o nome de José Ribamar Ferreira, o poeta tem mais de 15 livros de poesia publicados, vários ensaios, antologias e trabalhos em jornal e televisão. Neto de português e filho de Alzira Goulart e Newton Ferreira, a paixão pelo futebol nasceu por influência do pai que era craque, centroavante da Seleção Maranhense e do Sampaio Corrêa, e o levava para ver jogos no extinto Santa Izabel, maior estádio da época, localizado onde hoje fica o Canto da Fabril. Nessa época, Gullar jogou nas categorias de base do Tricolor, mas adotou o Vasco da Gama como time do coração por um acaso do destino.
O GOL (Ferreira Gullar, 2006)
A esfera desce
do espaço
veloz
ele a apara
no peito
e a pára
no ar
depois
com o joelho
a dispõe a meia altura
onde
iluminada
a esfera
espera
o chute que
num relâmpago
a dispara
na direção
do nosso
coração.
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão
Que matéria rica em informação essa aí, parabéns li duas vezes !
Ferreira gullar alem de ser um imortal, mostrou sabedoria e bom gosto ao se apaixonar pelo tubarão, eu já era fã, imagina agora.