O esquema de segurança interno montado pela Universidade Ceuma foi determinante para a identificação e prisão de três homens que tentavam fraudar o vestibular de Medicina da instituição, cujas provas foram aplicadas ontem, no Campus Renascença. Os envolvidos são um empresário da região de Santa Inês e dois professores universitários, que responderiam às questões e receberiam R$ 25 mil, cada um, caso o primeiro fosse aprovado no seletivo.
Segundo informou ao blog o chefe da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), delegado Luiz Jorge Matos, os dois professores, Giovani Lopes Santos e Deusimar Santos, se inscreveram no vestibular usando carteiras de identidade falsas, em nome de Alan de Arimateia Gomes Alves e Amauri Silva Oliveira, respectivamente. Os fraudadores escolheram nomes com as mesmas iniciais do empresário, identificado como Alisson Tony, por acreditar que assim seriam maiores as chances de fazer o seletivo na mesma sala do contratante.
“Acontece que o Ceuma mudou o procedimento e fez a distribuição aleatória dos candidatos, fazendo com que os suspeitos ficassem em salas e andares diferentes”, relatou Luiz Jorge, acrescentando que cada professor responderia às provas de quatro das oito disciplinas e combinaram entregar os gabaritos a Alisson Tony no banheiro ou na própria sala.
Impressões digitais
Ainda de acordo com o delegado, a perita papiloscopista designada pela Universidade Ceuma para colher as impressões digitais dos candidatos antes da provas e compará-las com a da carteira de identidade foi quem primeiro percebeu a tentativa de fraude. Ao notar a diferença, ela acionou a polícia, que logo constatou o crime. O primeiro a ser preso foi Giovani, que ao ser interrogado entregou o comparsa. O contratante foi identificado, mas conseguiu fugir, sendo preso horas depois. Todos foram autuados em flagrante na Seic e hoje foram encaminhados ao Centro de Triagem de Pedrinhas.
Professores
Deusimar Santos tem 35 anos, é bacharel em Filosofia e Matemática. Giovani Lopes Santos, de 41 anos, é bacharel em Direito e Matemática. Ambos lecionam no campus de Bacabal da Uema e em outras instituições de ensino superior.
De acordo com o delegado Paulo Roberto, da SSeic, Deusimar responderia as disciplinas de Ciências Humanas, enquanto Giovani responderia as Exatas. Eles copiariam o gabarito no braço e passariam ao candidato no banheiro, nos horários combinados. Pelo serviço, a dupla receberia a quantia de R$ 50 mil.
Ainda de acordo com o delegado, as cédulas de identidade e os dados eram verdadeiros. Os suspeitos relataram à polícia que pagaram a quantia de R$ 700, por cada identidade, a um funcionário do Shopping do Cidadão do município de Santa Inês. A Seic está investigando essa versão. Os valores da aquisição dos documentos foram pagos pelo contratante.
Os professores foram autuados pelos crimes de Falsidade Ideológica, Fraude e uso de Documentos Falsos, com agravante de serem funcionários públicos. O delegado Paulo Roberto disse que os professores universitários não apresentavam antecedentes por tais crimes, mas pelo modus operandi da dupla, tudo indica que não foi a primeira vez que participam de fraude desta natureza. Os celulares dos suspeitos foram apreendidos.
Com informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP)