Nada melhor que começar minha avaliação dessa primeira rodada do Campeonato Brasileiro da Série D com o líder do grupo A2. Isso mesmo! O Sampaio no sábado não tomou conhecimento do Mixto (MT) e detonou com o Alvinegro em pleno Presidente Dutra por 3 × 1. E dessa vez não vou exaltar apenas a qualidade dos jogadores, que efetivamente é mesmo quem ganha o jogo. Mas a presença do técnico Flávio Araújo revolucionou a forma do Tricolor jogar. Tanto é que essa equipe não é nem de perto a mesma que deu vexame no primeiro turno do Estadual, mas que com o comandante se recuperou no returno e conquistou o tricampeonato. Aliás, com Flávio Araújo, que além de humilde e trabalhador é muito competente, a Bolívia tem 14 vitórias e dois empates.
No Albertão, o Comercial (PI) e Araguaína (TO) apenas empataram por 1 x 1. Claro que muito disso vem em função do time piauiense está disputando as semifinais do Estadual, pois o time tem muito conjunto e uma boa estrutura. Só que acho injusto colocar toda a culpa de uma má apresentação na sequencia de jogos importantes, porque a equipe de Tocantins é muito boa.
Ainda no domingo, pelo grupo A1, que na segunda fase cruzará com a chave do Sampaio, o Vilhena (RO) bateu o Remo (PA) por 4 x 2, isso mesmo, venceu o tradicional time paraense, que costuma ser pedra no nosso sapato e assumiu a liderança do grupo. Ainda no mesmo grupo A1. O Penarol (AM) perdeu em casa para o Atlético (AC) por 3 x 1.
Além destes jogos, o que chamou a atenção foi a goleada por 6 x 1, que o Cianorte (PA) meteu no Marília (SP), mostrando que é um franco candidato ao acesso à Série C. Ainda bem que o Sampaio só deve pegar estes medalhões nas últimas fases do Campeonato Brasileiro da Série D, quando já deve estar bem pertinho de alcançar o acesso.
Por falar em acesso. Ele, hoje, é a grande obsessão do presidente do Sampaio, Sérgio Frota. Para falar a verdade essa taça é a grande obsessão de todo e qualquer clube maranhense. O torcedor mais jovem deve estar rindo. Afinal como pode uma Série D ser tão importante? Pois é, acredite! É isso mesmo. Desde que o Tricolor caiu da Série B para a C e depois para a D, o futebol maranhense saiu do mapa do esporte no Brasil. Não tem patrocino, cota de TV, bilheteria e para falar a verdade não tem nada.
O pior é que justamente quando o Sampaio entra como favorito na Série Do presidente Sérgio Frota, que sempre segurou a barra sozinho dá sinais de cansaço. Os salários estão atrasados e não há minha perspectiva de ajuda seja do Governo do Estado ou da Prefeitura de São Luís. Para quem não sabe, o Mixto recebe R$ 1 milhão de ajuda de um varejista e do governo do Mato-grosso, o Santos (AP) recebe R$ 1,5 de ajuda do governo do Amapá, o Comercial (PI) é bancado pela prefeitura de Campo Maior assim como o Araguaína (TO). Agora, só o poder público daqui é que não pode dar nada? É brincadeira né?
E o Sampaio não está pedindo nenhuma esmola, mas patrocínio, porque o time só na primeira fase vai jogar em cinco capitais diferentes e terá a camisa expostas nos jornais e programas de TV destes lugares. É retorno de publicidade garantido. O que falta é boa vontade do poder público e dos empresários locais que não investem no futebol por pura falta de vontade.
Se não dá para contar com estes caras, espero pelo menos que a torcida lote o Nhozinho. Sei que o ingresso está um pouco salgado, mas é competição nacional e próximo jogo da Bolívia aqui será daqui a 20 dias. Não custa nada meter a mão no bolso e comprar o ingresso. Até porque R$20 reais é dinheiro de pinga comparado a outros espetáculos populares. Além disso, quase a metade do público paga meia-entrada. E quem é boliviano de verdade tem que tirar a bunda do sofá e ir lá no estádio dar força para o Tubarão.