Trocando seis por meia dúzia?
Ao ler hoje no jornal O Estado que o advogado Antônio Américo Lobato Gonçalves é candidato a presidente da Federação Maranhense de Futebol (FMF) fiquei muito decepcionado. Não é ilegal ele como presidente- interventor se candidatar a presidência da instituição, porém, ao candidatar-se a presidência da instituição para a qual foi nomeada para dirigir até que ele próprio promova nova eleição é no mínimo antiético para não dizer outra coisa! Já começo até a pensar que o tribunal ao colocá-lo para substituir Alberto Ferreira não teria trocado seis por meia dúzia.
Quando o juiz Josemar Lopes Santos afastou liminarmente Alberto Ferreira e os seus quatro vices do comanda da FMF, ele o então presidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), Antônio Américo Lobato Gonçalves, como interventor por seis meses, para administrar a entidade até que fosse realizada uma eleição para preenchimento dos cargos na FMF. A eleição deveria ser realizada logo após a conclusão das atividades esportivas em andamento (Copa União e Campeonato Brasileiro Série D).
Portanto, Antônio Américo foi convidado para ficar a frente da FMF até que um novo presidente fosse eleito, ou seja, assumir a entidade para que a mesma não ficasse sem comando até que uma nova eleição (limpa) fosse realizada para substituir Alberto Ferreira. Porém, o interventor parece que criou apego ao cargo e não quer mais sair da cadeira de presidente da FMF.
Com todo respeito ao senhor Antônio Américo, por uma questão de “transparência” ele poder ser candidato a presidência da FMF, pois ele além de responsável pela eleição é quem está recadastrando as entidades que tem direito a voto e ainda está reformulando o estatuto da instituição. Então como ele pode ser candidato? O torcedor percebe a semelhança com a Alberto Ferreira? Para quem não se lembra, Ferreira assumiu a entidade para substituir o presidente Mário Carneiro, mas ficou no cargo durante 21 anos.
Como perguntar não ofende. Antônio Américo é a favor da reeleição? Espero que não, pois do contrário temos mais uma dinastia no futebol maranhense. O que a FMF precisa é de um dirigente que consiga atrair empresários que querem investir no futebol profissional do Estado. Porém, o empresário só investe se tiver pessoas de respeitabilidade tomando conta da FMF. Acredito que só assim sairemos desta “marasmo” em que se encontra os times de Maranhão.