Que o Raimundino calado é um poeta todo mundo sabe, mas não ouvi nada de extraordinário em ele falar que o São José é o “time que joga mais bonito no Brasil”. Como também não achei nenhum exagero o Josué Teixeira ironizar a declaração de Lopes: “vamos jogar contra o Barcelona do Brasil”. A provocação faz parte do futebol desde que a bola foi inventada. E atualmente o esporte está ficando com estes jogadores e treinadores dando entrevista falando praticamente a mesma coisa.
Tudo bem que os resultados dos jogos estão fazendo a Copa União se encaminhar para um legítimo confronto entre Sampaio e o clube do interior Santa Quitéria pelo título. Mas querem saber? Acho bobagem levarmos essa discussão na base do bairrismo. Muita gente acha que falo mal de Moto e Maranhão por puro preconceito. O que é uma baita bobagem! Respeito demais as outras duas potências do futebol do Estado. Só me dou o direito de torcer pelo meu time. Aí vai ter gente dizendo que jornalista não pode torcer. Tem que ser imparcial. Quem disse isso? Quem é o dono da verdade absoluta que quero conhecer.
O que penso ser fundamental em situações como essa é analisar o futebol com a maior isenção possível. Eu, por exemplo, acho que o time do Santa Quitéria tem melhores alternativas para ficar com a taça. Dispõe de um poder ofensivo muito mais inteiro e em melhor fase que os bolivianos.
O que não pode é o futebol ficar robotizado. Com treinadores e jogadores dando sempre as mesmas declarações: “o favorito é o time deles”. Pura babaquice, pois ninguém entra em uma competição acreditando que o adversário é o melhor ou coisa parecida. Em minha opinião, Raimundo e Josué Teixeira estão de parabéns por querem botar pilha no jogo São José x Sampaio.
No clássico Moto x Sampaio, por exemplo, só tinha torcedor do Tricolor, porque a partida não valia nada para os dois e a torcida motense não viu nenhum atrativo para ir a campo. Porém, bastaria uma frase de provocação de um dos lados para que as arquibancadas ficassem um pouco mais cheias. Sérgio Frota e Pereirinha faziam isso com maestria. Tanto que foi criada a rivalidade em Bolívia x Iape, um time com menos de três anos.
Provocação e rivalidade fazem parte do futebol e não devem ficar de lado!