Quando não se aprende com erros…
Foto – Douglas Jr
Sampaio cai diante do Guarany em casa.
Esses dias fiquei tentando entender o que passava na cabeça dos dirigentes do Sampaio. A eliminação do Sampaio mostra o quanto vale se planejar. Não foi por acaso que o time foi eliminado pelo Guarany (CE) dentro de casa numa fase em que 8 dos 10 times seguiriam na competição. Há clubes que conseguem brilhar, mas não sabem o que fazer para ficarem no topo. O divórcio entre a popularidade e o planejamento impede que as conquistas se repitam ou que as boas campanhas sejam rotineiras. No caso do Sampaio é justamente o que acontece. Graças a falta de um trabalho pensado, o clube, vejam que não me refiro apenas ao time, acumula fracassos em praticamente todas as competições que disputa.
Primeiro contrataram errado no começo do ano. Veio o técnico Edson Porto que trouxe Selmir, Castor, Mimica, Mauro, Rigo, Fernandinho, Kléo e Thiago Miracema , entre outros. Ninguém se firmou. Depois trouxeram um treinador Valter Ferreira trouxe os volantes Mário César e Índio e Jessé, entre outros, e ninguém foi aproveitado. E para completar o primeiro semestre ainda foi contratado o Flávio Campos, que com um grupo rachado, sequer foi para a final da Copa União.Só aí o tão valorizado planejamento Tricolor foi para as cucuias. Mas nisso tudo bem, afinal é melhor pecar pela ação do que pela omissão. O que não me conformo é depois Sérgio Frota, Nilson Garcia, Evandro Marques, Edvaldo Coelho e companhia cometerem uma série de bobagens. Primeiro mandam embora o técnico Arnaldo Lira, que montou o time para a disputa da Série D e trouxe novamente Flávio Campos, que em sete jogos que dirigiu o Sampaio (4 pela Série D e 3 pela Estadual) venceu dois jogos, empatou três e perdeu duas. Depois liberaram o Thiago Miracema para o Vila Nova. Em pouco tempo o cara foi devolvido por insuficiência técnica. A diretoria não só reintegra ele como o promove a titular. Até o Wesclei, que pouco jogou,tem mais gols que ele. Olha só. Vai entender?
Mas não foi apenas a eliminação em casa e falta de um olhar para o futuro que fez da noite de sábado uma tragédia. Teve também o Flávio Campos. É um sujeito com o qual simpatizo e em quem colaram uma etiqueta depreciativa. Típica de parte do nosso elenco. Concentraram todas as críticas a figura de um treinador sem “estrela”. Como se ele fosse o pior dos profissionais. Não é. E escrevo isso não pela simpatia que nutro por ele, mas pelo trabalho que tem realizado e pelo elenco que entregaram em suas mãos. Um grupo rachado, tecnicamente limitado e repleto de jogadores ruins apadrinhados de dirigentes.
O Arnaldo Lira foi embora. Imagino que decepcionado, mas dentro de algum tempo descobrirá que aliviado. Explico: deve ser horrível trabalhar em um ambiente no qual não te querem. Tem um ou outro que ainda simpatiza com a tua cara, aposta na tua capacidade, mas a maioria está sempre a desconfiar. No Sampaio, independentemente do cartel do técnico, sempre aparece alguém para olhar de esguelha em relação ao trabalho. Fizeram isso com o Celso Teixeira, Vinícius Saldanha e Arlindo Azevedo, três nomes acima de suspeita não apenas no Tricolor mas na vida, e não deixaram de fazer com o Lira.
Agora, o Flávio Campos se demitiu para não ser mandado embora e ficam com a conta de um equívoco que cairá na planilha do Sérgio Frota. Hoje, foi apresentado Sandow Feques, o quinto técnico na temporada, e ainda dizem que tem planejamento. Fico cada vez mais convencido de que o título Taça Cidade de São Luís do ano passado foi um acidente. O Sampaio não se planejou para a conquista deste passado recente e o presente mostra isso.
Concordam?