Não quero ser “paladino da moralidade”, mas sou absolutamente contra a utilização de dinheiro público em atividade privada como o futebol. Não me importa quanto seja nem a quem seja destinado o dinheiro, sou contra. Num país em que ainda há quem morra de fome, soa muito mal a mera insinuação do uso de verba pública, que sai do bolso do contribuinte, para pagar o que cabe à iniciativa privada.
Tenho ouvido muito o discurso da diretoria dos clubes e da Federação Maranhense de Futebol (FMF) que sem a ajuda do governo do estado o futebol não tem como melhorar. Se os dirigentes não têm competência para conseguir um contrato de patrocínio que garanta a viabilização do futebol é melhor que reconheça sua incompetência e terceirizar o esporte.
Voltemos um pouco mais no tempo. Quando foi apresentado o novo Projeto Viva Nota pelo o Governo do Estado, os dirigentes e a FMF fizeram uma enorme festa. Alguns clubes como Nacional, Bacabal e Moto que sequer disputariam a Copa União, gastaram por conta. Até membros da imprensa esportiva, que vivem as custas de dirigentes do futebol, já estavam especulando quanto receberiam do montante do programa.
Porém, a legislação eleitoral não permite que o projeto seja implantado este ano, o que provocou a irá das as aves de rapina de olho no dinheiro do Viva Nota. Sinceramente, colocar dinheiro nas mãos destes dirigentes em nada melhorará o nosso futebol, pois eles não investem nos clubes e a verba some. Foi assim nos anos do Nota na Mão. Quem não se lembra dos estádios lotados e os times falidos? Foi exatamente por este motivo que o programa foi extinto.
O programa Viva Nota só tem sentido por causa do torcedor do nosso estado, que por ser pobre não tem dinheiro para ir ao estádio todos os dias. Por outro lado, o Estado aumenta a sua arrecadação com a exigência da nota fiscal para trocar por ingressos dos jogos. O problema é que ninguém quer assistir as competições organizadas pela FMF nem de graça, pois nos jogos que tiveram portões aberto o público foi pífio. A torcida ta de olho é nos jogos das competições nacionais como Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro da Série C.
O grande problema deste tipo de programa é que ele acostuma o torcedor a entrar de graça nos estádios e quando é cobrado R$ 5 reais no ingresso ele passa a achar caro. O melhor para estimular a presença da torcida nas arquibancadas é produzir espetáculos de qualidade.
Se for para usar dinheiro público no futebol, que use essa verba para investir em infra-estrutura nos estádios, melhorar os acessos, transporte e estrutura para que recebam melhor o torcedor. Dando estas condições, os torcedores naturalmente se organizarão e cotizarão à sua maneira para fazer belos espetáculos. Até mesmo, os clubes maranhenses.
Você relatou a minha opinião nos últimos parágrafos, o governo tem que realizar é obras nos estádios melhorando o acesso a torcedor como por exemplo no castelão não caberia outro terminal de ônibus ? Cada um tem que fazer a sua parte e negócio de dinheiro público na mão de dirigente de clube é só para aumentar a corrupção. O clube de futebol tem que ser tratado como empresa.
Interessante seu comentário, mas vcs jornalistas são os primeiros a declararem seus amores pelos clubes do Rio e São Paulo enchendo os bares de São Luís. Enquanto que lá no Rio de Janeiro os estádios estão sempre vazios, pois o futebol apresentado está no mesmo nível do futebol do Maranhão, mas vcs “CARIOCAS DO RIO ANIL ” E “PAULISTAS DA AV JERONIMO DE ALBUQUERQUE” preferem ficar nos bares, inclusive levando tambores e tudo mais, a prestigiar os clubes locais.
Motense o seu comentário é perfeito, porém sobre o assunto acima o comentário do caro jornalista está perfeito. Essa mania de bater palmas para os outros é característica do maranhense, já trabalhei em vários estados do Brasil e eles conhecem o Moto, Sampaio, perguntam sobre a rivalidade, acham bonita a camisa do Sampaio, más o pessoal aqui tem vergonha de vestir as camisas dos nossos clubes, repetindo as suas palavras o futebol de hoje está medíocre e sem graça, está no mesmo nível o que se difere é a infraestrutura e organização e isso está faltando para nós, no dia que os atuais gestores na FMF saírem, com certeza o futebol vai melhorar.
Comentário perfeito. Não haverá programa de governo, ou iniciativa privada de fato eficiente, enquanto os dirigentes dos clubes locais pensarem o nosso futebol pelo viés assistencialista. Futebol, como qualquer outro evento esportivo, é espetáculo e precisa proporcionar diversão caso pretenda sobreviver. No Maranhão, fala-se de “ajuda aos clubes”. Não existe “ajuda” a evento de entretenimento. Ou ele tem qualidade para sobreriver, ou morre. É simples.
Concordo com o Márcio: dinheiro público não é para jogar na privada, ou melhor, no privado. Os clubes de futebol devem se viabilizar, seja junto aos torcedores, seja junto ao empresariado da sua região. Há, caso do Motense que postou comentário logo acima, que considera o futebol maranhense tão bom quanto o paulista e o carioca. Tudo bem, isso é uma questão de paixão pelo time preferido, mas isso não muda o cerne da questão, que é o financiamento dos clubes com dinheiro público.
O dinheiro público é exclusivamente para os grupos atuais e tradicionais do nosso estado. Ele não pode ser doado a clubes, porém para o carnaval, são joão, viagens dos governadores (as) para fazer exames nos estados unidos e ponto final.
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