O poço do Mercado

2comentários

pocodepinheiro.JPGA Academia Pinheirense de Letras comemorou o seu terceiro aniversário com uma larga programação na cidade de Pinheiro. 

Com  a participação da comunidade, foi feito um passeio noturno pelos principais pontos históricos da cidade e em cada um deles encenada uma apresentação cultural.

Destaque para o belo texto, que aproveito para reproduzir a seguir, de autoria da escritora e confrade Graça Leite, enaltecendo o velho poço do Mercado, marco da cidade de Pinheiro:                        

              
“O passado sentou-se à beira do poço do Mercado e espiou para dentro.

Viu o seu rosto envelhecido refletido no espelho das águas, fechou os olhos e sonhou…

Na nebulosidade do seu sonho, logo apareceu uma dezena de escravos cavando a terra, fazendo aquele buraco, em busca de água fresca e pura que lhes desalterassem  a sede.

Suor e lágrimas escorriam pelos corpos seminus dos negros.

Talvez, quem sabe? Aquela pocinha d água, lá no fundo, que nunca seca, seja o acúmulo daquelas gotas de sofrimentos!…
Lentamente, um vulto feminino se desprende das barreiras marrons e do fundo do poço emerge a figura de uma mulher: era a Mãe D`água. Bela, branca, cabelos lisos, longos e dourados. Viu-a sentar-se no bocal do poço penteando os seus longos cabelos em noites de lua cheia. Tinha uma fisionomia serena, doce, mas era assombração, e assombração era coisa do mal, tanto é que os cachorros latiam, uivavam, gemiam, corriam pra lá e pra cá no areial das ruas e nos quintais das casas,tentando fugir dos assobios e dos açoites da dona das águas…

Depois da mãe d’água, apareceu o currupira.

Veio subindo, depressa e quando apareceu na superfície mostrou logo as suas travessuras. Moleque danado de safado! Calcanhares pra frente com os dedos dos pés todos virados para trás. Deixava rastros esquisitos pelos caminhos da mata e corria no ruma das tucunzeiras, encarrapitando-se lá no olhinho entre os espinhos e levando consigo as crianças desobedientes que se atreviam a sair de casa no pino do meio-dia.

Em seguida, apareceu de dentro do poço uma tocha de fogo e passou zunindo no rumo do campo. Era a curacanga.
Temida e respeitada por pescadores, as cabeças das velhas feiticeiras libertavam-se dos corpos que ficavam nas redes, nas noites de sexta-feira, saiam pelos campos com a sua magia incandescente, soltando faíscas, subindo e descendo, bailando ao sopro da brisa, separando-se e unindo-se em um só foco de luz que o olhar amedrontado dos pescadores fazia crescer…

Olhem! Vejam! Lá vai a curacanga riscando o céu! Vai no rumo do oiteiro de São Carlos!

A procissão de lendárias imagens, continua no sonho do passado.

 É lá que ele arranca, de dentro do poço, a manguda.

 Lá vem ela surgindo das águas, aparecendo nas noites escuras, com o seu chambrão branco esvoaçando, indo em desabalada carreira pelas ruas da vila de Pinheiro em busca de um amor proibido. Quem a avistava de longe, corria mais do que ela e, ofegante, chegava em casa, apagava a lamparina e jogava-se na rede com os cabelos todos em pé.
Mal a manguda desaparece, eis que o marulhar das águas do poço indica o aparecimento de mais uma lenda: é a velha feiticeira que virava porca.

Deitada no lamaçal “bucho de velha”, lá perto da Forgata, em frente à usina, ela roncava, grunhia, sapateava e pingando lama, corria atrás dos transeuntes que se aventurassem a chegar perto do seu leito lamacento.

Até a mata do Bom Viver foi resgatada pelo sonho lendário do passado e trazida para a procissão de lembranças.
Foi vista bem ali, com o seu caminho de mato com barreiras altas, estrada funda, fechada lá em cima pelas copas das palmeiras de babaçu. Da escuridão da mata ouviam-se gritos, apareciam vultos estranhos, sumiam, tornavam a aparecer,montavam na garupa dos cavaleiros, emparelhavam com o galope dos cavalos, deixando as barrigas dos animais ensangüentadas pelos fustigamentos das esporas dos seus condutores. A febre nervosa, no dia seguinte, era curada por benzições e garrafadas dos pajés.

De repente, ZAZ! Surge de dentro do poço a carroça de ossos, a meia noite, atritando correntes, chacoalhando ossos de defuntos e sai pelas ruas da cidade, interrompendo o sono dos pinheirenses que afirmam, no dia seguinte, haverem escutado o sinistro som.

A evocação destas lembranças trás o velho passado para o presente. Só então ele percebe o quando aquelas lendárias imagens estão distantes! Cento e cinqüenta e dois anos se passaram e foram guardados no fundo daquele poço! Somente ele resistiu aos impactos do mundo moderno, representando a única testemunha viva daquela época. É tudo o que restou do tempo em que o conhecimento era empírico e o povo buscava explicações para a vida simples que levava, misturando lendas, superstições e crendices, fazendo do imaginário o código das suas leis.

És tu, oh! Poço do Mercado, nosso velho amigo centenário, o depositário dos nossos mais caros tesouros!

Quantos anos tens?

Ninguém sabe. Sabemos apenas que das profundezas das tuas águas turvas, nasceram as nossas origens.

Sentado no bocal do poço do mercado, o velho passado medita.

Tem consciência de que as imagens saídas dali somente virão à tona nas páginas dos livros dos estudiosos ou na lembrança dos antigos pinheirenses.

Diante desta constatação, o velho passado espiou mais uma vez para dentro do poço e desta vez… chorou! Lágrimas de saudades foram saindo dos seus embaciados olhos  cansados e pingando, pingando, uma a uma foram caindo dentro do poço misturando-se, lá no fundo com as novas águas que começaram a brotar da vertente do progresso.   

Foi então que o milagre aconteceu:

Oh! Céus!

O passado e o presente se misturaram dentro do poço e as águas começaram a subir: foram subindo… subindo… e explodiram na superfície formando uma CASCATA DE LUZ!!!”

2 comentários »

O mineiro e o mar

4comentários

jurubeba21.jpgA escritora Dinah Silveira de Queiroz, em seu livro “Quadrante 2”, tem um belo conto intitulado História de mineiro.

Trata-se de um mineiro, de família humilde do interior do Estado, que precisou abandonar a família para buscar a vida no Rio de Janeiro. Com o passar do tempo, prosperou. Um belo dia, enviou uma carta ao pai externando a vontade de alegrá-lo satisfazendo qualquer que fosse seu desejo.

Seu pai, devoto de Nossa Senhora Aparecida, respondeu a missiva dizendo que o único sonho que alimentara durante toda a vida era ver o mar…

Aos mais curiosos, recomendo a leitura do conto. Vale a pena.

Aqui, aproveito a carona do conto para falar de um outro mineiro que chegou ao nosso Estado motivado pelo mesmo sonho: ver o mar! Veio, viu e ficou. E mais. Estabeleceu com o mar do Maranhão uma relação de cumplicidade, amor e dedicação sem igual.

A beleza das coloridas velas tremulando ao léu, a harmonia das tintas magistralmente aplicadas nos cascos das embarcações maranhenses, despertaram em Phelipe Andrés, mineiro de nascimento, cidadão ludovicense por mérito, a idéia de realizar o projeto “Embarcações do Maranhão”.

O calendário registrava o ano de 1977 quando ele decidiu garimpar informações que lhe permitiriam resgatar as técnicas artesanais de construção naval, até então guardadas na cabeça daqueles mestres-carpinteiros espalhados pelo litoral do Estado e transmitidas de geração em geração.

A modernidade dos dias atuais vinha afastando os mais jovens dessa sabedoria. Todo esse cabedal de conhecimento, carregado pelas mãos dos calafates, veleiros e pintores corria um sério risco de se perder no tempo.

Um exaustivo e criativo trabalho de resgate da forma construtiva dessas embarcações foi por ele empreendido. Já em 1986 seu projeto acabou recebendo o apoio e financiamento da FINEP e a partir daí, contando com uma equipe de jovens pesquisadores, foi visitando estaleiros, entrevistando mestres, saciando sua curiosidade e aplicando seus conhecimentos de engenharia na elaboração de um verdadeiro “as built” de um projeto de construção naval.

Lembro do Edgar Rocha, fotógrafo maior de nossa Ilha, que me repetia as sábias palavras do mestre Pedro Alcântara, no auge dos seus calejados 76 anos: “o barco é feito assim todo torto pra poder ficar direito na água”.

Quase 20 anos depois, em 1996, a pesquisa de Phelipe Andrés iria conquistar pela primeira vez para o Maranhão, o prêmio Rodrigo de Melo Franco, concedido pelo Ministério da Educação.

Todo esse refinado trabalho, reconhecido pela UNESCO, convergiu para a publicação, em 1998, do livro “Embarcações do Maranhão-Recuperação das técnicas construtivas tradicionais populares”.

Dias atrás, como que num passe de mágica, fui transportado para a minha infância. Passeava pelo Centro Histórico da cidade, quando fui surpreendido pelo “Estandarte” com suas velas tremulando, ancorado no seco, em plena Praça da Praia Grande.

Era mais uma das criações do Phelipe: “Barco na Praça”, na verdade um Projeto que tem como objetivo “valorizar a arte da construção naval artesanal maranhense, proporcionando ao público, especialmente às crianças, uma primeira oportunidade de contato com uma embarcação tradicional, de uma forma lúdica e didática”.

O “Estandarte”, tradicional barco que durante mais de cinqüenta anos cortava os “furos” do litoral do Maranhão, estava de novo, “novinho em folha”, graças ao trabalho desenvolvido pelos alunos do Curso de Construção Naval Artesanal do Estaleiro Escola.

Inaugurado no final de 2006, o Estaleiro Escola vem recebendo total apoio do CNPq e do Governo do Estado, através da UNIVIMA que, na pessoa do professor Othon Bastos, não tem medido esforços para garantir o sucesso desse projeto da mais alta relevância para história da construção naval do país.

Agora a canoa costeira “Estandarte” brilha no pavilhão de frente da Amazontec, o grande evento sobre o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia que se realiza no Multicenter Sebrae. Seu antigo proprietário o Mestre marítimo Sebastião continua no comando e nos leva a um passeio mágico pelas entranhas de uma canoa costeira e emocionado nos fala. “Eu, que aqui transportei tanto carvão, nunca imaginei que iria vê-la com tanta luz nos porões!”

Nós, maranhenses de nascimento e de coração, só temos a agradecer a esse exitoso Projeto que nasceu em terra, na alma e dos sonhos de um mineiro, agora maranhense por opção voluntária e que buscava o mar.

4 comentários »

Ditados populares.

0comentário

Numa roda de amigos, o assunto do momento era a grave crise financeira que acabara de ser anunciada e abalava os mercados mundo afora.

Genivaldo, um dos entendidos do mercado de capitais, impostava a voz para dizer:

– “Não há bem que sempre dure e nem mal que não se acabe”.

Bertoldo, por sua vez, lembrava a todos que a situação atual era “escarrada e cuspida” à grande crise de 1929.

Dando um trago no chopp e sempre atento à conversa, Genivaldo, o mais erudito da turma, fez uma pequena correção:
– “Em Carrara esculpido!” – É esse o ditado. Lembrando que na Roma antiga era utilizado dessa forma para descrever uma obra esculpida em mármore de Carrara semelhante ao modelo.

– Em momentos iguais a este, “onça que dorme vira tapete!” – É bom ficar atento, teria comentado o vizinho da mesa ao lado.

Genivaldo, com seu ar professoral, comentou que a especulação financeira faz jus ao ditado popular “sorte de uns, azar de outros”.

– “A dor ensina a gemer”, gente! Suspirou o Ramiro, o mais triste de todos. – Imagina a minha situação. Desempregado há muito tempo e vivendo às custas da “patroa”, me empolguei e apliquei a grana toda da minha mulher numas ações que um amigo me recomendou! Perdi quase todo o dinheiro dela nessa ciranda financeira! Meu avô, que vivia pedindo a Deus para lhe dar “paciência e um pano para embrulhá-la”, se vivo estivesse, estaria a me dizer: Meu filho, “Boca do ambicioso só se fecha com terra de sepultura”.

Um outro colega ao lado, soltou ainda esta pérola para animá-lo: – “azar no jogo sorte no amor”, rapaz ! – E, digo mais ainda, não adianta se apavorar. Tenha calma! Afinal de contas, “cautela, água benta e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém”.

A conversa rolou animada, cada qual filosofando sobre a crise, até que, tarde da noite, a mesa foi desfeita. Pediram conta e cada um retornou para a sua casa.

Ramiro, preocupado e tentando encontrar uma explicação para a mulher quando chegasse em casa, estava muito tenso. Pensava consigo mesmo: “É hoje que a cobra vai fumar”. Afinal, já tinha aprontado algumas anteriormente  e como “gato escaldado tem medo de água fria”, sabia que a mulher iria lhe cobrar muitas explicações. Dito e feito. Chegando em casa “mais macio que doce de batata” logo percebeu que a mulher já sabia de tudo. Ela estava uma fera!

– Tu bem sabias, Ramiro, que “dinheiro não traz felicidade, mas ajuda muito!” – Bem que a vizinha vivia me dizendo para eu abrir os olhos, mas como “o corno é sempre o último a saber”… eu aqui ficava pensando que meu dinheiro estava repousando seguro numa caderneta de poupança e tu especulando com a minha grana! Desse jeito Ramiro, a gente vai acabar ficando “sem eira nem beira!”

A vizinha, acordada no meio da discussão, tentou acalmar a briga e ainda levou logo um chega pra lá:

– Não te mete no que não te diz respeito, “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. E virando-se para o marido disparou desolada: “pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto!”

Ramiro ainda tentou argumentar dizendo à mulher que “macaco só vê o rabo do outro…”, ao que ela retrucou de pronto:
– Tu vais ter ainda que me escutar! – E te calas porque tu não tens razão! “Quando um burro fala, o outro murcha a orelha” soltou furiosa a mulher.

Como “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, Ramiro decidiu “recolher o trem”.

Desolado, foi dormir na sala. Refletiu bastante e resolveu adotar uma nova postura daí em diante. Como “quem morre de véspera é peru de Natal” e adotando a máxima de que “quem quer vai, quem não quer manda”, acordou cedo disposto a encontrar um emprego e recuperar o prejuízo. Iria “arregaçar as mangas” e partir em busca de novas oportunidades para reaver a grana lembrando-se que “quem procura sempre acha, se não um prego uma tacha”.

Decidiu esquecer a discussão da noite anterior, lembrando-se de que “tristeza não paga dívidas”.

No café da manhã, chamando-a de querida, ainda tentou fazer as pazes com a mulher, lembrando a ela que “roupa suja se lava em casa” e saiu de casa disposto a ser um novo homem.

Afinal de contas, “é errando que se aprende”, filosofou Ramiro.

sem comentário »

A moeda do Marrocos

7comentários

450px-koutoubiamarrocos.jpgVocê sabe qual o nome da moeda do Marrocos?

Bem, não acredito que você esteja interessado em aplicar suas economias nessa desconhecida moeda, principalmente neste tempo em que as Bolsas no mundo inteiro estão a despencar. Mas, vai que o mercado dê uma reviravolta, é bom estar a par…

Há algum tempo, resolvi tirar umas férias e junto com Bete minha mulher e mais um casal de amigos, partimos para conhecer o exótico país do Norte da África.

Nossa primeira escala foi em Marrakech. Ao chegarmos ao La Mamounia, com sua requintada decoração em estilo mourisco e art deco e famoso pelo restaurante do filme “Mil e uma Noites”, tratei logo de me informar sobre o câmbio para trocar alguns dólares na moeda local.

Retornei ao lobby do hotel enquanto eles ainda faziam o check in. Curiosos, me perguntaram sobre o nome da moeda.
Para que eles jamais se esquecessem do nome, resolvi contar-lhes uma história ocorrida em São Luís, na década de 60.
Final do Torneio Intermunicipal. Estádio Nhozinho Santos cheio. Viana e São José de Ribamar disputavam a taça de campeão.

O time de Viana havia sido classificado em uma das chaves. Chegava à Capital com a fama de imbatível. A grande revelação do torneio era o ponta esquerda da equipe. Branquelo, cabelo liso, magricelo quase raquítico, Dirran era arisco como poucos. Lembrava muito o eterno Garrincha, pelos dribles desconcertantes que aplicava em seus marcadores.

– “… O primeiro time do Rádio! Uma liderança que ninguém discute! PRJ9 ZYY9 Rádio Timbira do Maranhão!…” Ouvia-se a voz do locutor Canarinho encantado com as performances do ponta esquerda:

– “… Maneco lançou Dirran, matou no peito, deu um banho de cuia no adversário, correu pela linha de fundo, driblou o primeiro, por baixo da perna do segundo, cortou pra dentro, driblou o goleiro entrou com bola e tudo, é GOOOOOOOOL! Golaaaaço! Diiiirraaaaaaaan! É 11 a camisa dele!”

E assim foi. Terminado o primeiro tempo, 3×0 para o time de Viana. Três gols de Dirran.

A galera empolgada gritava: – Dirran! Dirran! Dirran! Dirran!

Fontenele, o repórter de campo, correu em direção ao craque que saía, exausto, em direção ao vestuário:

– Dirran! Você arrasou com o time do São José, rapaz! Mas me diga uma coisa, satisfaça a curiosidade dos ouvintes da Rádio Timbira do Maranhão. Você é de origem francesa? Esse seu nome Dirran…

– Qui francês qui nada siô, eu sou mesmo é nascido lá no Jacaré, Interior de Penalva.

– E por que então o nome Dirran? Questionou o repórter.

– É pro causo do meu apelido, que é “cú de rã”…. pra não ficar feio, eles abreviaro pra “di rã”…

Tenho certeza de que até hoje os meus amigos, assim como os meus leitores, jamais esquecerão o nome da moeda do Marrocos: Dirham.

7 comentários »

O babaçu e os franceses

0comentário

babacuparte4.jpg                                                                                        (parte 3)

No final da década de trinta do século passado, o Jornal Cidade de Pinheiro registrava a instalação da fábrica francesa para exploração do babaçu nas imediações da Chapada, a cerca de 22 km da sede do município, na localidade Providência. As atividades foram iniciadas em 21 de fevereiro de 1929.

A chegada dos franceses agitou não só a pacata cidade de Pinheiro, mas sobretudo os moradores dos povoados vizinhos. Os caboclos, curiosos, não entendiam nada do que ouviam da boca daqueles estrangeiros brancos, vermelhos até, de tanto sol e calor, enquanto as nativas se encantavam com os olhos azuis dos visitantes.

Dotada de todo o aparelhamento necessário, esta unidade de produção previa a geração de cerca de 300 postos de trabalho, aproveitando a mão-de-obra local para as atividades de coleta, transporte e movimentação da matéria prima. A administração e as etapas mais sofisticadas do processo ficavam a cargo dos técnicos franceses.

O prof. Jerônimo de Viveiros, em um de seus artigos da série Quadros da Vida Pinheirense, destacava as etapas de carbonização e destilação, até então desconhecidas:

“Carbonização: Para a carbonização, a usina possui um forno de tijolos refratários com quatro divisões, incomunicáveis entre si, o qual recebe uma cuba de ferro com 625 Kg de casca. A duração da etapa de carbonização é de 6 horas. Em média, uma cuba produz 145 Kg de carvão em pedaços, 20 Kg de carvão em pó, 300 litros de pirolenhoso e 40 Kg de alcatrão. O carvão fica na cuba e o alcatrão se condensa. O pirolenhoso é recolhido em um depósito diferente do alcatrão e, finalmente, os gases incondensáveis, entre os quais figuram a anitrite carbônica, o óxido carbônico, o hidrogênio, o metano, o etileno, o acetileno e vários outros carburetos dotados de alto poder carbonizante, são aproveitados no aquecimento da cuba. A condensação do pirolenhoso é feita por um método especial, invenção dos químicos da empresa, na qual a base é o creosoto.

Destilação: O pirolenhoso, misturado com o creosoto, é levado por meio de encanamentos aos cilindros de destilação. É usado o método clássico por aquecimento para a separação do ácido acético, que é obtido primeiro com 40% e depois com 80% de pureza.”

Durante cerca de dois anos, a fábrica funcionou a pleno vapor, comercializando sua produção, despachada do Porto do Una, nas margens do rio Pericumã, para os mercados de São Luís e Belém do Pará, bem como fazendo as exportações através das Casas de Hamburgo.

Lamentavelmente, em 25 de julho de 1931, um acidente ocorreu durante a fase de teste de um equipamento para purificação do ácido acético. Um incontrolável incêndio seguido de explosões causou a morte de inúmeros operários e com grande quantidade de queimados.

Até hoje são lembrados relatos de algumas pessoas que trabalhavam na fábrica. Contam que pedaços de metais retorcidos foram encontrados a mais de 500m do local, comprovando a magnitude do desastre.

Sem noção da importância histórica que a Usina Providência representava, os moradores do local saquearam tudo o que puderam levar. Há registros de que os equipamentos e peças de maior porte foram adquiridas pelos comerciantes de Pinheiro para adaptarem a suas instalações.

Com a ocorrência desse acidente, a Usina Providência foi desativada, desfazendo-se o sonho de industrialização de Pinheiro.

Atualmente, o que ainda restou desse empreendimento são as caboclas bonitas de olhos azuis da Ponta Branca, povoado nas imediações da fábrica Providência, descendentes daqueles franceses que vieram para participar da implantação e operação da Usina.

Tempos depois, coube a um pinheirense, o empresário José Santos, descendente de tradicional família portuguesa, a segunda tentativa de industrialização do coco babaçu em Pinheiro, quando da implantação da COPISA.

Esta fábrica, com capacidade de extração de 18 mil litros/dia de óleo, iniciou suas atividades no início da década de 70. No entanto, assim como tantas outras que não acompanharam o processo de evolução tecnológica, acabou sendo desativada dez anos depois.

Enquanto o processo de beneficiamento do coco babaçu não evoluir a ponto de torná-lo competitivo, vou acabar me rendendo a teoria de meu amigo José Benedito: vou começar a interagir com o babaçu a fim de promover seu enriquecimento quântico, na esperança de que o babaçu “enquantado” possa vir a ser a salvação da lavoura do Maranhão!
 

sem comentário »

O babaçu e os franceses

6comentários

babacu5.jpg                                                                                                            (parte 2)

Motivados pelo início do processo de industrialização da Europa pós-primeira Guerra, os franceses perceberam o potencial do babaçu: uma matéria prima capaz de fornecer uma gama diversificada de subprodutos, principalmente destinados ao segmento da siderurgia.

A notícia da instalação de uma fábrica para o beneficiamento do coco babaçu, sobretudo com a possibilidade de extração de inúmeros derivados, logo chegou à pacata cidade de Pinheiro. A população local, movida pela curiosidade, acompanhou eufórica a implantação da primeira indústria química da região.

O Jornal Cidade de Pinheiro publicou em fevereiro de 1929, um registro da Revista da Associação Comercial do Maranhão, em seu número II – Ano V, acerca de um comunicado oficial do Itamaraty, fazendo referência a esse empreendimento:

“A Indústria do babaçu:

O sr. Henry Charbonnel, que durante alguns meses do ano passado percorreu o Brasil, acaba de comunicar ao Adido Comercial do Brasil em Paris haver constituído, para a exploração da indústria do babaçu, a “Societé Financière Franco-Brésilienne” com o capital de cinco milhões de francos.

Esta sociedade já adquiriu o material necessário à criação de uma usina para processar 70 toneladas diárias de coco, correspondendo à uma produção de cerca de 1.200 a 1.400 toneladas de amêndoas por ano. Para a quebra do coco, a sociedade conseguiu fabricar uma máquina especial e o resultado obtido com a mesma foi de tal modo satisfatório, que já foram expedidas para a usina que a sociedade está instalando no Maranhão 20 máquinas desse tipo, e o material necessário à produção de uma força de 40 HP.

Por intermédio da “Société de la Carbonisation” e da “Société des Produits Chimiques”, a nova sociedade fez proceder, durante três meses, a estudos metódicos para o tratamento do coque de babaçu e obteve nas experiências e análises o resultado seguinte:

A destilação das nozes de babaçu em vaso fechado fornecia em peso:
• 30% de carvão tipo coque metalúrgico;
• 8% de ácido acético a 80º;
• 15% de álcool metílico;
• 8% de alcatrão.

O coque obtido, analisado na “Écolle des Arts et Mettiers”, deu:
• 90% de carbono puro;
• 5,4% de materiais voláteis;
• 4,4% de cinzas;
• 0,85% de umidade total.

O Poder calorífico do combustível seco chegou a 7.700 Kcal/Kg. Este combustível constitui, pois, um coque de primeira qualidade porque não contém enxofre nem arsênico e apenas uma pequena quantidade mínima de fósforo.
Dessa forma, ou preparado em briquetes, será seguramente utilizado nos altos-fornos.

Algumas indústrias siderúrgicas francesas, especializadas na fabricação dos aços especiais, (aço-nickel, cromado ou misturado com tungstênio) pretendem mandar vir do Brasil esse coque para a fabricação direta de tais aços.

O ácido acético pode fornecer:
1. Anidrido acético para a fabricação de perfumes e de acylaturas;
2. Éteres acéticos empregados como dissolventes de vernizes;
3. Acetato de celulose utilizado na fabricação de seda artificial;
4. Acetato de sódio, de potássio, de alumínio, de uso corrente na indústria de produtos químicos e de materiais corantes;
5. Acetona, dissolvente bem conhecida e de venda assegurada.

Em resumo, o ácido acético obtido daquela forma poderá criar no Brasil uma indústria vasta e variada e ser ainda exportado, se for necessário, para os Estados Unidos ou para a Europa.

O álcool metílico é de emprego corrente em numerosas indústrias. Obtido a preço de custo muito baixo, poderá caso não encontre consumo no Brasil, ser colocado facilmente nos Estados Unidos e na Europa.

O alcatrão obtido é particularmente rico em materiais voláteis. Destilado por processo novo, ele dá essências ligeiras, gás-oil e mazout, bem como resíduos que podem ser empregados no alcatroamento de estradas e em calafetos.

À vista desses resultados, a “Societé Financière Franco-Brésilienne” conseguiu o concurso técnico da “Societé des Produits Chimiques Purs”, que lhe conferiu também o direito exclusivo de utilizar no Brasil os seus processos de destilação e de recuperação de subprodutos. Já foram encomendados 4 fornos para o tratamento de cerca de 20 toneladas de nozes por dia.

No ano de 1929 a “Societé” conta adaptar a esses fornos aparelhos de destilação para obtenção de ácido acético, álcool metílico e alcatrão; instalar a destilação de alcatrão; elevar a 10 o número de fornos de modo a poder tratar a totalidade dos cocos que a usina pode quebrar, ou seja, como já foi dito, cerca de 70 toneladas por dia.

Conseguidos esses resultados a produção diária da usina será de:

20 toneladas de coque metalúrgico
5 toneladas de amêndoas
5 toneladas de ácido acético
5 toneladas de alcatrão
1 tonelada de álcool metílico.”

No próximo artigo, será abordada a instalação, a operação e, lamentavelmente, a desativação da Usina Providência.

6 comentários »

O babaçu e os franceses

4comentários

quebradeirasdecoco_1188788506_antoniomilena_ae_2007.jpg                                                       (parte 1)

Recentemente, a imprensa local deu destaque ao Projeto de Lei 154/08, de autoria do deputado Edivaldo Holanda (PTC), que propõe a alteração do art.1º da Lei nº4734/86 que proíbe, em todo o Estado do Maranhão, a derrubada de palmeiras de babaçu salvo para hipóteses específicas de interesse social.

Sob a alegação de que o projeto em pauta vai beneficiar apenas as imobiliárias e construtoras, o Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu, bem como inúmeros outros deputados, manifestaram-se contra.

Em que pese a abundância dos babaçuais em terras maranhenses, até hoje a exploração dessa riqueza continua sendo feita de forma extrativista e não obteve nenhuma evolução ao longo de nossa história.

O que vemos nos dias de hoje, ainda, é a triste cena das quebradeiras de coco sentadas em cima do machado, com a marreta na mão, entoando cantos sofridos e produzindo 5 a 6 kg de amêndoas por dia de trabalho, o que lhes rende, ao final de cada mês, menos da metade de um salário mínimo.

Enquanto não forem desenvolvidos processos de beneficiamento que possam extrair múltiplos subprodutos de forma economicamente viável, ainda vamos ter que conviver com esse lastimável quadro por muito tempo.

Segundo o pesquisador José Benedito Ribeiro, que está em vias de publicar um livro sobre a física do nada, haverá o tempo em que o homem aprenderá a afastar os causadores de qualquer doença. Quando isso acontecer, ele será capaz de promover “enistições” adequadas através do enriquecimento quântico e concedendo ao babaçu “enquantado” elevados teores de concentração de vitaminas, proteínas e sais minerais, transformando-o em um produto tão nobre que as futuras gerações irão reverenciar aqueles que hoje lutam pela preservação dos babaçuais. 

Registros da Associação Comercial do Maranhão nos mostram que, no ano de 1926 quando foi criada a Aliança das Classes Conservadoras, o aproveitamento do babaçu se fazia apenas pela utilização das amêndoas, que eram quebradas manualmente pela população residente na zona rural, graças ao tradicional processo de coleta manual, e a produção dos derivados era muito limitada, como ocorre ainda hoje.

Os jornais daquela época anunciavam a compra de subprodutos do babaçu:

1$700 réis o tonel de azeite.
40$000 réis a tonelada de coco inteiro.
150 réis o kg de farelo.

Em 1928, os raros industriais que beneficiavam o coco babaçu, para se tornarem mais competitivos no mercado externo, vinham lutando pela isenção dos impostos de exportação.

Em Pinheiro, o juiz Elisabetho Carvalho, a esse tempo catedrático da Faculdade de Direito de São Luís, gozava de grande influência junto aos poderes públicos do Estado. Mais tarde, chegaria a se tornar desembargador, membro do Tribunal Regional Eleitoral, procurador-geral do Estado e, inclusive, interventor federal do Estado do Maranhão no governo Getúlio Vargas.

Com sua aguçada visão estratégica e graças à sua interferência junto ao governador Magalhães de Almeida, foi concedida, através de decreto, a uma gleba de terra localizada no município de Pinheiro para a exploração das matas de babaçu, com a finalidade de instalação da primeira indústria química para processamento dos produtos oriundos do coco babaçu.

O Diário Oficial de 21 de maio de 1928, em seu anexo III, transcreve cópia de Termo de Contrato realizado entre a Compagnie Française d´Entreprises Financières Industrielles et Commerciales e o Estado do Maranhão:

“Termo de contrato que fazem o Estado do Maranhão e Compagnie Française d´Entreprises para a concessão de terras devolutas no município de Pinheiro para a exploração mecânica do coco babaçu e outros subprodutos (Lei no. 1.243 de 11 de abril de 1926). As terras em questão abrangiam uma área aproximada de 22.500 hectares, resguardadas aquelas concessões anteriores e posses legais.
O governo isentará a companhia, pelo espaço de vinte anos, dos impostos estaduais e municipais sobre os subprodutos da casca do coco babaçu que não são atualmente taxados pela lei orçamentária em vigor, e dará o abatimento de 50% sobre os impostos estaduais e municipais daqueles produtos que, como o ácido acético e outras matérias de tinturaria e farmácias, embora taxados na tabela B da Lei orçamentária vigente, não são agora absolutamente produzidos no estado”.

 Com um apoio importante como esse, a empresa francesa, com sede em Paris, à Boullevard des Italiennes, chamada Compagnie Française d´Entreprises Financières Industrielles et Commerciales, decidiu implantar no Maranhão, e sobretudo em Pinheiro, a sua primeira usina de beneficiamento do babaçu.

Vou relatar no próximo artigo, um pouco da história acerca dessa indústria que veio a se implantar em Pinheiro, tendo feito investimentos no Porto do Armazém – à margem esquerda do rio Pericumã – para escoamento da produção, bem como na construção de um ramal de estrada de ferro, onde os vagões que carregavam o coco babaçu eram puxados por parelhas de burros.

Aguardem!

4 comentários »

A vírgula novamente

0comentário

Um leitor contribui para a importãncia da vírgula nos textos, na vida e até na morte:

Um velho muito rico faleceu e deixou em testamento a seguinte frase:

“Deixo os meus bens a meu irmão não aos ricos nada aos pobres”.

Nao teve tempo de pontuar a frase e faleceu.

Como todos estavam interessados na herança, cada um pontuou a frase de forma a obtê-la. Veja como isto aconteceu na prática:

Pobres: Deixo os meus bens: a meu irmão não, aos ricos nada, aos pobres.

Ricos: Deixo os meus bens: a meu irmão não, aos ricos, nada aos pobres.

Irmão: Deixo os meus bens a meu irmão, não aos ricos, nada aos pobres.

sem comentário »

Cuidado com a vírgula!

3comentários

Pouca gente se dá ao trabalho de perceber a importância de uma vírgula.
Um simples sinal de pontuação, bem ou mal aplicado, pode alterar significativamente o sentido de uma frase.

A vírgula pode ser uma pausa… ou não:

Não, espere. Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro com uma simples mudança de lugar:
R$ 23,4 ou R$ 2,34?

Pode ser autoritária:

Aceito, obrigado.   Aceito obrigado.

Pode criar heróis:

Isso só, ele resolve.   Isso só ele resolve.

E vilões:

Esse, juiz, é corrupto. Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução:

Vamos perder, nada foi resolvido.  Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião:

Não queremos saber. Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

A campanha que vem sendo desenvolvida pela Associação Brasileira de Imprensa – ABI, “100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação”, apresenta, ainda, mais detalhes:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.

Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

Tenham, pois, muito cuidado com a vírgula.

3 comentários »

Vamos reagir!

0comentário

Durante a semana que passou a imprensa nacional noticiou o resultado da avaliação feita pelo Ministério da Educação acerca das instituições de ensino superior. O Índice Geral de Cursos (IGC) foi divulgado e, para nossa decepção, as universidades do Maranhão apresentaram um resultado pífio.

Para quem se orgulha de ter tido, séculos atrás, Gonçalves Dias, Sousândrade, os irmãos Azevedo entre tantos e, mais recentemente, Josué Montello, Ferreira Gullar, José Sarney e Nauro Machado, só para citar alguns, deve ter ficado desolado ao constatar a triste realidade do nosso ensino superior.

E quanto às próximas gerações? Com a oferta do ensino neste patamar de qualidade, quem serão as nossas futuras referências?

Mas o pior de tudo é que não se ouviu nenhuma voz ser levantada para externar o espanto, ou mais, a indignação com o quadro lamentável que foi escancarado para a nossa sociedade!

Afinal de contas, onde andam as nossas lideranças estudantis? Os nossos sindicatos, as nossas entidades representativas de classe que assistem à divulgação de um quadro constrangedor como esse sem se manifestar?

Será que o assunto da campanha eleitoral é mais importante que isto? E não seria pelo menos conveniente que os candidatos aproveitassem essa “deixa” e abordassem o tema tão importante como este em seus debates, comentando e apresentando propostas que possam nos tirar dessa incômoda posição?

Ao contrário, o que se viu foram Instituições saírem em euforia para divulgarem que foram as melhores! Melhores em que, pergunto eu? Afinal, numa avaliação aonde a pontuação máxima chega a 500, obter 265 pontos é motivo para comemorar? Não! É motivo sim, para se envergonhar, para se questionar  e para extrair desta triste realidade oportunidades de melhoria, a fim de ofertar um ensino superior de qualidade.

Rui Barbosa, quase cem anos atrás, nos deixava uma lição de vida: “Aqui não se chora. Aqui se reage. Aqui não se alçam bandeiras de lágrimas. Desfralda-se a bandeira da luta e da liberdade…”

A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelou que, no Brasil, temos cerca de 14 milhões de jovens e adultos analfabetos. No Maranhão a mesma pesquisa aponta que mais de 20% da população não sabe ler nem escrever.

Com tal desanimador quadro, como crescer e se desenvolver galgando degraus mais elevados na escada da ascensão social?

Por outro lado, é sabido que os grandes conglomerados que atuam no Maranhão sinalizam investimentos da ordem de U$ 28 bi a serem aplicados em nosso Estado, em um curto horizonte de 5 a 6 anos.

Não é erro de digitação, não! São vinte e oito bilhões de dólares a serem distribuídos nas áreas de mineração, refino de petróleo, geração de energia, no agro-negócio e na expansão das atividades portuárias.

Há que se insurgir contra com esse quadro desolador apresentado pela avaliação do MEC pois sem mão de obra qualificada jamais poderemos acompanhar e participar dessa etapa de crescimento que se avizinha para um futuro bem próximo.

Não vamos nos iludir! Mais uma vez iremos importar mão de obra dos outros estados da federação, que estão mais preparados, formando profissionais mais capacitados, e serão estes que ocuparão os melhores postos de trabalho.

Não deve ser esquecido que o maior compromisso do empresário privado, não é com a região e sim com a qualidade e com o resultado do seu negócio.

Vamos abrir os olhos enquanto é tempo!

sem comentário »
https://www.blogsoestado.com/josejorge/wp-admin/
Twitter Facebook RSS