A invasão do idioma inglês

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Quando Ludoviko Lázaro Zamenhof formulou a idéia da criação do Esperanto, ele imaginou uma forma de comunicação oral e escrita capaz de promover e facilitar a comunicação entre todos os povos. Seria uma língua neutra, não nativa de nenhum País e também não imposta de cima para baixo devido às pressões políticas, econômicas, e muito menos religiosas.
É bem verdade que o Esperanto não progrediu como se esperava, e o que se observa no mundo contemporâneo é a ascensão da língua inglesa.
Desde o século XIX, motivada pela Revolução Industrial e pelo colonialismo do Império Britânico, a língua inglesa vem se disseminando de forma avassaladora.
A partir do século seguinte, graças ao poderio político-militar e econômico dos Estados Unidos da América do Norte, a língua inglesa vem sendo massificada ao redor do mundo.
Mesmo sendo a terceira língua mais falada em todo o planeta, com quase 800 milhões de pessoas dominando a arte de ler, escrever e se expressar, o inglês ainda perde de longe para o Mandarin e o Hindi, falados na China e na Índia, respectivamente. No entanto, se destaca como a mais importante ferramenta no meio científico e no mundo dos negócios.
Os demais países lutam contra o avanço do idioma de Shakespeare.
O francês, por exemplo, até pouco tempo considerada a língua dos acadêmicos, dos intelectuais e do relacionamento diplomático, hoje utiliza-se de todas as suas forças para se proteger contra a invasão da língua vizinha.
Com a criação do Mercado Comum Europeu, e posteriormente com a Unificação dos mercados e a globalização atual, a França mantém sua cultura protegendo a sua língua natal. A Lei Toubon, de 1994, determina a “exigência do emprego obrigatório do idioma francês por parte dos empregados de qualquer empresa instalada em seu território”. O próprio Nicolas Sarkozy, eleito presidente, afirma que não trairá nenhuma de suas promessas de campanha, e entre elas: “cuidarei para que, nas empresas instaladas em território francês, a língua de trabalho seja o francês…” Mas, já estão pagando caro por isso; recentemente, no Centro Hospitalar de Épinal, quatro pacientes com câncer de próstata, submetidos à radiação em excesso, morreram devido à … má compreensão do programa do “ordinateur”(computador), que estava em inglês!
Quando tratamos da língua portuguesa, afinal uma população de mais de 200 milhões se expressam neste idioma, temos também nossas preocupações. O mercado de trabalho se abre para aqueles que dominam mais de um idioma e precisamos ofertar aos nossos estudantes, pelo menos, uma segunda língua. As alternativas que se mostram mais atraentes são, sem dúvida alguma, o inglês, o francês e, com a perspectiva do bloco econômico formado pelos países do continente sul americano, o espanhol.
Aqui no Maranhão, ao tempo em que estamos sendo reprovados nos exames nacionais de qualidade de ensino, nos deixamos invadir pelo uso abusivo de vocábulos ingleses.
No ambiente de trabalho, as expressões stakeholders, players, partners, benchmarking, entre outras, já fazem parte do linguajar cotidiano e dos papers (eu, hein?!) que circulam nas empresas. Na rede mundial de computadores as expressões FYI, hi, thanks, bye, etc, são amplamente utilizadas.
Na cidade de São Luís, os lançamentos imobiliários abusam, anunciando edifícios comercias e condomínios residenciais com nomes do tipo: Planta Tower, Manhattan Center, Garden Shopping, Space Home, etc. etc.
Ainda bem, que na tentativa de homenagear os franceses, fundadores de São Luís, muitos prédios aqui na cidade, levam nomes como Renoir, Rembrandt, Monnet, Saint Exupéry, entre outros.
Em frente ao São Luís Shopping Center (de novo…), apenas como exemplo, tem uma pequena banca de jornais, onde o jornaleiro fez um pequeno recuo na avenida professor Carlos Cunha para permitir que o cliente possa comprar as revistas e jornais sem sair do próprio carro, e ainda se deu ao luxo de confeccionar uma placa com a seguinte inscrição (in english, of course!): Drive-Thru!
Pode?

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O Circo de Soleil e o Peru dançador.

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Os registros históricos apontam que em Pompéia, 70 anos antes de Cristo, já existia um anfiteatro onde exibicionistas se apresentavam ao público, em geral para mostrarem suas habilidades incomuns. Outros estudiosos dizem que, na verdade, a origem do circo é muito mais remota ainda. Na China, por exemplo, foram descobertas pinturas que datam de aproximadamente 5.000 anos onde aparecem artistas, equilibristas e contorcionistas.
E quem não se recorda de um circo durante sua infância? Quem não correu atrás dos palhaços anunciando a chegada do circo na cidade? Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor! O Palhaço o que é? Ladrão de mulher…
A partir de outubro próximo, até maio de 2008, os brasileiros admiradores dos espetáculos circenses terão a oportunidade, sem sair do País, de assistir às apresentações da mais glamourosa e espetacular companhia de circo até hoje criada. Trata-se do Cirque du Soleil. Uma companhia fundada em 1984 para celebrar as comemorações dos 450 anos da chegada do explorador francês Jacques Cartier à província de Quebec, no Canadá.
O grupo fará 250 espetáculos nas principais capitais brasileiras, começando por Curitiba, depois Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Desde que foi criado, o Cirque du Soleil já percorreu o mundo inteiro encantando as crianças e os adultos, embevecidos pela graciosidade e preciosismo de suas apresentações. Embalados pelos grandes arranjos musicais, influenciados pela ópera, pelo rock e pelo ballet, e com um figurino magnífico, os mais famosos malabaristas, contorcionistas, trapezistas e artistas se apresentam para deleite de todos. Sem falar nos palhaços, é claro! Afinal todo circo que se preza tem que ter palhaço.
E por falar em circo, compartilho com os leitores a chegada do primeiro deles à cidade de Pinheiro, no Maranhão.
Mais uma vez aparece o folclórico personagem Nadico à frente do novo empreendimento.
Depois de ter morado por alguns anos em Belém do Pará, Nadico resolveu ser empresário de Circo. Adquiriu umas estruturas de madeira para fazer o “poleiro”, algumas lonas para cercá-lo e recrutou uma pequena trupe. Chegando a Pinheiro para suas apresentações, contratou um grupo de crianças da periferia para saírem pela rua anunciando a chegada da grande atração. O palhaço à frente gritava:
– Hoje tem espetáculo? – Ao que as crianças, em coro, respondiam alegremente:
– Tem, sim senhor!
– Na casa de seu avô? – Perguntava o palhaço.
– Tem, sim senhor!
– Hoje tem marmelada? – Indagava, de novo, o palhaço.
– Tem, sim senhor!
– O palhaço o que é?
– Ladrão de mulher!
E o palhaço finalizava, convocando as crianças para uma nova rodada; – Arroooocha, negada!
De vez em quando, o locutor anunciava as atrações do dia. Uma das mais inusitadas era anunciada com grande fervor:
– Compareçam todos para ver o peru que dança mambo!
Na hora do espetáculo, enquanto anunciavam a entrada do “peru dançador”, Nadico ficava nos fundos do Circo, atiçando o fogo embaixo de um tacho de ferro, daqueles utilizados para torrar a farinha de mandioca. Quando o tacho estava bastante quente, rapidamente dois ajudantes o carregavam para o picadeiro, ao tempo em que outro o cobria com uma toalha e a orquestra dobrava os acordes. Ao som do mambo, Nadico aparecia com o “peru dançador” e o soltava em cima do tacho quente. Pode-se imaginar o sufoco do peru queimando os pés e saltitando ao som do mambo, sendo aplaudido freneticamente pelo público.
Outro espetáculo muito anunciado era o do “monstro que come crianças”. Quando da sua aparição, as luzes todas se apagavam e entrava em cena aquela figura grotesca, fantasiada de monstro, escorrendo sangue pelos cantos da boca, gesticulando, gritando e emitindo urros, causando verdadeiro pavor às crianças que estavam acompanhadas dos pais. A gritaria era geral!
Nadico, então, pedia às mães que cedessem uma de suas crianças ao monstro. Como isso não acontecia, como era de se prever, o espetáculo não se consumava e ele recolhia o monstro sob a alegação de que não havia criança para o monstro comer…
Os tempos são outros, mas o espetáculo continua.

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Do iPhone ao chamató verde.

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A propaganda é alma do negócio. Já diziam os mais antigos.
Uma simples apresentação do Steve Jobs, o criador da Apple, foi suficiente para atrair a atenção da mídia mundial. Em menos de dois meses, milhões de iPhones já foram vendidos. Um pequeno aparelho eletrônico, de dimensões reduzidas, que cabe na palma da mão, é capaz de realizar proezas antes inimagináveis. Com uma memória flash de 8 GB apresenta funções de um telefone celular, agenda de bolso, micro computador, máquina fotográfica digital de alta resolução, receptor e transmissor de dados e imagens, capaz de armazenar e reproduzir músicas e filmes, além de navegar nos mares da WEB em qualquer lugar do planeta. Como se não bastasse, utilizando-se do recurso do Google Maps, ainda é capaz de acessar mapas das estradas e das cidades ao redor da Terra. Ninguém mais vai se perder daqui em diante.
Acabo de tomar conhecimento, nesta semana, do lançamento de mais um novo produto. O tênis com GPS.
Quem diria! O GPS, há poucos anos, era um instrumento de alta tecnologia utilizado apenas pelas mais modernas aeronaves. Hoje, já estamos pisando nele!
O Compass Global 1000, o novo pisante da galera, vem equipado com um Global Positioning System, que permite a sua localização a partir dos mais de 30 satélites que nos vigiam do espaço.
Muito mais interessante ainda, é que além de precisar a sua localização, ele será capaz de receber informações, via satélite, sobre o seu paradeiro.
Muita criatividade para conquistar o mercado! Falando em criatividade, me faz lembrar a história do chamató verde.
Ainda vivo, e põe vivo nisso, Nadico continua, com seus quase oitenta anos, em plena atividade. Contam os seus contemporâneos que ele sempre foi muito criativo e para ganhar a vida teve que se aventurar por toda a sorte de negócios. Costumava dizer, esticando os três dedos da mão, que “três coisas que não se pode contar… estrela no céu… pau torto na mata e gente besta na terra..!”
Meio século atrás, quando morava em Belém do Pará, Nadico decidiu-se pelo mercado de calçados. Teria descoberto um grande estoque de tamancos de madeira, encalhado em uma das lojas do mercado Ver o Peso. Os tamancos, de tamanhos variados, tinham a coberta feita em tecido e couro verdes.
Nadico arrematou todos por uma verdadeira pechincha e decidiu revendê-los em Pinheiro. No cais do porto, contratou um barco para fazer o transporte e fez a viagem até sua terra, passando por Vizeu, Carutapera, Guimarães e chegando a Pinheiro em pleno inverno, depois de sete dias de viagem. Na calada da noite, os tamancos foram descarregados e levados à casa de Nadico.
Naquele tempo, existia na cidade um comerciante chamado Joaquim Lima, que era dono da Casa Sorriso. Era uma loja que vendia “de um tudo” como costumavam dizer. E sempre que alguém batia à porta da Casa Sorriso, Sr. Joaquim Lima logo aparecia, todo solícito.
– Seu Joaquim Lima, tem isso? Ele abria um largo sorriso e respondia:
– Ora, minha filha, o que que a Casa Sorriso não tem?!…
No dia seguinte Nadico contratou umas mocinhas que durante todos os dias da semana passavam em frente à Casa Sorriso, querendo comprar chamató verde. Joaquim Lima queria vender os chamatós tradicionais, feitos em Pinheiro, mas as meninas recusavam, dizendo que só queriam comprar os tamancos verdes que estavam na moda em Belém do Pará.
Na semana seguinte, Nadico se apresenta ao Joaquim Lima, dizendo ter acabado de chegar de Belém, trazendo um carregamento de chamatós verdes, que eram a grande “coqueluche” na capital do Pará. Desnecessário dizer, que foi feita a negociação e Joaquim Lima comprou todo o estoque de Nadico.
Dizem os mais antigos que, até o falecimento de Joaquim Lima, a Casa Sorriso ainda estava repleta de chamatós verdes.
Eu só espero que o tênis Compass Global 1000 não seja um novo chamató verde…

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Calma!

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Meus leitores têm reclamado que tenho andado ausente.
É por absoluta falta de tempo; mas quero compartilhar com vocês um pouco destas informações

.The.pps

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14 de julho

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Nos primeiros meses da Revolução Francesa, reinava em Paris uma grande agitação. Na primavera de 1789, os Estados Gerais recusaram-se a se dissolver e se transformaram em Assembléia Nacional Constituinte. No início de julho daquele ano, o rei Luís XVI manda vir novas tropas e demite o popular ministro Necker.
Na manhã de , o povo de Paris saqueia o Hôtel des Invalides (dependências militares destinadas a abrigar soldados feridos em combate), apreendendo armas e se dirigindo em seguida a uma velha fortaleza real, construída 400 antes pelo rei Carlos V, a Bastilha. Desde a época do cardeal Richelieu, a antiga fortificação havia sido transformada em prisão e guardava os principais oponentes do regime monárquico. Depois de um sangrento tiroteio, a fortaleza é ocupada e o povo liberta alguns prisioneiros que ali se encontravam.
A tomada da Bastilha é a primeira vitória do povo francês contra um símbolo do Antigo Regime Absolutista reinante na França àquela época. O edifício, aliás, foi totalmente demolido nos meses seguintes. As pedras oriundas da demolição da fortaleza da Bastilha foram utilizadas anos mais tarde na reconstrução da bela Pont de la Concorde, que liga a Place de la Concorde ao Quai d´Orsay.
No período da IIIª República, o foi transformado em festa nacional. A primeira festa comemorativa da data cívica teve início com um desfile solene com tochas e fanfarra da praça das armas à caserna, na noite do dia 13. No dia seguinte, os sinos das igrejas e as salvas de tiros anunciaram o grande desfile, seguido de um almoço e de espetáculos de jogos. Os bailes e fogos de artifício encerraram o dia.
Depois da austeridade da primeira Grande Guerra mundial, o de 1919 ainda é lembrado como uma grande celebração da vitória. Dentro do mesmo espírito, o de 1945 foi precedido de três dias de comemorações cívicas.

O hoje

A festa do sempre foi um grande sucesso. Em Paris, o tradicional desfile militar nos Champs-Elysées é precedido de uma minuciosa preparação. Por toda parte ocorrem bailes, iluminações especiais e exibição de fogos de artifício.
Os presidentes da 5ª República acrescentaram algumas modificações às comemorações da data. Recuperando a tradição da Paris revolucionária, o Presidente Giscard d’Estaing criou o desfile das tropas entre a praça da Bastilha e a praça da República.
Durante a presidência de François Mitterrand, o de 1989 foi o momento alto da celebração do bicentenário da Revolução Francesa. Inúmeros chefes de Estado estrangeiros foram convidados a assistir, em particular, ao espetáculo de Jean-Pau Goude intitulado “A Marselhesa”. Por sua decisão, foi construído, no local da antiga fortaleza, o moderno Teatro da Bastilha, como forma de democratizar a música clássica, que veio a ser inaugurado no dia de 1989.
Desde a eleição do Presidente Jacques Chirac, militares e inúmeros jovens de toda a França são convidados para a recepção realizada no pátio do Palácio do Elysée após o desfile.
Aqui em São Luís, a Casa França Maranhão, juntamente com a Aliança francesa de São Luís, não pode deixar passar em branco esta data tão significativa, não somente para os franceses, como também para todos aqueles que reconhecem aquela importante manifestação do povo em busca de sua independência, quebrando as amarras que o subjugavam.
Para isso, está à frente de uma programação cultural que se fará realizar na sede da Casa França Maranhão, na Rua do Giz,e também na Praça Valdelino Sécio, no Centro Histórico de São Luís.

Programação:

Casa França Maranhão – 18:00 horas.
Abertura da exposição de fotos Nice – São Luís/França-Maranhão, da fotógrafa Marilia de Laroche, brasileira, que morou por vários anos no Sul da França. São fotografias realizadas em Nice, cidade do Sul da França onde ela passou os últimos onze anos, e em São Luís, cidade onde está morando. Dentre todas das cidades francesas, Nice é, talvez, a mais brasileira de todas, tendo uma longa tradição carnavalesca a exemplo de São Luís.
Uma degustação de pratos e bebidas franceses e brasileiros será oferecida pela padaria francesa “Chez Valéry”, seguida de uma mostra de danças típicas do Sul da França e canções francesas.
Praça Valdelino Sécio – 20:00 horas
Show musical franco-brasileiro.
A festa da música tem como objetivo reunir vários artistas a fim de oferecer ao público uma noite alegre e completamente gratuita, além de permitir a descoberta de novos talentos locais.
O show ficará por conta de diversas bandas cantando em português, francês e bambara: Lajeiro, Luís Mochel (Quarteto Insensatez), Nós da Música, Madrigal da Escola de Música do Estado, assim como a dupla Eva e Francisco (canções francesas) e a banda de Hip Hop Clã Nordestino. Para animar a festa e encerrar as festividades, convidamos o DJ Pedro Sobrinho.
On vous attend là.

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Livro inédito de Jerônimo de Viveiros

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Jerônimo de Viveiros, nasceu em São Luís a 11 de agosto de 1884. Seus antepassados, de origem espanhola chegaram ao Maranhão por volta de 1780 e se estabeleceram em Alcântara, em cujo meio se tornaram uma das famílias mais influentes. Seu bisavô (1789-1857), que tinha o seu mesmo nome, foi senador do Império. Seu avô, Francisco Mariano de Viveiros Sobrinho (1819-1860), barão de São Bento, foi deputado provincial e geral (10ª Legislatura, de 1857 a 1860), chefe do partido Conservador, fidalgo e cavaleiro da Casa Imperial.
Jerônimo era um dos cinco filhos de Maria Francisca e Jerônimo José Viveiros.
Ficando órfão de pai aos dois anos de idade, Jerônimo foi criado em um ambiente extremamente conservador e, em São Luis, iniciou o caminho das letras através de professores particulares, passando pelo Colégio Nossa Senhora da Glória, até a chegada ao Liceu maranhense.
Decidindo-se pelo Curso de Direito, viajou ao Rio de Janeiro para ingressar, sem maiores dificuldades, no Curso de Direito da então capital federal. Devido à fragilidade da saúde de sua mãe, teve que abandonar o curso, a essa altura no terceiro ano, para retornar ao Maranhão.
Estava com 22 anos quando se decidiu pelo magistério, como sendo uma das alternativas disponíveis para um jovem inteligente e amante das letras.
Assim, após um processo de seleção em que foi sabatinado pelo próprio governador do Estado, Dr. Benedito Leite, foi selecionado e nomeado para o Liceu Maranhense, como professor de História Universal. Sempre se destacando como professor, esteve à frente da Imprensa Oficial do Estado, foi diretor da Instrução Pública, além de fundar e dirigir com zelo e competência, o Instituto Viveiros.
Na década de trinta, com o advento do Estado Novo, o professor Jerônimo já era respeitado no seio da comunidade maranhense, e teve destacada atuação cívica e política contestando as ações do governo local.
No dia 6 de outubro de 1937, quando a Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, votava a peça do Orçamento para o ano vindouro, os deputados que faziam oposição ao Governo Paulo Ramos, se mobilizaram para boicotar a sessão. O professor Jerônimo de Viveiros, funcionário público estadual e do município de São Luís a esse tempo, liderou uma grande manifestação nas galerias da Casa. A Polícia Militar teve que intervir por ordem da Presidência da Assembléia, que suspendeu a sessão e evacuou as galerias.
Por essa ocasião, o professor Jerônimo de Viveiros era catedrático de História Universal do Liceu Maranhense e ajudante de Inspetor do Ensino Municipal de São Luís.
Por conta desse episódio, Jerônimo de Viveiros foi submetido a um inquérito administrativo e a outro policial, que culminou com seu afastamento, a bem do serviço público, em 29 de dezembro de 1937, conforme publicado no Diário Oficial do dia seguinte.
A perseguição política estendeu-se a ponto de o prefeito municipal de São Luís, Dr. Pedro Neiva de Santana, também exonerá-lo pelo mesmo motivo, do quadro de servidores do município, conforme ato publicado no Diário Oficial de 30 de dezembro de 1937.
Ao ver que lhe foram retiradas, à força, as suas alternativas de subsistência, ele foi obrigado a se transferir para o Rio de Janeiro, onde graças às suas habilidades e competência, logo se tornou professor da renomada instituição de ensino, o Colégio Pedro II.
Nessa sua segunda passagem pelo Rio de Janeiro, que durou cerca de 10 anos, colaborou na obra de Astolfo Serra, “A Balaiada” além de ter sido autor de 48 artigos especializados sobre a indústria açucareira do país. Além disso, escreveu biografias de Gonçalves Dias e Celso Magalhães.
Em 24 de fevereiro de 1950, tomou posse na Academia Maranhense de Letras, após ter sido eleito para a Cadeira no. 8, patroneada por Gomes de Sousa.
Bem antes das comemorações do primeiro centenário de Pinheiro, Clodoaldo Cardoso e o desembargador Elisabetho Barbosa de Carvalho, ambos amigos próximos do professor Jerônimo de Viveiros, solicitaram-lhe que elaborasse um trabalho sobre a cidade de Pinheiro, semelhante ao que havia sido por ele publicado, Quadros da Vida Maranhense.
O historiador dedicou-se com afinco em pesquisas, sobretudo nas consultas aos arquivos do jornal Cidade de Pinheiro, produzindo o que ele denominou Quadros da Vida Pinheirense.
Quando da cerimônia oficial das comemorações do centenário de Pinheiro, ocorrida na sede do Instituto de História e Geografia de Pinheiro, o escritor entregou em mãos do então prefeito municipal Dico Araújo, os originais para que fossem publicados. Presente à cerimônia, representando o presidente da República Juscelino Kubitschek, estava o senador Assis Chateaubriand que se prontificou a editar o livro tão sonhado pelo desembargador Elisabetho.
Quando das pesquisas para a elaboração do meu livro Lugar das Águas, chegaram às minhas mãos documentos que estavam em mãos do jornalista Cloves Moraes, que os havia cedido ao senador José Sarney. Como os originais não foram encontrados até hoje, nos valemos dos arquivos do jornal Cidade de Pinheiro, resgatando toda esta obra escrita pelo pesquisador Jerônimo de Viveiros, e agora, cinqüenta anos mais tarde, ao reuni-la em livro, conferimos permanência a mais esse trabalho do importante historiador maranhense.
O Instituto Geia, que vem se destacando na publicação de importantes títulos da história maranhense, se prepara para lançar em breve esta substancial parcela da história de Pinheiro, pintada com as letras desse grande pesquisador e historiador que foi o professor Jerônimo de Viveiros.
Aguardem!

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Mistura de chuva com álcool

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Se, ao término da leitura deste texto, o leitor se conscientizar do problema e o compartilhar com um amigo, já me darei por satisfeito. A sensação do dever cumprido me acompanhará por um bom tempo…
Muito usada no meio rural, a mistura de pinga com mel de abelha é conhecida como batida. Cura dores de cabeça, previne gripes e resfriados também. Um santo remédio!
Nas cidades maiores, a mistura de pinga com limão, um pouco de açúcar e gelo, tem a preferência nacional dos drinks: é a nossa tradicional caipirinha, que durante muito tempo foi conhecida como batida de limão.
No mundo globalizado de hoje, a cachaça brasileira adquiriu status internacional, muitas delas vendidas a preços comparados aos melhores whiskies escoceses. Nos pubs londrinos, nos bristrots e brasseries parisienses e nos bares dos mais requintados hotéis em todo o mundo, a caipirinha é a pedida do momento. Virou marca registrada e símbolo nacional.
Em São Luís do Maranhão, vem se destacando um outro tipo de batida. Desta vez, a junção de álcool com água de chuva é responsável por uma nova batida: a batida de carro.
No início de cada ano, quando as fortes chuvas desabam sobre a Ilha dos Amores, os motoristas menos atentos e os mais afoitos na direção abusam do consumo de álcool nos finais de semana: os acidentes acontecem a todo instante. Muitos motoristas, ao acordarem debaixo dos postes, ou mais tarde nas UTI´s dos hospitais, relatam que conduziam o veículo em baixa velocidade quando, de repente, um poste apareceu em sua direção….
Segundo os registros da Cemar, somente nos primeiros meses deste ano, de janeiro a final de maio, 176 postes foram abatidos, sem pena, por motoristas em sua grande maioria alcoolizados. Os mais sortudos conseguem sair ilesos do acidente e contribuem, apenas, para tirar o conforto das pessoas que nada têm a ver com a sua (dele) imprudência, acordadas no meio da noite com a falta de energia causada pela ação desses motoristas inconseqüentes.
Outros, sofrem graves ferimentos e muitos deles carregam até hoje marcas desses acidentes. A visita aos hospitais e pronto socorros da cidade durante os finais de semana mostra a grande quantidade de acidentados, muitos deles com seqüelas permanentes. Sem falar naqueles que perdem a sua vida e provocam o sofrimento de seus familiares e amigos.
Campanhas esclarecedoras devem ser adotadas pelas autoridades. As escolas, tanto da rede pública quanto as particulares, precisam alertar os jovens para o risco dessa mistura. É uma batida cara demais.

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Mente condicionada.

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Às vezes somos levados a resolver os problemas de forma tão complexa, quando na verdade, a solução é muito mais simples….
Mesmo sem dominar a língua francesa, tente resolver:

30maio2007Questionsdes4quadrados.pps

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Operação Navalha? Ou Motosserra?

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Operação Navalha? Ou Motosserra?

Todos temos acompanhado com grande atenção os últimos acontecimentos políticos em nosso país.
A recente Operação Navalha, na seqüência de uma série de operações com nomes pomposos, vem se apresentando à sociedade brasileira como uma forma de desmascarar os ocupantes de cargos estratégicos da nossa administração. Confesso que fico preocupado com a forma escandalosa e, sobretudo, com a maneira sensacionalista que esses casos têm vindo à tona com freqüência.
Quando as denúncias envolvendo os prefeitos e administradores são expostas dessa forma, quando o poder legislativo é desmascarado em seu comportamento escuso, quando se questiona o comportamento do poder judiciário, às vezes somos levados a pensar que a sociedade está podre. Será que está mesmo?
Será que não estamos sendo induzidos a um processo de desconstrução das nossas instituições? E se isso for verdade, quem estaria lucrando com esse desenrolar dos fatos?
Quando a mídia brasileira está mais é querendo que o circo pegue fogo, eu me pergunto se nós não estamos é trabalhando na contramão da história!
As ações recentes da polícia federal, embora há que se registrar a presteza na apuração de inúmeras irregularidades, têm se apresentado de forma cinematográfica e voltadas para impactar o público com o apoio da mídia, que se sustenta em cima do sensacionalismo das notícias.
Quero abordar o mais recente episódio de execração pública que acabamos de observar: A renúncia do ministro das Minas e Energia, uma das pastas mais importantes do Estado brasileiro, mostra a forma cruel como vem sendo tratada a ação da polícia Federal nesses episódios de escutas e denúncias irresponsáveis.
Conheço o ministro Silas Rondeau há muito tempo. Trabalhamos juntos por mais de oito anos e venho acompanhando sua trajetória como técnico de reconhecida competência por todos os lugares por onde passou. De família humilde, formado dentro de um ambiente religioso, cujo pai se destacou como dirigente evangélico, filho de numerosa e íntegra família, soube buscar, graças a seu trabalho, sua postura e suas atitudes, um lugar especial na vida pública brasileira, chegando a ocupar o mais alto escalão que um técnico pudera sonhar.
Por onde passou, e rodou o Brasil inteiro ocupando as mais elevadas posições no setor elétrico brasileiro, sempre se pautou pela competência, pela ética e retidão de conduta.
Tendo sido envolvido em citações grampeadas de lobistas querendo mostrar serviço e vendendo facilidades junto aos dirigentes de empreiteiras, acaba de ser vítima de uma das mais sórdidas campanhas de difamação que temos acompanhado nos últimos tempos.
Neste episódio, sinceramente, não sei quem saiu perdendo mais. Se foi o cidadão Silas, esquartejado por essa motosserra moral a que foi submetido, que dificilmente se recomporá da nefasta campanha de difamação, ou se as nossas instituições que, a cada dia, se tornam mais frágeis e menos acreditadas aos olhos dos países do primeiro mundo.
Ao ex-ministro Silas, quero dizer que mantenha sua cabeça erguida e que a verdade sempre, cedo ou tarde, prevalecerá.

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Operação Navalha? Ou Motosserra?

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Operação Navalha? Ou Motosserra?
Todos temos acompanhado com grande atenção os últimos acontecimentos políticos em nosso país.
A recente Operação Navalha, na seqüência de uma série de operações com nomes pomposos, vem se apresentando à sociedade brasileira como uma forma de desmascarar os ocupantes de cargos estratégicos da nossa administração. Confesso que fico preocupado com a forma escandalosa e, sobretudo, com a maneira sensacionalista que esses casos têm vindo à tona com freqüência.
Quando as denúncias envolvendo os prefeitos e administradores são expostas dessa forma, quando o poder legislativo é desmascarado em seu comportamento escuso, quando se questiona o comportamento do poder judiciário, às vezes somos levados a pensar que a sociedade está podre. Será que está mesmo?
Será que não estamos sendo induzidos a um processo de desconstrução das nossas instituições? E se isso for verdade, quem estaria lucrando com esse desenrolar dos fatos?
Quando a mídia brasileira está mais é querendo que o circo pegue fogo, eu me pergunto se nós não estamos é trabalhando na contramão da história!
As ações recentes da polícia federal, embora há que se registrar a presteza na apuração de inúmeras irregularidades, têm se apresentado de forma cinematográfica e voltadas para impactar o público com o apoio da mídia, que se sustenta em cima do sensacionalismo das notícias.
Quero abordar o mais recente episódio de execração pública que acabamos de observar: A renúncia do ministro das Minas e Energia, uma das pastas mais importantes do Estado brasileiro, mostra a forma cruel como vem sendo tratada a ação da polícia Federal nesses episódios de escutas e denúncias irresponsáveis.
Conheço o ministro Silas Rondeau há muito tempo. Trabalhamos juntos por mais de oito anos e venho acompanhando sua trajetória como técnico de reconhecida competência por todos os lugares por onde passou. De família humilde, formado dentro de um ambiente religioso, cujo pai se destacou como dirigente evangélico, filho de numerosa e íntegra família, soube buscar, graças a seu trabalho, sua postura e suas atitudes, um lugar especial na vida pública brasileira, chegando a ocupar o mais alto escalão que um técnico pudera sonhar.
Por onde passou, e rodou o Brasil inteiro ocupando as mais elevadas posições no setor elétrico brasileiro, sempre se pautou pela competência, pela ética e retidão de conduta.
Tendo sido envolvido em citações grampeadas de lobistas querendo mostrar serviço e vendendo facilidades junto aos dirigentes de empreiteiras, acaba de ser vítima de uma das mais sórdidas campanhas de difamação que temos acompanhado nos últimos tempos.
Neste episódio, sinceramente, não sei quem saiu perdendo mais. Se foi o cidadão Silas, esquartejado por essa motosserra moral a que foi submetido, que dificilmente se recomporá da nefasta campanha de difamação, ou se as nossas instituições que, a cada dia, se tornam

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