O convite acima se refere ao lançamento do livro “Quadros da Vida Pinheirense”.

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Trata-se de um livro inédito do professor Jerônimo de Viveiros, que foi organizado por mim e que recebeu do Instituto Geia o apoio necessário para sua publicação.
Durante algum tempo, dediquei-me às pesquisas para a elaboração de meu livro “Lugar das Águas”, lançado em 2006 por ocasião dos 150 anos da cidade de Pinheiro e, nessas buscas deparei-me com textos e artigos elaborados por este grande pesquisador maranhense.
Decidi aprofundar o estudo e, graças a ajuda do arquivo de Jornal Cidade de Pinheiro, do senador José Sarney e do imortal Carlos Gaspar, esta importante obra fica eternizada, a partir da palavra escrita, para a posteridade e ao alcance de todos.
O lançamento do livro será na próxima segunda feira, dia 19 deste, às 19:00 hs no Convento das Mercês.
Aguardamos sua presença.

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BIOGRAFIA DE UMA SETENTONA

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Maria da Graça Moreira Leite

Quero pedir permissão dos leitores para publicar este poema de Graça Leite. Com muita graciosidade ela retrata a sua passagem pelo tempo. Eu, que a conheço bem, só não concordo com a última estrofe da poesia.
José Jorge
Ontem completei setenta anos!
Dizem que sete é número cabala
Que quando passa pela gente,
Abala.
Aos sete anos
Sorri.
Vivia feliz, contente,
Ganhei o uso da razão,
Perdi todos os dentes
Ganhei dentes permanentes
E virei gente.
Aos dezessete,
Amei…
Voei, sonhei, criei asas e
Parti.
Com vinte e sete anos,
Pari.
Coloquei filhos no mundo,
Vivenciei um amor muito mais profundo.
Aos trinta e sete,
Perdoei.
Compreendi que sem perdão
O amor não existe,
E sem amor o mundo fica mais triste.
Aos quarenta e sete,
Exultei,
Virei vovó e descobri
Que ser mãe e avó
É uma coisa só.
Com cinqüenta e sete anos
Engordei.
Me dei conta de que a tarde ia morrendo,
Eu estava envelhecendo
E entrando na terceira idade.
Aos sessenta e sete anos
Chorei.
Bateu uma forte saudade
De tudo o que eu vivi.
Não vi porta pro futuro,
Senti falta do passado
Sentei na beira da estrada
E adormeci.
Com setenta anos
Acordei
E agora estou aqui.
Confusa
Porque sinto que me perdi.
Hei!
Alguém viu uma velha tonta por aí?

ACADEMIA PINHEIRENSE DE LETRAS,ARTES E CIÊNCIAS – APLAC
Prédio Usina de IdéiasRua Josias Peixoto de Abreu, 243 –
Centro65200-000 – Pinheiro – MA.e-mail: [email protected]

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São Luís, Azulejos e Poesia.

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São muitos os que dizem que os maranhenses só aprendem a gostar de São Luís depois de adultos ou quando vão embora, e a saudade bate forte!
Os turistas e aqueles que aqui chegam pela primeira vez, ao contrário, se encantam de pronto pela magia da cidade. Os casarões antigos, os azulejos espalhados por todos os cantos, sua rica e diversificada manifestação cultural, a culinária ímpar, o bom humor e a hospitalidade de sua gente, criam um ambiente propício ao nascimento de uma sensação estranha e única, de paixão à primeira vista.
Desde o Brasil colônia que o Maranhão vem se destacando prodigioso em revelar talentos na literatura e no mundo das artes e que se deve, com certeza, a esse ambiente mágico da cidade formado pela miscigenação dos povos que por aqui passaram e que ajudaram a formar este caldeirão cultural tão rico e admirado por tantos quantos a conhecem.
Há quarenta anos, quando Josué Montelo escrevia os Tambores de São Luís, acredito que jamais imaginaria que seu livro viesse a se tornar item inseparável dos turistas que nos visitam. Sempre que vejo grupos e mais grupos de turistas passeando pelo Centro Histórico da cidade, recordo-me de minha amiga Artazu Maurin chegando de Paris a admirar os beirais dos telhados, as ruas longas e estreitas em busca dos casarões e dos becos descritos com maestria em Tambores de São Luís.
São Luís é sem dúvida alguma a cidade do encanto e da poesia.
Hoje, a cidade fervilha com a Feira do Livro de São Luís, iniciativa brilhante da Prefeitura Municipal. Livros e mais livros de autores maranhenses são lançados em primeira mão confundindo-se com obras dos principais escritores nacionais.
O livro São Luís Azulejos e Poesia que terá seu lançamento feito na Casa França Maranhão, no próximo dia 25 deste, vem preencher uma lacuna até então existente em nossa literatura. O autor Antonio Carlos Lima, jornalista de estilo requintado, nos brinda com esta peça literária que conta, de forma lúdica, a história de São Luís desde a sua fundação até os dias de hoje. Austregésilo de Ataíde, certa feita falando sobre a importância do regionalismo em alguns escritores brasileiros, destacava: “o essencial da obra de arte é a identificação do homem com o seu meio”. E Antonio Carlos Lima faz isso. Confere uma rica contribuição ao conhecimento e ao imaginário das crianças concorrendo para que o os laços de amor à cidade comecem a ser desenhados desde logo cedo.
Tenho certeza de que este livro fará parte não somente da bibliografia de todas as escolas do Maranhão, bem como se tornará o livro de cabeceira dos leitores do amanhã.
São Luís Azulejos e Poesia traz ilustrações de um grande mestre da arte contemporânea brasileira. Como observador aguçado da gente e das cenas do cotidiano de São Luís, dotado de um traço mágico, Jesus Santos, com suas gravuras cuidadosamente elaboradas, confere ao livro uma rara beleza plástica.

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Agora você pode rejuvenescer!

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Quem teve o privilégio de ir ao lançamento do livro Rejuvenescer – Agora Você Pode! ocorrido nesta terça feira no Museu Histórico do Maranhão, pode sorver um pouco da sabedoria de Jurandy Leite.
Debruçado em estudos ao longo de alguns anos, exaurindo autores e pesquisadores do tema, Jurandy nos presenteia com esta obra de relevante valor, proporcionando a todos nós conhecimentos que, se colocados em prática, contribuirão em muito para a melhoria da qualidade de nossas vidas.
Lembro-me, que tempos atrás, enquanto se debruçava nos estudos sobre o assunto, seu bisneto Alvinho, com apenas cinco anos de idade e que o trata por Didi (e não como bisavô que é), o interrompia a cada instante, convidando-o a brincar com ele.
Didi, então, pedia que Alvinho fosse fazer outra coisa, pois ele estava estudando.
Alvinho, sem entender direito o que Didi tanto estudava, o interrompia a cada instante, até que resolveu se interessar pelo assunto.
– Didi – perguntou Alvinho – o que tu tanto estuda?
Jurandy, então, resolveu dar uma pausa e conversar com Alvinho. Passou a explicar o que ele tanto pesquisava.
Alvinho, muito atento, ficou a escutar o seu bisavô a lhe explicar que se tratava de um livro que iria ensinar os jovens a nunca ficarem velhos e aos velhos a ficarem sempre jovens…
Alvinho, no alto da sabedoria de seus cinco anos de idade, cerrou as sobrancelhas e disse:
– Ah! Didi, isso não pode!
O certo é que o livro ficou pronto e está ao alcance de todos nós.
Longe de ser um livro de auto-ajuda, o que Jurandy nos mostra com sua obra literária, é que o tema que tem sido objeto de busca ao longo de toda a história da humanidade – a busca da juventude –pode até não ser eterna, mas pode muito bem ser prolongada, e isso depende de nós mesmos. Afinal de contas, melhor que viver muito é viver muito e com qualidade de vida. E ninguém melhor que ele para nos ensinar isso; viver com alegria, cercado de amigos e colocando em prática aquilo que hoje ele se propõe a compartilhar conosco.
Aos leitores que perderam a festa do lançamento do livro fica a chance de consumir agora um pouco de seu precioso tempo na leitura do livro, para, mais tarde melhor usufruir dele.
Recebi de um leitor assíduo do blog, este comentário que passo a compartilhar com vocês:
“No romance Cândido, de Voltaire, de 1770, destaca-se um personagem interessantíssimo, cuja característica era o seu elevado otimismo. O dr Pangloss – este era o seu nome – era otimista a tal ponto que “otimismo” ficou associado ao nome Pangloss. Otimista passou a ser panglossiano. A propósito, o pinheirense Jurandy Leite, um proverbial otimista, está lançando a bela obra “Rejuvenescer – Agora Você Pode”. Esse otimismo de Jurandy, o levou a acreditar nas suas idéias e no imensurável poder da mente. O processo de rejuvenescimento, idealizado pelo autor da obra, busca no poder da consciência os fenômenos entendidos no passado como “milagres”.
A Ciência evoluiu muito. Com o advento da eletrodinâmica quântica, ficaram confirmadas as idéias de Einstein a respeito de Energia e Matéria. A realidade fundamental sobre a qual repousa a totalidade dos fenômenos materiais, não é do tipo granular ou corpuscular, como se pensava. Mas, ao contrário, do tipo imaterial. Matéria, na realidade, é energia. Compõe-se de campos vibratórios que, na sua trama, assumem formas diferenciadas. A Energia está em todo o Universo. Por extensão, nossa mente é pura energia, e como tal, tem poderes incríveis. Quando Jesus disse que a fé remove montanhas, já antecipava aquilo que hoje entendemos como força da intenção, ou força da mente.
Jurandy, muito sabiamente, aliou Otimismo, Poder da Mente e Física Quântica numa feliz e poderosa trilogia capaz de operar transformações nunca pensadas antes.
Li a obra REJUVENESCER – AGORA VOCÊ PODE . Li e gostei. Quem é amante da
leitura e busca mudanças e progressos, também vai gostar”. (Erasmo de Castro Leite)

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Cervejeiros do Brasil, uní-vos!

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Li recentemente nos jornais que a AmBev está estudando a possibilidade de adotar a embalagem tipo PET na comercialização de cerveja para o mercado brasileiro.
Notícia pior não poderia ter!
Pesquisas arqueológicas sustentam que 2.000 anos antes de Cristo os sumérios já produziam os mais diferentes tipos de cerveja. Hieróglifos encontrados no Egito comprovam a doação de cerca de 500 mil ânforas (aproximadamente 1 milhão de litros) de cerveja feita pelo faraó Ramsés aos sacerdotes do Templo de Amón.
Aqui no Brasil, a bebida começou a ser comercializada no século dezenove e de lá para cá, caiu no gosto popular tornando-se a bebida de maior consumo no país, só perdendo mesmo para o café e para a água, naturalmente.
Segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), somente em propaganda, as quatro grandes cervejarias do país investiram cerca de R$ 500 milhões em 2006, dos quais 90% foram destinados à publicidade em TV, fazendo sempre associação à praias e mulheres bonitas e sensuais. Estimulam além da medida, e fazem aumentar, a cada dia, o consumo da loira. Afinal de contas, quem não é chegado a uma?
Em apenas um ano, de 2005 para 2006, a produção (e o consumo, é lógico) de cerveja no Brasil cresceu mais que durante toda a década entre 1995 e 2005. Hoje, somos o 5º. maior consumidor de cervejas do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Rússia e Alemanha.
Com uma produção anual da ordem de 10 bilhões de litros de cerveja, imaginem o que ocorrerá caso os fabricantes decidam envasar a bebida nas garrafas de plástico tipo PET.
O PET, ou seja polietileno tereftalato, é um poliéster que possui características termoplásticas, grande resistência a impactos e que, devido a sua leveza, torna-se extremamente competitivo para embalagens e transporte de líquidos. Mas, por outro lado, o PET é de difícil degradação, chegando a levar mais de cem anos para desaparecer do meio ambiente.
No Brasil, sua utilização, embora de forma tímida, deu-se a partir da década de 70. Atualmente, algo em torno de 400 mil toneladas de PET são utilizadas para a fabricação de garrafas, destacando-se aquelas utilizadas nas embalagens de refrigerantes. Menos da metade delas consegue ser reaproveitada nas mais diferentes formas de reciclagem. O restante se acumula, a cada ano, indo parar nos aterros sanitários das periferias das cidades, entupindo os esgotos sanitários, poluindo nossos rios, nossas praias, e sendo responsáveis por um dos mais graves crimes ambientais.
Com a realidade em que vivemos, onde a coleta seletiva de lixo é “estudo de case”, esta idéia bisonha da AmBev, vai mesmo é contribuir ainda mais para o surgimento de grandes lixões em todas as cidades brasileiras.
Deputados do Brasil, uní-vos!
Afinal, basta uma lei proibindo tamanha irresponsabilidade.
Se formos fazer uma pequena conta, imaginando engarrafar a produção de cerveja nas embalagens tipo PET, teremos um adicional de cerca de 15 bilhões de garrafas PET lançadas anualmente no meio ambiente, o equivalente a um milhão de toneladas de plástico, ou seja duas vezes e meia maior que a atual produção brasileira de lixo plástico.
A nós, apreciadores da loira, só vai nos restar mudar nosso hábito de consumo.
Deixar de consumir a famosa loira, ou passar a tomar outro tipo de bebida! Afinal de contas, há algo mais sem gosto de que tomar cerveja em copo de plástico?

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“Piaf um hino ao amor”

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Atualmente, uma cena tem se tornado comum frente às bilheterias dos cinemas franceses. Milhares de espectadores, ávidos, formam sinuosas filas para assistirem o filme “la môme”. No Brasil ele recebe o nome de “Piaf um hino ao amor”; e aqui em São Luís, será apresentado em avant-première no dia 9 de outubro, na sala 3 do Cine Box do shopping São Luís.
A Casa França Maranhão e a Aliança Francesa de São Luís, em parceria com o Serviço de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França no Brasil, apresentam para um seleto grupo de convidados o filme de Olivier Dahan, com Gérard Depardieu, Marion Cotillard, Sylvie Testud, Clothilde Courau, Mathilde Seignier e mais um elenco de rara qualidade.
O filme, “Piaf um hino ao amor”, com duração de 140 minutos, é uma biografia musical que retrata a vida da cantora das ruas de Paris que mais tarde viria a se tornar um símbolo da nação francesa.
Duas grandes guerras mundiais passaram pela vida de Edit Piaf. Durante a primeira, ainda muito pequena, ela foi deixada por um curto período com a avó materna, e logo depois seu pai, Louis-Alphonse Gassion, acrobata de rua, teve que devolvê-la à sua mãe para servir o Exército Francês (em 1916). A mãe na época trabalhava em um bordel, o que fez com que Edith tivesse contato com prostitutas e seus clientes, ocasionando nela um profundo impacto em sua personalidade e visão sobre a vida.
Foi Louis Leplée, gerente do cabaret Le Gerny’s, situado na avenida Champs Élysées em Paris quem a iniciou na vida artística e a batizou “Piaf”(passarinho), assinando um contrato com a Polydor para o lançamento de seu primeiro disco Les mômes de la cloche.
Durante a ocupação alemã em Paris, por ocasião da segunda grande guerra mundial ela começa a escrever canções, e dentre elas o seu maior sucesso La vie en Rose, seguidas de outras não menos belas Padam… Padam, Sous le ciel de Paris, Non, je ne regrette rien…
Edit Piaf permanece viva em nossa memória como a mais autêntica de todas as intérpretes de canções românticas de todos os tempos, e este filme é um tributo à sua vida e à sua obra.
Sobre o filme a crítica francesa diz que “longe de ser uma simples biografia clássica, “Piaf, um hino ao amor”, é uma apaixonante viagem através da vida de uma mulher transformada em um mito e, ainda mais, uma primorosa reflexão sobre a criação artística”.
O filme entrará em cartaz, em rede nacional, ainda durante o transcorrer do mês de outubro.
Deixo para os meus leitores a possibilidade de assistirem a alguns traillers, se tiverem a curiosidade de acessarem o endereço: http://www.commeaucinema.com/bandes-annonces=52339.html

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O Padre Nosso e a Paixão de Cristo.

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Leitores, eu vi.
E não é que o meu amigo Joaquim Haickel, poeta, escritor, analista político, blogueiro, de tempos em tempos deputado, nas horas vagas chef de cuisine e cinéfilo dos bons, decidiu-se pela produção de um curta-metragem!
Tive o privilégio de assistir nesta semana, numa bela sala de exposição, em muito boa companhia, à apresentação, em avant première, do curta-metragem Padre Nosso. Extraído de um conto de sua autoria, dirigido por ele mesmo, as cenas foram feitas entre a Igreja de Paço do Lumiar, e a quitanda de dona Sibá, no filme interpretada com maestria pela Maria Ethel. Neste filme, o diretor faz até estátua se mexer!
Chico Pedrosa, na batina do pároco, está brilhante. Mais brilhante até do que os olhos do padre mergulhando na fartura dos seios de dona Sibá.
Os filmes, tanto o de dois minutos e trinta, assim como a versão de um minuto, em breve estarão inscritos nos festivais de cinema mais renomados e antevejo as premiações que mais uma vez farão jus à versatilidade e ao brilhantismo criativo do autor.
Não sei como a Igreja vai enxergar a leitura feita pelo Joaquim acerca do papel do padre no seio da comunidade. Que a Igreja e o céu não lhes caiam sobre a cabeça!
Quase cem anos atrás, lá em Pinheiro, minha terra natal, meu avô Chico Leite teve uma experiência interessante com o cinema. Foi usar o Santo nome em vão e quase se deu mal…
Sempre inconformado com a situação de vida da gente simples e trabalhadora do interior, sem direito a absolutamente nenhuma ação do poder público, Chico Leite se preocupava com a formação das crianças e jovens e, certa feita, em uma de suas constantes viagens a São Luís, comprou uma velha máquina de cinema, daquelas que rodavam filmes em preto e branco e sem som.
O cinema mudo de Chico Leite tinha apenas um filme, que tratava da vida de Jesus Cristo. Se a época era da Semana Santa, o filme se chamava Paixão e Morte de Cristo; se a ocasião era próxima do Natal, o título mudava para Nascimento do Menino Jesus.
De tanto passar e repetir a película, a assistência diminuía a cada apresentação. Teve ele, então, uma brilhante idéia: contratou um rabequeiro para que este, com seu velho violino, se postasse na frente e ao lado da parede improvisada de tela. Assim que associasse uma música de seu conhecimento a alguma das passagens do filme, que ele passasse a executar a melodia.
Anunciada a novidade, a platéia lotou o terreiro para assistir a Paixão e Morte de Cristo.
Ao se aproximar a seqüência em que Jesus Cristo caminhava por aquelas ruas estreitas, calçadas de pedras, sendo barbaramente açoitado, carregando o peso da enorme cruz de madeira, com a cabeça encharcada de sangue provocado pela coroa de espinhos, o rabequeiro se ajeitou todo para dar os seus primeiros acordes. Jesus Cristo tropeça e cai várias vezes. Na última queda, apresentando grande dificuldade para se soerguer, o rabequeiro se lembra de uma música, conhecida por todos, e começa a entoar com a voz fanhosa, que lhe era peculiar:

Cai, cai …
Que eu não vou te levantar …
Cai, cai
Quem mandou escorregar …

Desnecessário se torna dizer, que foi a última participação do rabequeiro no cinema mudo de Chico Leite.
Estamos em outros tempos, os recursos tecnológicos são fartos e a boa memória do Joaquim ajudou a encontrar a música certa para a trilha sonora de seu filme. Foi vasculhar no fundo do baú e achou uma preciosidade para completar a beleza do espetáculo: Libertango, de Astor Piazzolla.

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Cozinha, degustação de vinhos e cultura francesa: a receita perfeita!

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Com este título, a Casa França Maranhão e a Aliança francesa de São Luís abrem o convite para um programa que se estende até o final do ano.
Mensalmente, os interessados poderão aprender a arte da culinária francesa, fazendo a degustação do vinho adequado para cada prato, e ainda por cima assistirem a vídeos específicos sobre as regiões da França num ambiente acolhedor e de extremo bom gosto.
Aceitem a minha sugestão e façam suas reservas.

Outro programa cultural diferenciado é o Ciné Club da Aliança francesa. Filmes cuidadosamente selecionados poderão ser apreciados pelos amantes do cinema francês.
Veja a programação contida no cartaz e divirta-se!

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Exército de Napoleão em Pinheiro.

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Acabo de chegar de Pinheiro onde fui participar das comemorações dos 151 anos de emancipação do Município.
Quero compartilhar com os leitores a minha satisfação em presenciar o maior presente que a cidade poderia receber por ocasião do seu aniversário.
Enquanto em todo o Brasil se discute a baixa qualidade do ensino nas nossas escolas públicas, o município de Pinheiro dá um importante passo para reverter essa trágica situação.
Há cerca de 6 anos, o prefeito Filuca tomou a iniciativa de formar os professores da rede municipal e buscou o apoio do governo Estado. Àquela época, eu exercia o cargo de Gerente Regional de Pinheiro. Envidamos todos os esforços para que pudéssemos também capacitar os professores da rede estadual de ensino em Pinheiro e solicitamos ao Dr. Danilo Furtado, dedicado e competente Secretário de estado da Educação, que atendesse o nosso pleito. A então Governadora Roseana Sarney autorizou prontamente a celebração de um convênio com a Universidade Federal do Maranhão para capacitar 400 professores, tanto da rede estadual quanto da municipal, concedendo a eles a oportunidade de concluir um curso superior, e dessa forma, melhorar a qualidade do ensino público em nossa cidade.
Como resultado desse convênio, seis anos depois, no dia de seu aniversário, a cidade de Pinheiro recebeu um belo presente: de uma só vez, 380 professores com curso superior, (Pedagogia, Letras, Matemática, Biologia, Química e Física) receberam o seu diploma de curso superior.
Aos professores recém formados, fica o nosso reconhecimento pela decisão tomada tempos atrás, em fazer da busca do conhecimento um objetivo de vida.
Foram quase seis anos de lutas, transpondo enormes desafios, que só os grandes lutadores, aqueles destemidos e que agem com iniciativa, determinação e inteligência nata, são capazes de superar.
Convidado para ser o Paraninfo da Turma de Biologia, e conhecedor da história de luta e determinação daquele grupo de professores, havia pensado em dirigir-lhes algumas palavras e lembrava-me de um pensamento do imperador Napoleão Bonaparte, que para escolher seus soldados costumava classificá-los da seguinte forma:
Os inteligentes e com iniciativa.
Os inteligentes, porém sem iniciativa.
Os desprovidos de inteligência, porém com grande iniciativa e
Aqueles outros, sem inteligência e ainda mais, sem iniciativa alguma.
Aos primeiros, aqueles que reuniam as características de inteligência privilegiada, Napoleão lhes conferia a nobre tarefa de comandar as tropas; seriam os grandes estrategistas e iriam se tornar generais.
Aqueles inteligentes, porém sem grandes iniciativas, ficariam com os postos intermediários, pois eram capazes de seguir as orientações emanadas pelo alto comando.
Napoleão adorava aqueles sem iniciativas e sem inteligência. A esses, cabia a função de ir para a frente das batalhas; eram as “buchas de canhão”, tão necessárias na guerra, como em todas as atividades das organizações.
E por último, vocês podem me perguntar:
E o que fazer com aqueles não privilegiados com inteligência, porém detentores de grande criatividade?
Esses, Napoleão odiava. Queria vê-los distante de suas tropas. Eram capazes de fazer verdadeiras barbáries. “Um ignorante com iniciativa, é um grande risco” dizia o imperador.
Não tenho dúvida alguma que os formandos de Pinheiro fazem parte do primeiro time.
A visão de vocês ao identificarem, lá atrás, a necessidade de buscar a melhoria profissional através da capacitação e a iniciativa e perseverança ao longo de todo esse tempo, os transforma nos novos generais do ensino de Pinheiro.
Cabe a vocês a tarefa de comandar e vencer a guerra contra a má qualidade do ensino público.
Nós esperamos isso de vocês.
Parabéns e a “la victoire!”

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Tem gosto pra tudo.

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Sempre que se tenta discutir o porquê do atraso do Maranhão em relação aos demais estados da federação, dificilmente a conversa chega a um denominador comum, variadas são as opiniões emitidas pelos “especialistas”. Alguns se lamentam da expulsão dos franceses e do não êxito da permanência dos holandeses, há aqueles que reclamam da ocupação feita em nossas terras por levas de degradados portugueses, enquanto outros tantos justificam a grande miscigenação das raças, sobretudo, do cruzamento dos portugueses com os “índios preguiçosos” como causa do atraso.
A fartura de nossas terras, com água em abundância, tem contribuído para a indolência de nossa gente que não vivenciou ao longo da história momentos de maior gravidade, passando ao largo das catástrofes da natureza. Além de tudo isso, aspectos culturais são sempre evocados para justificar a falta de empreendedorismo de nossa gente.
Em meados do século XVIII, a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, fundada pelo Marquês de Pombal, foi responsável pelo início da transformação do Maranhão, que passou a experimentar um ciclo de efetiva prosperidade, tornando-se num dos três mais importantes centros econômicos da Brasil.
Excluindo da análise da discussão alguns períodos de pujança da economia, como o ciclo da cana de açúcar e do algodão, de lá para cá, o estado do Maranhão vem perdendo competitividade frente aos demais entes federativos.
Experiência de modernização da máquina do estado foi iniciada quase meio século atrás pelo José Sarney quando assumiu o posto de governador do estado. Procurou pensar o Maranhão do futuro criando as condições estruturantes de desenvolvimento através da oferta de energia, de estradas, do porto do Itaqui, da Universidade, da Tv educativa, dentre tantas outras. Mas, sabia que para vencer esse desafio, precisava de gente. Gente competente. Procurou montar uma equipe com técnicos de reconhecidos valores destacando-se, entre outros, Haroldo Tavares, Eliézer Moreira, Joaquim Itapary, Bandeira Tribuzi, Vicente Fialho e Pedro Neiva de Santana.
Mas era preciso também modernizar as gestões municipais, substituindo os tradicionais coronéis, verdadeiros “donos dos colégios eleitorais”. O senador Vitorino Freire, já dizia àquela época, que os políticos do interior do estado não passavam nem em prova de “ditado”…
Naquele tempo, o governador detinha poderes para indicação de juizes e promotores que, uma vez na comunidade poderiam se transformar, em breve, em lideranças locais e assim, se viabilizarem politicamente para as futuras eleições municipais.
Contam que Sarney, tão logo tomou posse, designou para o município de Urbano Santos um jovem advogado, colega de turma, para ser o novo promotor de justiça da cidade.
Dois anos depois, Sarney anunciou sua ida ao município.
O prefeito mandou arrumar o campo de aviação, deu ponto facultativo no município, convocou a população para recepcionar o governador. A cidade toda se preparou para a festa.
Sobrevoando a cidade, podia se observar uma multidão concentrada na cabeceira da pista. O avião, que também era outra grande novidade na cidade, deu um rasante para espantar os animais na pista e aterrissou levantando uma poeira infernal.
Nem bem o piloto fez a manobra, a multidão correu em direção ao avião, destacando-se, à frente, um grupo de autoridades. Sob o sol escaldante, todos de terno – alguns de linho branco – ali estavam comandados pelo prefeito, as maiores autoridades de Urbano Santos: o presidente do Lions Club, do Rotary, da Associação Comercial, vereadores, padre e o pastor da Igreja protestante.
Sarney determinou ao comandante que cortasse o motor com medo de alguém ser mutilado pelas hélices do avião e desceu observando a correria das autoridades que se aproximavam ofegantes.
Mas para que tanta pressa é essa? – perguntou Sarney – Vocês podiam esperar que nós íamos manobrar o avião até o pátio.
– Acontece governador, – disse em tom grave o prefeito – que nós precisamos ter uma conversinha particular antes do senhor chegar lá.
– Mas que conversa é essa, tão importante que não pode esperar? Questionou Sarney.
– Acontece, governador, que o doutor que o senhor mandou pra cá, tá nos criando um problema enorme!
Preocupado com tamanha apreensão do grupo, até porque conhecia bem o jovem bacharel, Sarney indagou:
– Mas que problema tão grave é esse?
O prefeito se antecipou e falou bem baixinho.
– É que ele tá dando em cima de todas as muié aqui da cidade…
Incrédulo às palavras que acabara de ouvir, mas percebendo que todos os demais compartilhavam com as colocações feitas pelo prefeito, Sarney cerrou os punhos, deu dois murros na asa do avião e bradou:
– E não tem homem aqui nesta terra?
Ao que, em coro, todos responderam:
– Tem. Mas ele não gosta!… Ele só gosta das muié…

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