O bafômetro

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bafometro1.jpgDesde o dia 19 de junho deste ano, a Lei Seca impõe ao motorista que for pego dirigindo com mais de 2 decigramas de álcool por litro de sangue a pena de pagar uma multa de R$ 955,00 de perder o direito de dirigir por um ano, além de incorrer em infração gravíssima, acrescentando sete pontos em sua carteira.

Mesmo sendo uma das leis mais rígidas, em outros Países, a multa chega a valores bem superiores e ainda submete o motorista à pena de reclusão. Em suma, dói no bolso e na alma! É cana certa por muito tempo.

Se por um lado, dói na alma de uns, por outro, preserva tantas outras.

Em São Paulo, o Instituto Médico Legal afirma que já verificou queda no número de mortos em acidente de trânsito depois do início da lei. A redução foi de 63% nas três semanas após sua sanção, em comparação com as três semanas anteriores.

Mesmo considerando muito prematuro para tirar conclusões a respeito, podem-se esperar resultados bastante positivos quanto aos acidentes de trânsito.

Apenas mais um dado para reflexão: Há um ano atrás, eu havia escrito, em um artigo, que “[…] segundo os registros da Cemar, somente nos primeiros meses deste ano [2007], de janeiro a final de maio, 164 postes foram abatidos, sem pena, por motoristas em sua grande maioria alcoolizados. Os mais sortudos conseguem sair ilesos do acidente e contribuem, apenas, para tirar o conforto das pessoas que nada têm a ver com a sua (dele) imprudência, acordadas no meio da noite com a falta de energia causada pela ação desses motoristas inconseqüentes”.

Comparando a quantidade de postes abalroados nos últimos 30 dias, com igual período do ano anterior, pode-se verificar que aqui em São Luís, pelo menos sob esse aspecto, o feito da Lei Seca foi positivo. Afinal, houve uma redução de 34%.

Se os tempos são outros, o gosto pela pinga parece ser o mesmo.

Nos idos da década de 60, no município de Vitória do Mearim no Maranhão, “Lefó”, mais conhecido como “cobra de laboratório” por viver conservado sempre no álcool, era um daqueles pinguços diaristas.

Dona Josefa, sua mãe, inconformada com os hábitos e costumes do filho, havia tentado de tudo: Alcoólicos Anônimos, promessas para o São Arnold, o protetor dos cachaceiros (um beneditino belga do século XI que estimulava os fiéis a trocarem água por cerveja) e até reza forte ela tentou. Em vão. Lefó não se desgrudava da pinga.

Decidiu ela, então, procurar o consultório do médico da cidade para pedir ajuda para o problema de Lefó.

Doutor Osmir, percebendo a angústia de dona Josefa, disse a ela que levasse Lefó até o seu consultório no dia seguinte.
Depois de muito esforço, Dona Josefa conseguiu convencer o filho a acompanhá-la até o médico.

Ao chegar bem cedo ao consultório e se lembrando do paciente que iria atender, doutor Osmir solicitou à sua secretária que comprasse, na quitanda ao lado, um ovo e o pintasse na cor preta, colocando-o em seguida dentro de um copo de cachaça.

Ao ser anunciada a presença de Dona Josefa com o filho, o médico levantou-se e abriu a porta para recebê-los.

Ao entrar no consultório, Lefó logo sentiu o cheiro da branquinha, porém espantou-se com a presença de um ovo preto, dentro do copo de cachaça, em cima da mesa do doutor.

Doutor Osmir, percebendo que Lefó estava curioso, apontou para o copo e disse-lhe:

– Lefó, tu estás vendo o que aconteceu com esse ovo que está dentro desse copo de cachaça?

– Doutor Osmir! Exclamou Lefó. – Prometo que a partir de hoje, eu nunca mais como ovo na minha vida!

Ainda bem que o Lefó não tinha carro e nem dirigia naquele tempo…

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