Durante os últimos quarenta anos, aqui no Maranhão, foram fechadas cerca de 50 empresas que produziam, a partir do babaçu, óleo bruto e refinado para abastecer as indústrias alimentícias e de higiene e limpeza. Com o avanço da produção de soja, e com os preços reduzidos do óleo do sudeste asiático, o produto perdeu sua competitividade no mercado. Os estudos mostram que cerca de 60 subprodutos podem ser extraídos da palmeira do babaçu, porém, até os dias de hoje, não se encontrou nenhuma forma capaz de justificar a sua exploração de forma rentável.
Dentro em breve será lançado o livro A Física do Nada do cientista José Benedito Ribeiro. Após décadas de pesquisa sobre o babaçu, o autor vem aplicando os conhecimentos da física quântica para explicar as propriedades do mesocarpo do babaçu. A idéia é buscar uma forma de agregar valor ao produto. Suas pesquisas se estendem à aplicação e benefícios contidos no produto, chegando a fazer experimentos para cura de diversas doenças tidas como incuráveis. Muitas cobaias têm sido utilizadas, algumas delas com resultados surpreendentes. O grande segredo consiste na interatividade do indivíduo com a matéria (no caso, cápsulas do mesocarpo do babaçu). Há necessidade da interação através de mentalização para que a matéria seja adequadamente quantizada. Só assim os efeitos aparecem.
Eu, mesmo, resolvi experimentá-los na tentativa de conter a queda dos meus cabelos. Devidamente orientado, tenho tentado seguir as indicações de meu amigo Benedito.
Este assunto me faz lembrar Norton Pinto.
No início do século passado, em Pinheiro, Norton Pinto vinha se dedicando ao estudo do poder da mente. Devorava todo e qualquer livro que tratava do tema. Posteriormente, com o passar do tempo, evoluiu para o domínio das técnicas da hipnose.
Certo dia, ao acordar, Norton deparou-se com o jornal Cidade de Pinheiro. Ao abri-lo, deu de cara com a seção de horóscopos, onde se lia: “Dia próprio para experiências hipnóticas”.
– Hoje é o meu dia! Pensou: – É hora de praticar meus conhecimentos! Vou aplicá-los no velho Capitão João Leite!
Desenvolveu uma idéia, concentrou-se nela e procurou mentalizar nos mínimos detalhes todos os passos a serem tomados para viabilizar o seu intento.
Norton vestiu-se imediatamente e dirigiu-se, então, à casa do velho capitão João Leite. Figura muito conhecida em Pinheiro, pão duro como poucos, o capitão estava àquela época, mais arreliado do que nunca.
Chegando ao casarão da família, Norton lembrou-se de praticar os ensinamentos arduamente adquiridos ao longo do tempo: mentalização, pensamento positivo, postura ereta e atitudes resolutas.
Pisou o primeiro degrau da porta com o pé direito e bateu palmas bem fortes. Bateu tão forte, que o capitão João Leite, que se encontrava lá dentro da sala, sentado numa cadeira de embalo, com a bengala em uma das mãos e fumando seu cachimbo, logo resmungou:
– Quem será esse audacioso que, a esta hora da manhã, está a me importunar aqui em minha própria casa?
Norton, sem saber se estava sendo ouvido ou não, bateu com muito mais força, o que só fez irritar ainda mais o velho João Leite.
– ENTRA! – Bradou o capitão.
Nortou entrou com o pé direito, todo empertigado, passadas firmes, e falou bem alto:
– Bom-dia, Seu João Leite!
João Leite respondeu seco:
– Bom-dia.
Norton esticou os dois dedos em riste, olhando bem nos olhos do capitão João Leite, e disparou:
– Eu vim aqui pro senhor me emprestar três contos de réis!
Ao que, de pronto, o velho João Leite, levantando-se da cadeira, retrucou:
– NÃO EMPRESTO!
E, assim, desmoralizado pela imediata reação do capitão João Leite, o Norton desistiu de vez de aplicar seus conhecimentos hipnóticos.
No meu caso, continuo insistindo com as cápsulas do mesocarpo. Não vou desistir de quantizar a matéria até porque os meus parcos fios de cabelo, se não estão nascendo novamente, pelo menos pararam de cair.
Prezado Zé,
Também concordo com o Sr. O babaçu com certeza tem muitas propriedades. O fubá (pó do mesocarpo) então é um verdadeiro tõnico para os ossos e outros membros, mas o que mais fascina a nós, baixadeiros, é o zeite de cõco fritado em deliciosas traíras, jejus, acarás ou outros peixes mais.
Parabéns pela crônica do babaçu.
Caro Zejorge,
Concernente às pílulas do “fubá de babaçu” para nascer ou segurar cabelos, creio eu que os vendedores dessa pílulas ficarão carecas na tentativa de convencer o mercado sensitivo de hoje. O homem vive um tempo determinado, cresce, suas funções vitais diminuem e ele morre. A árvore cresce, envelhece, perde as folhagens e morre. Na verdade, diz a Bíblia—o povo é como a erva do campo. E nas palavras do profeta Isaias, “…Toda carne é erva e toda a sua beleza como as flores do campo; seca-se a erva, e caem as flores…”
É bem possível a ” eficácia do fubá,” mas quando o tempo determinado chega, os cabelos enfraquecem e caem. Melhor meio de esconder a careca? O uso do chapel.
Fiquei curiosa e interessada no tratamento com mesocarpo para queda de cabelo. Onde posso encontrar o produto em cápsulas? Só encontro o pó
Arretado.
Arretado mesmo este babaçu.
AH, ENTÃO DESCOBRI POR QUE O ZÉ JORGE TEM UMA CABEÇA PENIANA!