A moeda do Marrocos
Você sabe qual o nome da moeda do Marrocos?
Bem, não acredito que você esteja interessado em aplicar suas economias nessa desconhecida moeda, principalmente neste tempo em que as Bolsas no mundo inteiro estão a despencar. Mas, vai que o mercado dê uma reviravolta, é bom estar a par…
Há algum tempo, resolvi tirar umas férias e junto com Bete minha mulher e mais um casal de amigos, partimos para conhecer o exótico país do Norte da África.
Nossa primeira escala foi em Marrakech. Ao chegarmos ao La Mamounia, com sua requintada decoração em estilo mourisco e art deco e famoso pelo restaurante do filme “Mil e uma Noites”, tratei logo de me informar sobre o câmbio para trocar alguns dólares na moeda local.
Retornei ao lobby do hotel enquanto eles ainda faziam o check in. Curiosos, me perguntaram sobre o nome da moeda.
Para que eles jamais se esquecessem do nome, resolvi contar-lhes uma história ocorrida em São Luís, na década de 60.
Final do Torneio Intermunicipal. Estádio Nhozinho Santos cheio. Viana e São José de Ribamar disputavam a taça de campeão.
O time de Viana havia sido classificado em uma das chaves. Chegava à Capital com a fama de imbatível. A grande revelação do torneio era o ponta esquerda da equipe. Branquelo, cabelo liso, magricelo quase raquítico, Dirran era arisco como poucos. Lembrava muito o eterno Garrincha, pelos dribles desconcertantes que aplicava em seus marcadores.
– “… O primeiro time do Rádio! Uma liderança que ninguém discute! PRJ9 ZYY9 Rádio Timbira do Maranhão!…” Ouvia-se a voz do locutor Canarinho encantado com as performances do ponta esquerda:
– “… Maneco lançou Dirran, matou no peito, deu um banho de cuia no adversário, correu pela linha de fundo, driblou o primeiro, por baixo da perna do segundo, cortou pra dentro, driblou o goleiro entrou com bola e tudo, é GOOOOOOOOL! Golaaaaço! Diiiirraaaaaaaan! É 11 a camisa dele!”
E assim foi. Terminado o primeiro tempo, 3×0 para o time de Viana. Três gols de Dirran.
A galera empolgada gritava: – Dirran! Dirran! Dirran! Dirran!
Fontenele, o repórter de campo, correu em direção ao craque que saía, exausto, em direção ao vestuário:
– Dirran! Você arrasou com o time do São José, rapaz! Mas me diga uma coisa, satisfaça a curiosidade dos ouvintes da Rádio Timbira do Maranhão. Você é de origem francesa? Esse seu nome Dirran…
– Qui francês qui nada siô, eu sou mesmo é nascido lá no Jacaré, Interior de Penalva.
– E por que então o nome Dirran? Questionou o repórter.
– É pro causo do meu apelido, que é “cú de rã”…. pra não ficar feio, eles abreviaro pra “di rã”…
Tenho certeza de que até hoje os meus amigos, assim como os meus leitores, jamais esquecerão o nome da moeda do Marrocos: Dirham.