Pouca gente se dá ao trabalho de perceber a importância de uma vírgula.
Um simples sinal de pontuação, bem ou mal aplicado, pode alterar significativamente o sentido de uma frase.
A vírgula pode ser uma pausa… ou não:
Não, espere. Não espere.
Ela pode sumir com seu dinheiro com uma simples mudança de lugar:
R$ 23,4 ou R$ 2,34?
Pode ser autoritária:
Aceito, obrigado. Aceito obrigado.
Pode criar heróis:
Isso só, ele resolve. Isso só ele resolve.
E vilões:
Esse, juiz, é corrupto. Esse juiz é corrupto.
Ela pode ser a solução:
Vamos perder, nada foi resolvido. Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião:
Não queremos saber. Não, queremos saber.
Uma vírgula muda tudo.
A campanha que vem sendo desenvolvida pela Associação Brasileira de Imprensa – ABI, “100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação”, apresenta, ainda, mais detalhes:
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.
Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.
Tenham, pois, muito cuidado com a vírgula.
(OBS: tu lembraste de mim com esse texto das vírgulas, nao foi?)
Para complementar o texto, deixo uma história:
Um velho muito rico faleceu e deixou em testamento a seguinte frase:
“Deixo os meus bens a meu irmão não aos ricos nada aos pobres”.
Nao teve tempo de pontuar a frase e faleceu.
Como todos estavam interessados na herança, cada um pontuou a frase de forma a obtê-la. Veja como isto aconteceu na prática:
Pobres: Deixo os meus bens: a meu irmão não, aos ricos nada, aos pobres.
Ricos: Deixo os meus bens: a meu irmão não, aos ricos, nada aos pobres.
Irmão: Deixo os meus bens a meu irmão, não aos ricos, nada aos pobres.
Você poderia, pelo menos, usar aspas e dizer aos seus leitores que nenhum desses textos é seu. É, a meu ver, mais honesto!