Cuidado com a vírgula!

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Pouca gente se dá ao trabalho de perceber a importância de uma vírgula.
Um simples sinal de pontuação, bem ou mal aplicado, pode alterar significativamente o sentido de uma frase.

A vírgula pode ser uma pausa… ou não:

Não, espere. Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro com uma simples mudança de lugar:
R$ 23,4 ou R$ 2,34?

Pode ser autoritária:

Aceito, obrigado.   Aceito obrigado.

Pode criar heróis:

Isso só, ele resolve.   Isso só ele resolve.

E vilões:

Esse, juiz, é corrupto. Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução:

Vamos perder, nada foi resolvido.  Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião:

Não queremos saber. Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

A campanha que vem sendo desenvolvida pela Associação Brasileira de Imprensa – ABI, “100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação”, apresenta, ainda, mais detalhes:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.

Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

Tenham, pois, muito cuidado com a vírgula.

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Vamos reagir!

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Durante a semana que passou a imprensa nacional noticiou o resultado da avaliação feita pelo Ministério da Educação acerca das instituições de ensino superior. O Índice Geral de Cursos (IGC) foi divulgado e, para nossa decepção, as universidades do Maranhão apresentaram um resultado pífio.

Para quem se orgulha de ter tido, séculos atrás, Gonçalves Dias, Sousândrade, os irmãos Azevedo entre tantos e, mais recentemente, Josué Montello, Ferreira Gullar, José Sarney e Nauro Machado, só para citar alguns, deve ter ficado desolado ao constatar a triste realidade do nosso ensino superior.

E quanto às próximas gerações? Com a oferta do ensino neste patamar de qualidade, quem serão as nossas futuras referências?

Mas o pior de tudo é que não se ouviu nenhuma voz ser levantada para externar o espanto, ou mais, a indignação com o quadro lamentável que foi escancarado para a nossa sociedade!

Afinal de contas, onde andam as nossas lideranças estudantis? Os nossos sindicatos, as nossas entidades representativas de classe que assistem à divulgação de um quadro constrangedor como esse sem se manifestar?

Será que o assunto da campanha eleitoral é mais importante que isto? E não seria pelo menos conveniente que os candidatos aproveitassem essa “deixa” e abordassem o tema tão importante como este em seus debates, comentando e apresentando propostas que possam nos tirar dessa incômoda posição?

Ao contrário, o que se viu foram Instituições saírem em euforia para divulgarem que foram as melhores! Melhores em que, pergunto eu? Afinal, numa avaliação aonde a pontuação máxima chega a 500, obter 265 pontos é motivo para comemorar? Não! É motivo sim, para se envergonhar, para se questionar  e para extrair desta triste realidade oportunidades de melhoria, a fim de ofertar um ensino superior de qualidade.

Rui Barbosa, quase cem anos atrás, nos deixava uma lição de vida: “Aqui não se chora. Aqui se reage. Aqui não se alçam bandeiras de lágrimas. Desfralda-se a bandeira da luta e da liberdade…”

A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelou que, no Brasil, temos cerca de 14 milhões de jovens e adultos analfabetos. No Maranhão a mesma pesquisa aponta que mais de 20% da população não sabe ler nem escrever.

Com tal desanimador quadro, como crescer e se desenvolver galgando degraus mais elevados na escada da ascensão social?

Por outro lado, é sabido que os grandes conglomerados que atuam no Maranhão sinalizam investimentos da ordem de U$ 28 bi a serem aplicados em nosso Estado, em um curto horizonte de 5 a 6 anos.

Não é erro de digitação, não! São vinte e oito bilhões de dólares a serem distribuídos nas áreas de mineração, refino de petróleo, geração de energia, no agro-negócio e na expansão das atividades portuárias.

Há que se insurgir contra com esse quadro desolador apresentado pela avaliação do MEC pois sem mão de obra qualificada jamais poderemos acompanhar e participar dessa etapa de crescimento que se avizinha para um futuro bem próximo.

Não vamos nos iludir! Mais uma vez iremos importar mão de obra dos outros estados da federação, que estão mais preparados, formando profissionais mais capacitados, e serão estes que ocuparão os melhores postos de trabalho.

Não deve ser esquecido que o maior compromisso do empresário privado, não é com a região e sim com a qualidade e com o resultado do seu negócio.

Vamos abrir os olhos enquanto é tempo!

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Feriadão

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Neste próximo feriado, enquanto os candidatos a prefeito de São Luís não resolvem os graves problemas da malha viária da cidade, fugirei dos engarrafamentos e vou experimentar outros meios de transporte bem mais agradáveis.

Nos verdes campos de Pinheiro podemos utilizar das largas avenidas, desprovidas de barreiras eletrônicas e de guardas de trânsito, sem sinais e emolduradas pelo manto dourado das flores do “mata pasto” natural.

 

 

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Mesmo se não quisermos fazer uso do transporte solidário, podemos utilizar o veículo individual sem agressão à camada de ozônio…

 

 

 

 

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O transporte coletivo, livre de motoristas mal humorados e mesmo sem ar condicionado, é dos mais saudáveis…

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O táxi é bem mais em conta…

Mais ainda, se ficar um pouco estressado, relaxe. Mesmo se não der para gozar busque refúgio nas margens do Pericumã enquanto aguarda que os peixes encontrem o alimento procurado na ponta de seu anzol….

E, se beber, não dirija!

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PS. As fotos são de Edgar Rocha

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Dança de Salão

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napotango.gifMuitos hábitos e costumes, entre eles a dança de Salão, foram introduzidos ao povo brasileiro pela família Real quando de sua chegada ao Rio de Janeiro no século XIX.

Bastante popular na Europa, praticada desde o século XV, a dança de Salão foi, aos poucos, caindo no gosto popular. Permanece até hoje, para o encanto daqueles que se deixam levar pela melodia da música e pelos gestos e posturas do corpo.

O tempo passa e, no Rio de Janeiro, as gafieiras Elite e Estudantina perpassam gerações, para o deleite de muitos. Aqui em São Luís, mais recentemente, verificou-se o surgimento de diversas Academias de Dança, destacando-se a escola de dança Corpo e Alma, tendo à sua frente Idelfonso e Larissa que deslizam nas pistas do salão tal qual uma pluma flutua ao sabor dos ventos.

O Studio de dança Play Carlos, a Escola de Dança Expressar, entre tantas, estão sempre lotadas de alunos em busca do equilíbrio do corpo, embalados pelos mais diferentes ritmos musicais. Uma verdadeira epidemia!

A febre tem contagiado muitos. Inclusive a mim mesmo que até então me considerava um “pé de valsa” nato. Mesmo acreditando que não precisaria de aulas, não resisti aos apelos da minha mulher Beth e decidi matricular-me numa escola. Que decepção! Logo cedo, tive que me recolher a minha modesta insignificância. Fui me socorrer com o filósofo Sócrates que dizia que o primeiro passo para o crescimento é reconhecer a própria ignorância. “Só sei que nada sei…” No caso em questão, comprovei que só sei que nada danço!

Este assunto me faz lembrar de uma estória contada pelo meu pai Orlico que, quando jovem, trabalhava em Pinheiro com o português Albino Paiva.

Símbolo do poder econômico que ele representava naquela época, Albino Paiva decidiu construir o sobradão colonial da Avenida Paulo Ramos, onde havia destinado o piso térreo às suas atividades econômicas e o pavilhão superior, dotado de um enorme terraço com vista para os campos do Pericumã, como morada da família.

Tinha o hábito de calçar “socos”, aqueles tamancos de madeira que no interior do estado eram muito conhecidos como chamatós. Sabia andar de mansinho como ninguém, sem sequer fazer ruído algum.

Certo dia estava ele a inspecionar o trabalho de assentamento do assoalho de madeira do piso superior do sobrado, quando, depois de subir a longa escada de concreto, dobrou a direita e presenciou uma cena que não quis interromper. Era o carpinteiro, um negrinho chamado Bico D’aço, que na folga do almoço, dançava sozinho, ao som de seu próprio assobio, segurando o cabo da enxó como se fosse a cintura da mulher amada. Apoiando a ferramenta no rosto, ele imaginava a face da musa de seus sonhos. Bico D’aço deslizava pelo assoalho quase pronto, absorto na música e concentrado na sua própria imaginação. Albino Paiva apenas observou o trabalho bem feito no assoalho e decidiu retornar ao comércio.

Chegando o sábado, lá estavam todos os trabalhadores fazendo fila para receber o soldo. Um a um, as contas iam sendo feitas, até que chegou a vez do Bico D’aço.

Passando a saliva na ponta dos dedos, o português Albino contou o dinheiro e lhe entregou.

Este, ao contar, verificou que estava faltando uma parcela e reclamou.

Albino Paiva, com aquele sotaque lusitano carregado, retrucou:

– Podes contar que a conta está certa, rapaz!

– Mas Seu Albino, são seis dias de trabalho!  E está faltando 25 réis.

Ao que o Albino Paiva respondeu:

– Então, crioulo! Tu queres dançar no meu assoalho novo e não queres pagar a “porta” do baile?!? 

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