Maria da Graça Moreira Leite
Quero pedir permissão dos leitores para publicar este poema de Graça Leite. Com muita graciosidade ela retrata a sua passagem pelo tempo. Eu, que a conheço bem, só não concordo com a última estrofe da poesia.
José Jorge
Ontem completei setenta anos!
Dizem que sete é número cabala
Que quando passa pela gente,
Abala.
Aos sete anos
Sorri.
Vivia feliz, contente,
Ganhei o uso da razão,
Perdi todos os dentes
Ganhei dentes permanentes
E virei gente.
Aos dezessete,
Amei…
Voei, sonhei, criei asas e
Parti.
Com vinte e sete anos,
Pari.
Coloquei filhos no mundo,
Vivenciei um amor muito mais profundo.
Aos trinta e sete,
Perdoei.
Compreendi que sem perdão
O amor não existe,
E sem amor o mundo fica mais triste.
Aos quarenta e sete,
Exultei,
Virei vovó e descobri
Que ser mãe e avó
É uma coisa só.
Com cinqüenta e sete anos
Engordei.
Me dei conta de que a tarde ia morrendo,
Eu estava envelhecendo
E entrando na terceira idade.
Aos sessenta e sete anos
Chorei.
Bateu uma forte saudade
De tudo o que eu vivi.
Não vi porta pro futuro,
Senti falta do passado
Sentei na beira da estrada
E adormeci.
Com setenta anos
Acordei
E agora estou aqui.
Confusa
Porque sinto que me perdi.
Hei!
Alguém viu uma velha tonta por aí?
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Lindo!!!
Parabéns para voce, Maria da Graca!
Obrigada, Zé Jorge, por nos presentear com este terno poema!
Um abraco,
Claudia
Isto é realmente “momentos de uma vida”….. muito bonito, sensivel e cheio de ternura!
Obrigada por dar-nos um pouquinho do carinho do Maranhao.
Artazu
Lindo! José Jorge você só nos dá lindos presentes!