Li recentemente nos jornais que a AmBev está estudando a possibilidade de adotar a embalagem tipo PET na comercialização de cerveja para o mercado brasileiro.
Notícia pior não poderia ter!
Pesquisas arqueológicas sustentam que 2.000 anos antes de Cristo os sumérios já produziam os mais diferentes tipos de cerveja. Hieróglifos encontrados no Egito comprovam a doação de cerca de 500 mil ânforas (aproximadamente 1 milhão de litros) de cerveja feita pelo faraó Ramsés aos sacerdotes do Templo de Amón.
Aqui no Brasil, a bebida começou a ser comercializada no século dezenove e de lá para cá, caiu no gosto popular tornando-se a bebida de maior consumo no país, só perdendo mesmo para o café e para a água, naturalmente.
Segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), somente em propaganda, as quatro grandes cervejarias do país investiram cerca de R$ 500 milhões em 2006, dos quais 90% foram destinados à publicidade em TV, fazendo sempre associação à praias e mulheres bonitas e sensuais. Estimulam além da medida, e fazem aumentar, a cada dia, o consumo da loira. Afinal de contas, quem não é chegado a uma?
Em apenas um ano, de 2005 para 2006, a produção (e o consumo, é lógico) de cerveja no Brasil cresceu mais que durante toda a década entre 1995 e 2005. Hoje, somos o 5º. maior consumidor de cervejas do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Rússia e Alemanha.
Com uma produção anual da ordem de 10 bilhões de litros de cerveja, imaginem o que ocorrerá caso os fabricantes decidam envasar a bebida nas garrafas de plástico tipo PET.
O PET, ou seja polietileno tereftalato, é um poliéster que possui características termoplásticas, grande resistência a impactos e que, devido a sua leveza, torna-se extremamente competitivo para embalagens e transporte de líquidos. Mas, por outro lado, o PET é de difícil degradação, chegando a levar mais de cem anos para desaparecer do meio ambiente.
No Brasil, sua utilização, embora de forma tímida, deu-se a partir da década de 70. Atualmente, algo em torno de 400 mil toneladas de PET são utilizadas para a fabricação de garrafas, destacando-se aquelas utilizadas nas embalagens de refrigerantes. Menos da metade delas consegue ser reaproveitada nas mais diferentes formas de reciclagem. O restante se acumula, a cada ano, indo parar nos aterros sanitários das periferias das cidades, entupindo os esgotos sanitários, poluindo nossos rios, nossas praias, e sendo responsáveis por um dos mais graves crimes ambientais.
Com a realidade em que vivemos, onde a coleta seletiva de lixo é estudo de case, esta idéia bisonha da AmBev, vai mesmo é contribuir ainda mais para o surgimento de grandes lixões em todas as cidades brasileiras.
Deputados do Brasil, uní-vos!
Afinal, basta uma lei proibindo tamanha irresponsabilidade.
Se formos fazer uma pequena conta, imaginando engarrafar a produção de cerveja nas embalagens tipo PET, teremos um adicional de cerca de 15 bilhões de garrafas PET lançadas anualmente no meio ambiente, o equivalente a um milhão de toneladas de plástico, ou seja duas vezes e meia maior que a atual produção brasileira de lixo plástico.
A nós, apreciadores da loira, só vai nos restar mudar nosso hábito de consumo.
Deixar de consumir a famosa loira, ou passar a tomar outro tipo de bebida! Afinal de contas, há algo mais sem gosto de que tomar cerveja em copo de plástico?
Zé, a notícia é boa mas isso soa como incentivo ao alcoolismo. Quem não gosta de uma? que chamam de loira gelada, gela guela e outras denominações incentivadoras ao consumo.
Faz um contraponto. O consumo de alcool aumenta velozmente no mundo e os novos consumidores estão cada vez mais jovens.
Voce parece gostar de beber, mas não incentive os outros. Pense nos seus e nos filhos dos demais.
Bom dia!
Gostei do texto e tenho a mesma opnição sua, sinceramente tomar cerveja em copo de plástico já não é lá essas coisa, imagina uma cerveja em PETI, não será a mesma coisa. Parabéns pelo comentário.
Antonio Erismar – Açailândia – MA