Ao vislumbrar os céus parisienses no final do século XIX e início do XX, os habitantes da capital francesa já estavam acostumados com os vôos e apresentações de Alberto Santos Dumont. Além do conhecido episódio do 14-Bis, eles acompanharam as experiências do brasileiro a bordo dos seus balões. Para homenagear a inventividade e o espírito aventureiro do pai da aviação, a Aliança Francesa de São Luís promove a exposição Santos Dumont em Paris.
A mostra, que ocorre na Casa França Maranhão, na Rua do Giz, 139, ficará exposta até o dia 31 de maio de 2007.
Em cada painel da exposição o silêncio traduz a inteligência, a perspicácia, a inventividade e o espírito de vanguarda de um gênio brasileiro. Somadas, as imagens apresentam o olhar de um homem que marcou a História por se posicionar frente à ciência sem preconceitos, dogmas ou viseiras, mas com persistência e inquietude, sem a qual nenhuma genialidade seria substantiva.
O evento vai apresentar mais de 50 painéis com fotografias da época e informações sobre a biografia e os projetos de Santos Dumont. As imagens expostas fazem um recorte da vida do brasileiro na época da sua permanência em Paris, durante os anos de 1898 e 1909. Entre os muitos aspectos revelados na exposição está a relação do homenageado com a França.
Além da Aliança Francesa, a mostra conta com o apoio da Infraero, Consulado Geral da França, Variglog e Memorial do Rio Grande do Sul.
Recife foi a primeira cidade do Nordeste a receber a exposição que homenageia Santos Dumont, seguida de João Pessoa, Aracaju e logo depois de São Luís, seguirá para Belém do Pará.
A Aliança Francesa, através da Casa França Maranhão, instituição representante da cultura francesa na capital maranhense, não poderia deixar de celebrar o feito histórico do aviador brasileiro, que acolhido pela França, tornou-se um ícone da relação e do intercâmbio cultural entre os dois países.
No ano de 2006, diversos eventos no Brasil comemoraram o centenário do primeiro vôo do brasileiro a bordo do seu 14-Bis. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, por exemplo, lançou o selo comemorativo em homenagem ao vôo do 14-bis, enquanto que a Casa da Moeda confeccionou uma moeda que faz referência à invenção de Santos Dumont. O aviador também foi tema de série televisiva e de um curta-metragem dirigido por André Ristum.
Descendente de franceses, Santos Dumont sempre teve uma ligação estreita com a França. Na infância, estudava com professoras particulares francesas contratadas por seu pai, vindas diretamente de Paris. Durante a adolescência as experiências com balões de ar quente feitas pelos irmãos Montgolfier em 1783 e a de Jean Pierre Blanchard e John Jeffries que realizaram a travessia do Canal da Mancha em balão, em 1785, fascinaram o mineiro nascido na então cidade de Palmira, hoje batizada com o homônimo do seu filho ilustre. Depois de emancipado, Alberto Santos Dumont foi estudar engenharia na França, país que realizava pesquisas e experimentos com dirigivéis aéreos.
Dentro dos vários episódios que marcaram a vida do brasileiro aviador, o vôo a bordo do 14-Bis foi um dos mais lembrados.
O 14-Bis foi um avião criado pelo brasileiro que decolava sem o auxílio de dispositivos de lançamento.
Em 12 de novembro de 1906 o mineiro Alberto Santos Dumont surpreendia a todos ao sobrevoar Paris a bordo do seu 14-Bis. No primeiro momento, ele percorreu uma distância 60m a uma altura de dois a três metros. A inquietude do seu espírito fez com que ele insistisse e, mais tarde, ainda em novembro de 1906 repetisse o feito, desta vez, percorrendo 220m a uma altura de seis metros.
Para o Aeroclube da França, este vôo foi o primeiro registrado.
Caro José Jorge
Tenho lido seus artigos neste Blog.Além de uma gama de informações úteis e importantes, vejo sua ótica positiva e otimista diante da realidade de nossa atual conjuntura.Gostaria que escrevesse sobre as últimas eleições francesas para o executivo, e seu possíveil desdobramento nas eleições para o legislativo françês.Caso isto lhe seja impróprio pela função que ocupas, se sinta à vontade para relevr este pedido.
Atenciosamente, seu amigo Carlos Eduardo (Cacá)
Estudo na Aliança Francesa e posso dizer que a exposição sobre Santos Dumont é muito boa, vale a pena conferir.
José Jorge:
Passeando pela Ágora do nosso século, tive saudades de nossa querida São Luís, então recorri ao sítio da Mirante e fiquei contente em encontrá-lo escrevendo sobre a França. Felicito-o pelo título de Cônsul Honorário, e ficarei assiduo leitor seu.
Vive la France!
SILVEIRA, Sebastião
Realmente, a exposição é imperdível. Pena que o nosso povo não a visite, talvez isso retrate a falta de costume a esse tipo de evento cultural. Cadê as escolas? É preciso formar Cidadãos antenados no passado, presente e futuro.
Parabéns aos esforços daqueles que fazem a Casa França Maranhão, lugar que tem se revelado como espaço que encontramos nos pólos culturais do país, como Rio e São Paulo.
Beth Soares