Aberta a temporada de caça
As eleições municipais de 2020 devem transcorrer mais ou menos da mesma maneira de sempre. Haverá uma decisiva interferência da política estadual e nacional em algumas cidades importantes, como é o caso de Imperatriz, São José de Ribamar, Caxias, Timon, Santa Inês, Codó, Balsas, entre outras.
No caso de São Luís a coisa será bem mais complicada, pois será este o cenário que servirá de laboratório para a eleição de governador em 2022.
Flávio Dino escolheu para seu vice um político de sua confiança, alguém que se não é uma potência eleitoral, o é quanto ao seu conhecimento do bom jogo da política. Carlos Brandão é peça fundamental no cenário político estadual.
Enquanto de agora em diante o poder e a importância do governador só vão caindo a cada dia, do vice, só vão crescendo, pois ele DEVERÁ estar sentado na cadeira de primeiro mandatário do estado na eleição de 2022.
Em outra cadeira, não tão importante quando a de Brandão estará o senador Weverton Rocha. Sua cadeira não tem uma coisa que a de Brandão tem, o poder da caneta, em compensação tem outro poder que a de Brandão não possui, o poder do tempo, ou seja, quatro anos a mais.
Digo isso para estabelecer os contendores da eleição de prefeito de São Luís, e veja que eu ainda não citei os dois maiores mandatários executivos do cenário, o governador e o prefeito!
Para Flávio Dino a eleição é importante, mas para Edivaldo ela é crucial, só não sei se ele tem consciência disso.
Há uma outra peça de fundamental importância neste intrincado jogo de tabuleiro. O recém-eleito deputado federal Eduardo Braide. Quem conseguir a vantagem de tê-lo ao seu lado como seu candidato terá dado um passo decisivo para vencer a eleição de prefeito de São Luís em 2020.
Quando eu digo quem conseguir ter a vantagem de tê-lo como seu candidato, penso imediatamente em Flávio Dino e Weverton Rocha, pois o primeiro irá querer eleger seu sucessor e este pode muito bem não ser o segundo!… Ou não!… E a prefeitura de São Luís é importante para isso.
Quem conhece Carlos Brandão sabe que ele é leal a Flávio Dino, mas não cometerá haraquiri político por ninguém. Com mais de 60 anos, jamais terá outra chance de ser governador, e estando ele sentado na cadeira mais alta do estado, abrir mão de uma automática candidatura, só se for para ser algo que seu pai foi antes dele, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão. Pode ser que aconteça! Quem sabe!?
Mas, há a possibilidade de Flávio Dino querer eleger para seu sucessor, alguém seu, de sua mais irrestrita confiança, e tendo deslocado Brandão para o TCE, colocando em seu lugar esse tal alguém, eleito governador tampão, na Assembleia, como Roseana deveria ter feito com Luís Fernando em 2014, Flávio abrirá caminho para eleger quem deseje!
É aí que entra Weverton, Edivaldo, e quem sabe Eduardo Braide, aglutinados no PDT, partido que se fortalecerá mais nos próximos meses, quando se tornará o carro chefe da oposição a Bolsonaro.
Nesta possibilidade o valor de Braide vai ficar cada vez mais elevado para todos os contendores, pois a oposição no Maranhão vai pensar a mesma coisa e vai fazer de tudo para aproximar Braide do governo federal, blindando-o aos acenos e seduções tanto de Flávio Dino que não deveria tê-lo descartado, quanto de Weverton que sabe jogar o jogo, mas não tem tanto poder de convencimento quanto o ocupante do Palácio dos Leões.
PS: Antes que algum desavisado tire conclusões erradas, isso são apenas e tão somente conjecturas e vislumbres do que poderá acontecer!… Pauta para conversas sobre o futuro de nossa política.