Destinatários inconfessáveis

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Prólogo

Remexendo meus alfarrábios, na tentativa de selecionar alguns dos melhores textos para publicação de um livro comemorativo aos 45 anos de minha insistência em escrever, e 40 de persistência em lançar livros, descobri que não faz muito tempo, escrevi, sem me dar conta, dois artigos, de conteúdos distintos, porém com mais ou menos a mesma pegada, e o que é pior, com exatamente o mesmo título: “Carta para mim mesmo”.

Agora, passando por uma das curvas decisivas de minha vida, a dos 60 anos, resolvi escrever um texto especificamente para alguns destinatários inconfessáveis.

Ensaio

Fico imaginando qual foi o maior ensinamento que alguém pode ter conseguido ao assistir a série alemã, “Dark”, uma das mais badaladas obras da televisão mundial do momento.

Em meu modesto ponto de vista, “Dark” nos oferece uma lição bem simples, em contraponto com sua intrincada montagem e a seu bem elaborado enredo. Trata-se da devida atenção que precisamos ter ao decidirmos os rumos que escolhemos tomar, pois isso definirá o caminho que trilharemos e estabelecerá o nosso destino. O menor desvio no roteiro, quanto ao tempo e ao espaço, mudará radicalmente toda a história.

São nossas escolhas que estabelecem nossa jornada, nossa trajetória e o lugar onde chegaremos, além das variáveis de como, quando e em que circunstâncias isso vai acontecer.

No final das contas, tudo é resultado das escolhas que fazemos e esse acaba por ser um tema recorrente em nossas vidas. Bem como “Dark”.

Outro detalhe importante é o fato de usarmos pesos e medidas diferentes em quase tudo que fazemos, principalmente quando julgamos nossas próprias ações e as comparamos com as ações das outras pessoas.

Essa forma assimétrica de agir é consequência do fato de sermos humanos e falíveis, o que de forma alguma pode servir de desculpa para nossos erros recorrentes.

Mesmo que inconscientemente exigimos limites para quase tudo, mas não costumamos cobrar de nós mesmos os limites que a vida precisa ter, para que esse “tudo” transcorra da melhor forma.

Esse assunto de limite é muito delicado, e penso que não devemos seguir os limites de ninguém, mas é indispensável que cada um de nós estabeleça os nossos e que eles sejam respeitados e cumpridos. Não ter limite, não pode ser considerado um limite!

Uma vez uma pessoa me perguntou o que eu escolheria: a realização pessoal com a conquista da felicidade ou a realização profissional com a obtenção do reconhecimento público. Na ocasião achei um papo meio piegas, e dei uma resposta filosófica. Passados alguns anos, vi que aquela pergunta fazia todo sentido. Hoje, sem dúvida alguma, escolheria o sucesso na vida pessoal, pois com ele garantido, eu teria mais paz e tranquilidade para pelo menos tentar conquistar o sucesso em qualquer âmbito da vida pública.

Não critico quem optasse por ter sucesso na vida empresarial em detrimento da vida pessoal. Cada um sabe de si. A única ressalva que faço é que essa escolha dificultaria de muitas formas a realização de uma felicidade mais completa e efetiva. Podemos viver sem o sucesso público, mas a vida sem a felicidade pessoal deve ser insuportável!

Epílogo

Li uma vez um texto onde uma pessoa muito sábia dizia que se alguém acredita, sinceramente, que não cometeu um determinado erro, é porque essa pessoa realmente não o deve ter cometido ou porque simplesmente ela não tem consciência do erro que cometeu. Mas há um consolo nisso tudo!… A tal pessoa do erro, o sábio que fez aquela observação, eu, que nada tenho com isso, e você que me lê agora, seres humanos, complexos e imperfeitos, temos a incrível capacidade de pensar, aprender e mudar.

PS: Finalmente entendi o significado daquela frase de Abraão, “Deus proverá”. Para Abraão, parecia não haver mais nenhuma esperança, a não ser acreditar que algo iria acontecer e resolver o seu problema.

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Algumas verdades simples

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Depois de mais de 120 dias, acredito que já posso me manifestar com alguma segurança a respeito da pandemia de Covid-19 causada pelo novo coronavírus.

Como toda doença causada por esse tipo de vetor, esta é mais uma de contágio fácil e disseminação exponencial, uma vez que se propaga através do toque e por gotículas soltas no ar, além disso traz um agravante perigoso, pois ataca com mais ferocidade pessoas com menos resistência, devido terem doenças preexistentes ou estejam em uma faixa etária elevada.

A infeliz ocorrência dessa pandemia serviu para que tivéssemos a verdadeira noção do quanto é frágil e ineficiente o nosso sistema de saúde, seja o público ou o privado, pois o grau de mortalidade da doença é diretamente proporcional à falta de capacidade de tratamento dos sintomas que o doente apresenta, em relação a quantidade de leitos disponíveis para isso. Ficou claro com o passar dos dias e com o trabalho dos profissionais de saúde, que se tratado desde os primeiros sintomas e não sendo o infectado, portador de doenças preexistentes que possibilitem o avassalador oportunismo do vírus, o paciente terá grande chance de se reestabelecer. Muitos inclusive apresentam apenas sintomas leves e outros não apresentam sintoma algum.

A grande quantidade de óbitos causados pela Covid-19 se deve basicamente a três fatores: a falta de cuidados na prevenção do contágio, ocorrido por diversos motivos e de várias formas, principalmente pela falta de distanciamento entre as pessoas e a não observância das medidas de prevenção; a falta de estrutura física para atender os casos mais graves, como a inexistência de leitos de UTI e de respiradores eletromecânicos suficientes; e a saúde precária da maioria dos contaminados, principalmente dos que vieram a óbito.

Um outro fator grave que piorou muitíssimo toda essa situação foi a desumana politização dessa calamidade. O uso eleitoral e midiático por parte dos políticos, com ressonância e repercussão através do trabalho muitas vezes inescrupuloso da imprensa, só fragilizou ainda mais os esforços que alguns faziam para livrar as pessoas dessa doença.

A insensatez advinda de quem jamais poderia tê-la, fez com que na maioria dos casos a população sofresse ainda mais as consequências dessa doença. Além disso, a falta de compreensão da própria população, mal educada e mal acostumada com uma falsa aura de garantia de liberdade constitucional, agravou mais essa crise.

Para que se usufrua da verdadeira liberdade, é necessário e indispensável que tenhamos responsabilidade ainda maior, para conosco mesmo e principalmente para com as outras pessoas. Isso não aconteceu.

Os maiores responsáveis por esse desastre foram os políticos (e aqui não faço distinção de nenhum, todos foram canalhas, uns mais outros menos) e a população, de modo geral, que se comportou de forma inadequada e não teve a necessária compreensão dos fatos, agravando a situação por sua forma errônea de agir.

No balanço final dessa crise de proporções catastróficas, duas coisas devem ser ressaltadas, a solidariedade de pessoas e instituições na ajuda do combate a essa pandemia e o trabalho dos profissionais da saúde que merecem notas realmente heroicas, pois desempenharam seus papeis de forma exemplar, muitos deles sacrificando suas próprias vidas nesse trabalho. Ressalto especialmente o trabalho do SUS que demonstrou que dentro de sua precária estrutura, foi de grande valia e decisivo suporte.

Se por um lado fico muito triste ao constatar o mal comportamento dos políticos e da população, por outro, sinto que a solidariedade de pessoas e instituições, além do heroísmo, muitas vezes fatal dos profissionais da saúde, me consola, pois sei que no final disso tudo teremos aprendido algumas lições para o futuro… Pelo menos é isso que eu espero.

É importante que se saiba que esse vírus não vai desaparecer, que o combate nesta guerra deve ser constante e que só haverá alguma trégua quando a ciência produzir vacinas e descobrir remédios eficientes para essa doença.

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Obviedade acachapante

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Um dia desses eu acordei sobressaltado, pois havia sonhado que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, sacudia o punho de minha rede e dizia: “Joca, meu gordo, resolvi cancelar todas as minhas redes sociais, Twitter, Instagram, Facebook, e até o Tinder…! Resolvi também que não vou mais dar entrevistas a veículos de comunicação de qualquer espécie ou natureza, e não me manifesto mais sobre qualquer tema que possa ser explorado política, partidária, ideologicamente”.

Pulei da rede e fui direto para o computador para ver se havia acontecido alguma tragédia e o ministro Gilmar havia subido antes da hora, uma vez que em minha cabeça, para que ele abrisse mão de dar sua opinião e deixar de participar das redes sociais, só se uma coisa dessas houvesse acontecido!…

O fato é que em minha modesta opinião, membros do Judiciário, do Ministério Público e de entidades correlatas, não deveriam se manifestar sobre assuntos que pudessem de alguma forma serem explorados politicamente. Não que houvesse uma lei que os proibisse, pois a lei deve ser para todos, porém sabemos que dentre todos, diferenciações devem e precisam ser feitas. Penso que o Conselho Nacional de Justiça – CNJ poderia estabelecer regras de conduta específica que regulassem a manifestação de magistrados e operadores estatais do direito, sobre tais assuntos.

Tenho alguns amigos juízes, promotores e procuradores que usam suas redes sociais de forma correta, respeitando total e completamente as regras morais e éticas do uso dessas ferramentas. Eles postam matérias de âmbito artístico, cultural, esportivo e informativo, ou mesmo artigos onde defendem suas ideias, sem jamais dar a elas cunho que possa suscitar tendência política, partidária ou ideológica, mesmo tendo eles posições pessoais em algumas dessas direções ou sentidos.

Quando uma pessoa escolhe ser médico, ou motorista de ônibus, ou piloto de avião ou policial, é importante que ele não se dedique ao consumo desenfreado de bebidas alcoólicas ou drogas, pois muitas pessoas podem ser prejudicadas por essa sua atitude irresponsável. O mesmo deve ocorrer quando alguém resolve ser membro do Ministério Público ou da magistratura! Ao decidirem ingressar nessas carreiras, essas pessoas devem abrir mão de se manifestar sobre assuntos nos quais elas possam um dia serem chamadas a atuar como engrenagens no sistema jurisdicional.

Ao não se eximirem de participar dos debates sobre assuntos do dia a dia, tais operadores do direito se desqualificam para implementarem um trabalho isento, correto, honesto e justo, bem como para darem opinião sobre qualquer assunto de natureza minimamente política, pois desde o início, suas opiniões estarão contaminadas devido à natureza de seus cargos.

Em minha opinião a solução é muito fácil: juízes de todas as entrâncias e membros do Ministério Público não podem se manifestar sobre assunto de suas funções ou assunto de fundo político. Caso desejem fazer isso, devem se desincompatibilizar de suas funções e tornarem-se cidadãos comuns, sujeitos às regras gerais.

Fico me perguntando se isso não é uma coisa óbvia!? De uma obviedade que chega a ser acachapante! Como se pode admitir que um juiz ou um promotor se manifeste sobre um assunto de cunho político ou partidário!? Eles estão em um patamar privilegiado, fazerem isso afeta a estabilidade do sistema jurisdicional, pendam ele para o lado que for!…

Um artista de grande renome e popularidade, em que pese estar também em um outro patamar, pode se manifestar, porém o patamar em que ele se encontra não é o do Judiciário, um dos poderes do estado.

Alguém dirá que prefeitos, governadores e o presidente, além de vereadores, deputados e senadores e seus auxiliares podem se manifestar amplamente, ao que responderei que essa manifestação faz parte da natureza de suas atribuições, coisa que não deve e não pode acontecer no tocante aos operadores do Judiciário.

Aos meus amigos desse setor, que fazem postagens artísticas, culturais esportivas e informativas, e mesmo opinativas, usando o bom senso e respeitando parâmetros éticos, meu muito obrigado! Respeito-os muito mais por isso.

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Decifrando a eleição de São Luís

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O voto antes de qualquer coisa é um ato de paixão. O eleitor vota por paixão a uma ideia, a um partido ou a uma pessoa. Há quem vote porque um determinado candidato é bonito, porque ele torce para um certo time de futebol, ou por ele passar confiança, mas o eleitor sempre vota motivado pela emoção.

Ainda bem que existem eleitores que votam motivados pela busca de um melhor caminho, imbuídos da vontade de acertar ou de errar o menos possível na hora de escolher quem o represente. Procuro estar entre esses.

Eu já disse centenas de vezes e vou repetir novamente: eu amo mais São Luís que o Maranhão; amo mais o Maranhão que o Brasil; amo mais o Brasil que o Mundo… Dito isso, fica claro que minha cidade merece toda minha atenção, inclusive quanto à escolha de seu dirigente maior.

No que diz respeito aos candidatos a prefeito de São Luís, quase todos, de alguma forma, em maior ou menor intensidade, são meus amigos. Conheço Eduardo Braide desde que ele era menino, filho de meu grande amigo Antonio Carlos Braid. O mesmo ocorre com Neto Evangelista, filho de meu colega deputado, João Evangelista. Rubens Júnior, além de filho de um outro colega deputado, Rubens Pereira, ele mesmo foi meu colega na Assembleia Legislativa do Maranhão. Adriano Sarney, é filho de Sarney Filho, antigo correligionário. Conheço José Carlos Madeira desde os tempos do curso de Direito, na UFMA. E para ficar em apenas meia dúzia, cito ainda Duarte Junior, a quem só conheço graças à sua grande exposição midiática.

Se eu não tivesse sido político por mais de 40 anos, escolher um entre esses candidatos seria uma coisa bem difícil para mim, mas o fato de ter alguma vivência nesse setor e buscar sempre fazer uma melhor escolha para o momento político e para as circunstâncias que nos encontramos, faz com que essa decisão fique extremamente fácil.

 Sei que o governador Flávio Dino tenta fazer de tudo para enfraquecer uma das alas internas de seu grupo, já pensando na eleição de seu sucessor. Pode até parecer estranho para alguns, mas quanto a isso, concordo com ele, pois defendemos o mesmo nome para o governo em 2022.

Ao tentar dar musculatura a Rubens Júnior, Dino tenta enfraquecer Neto Evangelista, que conta com o apoio de Weverton Rocha, Othelino Neto e grande parte da bancada de deputados governistas. Essa será uma luta interessante! Por fora, corre Duarte Júnior, espertamente colocado por Dino no partido de Brandão, seu candidato para o governo em 2022. Duarte é na verdade, por mérito próprio, o único postulante ao Palácio La Touche que tem alguma condição de enfrentar Eduardo Braide, que é o candidato com a maior simpatia popular, segundo as pesquisas.

Todos sabem que durante 50 anos o grupo Sarney foi hegemônico no Maranhão. Mesmo assim durante quase todo esse tempo esse grupo não controlou a prefeitura de São Luís.

Hegemonia muito forte e muito duradoura nunca é uma coisa boa para ninguém. Não é boa para o estado, não é boa para os políticos, não é boa para o povo e não é boa nem mesmo para o detentor da hegemonia, que quase sempre perde a visão correta da realidade.

Como disse antes, o meu voto é motivado pela emoção que sinto na tentativa de acertar, ou pelo menos em errar o menos possível na escolha, por isso apoiarei Eduardo Braide para prefeito de São Luís, o único candidato que em minha opinião pode equilibrar na balança política que se encontra bastante pensa no Maranhão.

PS: É importante que não esqueçamos que existem dois grandes eleitores que certamente serão decisivos na eleição do próximo prefeito de São Luís: Edivaldo Holanda Junior e Roseana Sarney. 

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Carta para mim mesmo *

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Meu caro Joaquim,

Escrevo-te essas mal traçadas linhas… Penso que seria assim que eu começaria uma carta se vivêssemos no final do século XIX e o mestre Machado tivesse acabado de publicar o seu maravilhoso Memórias póstumas de Brás Cubas, um de nossos livros favoritos, o qual lemos quando tínhamos 14 anos, o que nos fez querer ser escritor…

– Foco seu Jota!…

Sabes, se tivesse que escrever-te essa “missiva”, à mão, com uma caneta-tinteiro e em papel de carta, daqueles bem fininhos… Disléxico, gastaria uma enormidade de papel, pois os erros seriam muitos…

Ainda bem que estamos na segunda década do século XXI, e cato milho nas teclas sofridas desse computador que apanha surras de meus dedos pesados! Ah! Se o Borba tivesse um desses!…

– Calma Quincas! Não se perca no caminho!…

O fato meu caro, é que já faz muito tempo que nós não mais nos encontramos. Lembro de nossos encontros matinais, no banheiro, quando íamos escovar os dentes!… Nós nos encarávamos no espelho e falávamos como Robert De Niro fez com o seu alter ego em Taxi Drive. Lembra!?…

Pois é! Alguém pode pensar que você é esquizofrênico, falando consigo mesmo no espelho do banheiro, escrevendo carta para si mesmo e ainda publicando no jornal de maior circulação do estado!… Se bem que, quem é esquizofrênico não admite isso, nem para o espelho nem para os leitores!…

– Caramba, Joca! Será que dá para ir direto ao assunto!?

Oquei! (escrito desta maneira mesmo, Ademir, só para sacanear com os caras do Twitter!)

O caso é o seguinte! Eu estou cansado de ter que ficar esperando que alguma coisa aconteça e toda essa situação em que o país se encontra, se resolva.

Em meio a essa zorra toda, tu já nos afastastes de alguns amigos de quem gostamos, apenas e tão somente por pensar diferente deles! O pior é que dois deles, os quais mais sentimos falta, pensam de forma diametralmente opostas.

Veja a que nível chegou esse problema de querer ser coerente demais, analisar as coisas de um ponto central, usando pesos e contrapesos, ponderando cada ação e movimento. Agindo assim tu consegues brigar com todo mundo! Com quem se posiciona à tua esquerda, mesmo que ele nada tenha de esquerdista, e com quem se posiciona à tua direita, mesmo que este seja até extremamente espiritualizado!

O fato é o seguinte, mermão! Não tá dando mais para convivermos dentro das mesmas calças. Esse negócio de quarentena tá me deixando pirado! Não consigo mais conviver contigo, trancado em casa, acordando muito cedo, se enfiando em um computador, escrevendo umas dez histórias ao mesmo tempo, falando enlouquecidamente ao telefone, brigando com Nagib (com muito motivo e com pouco motivo), arrumando confusão no Twitter, ficando sem comer por umas 18 horas, preparando um jantarzinho frugal, quase sempre salada grega, ou cachorro quente de carne moída, ou uma massinha com molho de cogumelo ou ainda uma sopinha vinda da casa da mamãezinha e depois, se enfiar na rede para assistir filmes a noite toda… Ainda bem que isso tudo, ao lado deste monumento de mulher que tu arrebatou!…

Mas como disse amigo querido, eu estou cansado… Vamos flexibilizar um pouco… Viajar… Precisamos ir a São Paulo! Tem duas séries para finalizar, são quase oito horas de filme!… Temos que ir a Porto Alegre, falar com o pessoal dos canais Box… No Rio, ver o Theo!…

Vamos lá! Dá uma folguinha!…

 PS 1: Resposta para mim mesmo:

Sossega leão!…

 PS 2: Fiz esse texto para provar para mim mesmo que não escrevo só sobre coisas “chatas”!…

*(outra)

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O monopólio ideológico da razão

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Tenho dedicado algum tempo de meus dias, em meio a essa pandemia, para analisar, estudar e tentar entender qual o verdadeiro sentido dessa onda avassaladora de intolerância, advinda exatamente daqueles que se dizem antagonistas a ela.

Dizem que a obra de Monteiro Lobato tem cunho preconceituoso e racista, e que as crianças não devem ter acesso a ela. É como se Dona Benta e todos no sítio tratassem tia Anastácia como escrava ou mesmo como uma mera serviçal e não como companheira de toda uma vida, e uma pessoa amada.

Voltei a ler a obra de Lobato e confesso que não consegui encontrar nela nada que pudesse sugerir preconceito ou racismo, mas pensei que poderia estar impregnado pelo racismo estrutural ao qual estamos submetidos culturalmente, então resolvi continuar pesquisando.

Comentei esse fato com um amigo que mandou que eu lesse um trecho de “Caçadas de Pedrinho” onde haveria uma alusão à predileção que as onças devem ter pelas carnes de tia Anastácia, como se a onça, tendo Dona Benta à sua frente, fosse deixá-la de lado, por preferir as carnes da quituteira do sítio!

No meio dessa polêmica, soube que alguns canais de filmes tiraram do ar “E o vento levou…”, por este fazer proselitismo de atos racistas e mostrar uma realidade que induz as pessoas a banalizarem o preconceito e a discriminação racial.

Absurdos como esses dois, em minha opinião, bem representam os acontecimentos generalizados de incompreensão que estão ocorrendo, fazendo com que aqueles que se dizem defensores dos bons sentimentos e adversários das más índoles, cometam os mesmos erros que atribuem aos seus oponentes.

Devo deixar bem claro que racismo é algo repugnante e deve ser totalmente repudiado.

Porém é incompreensível que muitas das pessoas que abominam “O Sítio do Pica-Pau Amarelo e “E o vento levou…”, sejam fiéis seguidores das ideias de Friedrich Nietzsche, cujo pensamento, elaborado nas décadas finais do século XIX, inspirou os movimentos direitistas e elitistas do começo do século XX e influenciou os ideólogos do nazismo e do autoritarismo militar europeu.

Uma das teorias desse formidável filósofo alemão, um dos mais estudados e apreciados, diz que “a escravidão é necessária à cultura”, e mesmo assim, ele é mais aceito que Monteiro Lobato, que em sua obra mais importante, que começou a ser escrita há exatos 100 anos, atém-se a transpor para o ambiente rural brasileiro, as aventuras e os mitos da cultura universal.

Isso se deve ao fato das teses de Nietzsche serem de complexo entendimento para alguns que veem mais o existencialismo e os dramas de consciência que há nas palavras do alemão e menos o caráter violento delas.

Um filósofo, assim como um escritor ou um diretor de cinema, juntamente com suas obras, não são capazes de sozinhos moldarem uma sociedade, se ela não tiver a propensão natural para isso.

É a educação, familiar, social e formal, aquela que se adquire no convívio da família, da sociedade e do aprendizado na escola, que forja o caráter das pessoas, fazendo com que floresça ou murche as boas ou as más índoles inerentes a cada indivíduo.

O mais estranho nisso tudo é o fato de que aqueles que pretendem eximir as crianças do racismo que identificam na obra de Lobato, são os mesmos que desejam expô-las às diversas possibilidades de opções sexuais…

Pode parecer que ao usar o argumento acima, eu tenha jogado baixo, mas às vezes é preciso! Eu tento ser coerente, e não aceito esse absurdo monopólio ideológico da razão.

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Um triste balanço geral

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Tentei me imaginar como um auditor externo, descompromissado com qualquer dos lados em questão, que não sofresse nenhuma influência das consequentes circunstâncias dos fatos, atos e acontecimentos, para ver onde chegava na análise de tudo isso que estamos vivendo.

Nosso país passou por um período conturbado, onde diversos escândalos de corrupção eclodiram e foram expostos esquemas bilionários de roubo. Processos foram instaurados, julgamentos foram feitos, sentenças foram prolatadas e penas foram cumpridas.

A população revoltada, elegeu alguém de tendência política oposta a quem já estava no poder há muito, e foi responsável pelos tais casos de corrupção. A escolha, como ocorre em qualquer eleição, foi mais emocional que racional, o que sempre acarreta diversos problemas.

O eleito não é alguém com características de estadista. Seu estilo populista e atabalhoado, resvala constantemente no desrespeito às normas do bom e sadio convívio social, o que desagrada a alguns, mas não desagrada boa parte do povo, que se identifica com o jeito rude de ser e de agir do presidente.

Essa falta de aptidão do chefe do executivo no trato cordial para com as pessoas, a sua incapacidade de se comunicar de forma satisfatória e aceitável, complicam ainda mais sua situação, fato que é facilmente entendido como estilo intolerante e autoritário, o que é verdade, e que revela, segundo alguns, sua vontade latente de estabelecer uma ditadura, o que não há comprovação, a não ser nas narrativas de seus opositores, por motivos óbvios.

O presidente tem um estilo irresponsável, pois não mede as consequências das coisas que diz e faz, muitas vezes tendo que retroceder ao ser confrontado com a inexequibilidade de suas ações impensadas e não planejadas minuciosa e detalhadamente como deveria fazer.

Motivados e respaldados pelos flagrantes erros cometidos pelo presidente, quanto ao conteúdo, porém muito mais pela forma deles, os poderes legislativo e judiciário, ambos em defesa da ordem constitucional, mas embalados por motivações políticas, tomam atitudes contra as ações do presidente da república.

As atitudes do legislativo e do judiciário, mesmo não estando em desacordo com o regramento jurídico, possuem um ingrediente político grande e grave, o que transforma o caso em disputa meramente ideológica e partidária, coisa inadmissível entre os poderes da república.

A constituição brasileira estabelece que os poderes da república devem agir com independência, cada um cumprindo suas funções, mas em harmonia, para que não se estabeleça o caos, como este pelo qual estamos passando.

Junte a isso a inescrupulosa e insidiosa ação de parte da imprensa, que há muito tempo esqueceu a sua missão e resolveu se tornar um quarto poder, paralelo e às vezes sobreposto aos constitucionais, e criar heróis como fez com Collor e Lula, ou destruí-los como fez com os mesmos.

Para agravar ainda mais essa situação, a modernidade e o avanço tecnológico permitem que qualquer pessoa, mesmo sem ter a qualificação necessária para fazê-lo com responsabilidade, possa participar do debate diário, através das redes sociais e da internet, o que só complica ainda mais o panorama.

Chego a triste conclusão que a única vítima em toda essa tragédia é o povo brasileiro.

O que temos é o caos e há três maneiras possíveis de se sair dele: Voltamos no tempo e não cometemos os erros que o originou, o que é impossível; Explodimos tudo, o que é inadmissível; ou, paramos, desarmamos nossos espíritos e começamos novamente, de um ponto aceitável por todos, o que é muito difícil, mas a única coisa razoável que nos resta a fazer.

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Precisamos falar sobre racismo

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Racismo é o assunto do momento e espero que ele seja tema recorrente na pauta de todos, até que fique tão banal que o seu objeto deixe de existir… Mas mais realisticamente, o racismo infelizmente não vai desaparecer completamente, no entanto sua incidência precisa diminuir drasticamente.

O brutal assassinato de George Floyd, por um policial branco, na cidade americana de Mineapolis, gerou uma onda de protestos por todo o mundo, chamando mais uma vez a atenção para esse grave problema de nossa sociedade.

Existem outros grupos raciais que também são vítimas do racismo como curdos, armênios, sérvios, croatas, hutus, tutsis, ciganos, judeus e palestinos, mas as perseguições a eles são mais localizadas, quase sempre em conflitos civis internos.

O racismo mais comum é o sofrido pelos negros nos países ocidentais, devido aos séculos de escravidão que os povos africanos foram submetidos, principalmente nos 500 anos, entre 1400 e 1900. Depois desse período escravocrata formal, o racismo estrutural tomou conta do dia a dia das pessoas negras.

Racismo estrutural é a forma pela qual ele foi estabelecido, de modo a fazer com que os descendentes dos antigos escravos permaneçam nas camadas mais baixas do espectro social. É muito difícil escapar ou suplantar isso, uma vez que ele está arraigado nos componentes básicos desse organismo vivo que é a sociedade.

Nossos pais sempre deixaram bem claro que as pessoas não deveriam e não podiam ser classificadas ou valorizadas pela cor de sua pele.

Meu pai teve um irmão de criação negro que ficou conhecido como Raimundo Nagib, já minha mãe trouxe para morar conosco uma amiga de infância, que se transformou em nossa mãe de criação, Mãe Teté. Meus pais criaram como nosso irmão o filho de Anita, lavadeira da casa de minha avó, que morrera de parto, Celso Henrique.

Eles incentivavam a nossa convivência com a rapaziada do bairro onde morávamos, quase todos negros, com quem jogávamos futebol: Calhambão, Mário, Xilado… Depois foram os amigos do basquete: Espirro, Carlos Henrique, Paulo Zona…

Sempre respeitamos as pessoas independentemente da cor de sua pele, sempre tivemos amigos negros e jamais fizemos distinção deles por motivos raciais. As distinções que sempre estabelecemos entre as pessoas foram as que dizem respeito às suas índoles.

Quando minha filha estava ficando mocinha, imaginei que ela aparecesse um dia lá em casa com um namorado. Fiquei idealizando o cara perfeito pra ela. Imaginei um rapaz da minha cor, um branco-bege, de cabelos castanhos, olhos negros, um cara parecido comigo!… Aí ela me apareceu com um asiático! Foi um baita susto! Ao me assustar, imaginei se ela tivesse arrumado um namorado negro! O que honestamente eu acharia!? O susto seria certamente maior que o que eu tive com o japa. Mas eu sabia que a coisa mais importante seria o modo como qualquer um deles trataria minha filha, como seriam os seus princípios como pessoas.

No fundo somos todos racistas, pois a nossa estrutura social é racista, e é contra isto que devemos lutar. É muito importante que todos nos posicionemos contra isso.

PS: Pensando bem, vejo que ainda sou bastante preconceituoso. Abomino pessoas hipócritas, pérfidas, arrogantes, prepotentes, insensíveis, incapazes de reconhecer um erro… E de agora em diante passarei a ser preconceituoso também com os racistas! Acho que desses preconceitos eu não vou conseguir me livrar!…

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Apenas uma reflexão

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Acredito que raramente os fatos acontecem exatamente como suas narrativas são propagadas. Já uma ideia tem um potencial maior de similitude quando relatada.

Os acontecimentos, por suas características fundamentais, como seu ponto de observação ou visualização, sua iluminação física e ideológica, ou a intenção de seu uso, trazem em si imensas distorções, que precisam sempre ser levadas em conta por quem desejar se aproximar o mais possível da verdade.

Dito isso, eu chego perto de estabelecer um postulado filosófico que já deve ter sido objeto de estudo de alguém, muito mais capacitado que eu: Não existe verdade em seu estado puro. Ela é um produto manufaturado pelas circunstâncias que a envolvem e agem sobre ela.

A busca da verdade é uma aventura titânica, e só gigantes realmente indomáveis podem embarcar nesta viagem.

Estamos vivendo num tempo onde as narrativas se impõem de maneira cruel, impedindo que se vislumbre um mínimo traço de verdade que nelas possam existir. É que essas narrativas estão impregnadas de intolerância, desrespeito, mágoa, medo, rancor, desesperança, venalidade, e mais que isso, de ideologias, filosofias e psicologias usadas no sentido de transformar essas narrativas em verdades inquestionáveis e inabaláveis, para com elas destruir quem não as professem, e controlar os demais.

É muito difícil desempenhar o meu papel em toda essa tragicomédia! É muito difícil manter a lucidez, a correção, a coerência e o bom senso, quando de alguma forma você também faz parte desse angu de caroço.

Não digo que eu consigo ser sempre lúcido, correto, coerente e ter bom senso. Algumas vezes eu falho, mas estou sempre tentando acertar.

Gostaria de estar sempre na posição que o mestre Aristóteles sacramentou como sendo a mais correta para que o homem alcance a virtude, palavra que pode ser interpretada como verdade, sucesso ou prazer, sem que haja discordância ou conflito entre elas. O centro, o caminho do equilíbrio. A ponderação.

Busco muito essa posição para mim e para minha vida, mesmo sabendo que tenho uma leve tendência para me posicionar um pouco a direita do centro, ser um pouco “conservador,” nas palavras de alguns.

A palavra conservador, da mesma forma que a palavra revolucionário, bem como qualquer outra palavra, umas mais outras menos, está impregnada por conceitos e preconceitos valorativos e adjetivos atribuídos a ela no decorrer dos anos, que acabam por descaracterizá-la.

A palavra demagogo, por exemplo, era usada na Grécia antiga para designar cada um dos líderes do partido democrático, que dominavam a arte de conduzir o povo. Com o passar dos séculos, demagogo passou a ser simplesmente aquele que manipula a massa popular, fazendo promessas que muito provavelmente não serão cumpridas, visando apenas a conquista do poder político ou outras vantagens. O que não deixa de ser verdade.

Entende-se por conservador, aquele que não deseja a evolução, o progresso, a liberdade, as coisas boas. Quando se fala em conservador, se imagina um velho rabugento, vivendo no passado, sem deixar os ventos da modernidade avançarem. Esse entendimento está completamente equivocado. Conservador é quem é contido, paciente, precavido, cauteloso. Alguém que não é dado a aventuras vãs.

Já revolucionário é hoje o que sempre foi. Alguém destemido, pronto para enfrentar as dificuldades, um aventureiro sonhador que deseja mudar o mundo e não mede as consequências.

O problema não é ser uma coisa ou outra, pois existem bons e maus conservadores e bons e maus revolucionários. A Igreja Católica, conservadora, estabeleceu a Inquisição que matou milhares de pessoas, mas em compensação, Churchill, conservador, livrou o mundo do nazismo! Stalin e Mao Tse Tung foram revolucionários que mataram milhões de pessoas, já os revolucionários Fleming e Sabin, salvaram milhões de vidas!

Bem, foi esta a minha reflexão desta madrugada sem sono.

Reconheço-me um conservador moderado, que busca incansavelmente a lucidez, a correção, a coerência e o bom senso, que está disposto a lutar contra a intolerância, o desrespeito, a mágoa, o medo, o rancor, a desesperança, a venalidade, e outras coisas que complicam a vida.

Desejo ser alguém que busca, não uma verdade, mas informações fidedignas e confiáveis que me permitam tirar uma conclusão que se aproxime bastante dela.

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Uma tragédia de erros

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Qual seria a reação das pessoas, que tomassem conhecimento, através de gravações, de reuniões dos presidentes do Supremo Tribunal Federal – STF, do Senado Federal, ou da Câmara dos Deputados, com seus pares, onde eles tratassem de assuntos que deveriam ser exclusivamente privados? Que não pudessem vir a público!?…

Como reagiriam as pessoas que assistissem a gravações de reuniões secretas das direções nacionais dos partidos políticos, de qualquer coloração ideológica? Como se sentiriam os telespectadores se pudessem assistir a uma reunião de pauta de um desses telejornais nacionais? Uma, onde os jornalistas não soubessem que estavam sendo gravados e onde se visse como eles montam suas narrativas!?…

Como ocorrem as reuniões intimas, nas quais você participa!? Da empresa, do condomínio, da família! Se diz cada barbaridade nessas reuniões, não é mesmo!?

Penso que essas pessoas se sentiriam tão impactadas quanto aquelas que assistiram a reunião ministerial de 22/04/20. Talvez nessas outras reuniões fossem falados menos impropérios e sandices, mas certamente nelas seriam ditas coisas também bastante censuráveis, pois na intimidade, sempre se acaba dizendo algo que não deveria ser dito.

Não desejo colocar panos quentes nas grosserias e nos impropérios ditos na reunião ministerial de 22/04/20, mas não posso esquecer que, quem dela participou imaginava que aquela seria uma reunião secreta, e se soubessem que ela seria pública, teriam mantido a linha, falado menos tolices.

Da mesma maneira que não posso deixar de dizer que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, é um completo lunático e não poderia jamais ocupar tão importante cargo, ou qualquer outro.

Fico imaginando qual ministro do STF, senador ou deputado federal nunca, em uma reunião íntima, não insultou o presidente Jair Bolsonaro ou algum de seus ministros aloprados!? Ora, se eu que não estou diretamente envolvido em todo esse parangolé os insultos, imaginem quem está no olho do furacão!?…

O presidente da república que é um sujeito incapaz de se comunicar de forma correta e adequada, nem com sua equipe, nem com os demais atores da cena política brasileira, nem com a imprensa, quando se vê fustigado por aqueles que desejam atingi-lo, acaba criando um ambiente caótico, quase fora de controle.

Fiquei muito preocupado com uma fala de Bolsonaro, na porta do Palácio da Alvorada, na quinta-feira, 28 de maio! O senti acuado! Penso que estão esticando muito a corda com este maluco! Oposição e imprensa, ao invés de enfraquecê-lo, estão fortalecendo-o junto aos seus apoiadores!

O apoio a Bolsonaro, em muitos aspectos, está ficando muito parecido com a religião que foi criada em torno de “São Lula”! O que não é de forma alguma o que eu ou qualquer pessoa de bom senso, deseja.

Penso que na tentativa de atacar o governo, apedrejando seu governante, seus opositores, conseguem poucos novos adeptos, consolidam a resistência bolsonarista, e pior que isso, atingem e fragilizam o Brasil e suas instituições.

Acredito que a tática mais correta a ser usada contra pessoas como Jair Bolsonaro não seja essa que a imprensa e seus adversários políticos estão usando. Perseguir um populista, acossá-lo, vitimizá-lo, não o fará desistir. O objetivo deles deveria ser apartá-lo de seu trunfo, de sua base, de seu apoio: seu povo.

Ao agir como o fazem, os adversários do presidente, mais que alvejá-lo, atingem ao Brasil. Ao final pode ser que consigam seu intento, mas certamente, terão destruído a nossa nação, o nosso país e o nosso Estado, que com isso pode deixar de ser democrático, por ação deles, ou por reação a eles.

Um governo ou seu presidente são passageiros. O que tem que ser permanente é o entendimento de que todos, não só alguns, são igualmente responsáveis pelas coisas certas e pelas coisas erradas que acontecem em nosso país. Mérito, culpa e responsabilidade, não são privilégio apenas de alguns, mas de todos.

O presidente comete muitos erros, alguns graves, mas ele não é o único a errar em toda essa tragédia absurda pela qual passamos. Vestais, que se colocam acima do bem e do mal, são tão ou mais responsáveis que ele.

Em Bolsonaro, o erro se sobressai muito mais por sua forma tosca de ser e de agir, que por qualquer outra coisa. Como dizia meu pai, “ele tem o dedo queimado”!

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