Mateus 6:28-30

3comentários

Quem me conhece sabe que não sou religioso, até porque acredito que em muitos aspectos, alguns dos grandes problemas da humanidade são causados pela forma abusiva e manipuladora com que as religiões são usadas. Ocorre que dar esse título ao meu texto de hoje, significa reconhecer que também há nelas instrumentos, quase sempre esquecidos, capazes de resolver tais problemas.

Fico olhando o que está acontecendo em Israel e na Palestina e me pergunto se os políticos brasileiros se dão conta das merdas que eles estão fazendo com nosso país, e aí me volto para um texto de dois mil anos, conhecido de todos, e vejo que apesar de o conhecerem, ninguém dá a menor importância a ele.

Mas não custa relembrar. “Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?”

Ligo a televisão e vejo os mísseis disparados da Palestina contra Israel e os aviões de Israel atacando os territórios palestinos. Meu coração se contrai, minha garganta trava, minha boca fica seca e minha mente turva, ao ver a barbaridade que estes primos fazem uns com os outros já há tantos anos.

Entendo que a religião é um componente forte naquele conflito, mas acredito que já há algum tempo ela tenha passado a ser um fator de menor importância na tragédia que ali se desenrola.

Porém, o que mais me dói nisso tudo é saber que aquela gente, espremida em um pedaço de terra infértil, entre montanhas, desertos e desafetos, por três dos lados e pelo mar, salgado e inóspito do outro, daria qualquer coisa para estar em nossa situação, para serem brasileiros, em um país continental, de terras férteis, mesmo que governado por um presidente “genocida”, cujos adversários em sua maioria são “ladrões”, manipulados por uma imprensa “vendida”. Um país que tem uma Suprema Corte “canalha”, um Poder Legislativo “corrupto”, onde o crime organizado loteia as cidades e onde há um povo que aceita tudo isso “passivamente”.

Tanto palestinos quanto judeus estariam muito mais felizes vivendo no Brasil do que naquele inferno onde vivem.

Tenho certeza de que o Jacarezinho é um lugar melhor que Sderot, em Israel ou Rafah em Gaza!… Não que o Jacarezinho seja uma maravilha, mas por lá, os bandidos e a polícia não estão matando a população abertamente. Pelo menos abertamente ainda não!…

Enquanto no Brasil nós temos um presidente boçal, uma Suprema Corte política e não judicial, uma CPI no Senado cujo presidente e relator são réus em dezenas de processos na justiça, na Terra Santa, o primeiro-ministro de Israel, é um sujeito radical e violento, e o presidente da Autoridade Palestina é envolvido em atos de terrorismo, mas estes últimos facínoras, devido a todas as circunstâncias que os envolvem, são, a meu ver, bem mais razoáveis que os nossos.

Fico olhando pro mundo e me pergunto! Quando teremos um governante que possa fazer a diferença, que mude os rumos de nosso país, que nos dê esperanças verdadeiras? Alguém que não seja um marginal analfabeto que tendo se tornado um alento para o povo que via nele um igual, o traiu barbaramente, aparelhando sua quadrilha em todos os compartimentos administrativos de nosso país e roubando dele não só suas riquezas materiais, mas principalmente as espirituais, sua fé e sua esperança. Alguém que não seja um outro imbecil, que na falta de um melhor ou mais capacitado não nos deixou chance de escolha. Um que não seja um completo desperdício da mesma fé e da mesma esperança nele depositadas.

Quando será que poderemos sonhar com um Legislativo preparado, um Judiciário apolítico e uma imprensa honrada!?

As vezes tenho vontade de me alistar na Cruz Vermelha e me arriscar em alguma guerra ou em um campo de refugiados. Lá há mais futuro!…

Mateus 5: 9 – “Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!”

3 comentários »

Ética argumentativa ou barbárie

0comentário

Partido do pressuposto que um argumento pode ser verdadeiro, indeterminado ou falso, se você afirmar qualquer coisa a respeito dele, mesmo que seja pra dizer que ele é falso, você o reconhecerá como verdadeiro, pelo fato de estar usando um outro argumento, mesmo que seja no sentido de contestar a outra afirmação argumentativa.

Parece complicado, não!?… Nem tanto! Veja!…

Não há como considerar inexistente uma coisa da qual você discorda, pois se você discorda dela, é porque ela existe. É impossível discordar de alguma coisa que não exista!

Mas vamos por partes. Vejamos o que é ética!  Ética é o conjunto de regras perenes, no tempo e no espaço, necessárias para a convivência pacífica entre as pessoas.

Sendo perenes, ou seja, constantes, estáveis, que não mudam em relação ao tempo e ao espaço, mesmo que não saibamos quais sejam estas tais regras, fica claro que elas só poderiam surgir provenientes de argumentações. Qualquer outra forma de tentarmos chegar a esse conjunto de regras, será através de métodos contraditórios, que é o mesmo que não perenes, o que acarretaria que não seria ético.

Todos os argumentos que não forem éticos não são perenes no tempo ou no espaço, como por exemplo o uso discricionário da violência ou da opressão, ou do preconceito, ou do cerceamento da liberdade ou da negação de direitos fundamentais, seja no Brasil de hoje ou de ontem, seja na África do Sul ou na Arábia Saudita ou na Venezuela, ou nos Estados Unidos.

Por outro lado, argumentação é o processo no qual duas ou mais pessoas tentam provar ou refutar determinadas afirmações. Neste caso é necessária a existência de pelo menos duas pessoas com posições divergentes, pois quando há concordância, não há contra-argumento, e sem ele não há debate, o que é fundamental para um ambiente ético.

Não há nenhuma possibilidade de haver argumentação ética ou ética argumentativa se não existir liberdade que lhe permita ser o proprietário de sua ideia e a posse de sua opinião, capazes de fazer você propagar e defender seu pensamento e o argumento que o define e sustente, como também da mesma forma, isso lhe obriga a reconhecer e respeitar o pensamento e o argumento daqueles que possuem posições contrárias à sua. Isso é a base fundamental da civilidade e do avanço civilizatório.

No momento que você assume a defesa de um argumento seu, perene no tempo e no espaço, você se obriga a respeitar e reconhecer como verdadeiro o argumento de outrem, da mesma forma perene e antagônico ao seu, mesmo que isso não lhe obrigue a aceitá-lo ou a defendê-lo

Essa interação entre argumento e contra-argumento em um ambiente ético e perene, cria a ética argumentativa que por sua vez estabelece um sistema de convivência harmônico, ou pelo menos é assim que deveria acontecer.

O que vemos, principalmente nos últimos tempos, de forma praticamente epidêmica, é que os argumentos não seguem uma linha de coerência. Eles mudam ao bel prazer do argumentador, que não usa critérios perenes, que não se mantêm constantes no tempo e no espaço, e mudam de caso a caso, de lugar a lugar, de pessoa a pessoa, segundo a conveniência de quem o propaga.

Assim fica impossível que se mantenha uma discussão saudável, que possa criar o ambiente indispensável para a evolução das pessoas e das sociedades, o que nos leva a conclusão de que sem ética argumentativa, não há humanidade e sem ela, só nos resta a barbárie.

PS: Escrevi este texto por dois motivos. Para que eu não me esqueça que um dia já desejei ser um grande e respeitado filósofo, e como forma de insultar os idiotas, que não tendo capacidade de entender nada do que foi dito antes, estão destruindo o mundo, politizando tudo, colocando cor ideológica e aromas partidários em tudo, fazendo com que não haja nada perene ou ético, o que desqualifica suas argumentações, acaba com o debate e coloca em risco a civilização.

sem comentário »

Arlete Nogueira da Cruz Machado

0comentário

Eu ainda era criança quando pela primeira vez ouvi alguém falar este nome. A pessoa que falava sobre ela, dizia que também era escritora, e das boas, a esposa do poeta Nauro Machado.

Anos mais tarde, jovem e inquieto escritor, fiz um poema usando os títulos dos poemas de Nauro. Durante aquela pesquisa, me vi intrigado ao constatar o fato de que todos os nomes daquela mulher, de quem ouvira falar quando criança, e a quem eu havia conhecido mais proximamente, pessoa tão aparentemente frágil, mas verdadeiramente muito tenaz, terem, mais ou menos, estreita relação com árvores.

Vejam só:

Arlete diz respeito a indivíduo proveniente de “floresta de amieiros”, nome vulgar de alnus glutinosa, árvore de médio porte, muito comum em Portugal.

Nogueira é outra árvore, esta bem mais conhecida, inclusive por suas propriedades medicinais, além de produzir um fruto conhecido como noz inglesa ou noz persa.

Da Cruz, faz uma poderosa ligação causal com o mundo vegetal, uma vez que a mais importante das cruzes, a de Cristo, era obviamente feita de madeira.

Machado, é um instrumento mundialmente usado para derrubar árvores.

Mas aquela análise sobre a poeta e seus nomes fortes ficou pra trás. Eu não tinha nem petulância nem intimidade suficientes para escrever sobre isso naquele tempo.

Dali por diante, passei a ser mais próximo de Nauro, Arlete e Frederico. Depois que meu pai morreu, todas as vezes em que me encontrava com Nauro, ele fazia questão de me dizer, um tanto sem jeito: “Seu pai era meu amigo, e mesmo não tendo sido um homem de letras, tinha grande sensibilidade!”

Em 2009 aconteceu um fato que marcou a minha vida. Eu fui eleito para a Academia Maranhense de Letras. Ocorre que naquela ocasião haviam duas vagas abertas na AML e os candidatos a elas eram eu e meu amigo Ney Bello Filho. Conversei com Ney e decidimos que o nosso ingresso na Academia poderia ser em outra oportunidade, então resolvemos ir até a casa de Nauro e Arlete para dizer a eles que nós estávamos abrindo mão de nossas candidaturas em nome deles, pois sabíamos que um dizia que só entraria para a Academia se o outro também entrasse, e aquela era uma oportunidade perfeita para isso.

Eu e Ney fomos muito bem recebidos pelo casal e por seu filho, tomamos um delicioso cafezinho com bolachinhas da Padaria Chaves e manteiga real, mas Nauro e Arlete não aceitaram ser candidatos. Os motivos exatos até hoje eu não sei ao certo.

O tempo se passou e tempos depois, Nauro veio a falecer e eu já acadêmico, voltei à casa de Arlete, desta vez com outra comitiva, mas para fazer-lhe o mesmo convite, e a resposta dela foi uma das maiores declarações de respeito e amor que que já ouvi em minha vida: “Não tem sentido nenhum eu entrar para a Academia. Nauro era quem deveria ter estado lá!”

Em seu filme “Litania da Velha”, Fred Machado dá som e imagem à maravilhosa poesia de Arlete. Este filme é uma bela homenagem do filho para a mãe e desta, para nossa mãe-cidade.

sem comentário »

Kátia Bogéa representa São Luís, o Maranhão e o Brasil em prêmio internacional sobre patrimônio histórico

0comentário

O amor pela história e a defesa da herança cultural brasileira resultaram na indicação da historiadora e atual presidente da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico de São Luís (FUMPH), Kátia Bogéa, ao Prêmio Internacional Hypatia em reconhecimento às suas ações em defesa do patrimônio histórico brasileiro.

Integrante da gestão do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, Kátia nasceu em Sergipe, mas sua família se transferiu para o Maranhão quando ela era ainda menina.

A simples indicação ao prêmio Hypatia, concorrendo com outras 19 personalidades de diferentes países, que contribuíram no campo da pesquisa e promoveram o avanço do progresso e do conhecimento científico além da melhoria da vida da população, por si só já se configura como uma imensa vitória.

Além de Kátia Bogéa, somente uma outra brasileira, a professora paulista Niéde Guidon, que é arqueóloga e paleontóloga, responsável pelo maravilhoso trabalho realizado na Serra da Capivara, no Piauí, concorre ao prêmio, que concederá o mérito a apenas 10 dos 20 indicados durante a 5ª Bienal de Restauração Arquitetônica e Urbana, que acontecerá em outubro deste ano, na Itália.

Kátia, que tem uma trajetória de líder de um time profissional que busca a realização de estratégias mais eficazes de conservação das raízes de São Luís, foi também técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por 40 anos, além de ter sido superintendente do órgão no Maranhão e presidente nacional – uma das mais qualificadas do quadro que já presidiu a instituição. Referência na luta para manter viva a história, a regionalidade, os traços de nosso povo e a preservação da sua identidade artística e cultural, hoje um verdadeiro sacerdócio frente às transformações sociais pelas quais as capitais e grandes cidades atravessam em todo país e no mundo.

Esse ‘know how’ colocou Kátia no rol das 20 personalidades mais destacadas mundialmente neste setor. A participação dela na equipe do prefeito Eduardo Braide é um privilégio para a capital maranhense. Foi ela quem coordenou o Programa PAC das Cidades Históricas no Brasil e é responsável pelas candidaturas do Tambor de Crioula e do Complexo Cultural do Bumba-Meu-Boi do Maranhão, respectivamente, como Patrimônio Imaterial do Brasil e da Humanidade junto à Unesco.

O Prêmio internacional Hypatia é entregue dentro da programação da BRAU5, Bienal de Arquitetura e Restauração Urbana que acontece na Itália. O evento cultural internacional e interdisciplinar seria realizado originalmente de 15 a 30 de outubro de 2020, mas foi transferido para o período de 15 a 30 deste mês de abril e, agora, adiado para 16 de outubro em razão da pandemia.

O nome do prêmio homenageia a figura da filósofa e cientista Hypatia de Alexandria (a.c. 355-415), uma mulher que sabia como combinar e transmitir todos os campos de conhecimento de seu tempo e que, precisamente por essa razão, foi morta pelas forças da ignorância e do fanatismo.

sem comentário »

Quem não sabe é como quem não vê

1comentário

Faz alguns anos, entrei em um antiquário em São Paulo e depois de passar uma vista nos objetos em exposição, deparei-me com dois quadros colocados lado a lado, sobre um aparador. Eles estavam em molduras bem desgastadas e pareciam meras velharias, mas é disso que eu gosto nos antiquários, de coisas que fizeram parte das vidas das pessoas, que carregam consigo suas boas energias. Objetos que foram amados e que faziam bem para quem os possuía.

Um daqueles quadros, de certa maneira, falou comigo. Era como se ele dissesse baixinho, “Ei!… Me leva contigo”. É que algumas peças realmente falam comigo. Normalmente quando isso acontece, e eu po$$o, eu as levo.

Observei melhor o quadro e achei que ele me seguia com os olhos. Dei outro passeio pelo salão, voltei aos quadros e disse pra mim mesmo que aquela era a figura de São Pedro, pelo menos era assim que eu pensava que ele pudesse ter sido.

Imaginei que bem que aquele quadro poderia ter sido pintado por um grande artista, Michelangelo quem sabe, comprado por uma daquelas riquíssimas famílias paulistanas. Uma daquelas que na falência, seus herdeiros despreparados, venderam tudo que tinham e, por desconhecerem o valor de tal preciosidade, ela estava ali, desprezada, jogada bem em minha frente. O certo é que aquele pequeno quadro falara comigo, e aquela voz dentro de mim não poderia ser calada.

O outro quadro não me chamou tanta atenção. Enquanto o São Pedro era uma pintura a óleo, a outra era uma aguada, com finos traços de lápis delineando a figura de uma mulher nua, segurando um enorme cisne pelo pescoço. Achei este mais curioso que bonito, mas foi só.

Eu havia me separado e resolvido que jamais viveria junto permanentemente com outra mulher. Eu estava construindo uma casa que queria que fosse um lugar onde eu tivesse tudo que eu gostasse, que me fizesse feliz, e quadros, esculturas, objetos de arte ou do cotidiano são algumas das coisas que mais gosto. Era uma casa onde eu pudesse viver bem e sozinho, onde iria apenas pensar, planejar, escrever, cozinhar e de vez em quando convidar uma bela mulher para passar algumas horas, ou quem sabe até mesmo alguns dias agradáveis.

A casa deveria ser como a casa de Neruda, na Isla Negra. Um museu vivo, um local que por si só falasse de seu dono, de como ele era, do que e como pensava e sentia. Um verdadeiro santuário que guardasse tudo aquilo que eu gostasse e que me fizesse feliz.

Pois bem, aquele quadro de São Pedro que eu resolvi que fora pintado por Michelangelo, se bem que poderia ter sido por Rafael ou mesmo Leonardo, iria morar comigo em minha casa-museu.

Perguntei quanto custava para a simpática senhora de ascendência espanhola que me atendia e ela disse um valor salgado para uma peça aparentemente sem um valor artístico maior. Eu regateei, se bem que eu não sou bom nisso. Ela ficou intransigente e não sei de onde me veio a ideia de dizer que só pagaria aquela quantia “exorbitante” se aquele outro quadro viesse junto. A senhora olhou pra mim como quem diz “peguei um besta”, fez uma cara pensativa e concordou.

Ao chegar em São Luís, levei os dois quadros para meu amigo Régis limpar e colocar novas molduras.

Quando estava terminando a casa, coloquei o São Pedro numa parede estreita mas, central da sala e a mulher nua com o cisne, coloquei numa parede lateral, na entrada do meu banheiro.

O tempo se passou, eu encontrei uma mulher que mudou o rumo da vida que eu havia planejado pra mim e, apaixonado, resolvi desmontar a casa, pois ela não fazia mais nenhum sentido. Não desejava mais ser um eremita, nem morar em um museu, mas não deixei de amar meus objetos, meus quadros e minhas esculturas. Levei todos comigo para minha nova casa.

Um dia desses arrumando minhas coisas, tive a curiosidade de descobrir quem havia pintado aqueles quadros. Nunca havia me preocupado com isso antes. Vi que no São Pedro está escrito V. Caruso, que imagino seja Vicente Caruso, importante pintor paulista. Na Mulher nua com cisne, está escrito Ant Bourdelle, que imagino seja a assinatura de Antoine Bourdelle, um dos mais importantes artistas plásticos franceses, sucessor de Rodin como mestre em escultura da Escola de Belas Artes de Paris. Observando bem o papel e a tinta, desgastados pelo tempo, acalento a esperança de ser esta uma gravura da obra Leda, Zeus e o cisne de Bourdelle, não pelo valor venal da obra, que nem deve ser tão grande, mas pelo fato dela ter sido feita pelo professor de meu ídolo, Celso Antônio.

Ao saber disso lembrei de meu pai, que não apreciava muito, nem entendia de arte, mas que era sábio quando dizia: “Quem não sabe é como quem não vê”.

1 comentário »

Niver de meu irmão, Nagib!…

0comentário

Se alguém me perguntar quem são as pessoas que mais amo nessa vida, minha resposta seria taxativa: minha mãe, minha filha, meu irmão e minha mulher e as explicações serão obvias.

Em primeiro lugar, a pessoa que me deu a vida, e além disso é quase santa. Depois a pessoa a quem ajudei a dar a vida e leva minha semente. Em terceiro lugar, a pessoa que não sendo eu, é o mais perto que pode haver de mim, tendo a mesma origem genética, além de ser um gigante. Em seguida, a pessoa que não sendo nada pra mim, me faz feliz e me completa totalmente.

Eu seria capaz de desenrolar essa lista por horas, citando e justificando os nomes e as situações de cada uma pessoa que eu amo e que são importantes para mim… E olha, pensando bem, essa lista é grande, viu…

Mas essa minha postagem é para falar da terceira pessoa que mais amo na vida, meu irmão Nagib, que completa hoje 58 anos de idade.

Amá-lo não significa que eu não me estresse com ele! Amá-lo é a garantia de continuar me estressando com ele para sempre!

Nós somos muito, muito diferentes, mas é exatamente a existência desse imenso amor, junto com essas diferenças tão grandes de temperamento, gênio e modo de encarar as coisas e a vida, que me garantem que, os ingredientes que formam a amálgama, o cimento que sustenta essa construção, essa convivência boa e digna, é o respeito, o carinho, a amizade e a devoção que eu sinto, por ele, e saber que a recíproca é verdadeira em todos os pontos, é a maior segurança que tenho na vida.

Eu amo meu irmão incondicionalmente, mesmo ele sendo um chato e não atendendo o telefone no dia de hoje, pois fica completamente sem jeito de receber parabéns, ainda mais por achar que o dia do nosso aniversário, é apenas mais um dia de trabalho.

Essa postagem é a forma que eu encontrei de desejar a ele tudo de melhor que a vida possa proporcionar.

sem comentário »

Oscar 2021

0comentário

Um velho e querido amigo meu, tão cinéfilo quanto eu, ligou pra mim umas seis da tarde deste domingo 25 de abril, reclamando que não escrevi sobre o Oscar de hoje a noite. Expliquei a ele que tenho tido tanto trabalho que não tem sobrado tempo nem para uma das coisas que eu mais gosto na vida: Cinema.

Mas vou arriscar um prognóstico baseado nos filmes que eu vi.

Veja a lista completa de indicados:

Melhor filme:

Mank, ou Os 7 de Chicago

Melhor diretor:

David Fisher

Melhor ator:

Gary Oldman ou Anthony Hopkins

Chadwick Boseman merece mais por “A voz suprema do Blues” que por “Pantera Negra”

Melhor atriz:

Viola Davis

Melhor ator coadjuvante:

Sacha Baron Cohen ou Daniel Kaluuya

Melhor atriz coadjuvante:

Olivia Colman ou Amanda Seyfried

Melhor roteiro adaptado:

Uma noite em Miami ou Meu pai

Melhor roteiro original:

Os 7 de Chicago ou o Som do Silêncio

Melhor filme estrangeiro:

Druk: Mais uma rodada

Melhor fotografia:

Mank

Melhor montagem:

Meu pai ou O som do silêncio

Melhor efeitos visuais:

Tenet

Melhor trilha sonora original:

Destacamento Blood ou Soul

Melhor canção original:

Speak now ou Hear my voice

Melhor som:

Soul ou O som do silêncio

Melhor figurino:

Mank ou a Voz suprema do blues

Melhor maquiagem:

A voz suprema do blues ou Pinóquio

Melhor desenho de produção:

Mank ou Tenet

sem comentário »

O poder dos bons sentimentos

0comentário

No meu último aniversário, recebi uma mensagem de uma querida amiga, com quem não convivo há muito tempo, pois ela se mudou para São Paulo, onde foi estudar, fixou residência, casou e constituiu família.

Tal mensagem veio tão carregada de carinho e consideração, que apenas pelas palavras com as quais ela se expressou, eu pude sentir o tempo retroceder, e a adolescência voltar a correr em minhas veias. Senti até que minha longa e Elvispresliana cabeleira havia sido restaurada!

O fato é que a amizade que nos unia era uma coisa forte. Eu era muito amigo do irmão dela, com quem escalava as montanhas de sacos de açúcar que meu pai vendia para a fábrica da família deles.

Estou falando de Roberto e Samira Gomes, netos do criador da Cola Guaraná Jesus, filhos dos “tios” Zezé e Eli Gomes, personagens de referência da vida da pacata São Luís dos anos 1960 e 1970, assim como Zelinda e Carlos de Lima, pais de outros amigos queridos, Álvaro, Danuzio, Pablo, Fábio e Débora, ou Benita e Ribamar Collins, pais de George, Raquel e da eletrizante Heloisa.

Aquela era uma época em que São Luís, uma cidade pequena e provinciana, produziu gente da melhor qualidade, pessoas criadas por famílias cheias de princípios e embasados nos mais altos conceitos de cidadania e civilidade.

Quando Samira escreveu “Xú”, ao se dirigir a mim, Xú de Xúaquim, pois eu a chamava de “Xá”, Xá de Xámira, foi como se ela tivesse rebobinado uma fita maravilhosa, que tivesse me feito voltar para as terças e quintas esportivas no Lítero e no Jaguarema, as manhãs, nas férias de julho, na praia do Olho D’água e as tardes na Rua Grande, andando entre o Edifício Caiçara e o 4/400, passando pela Mouraria e a Ocapana.

Isso tudo perfeitamente editado, como em um filme, para que os saltos de lapso de tempo não mudassem a configuração da passagem dos acontecimentos, como por exemplo, o nosso crescimento ou quem sabe, nossa evolução, coisas como termos começado a nos reunir na frente de um bar chamado Veleiro, um dos primeiros da praia, e termos acabado, anos mais tarde, em frente ao Bena, o último bar do Olho D’água, para em meados dos anos 80 termos nos fixado definitivamente na Praia do Meio, que não tinha esse nome antes, foi a nossa geração que a batizou assim, pois ela ficava entre a praia preferida de nossos pais a de Araçagi, e a de nossa preferência, até então.

Não tenho a menor dúvida e acredito que para quem viveu aqueles dias, os anos da década de 1980 são aqueles em que realmente fomos mais felizes. Não me perguntem o porquê!… Não que seja impossível de explicar. Não é! Só precisaria de umas 3.000 páginas para isso!…

É impressionante o que gatilhos, como um apelido carinhoso podem fazer conosco! Mais que isso. É impressionante o poder avassalador dos bons sentimentos. Pude comprovar isso quando de meu contágio por Coronavírus. Recebi muitas mensagens de solidariedade e desejos de pronto restabelecimento, tantas que jamais imaginei que fosse tão conhecido e querido.

Os bons sentimentos, os bons pensamentos, as boas ações, têm um poder extraordinário, capaz de confortar, proteger, curar, transformando tudo através da boa energia que emanam e transmitem.

O afeto, o carinho, a amizade, o amor, cada um ao seu modo e de sua forma, são remédios indispensáveis para nossa mais perfeita e completa saúde.

sem comentário »

Sonhos, não de AK, mas de JH

4comentários

Tive um sonho estranho. Eu passeava no jardim de Boboli, no Palácio Pitti, quando uma voz que parecia vir de uma nuvem, me perguntava, em tom um tanto grave, mas suave, como fazia o velho mestre cego da série de televisão da década de 1970, Kung Fu: “Qual a importância de Maxêncio para o cristianismo?” Só faltava o, Gafanhoto, para que eu fosse o próprio David Carradine!

Aí eu respondia, em um tom meio zen, meio teológico: “Aparentemente nenhuma, mas sem Maxêncio talvez não existisse Constantino, e sem Constantino o cristianismo não seria como é”.

Ao acordar, com aquilo ressoando em minha mente, muitas outras perguntas começaram a borbulhar em minha mente, e as respostas vinham logo em seguida.

Sacudi a cabeça, como nos desenhos animados e as perguntas e respostas não paravam. Bati com a mão na minha cabeça, como se faz quando entra água em nossos ouvidos e nada…

De repente, depois de um som de balde afundando, um Blump, me veio uma pergunta: “O que você faria se visse que um amigo seu estivesse cometendo um grave erro!? E a resposta veio em cima da bucha, cantada por um daqueles coros de igrejas evangélicas de pessoas pretas, com mantos azuis, do sul dos Estados Unidos: “Alert him, help him, support him!…”

Aí eu verdadeiramente acordei, levantei-me da rede e vim escrever isso aqui, antes que eu me esquecesse!…

4 comentários »

Sobre o publicado ontem no

0comentário

Li ontem o que escreveu em sua coluna dominical, o meu caro amigo Pêta, e acredito que preciso contrapor o que foi dito por ele. O faço através da missiva abaixo que espero que ele publique no próximo domingo, no mesmo espaço onde ele se referiu a mim, ontem.

Antecipo-me publicando hoje, aqui em meu Blog.

Prezado Pêta,

Li seus comentários sobre a minha reação indignada às mentiras que sistematicamente são ditas pelo deputado Duarte Júnior.

Li suas ponderações com extrema atenção e até com imensa satisfação por se tratar de você, um personagem que por ser dublê, está passível de sofrer quedas e tomar sopapos por seu chefe, e olhe que, quem acertar em você, está mirando nele!

Veja bem, essas ponderações vindas de você são um prato cheio para uma boa polêmica, pois você mais que outros sabe muito bem que há uma diferença muito grande entre aquilo que é dito e a realidade, há um mundo inteiro de possibilidades. Há inclusive a verdade, que algumas vezes pode ser bem parecida com o que foi dito!… Mas neste espaço há também a mentira, maldosa, colocada de forma abjeta, com intenção de prejudicar e tirar vantagem.

Em primeiro lugar gostaria que você separasse o Secretário de Comunicação do Município de São Luís do cidadão Joaquim Haickel. Faça suas ponderações e críticas, mas seja pontual em relação a cada um dos Joaquins em questão.

Você diz que eu pequei pelo excesso de ofensas e deselegância, e que baixei o nível, mas não deixa claro se foi o Joaquim secretário ou o Joaquim Cidadão! Que absurdo amigo, o secretário nem abriu a boca para falar sobre esse caso! E como é que eu, o Joaquim cidadão posso ter me excedido ou sido deselegante ao dizer a verdade sobre alguém que descaradamente mente nas redes sociais!?…

Você disse, e eu vou acreditar que você esteja se referindo ao secretário, que eu me exaspero diante das críticas, o que é uma inverdade! Aponte uma vez que eu tenha me exasperado sobre críticas! Que eu tive uma postura agressiva, insultante e feroz em relação a alguém que tenha usado de correção e civilidade no trato comigo. Diga-me quem destratei por falar uma verdade por mais dolorosa que ela fosse para mim ou para a função que ocupo!? Não faço isso, amigo, e você sabe muito bem disso.

Responda-me por favor. Quem é mais violento, agressivo, insultante e feroz!? Quem mente descarada e cretinamente, na tentativa de prejudicar outras pessoas e se dar bem, ou quem diz a verdade sobre o canalha que age dessa maneira tão asquerosa!?

Ah!… Você queria que o Joaquim cidadão fosse delicadinho com alguém que, está tentando fazer com que as pessoas acreditem em uma mentira, no sentido de prejudicar a imagem do Joaquim secretário, e prejudicar a imagem do prefeito e da administração!? O amigo está de brincadeira, não tá!?…

Aí, você vem com uma conversa de que a verdade não está em questão! Como assim!?… A verdade está sempre em questão!… A verdade é a questão.

Quanto a civilidade, ela foi feita para quem a usa! Se alguém sistematicamente desconhece a civilidade, se é contumaz canalha, dissimulado e mentiroso, deve ser tratado sem civilidade! Só pode ser tratado com civilidade quem age como cidadão, o que está mais que claro que não é o caso do deputado Duarte Júnior, que já deveria ter sido processado por falta de decoro parlamentar, por tantas e repetidas vezes mentir, no intuito de querer aparecer bem na fita.

A minha boa relação com seu chefe e por conseguinte com você me deixam a vontade para falar sobre isso, pois somos pessoas que assumimos clara e abertamente nossas posições. Pessoas que quando, por acaso, cometemos um erro, o assumimos, pedimos formalmente desculpas e continuamos nossa jornada, contabilizando um erro, que reconhecido, passa a ser uma virtude.

No caso em tela, não reconheço qualquer erro. Dizer a verdade sobre alguém que age como faz esse arremedo de deputado, nada tem de errado. Vejamos. O dicionário diz claramente o que é um canalha. Da mesma forma define alguém dissimulado. Por sua vez, mentiroso é algo que todos sabem o que é, mesmo sem precisar recorrer-se ao pai dos burros.

Dito isso, confrontei as declarações de um legítimo representante de parcela da população maranhense, alguém que deveria ter por obrigação o zelo pela verdade e a observância do decoro parlamentar e constatei que ele se encaixa exatamente com aquilo que diz o dicionário, alguém que é canalha, dissimulado e mentiroso!

Ora, meu amigo Pêta! Você por muito menos já disse coisa muito pior de gente que não chega aos pés de Duarte Júnior em canalhice, dissimulação e mentiras! Dezenas, centenas, talvez milhares de vezes você já bateu bem mais forte, em pessoas que nem mereciam ser tão atingidas quanto esse ser desprezível merece.

Quanto a sua opinião, de eu ter exagerado na dose, quanto ao que eu disse do referido personagem, eu a respeito, mas não concordo com ela, pois meu camarada, quem se propõe a mentir tão acintosa e descaradamente, só porque tem uma quantidade irrisória de poder e um pouquinho mais de visibilidade midiática, deve estar preparado para aguentar as consequências, para suportar o revide, não com as mesmas armas vis e reles que usa, mas com artilharia pesada, feita com um metal indestrutível chamado verdade. A verdade, amigo, é algo insuperável, capaz de se impor a qualquer coisa.

Se não fosse verdade que Duarte Júnior é um canalha, dissimulado e mentiroso, eu estaria aqui agora me desculpando penhoradamente. Mas ele o foi em relação ao que disse sobre a adesivagem das lixeiras da cidade de São Luís e tem sido em diversas outras ocasiões, como muito recentemente quando foi desmentido quanto a um caso de violência e maus tratos contra alguns animais.

Para encerrar, amigo Pêta, no dia seguinte em que publiquei minha indignação, enquanto cidadão, contra as canalhices de Duarte Júnior, que precisam parar, publiquei um texto, que já se encontrava em mãos do editor do jornal, onde falo sobre a nobre arte e a arte nobre, de como é a vida nos ringues de boxe e de como deveria ser nos salões da política. Falo do comportamento dos contendores. Leia e veja, mas observe também que para se sair vencedor de uma luta de boxe ou de uma contenda política, é preciso se bater com força suficiente para nocautear o adversário, para que ele não consiga se levantar da lona e voltar para tentar te derrubar. Porém, se deve fazer isso observando as regras do jogo, da disputa e também as regras da civilidade, ação que deve ser feita por todos.

Parece que foi o que eu fiz com essa criatura, tanto que até você veio em defesa dele, achando que o Joaquim cidadão bateu muito forte. Não amigo, não bati forte, não! Bati com a força que deve ser aplicada em todo aquele que age como ele.

Gostaria de acrescentar que, em que pese usar palavras fortes para me referir a essa figura, não há em mim, enquanto secretário ou cidadão, nenhum grama de sentimento de ódio contra tal pessoa. Há apenas a necessidade de qualificá-lo como acredito que ele deva.

Atenciosamente,

Sempre seu amigo, e de seu chefe,

Joaquim Haickel.

Cidadão, antes de ESTAR secretário de comunicação da prefeitura de São Luís.

sem comentário »
https://www.blogsoestado.com/joaquimhaickel/wp-admin/
Twitter Facebook RSS