Argentina, de quinta a vigésima sexta economia do mundo

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Na tentativa de fugir de nosso Carnaval, cada vez mais parecido com micaretas, fui passar alguns dias em Buenos Aires e aproveitei para tentar saber, o que pensam e sentem os argentinos, sobre a situação política, administrativa e econômica de seu país, que já foi, em tempos idos, das mais importantes e poderosas economias do mundo.

Para quem não sabe, a Argentina figurou entre as cinco maiores economias do , e isso durou em torno de aproximadamente 50 anos, entre 1880 e 1930, numa época que ficou conhecida como a Belle Époque Argentina.

Esse período foi marcado por um crescimento econômico acelerado, impulsionado pela exportação de carne, trigo, milho, lã, couro e outros produtos agropecuários, além de grandes investimentos estrangeiros, especialmente do Reino Unido, Estados Unidos, França, Alemanha e Brasil, época em que muitos imigrantes espanhóis e italianos foram atraídos para o país. Esse imigrantes acabaram por formar a base de sua mão de obra e da estrutura de sua sociedade, com forte característica étnica, cultural e social europeia.

Saber disso e ver como hoje se encontra o país nos leva a uma triste e preocupante constatação. O país que já esteve entre os mais ricos do mundo, hoje está quebrado economicamente e dilacerado política e socialmente.

Foi com esses dados ne mente que me joguei nas conversas com as pessoas que em minha opinião são os melhores termômetros de qualquer sociedade, os garçons e os motoristas de taxi.

Diariamente utilizei o serviço de pelo menos seis taxis em meus deslocamentos pela capital Argentina e estive em pelo menos em três restaurantes ou bares da cidade. Fazendo uma conta aproximada, conversei com pelo menos dez pessoas por dia sobre a situação política, social e econômica do país, o que no final do tempo em que ali estive deve ter totalizado algo em torno de 50 conversas sobre o assunto, o suficiente para me dar informação confiável para relatar aqui para vocês.

Sem usar nenhum critério restritamente científico, minhas conversas me fazem crer que 100% das pessoas com quem eu falei estão insatisfeitas com a situação pela qual seu país passa, sendo que 80% delas acredita que já esteve pior e 20%, pensa que está pior agora.

De modo geral, 30% dos argentinos não apoiam o atual governo e as medidas econômicas que ele tenta pôr em prática, sendo que 60% apoiam e 10% não soube se posicionar quanto a isso.

Os motivos pelos quais os 30% não estão satisfeitos com a atual política econômica do governo é pela falta de apoio que essa política dá aos mais pobres. Para algumas pessoas com quem eu conversei, o descontentamento da maioria dos insatisfeitos se deve ao fato de que a política econômica praticada pelo governo anterior dava vantagens para população que não produzia nada. Disseram-me literalmente que “sustentavam vagabundos que viviam às custas do estado, com dinheiro pago pela classe trabalhadora”.

Uma coisa bastante curiosa é que nas conversas que tive, ficou claro que 100% das pessoas com quem falei acham que Milei ou é doido, ou está com problemas mentais ou encena um papel de maluco para fazer algumas coisas absurdas. Curioso é que até as pessoas que apoiam Milei o acham doido.

Perguntei o que eles acham da forma como o atual presidente se manifesta, sobre suas falas, quanto a forma e também ao conteúdo, como por exemplo fez no dia da abertura dos trabalhos legislativos do ano, em discurso no Congresso Nacional Argentino, e todos para quem fiz essa pergunta me responderam que é um absurdo ele agir daquela maneira, mas que preferiam aquele absurdo ridículo que os polidos ladrões que governavam o país antes.

Perguntei para eles quais foram os melhores e os piores governantes que eles se lembravam e a melhor resposta que recebi foi do senhor Said, descendente de libaneses. Ele me disse que se pudesse escolher gostaria que Milei tivesse a elegância, a serenidade e a habilidade do ex-presidente Macri, ou que Macri tivesse a coragem e o desprendimento de Milei.

Nas conversas que tive, notei que até os mais peronistas pensam que os Kirchners são uma praga e que Alberto Fernandes é um entulho político, mesmo aqueles que preferem as políticas assistencialistas praticadas pelos citados políticos.

A cada conversa que tinha mais preocupado eu ficava e mais simpatia pela Argentina, pela sua história e seu povo eu ia desenvolvendo.

Por outro lado, quanto mais eu me informava sobre o sentimento do povo argentino, mais eu descobria sua maior capacidade de entendimento da situação em que se encontram, sua maior capacidade de agir e reagir quanto a ela e me ficava claro que é muito mais fácil que eles possam sair da dificílima situação em que se encontram, que nós brasileiros sairmos da situação em que nos encontramos, que é muito, muito, muito menos ruim que a situação deles.

No final de minhas conversas eu estava moído, alquebrado por ver aquele país com um potencial incrível, com uma capacidade produtiva extraordinária, com um povo aguerrido, instruído, capacitado, um povo realmente preparado para os desafios do progresso, travado por disputas ideológicas rasas, menores e torpes.

Ao deixar a Argentina, saí com a sensação de que Milei é maluco mesmo, mas que apesar de suas boçalidades inconvenientes, ele pode conseguir melhorar, pelo menos um pouco, a vida dos hermanos, e rezei para que alguém menos boçal e idiota que ele possa levar novamente a Argentina a ser um país realmente grande, com uma economia condizente com seu potencial.

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Ainda sobre o Oscar 2025 e “Ainda estou aqui”

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Para fugir do Carnaval, resolvemos viajar para Buenos Aires, com o compromisso prévio de que no domingo, dia da cerimônia de entrega do Oscar eu não sairia para jantar – o que, para mim já seria uma decisão bastante séria, pois por mais que aprecie os prazeres da boa comida, prefiro os prazeres do bom cinema. Eu renunciei a “cena” em um restaurante famoso para poder apreciar as “cenas” das entregas dos Oscars de 2025, desde o começo, sem perder nada.

Pedi uma pizza da Güerrin, aquela instituição portenha que serve pizza com mais recheio do que bom senso, e enquanto esperava, me peguei rindo sozinho da coincidência do nome: Güerrin, deveria ser casa de guerreiros, o que parecia ser uma metáfora sob medida para aquela noite, pois ali estava eu, em território argentino, por assim dizer, atras das linhas “inimigas”, assistindo um filme brasileiro disputar o Oscar, numa verdadeira guerra simbólica entre Brasil e Argentina, sempre irmãos e rivais, até quando o assunto é cinema.

Se tem uma coisa que os argentinos sabem fazer com inteligência e bom humor, é tirar sarro da nossa cara, isso quando lhes damos essa chance. Naquele momento, eu podia quase ouvir um deles me dizendo, entre uma fatia e outra de pizza: “Ganhou o Oscar, mas agora o jogo está de 2 a 1!” (referindo-se, é claro, aos dois Oscars de Melhor Filme Internacional que a Argentina já tem, isso sem contar com os outros 5 Oscars que foram ganhos por argentinos em diversas categorias, caso alguém não saiba).

A verdade é que esse Oscar do Brasil já vinha se desenhando há muitos anos. Antes de “Ainda estou aqui” tivemos “O pagador de promessas”, “O quatrilho”, “O que é isso companheiro?” e “Central do Brasil”

Além disso, na categoria de melhor atriz, uma outra Fernanda que nos levou também até aquele palco: a Montenegro, indicada por Central do Brasil, em 1999. De certa forma, mãe e filha acabaram dividindo esse caminho. Se Fernanda Montenegro abriu a porta, Fernanda Torres voltou a ela ao nos apresentar a história de Eunice Paiva, essa mulher que transformou sua dor em bandeira, a ausência de seu marido em grito e sua solidão em luta.

“Ainda estou aqui” não é só um filme – é um acerto de contas com a nossa memória, um reencontro com histórias que alguns tentaram apagar. Não sei quantas vezes já disseram que o cinema brasileiro não é levado a sério no exterior, mas desta vez, foi impossível ignorar. A história de Eunice Paiva e sua luta incansável para manter vivo o nome do marido desaparecido durante a ditadura nos faz lembrar que há dores que não morrem com o tempo, e que há vozes que nem a censura consegue calar.

Quando Walter Sales subiu ao palco para receber o prêmio de Melhor filme Internacional, me veio um arrepio diferente, não apenas pelo reconhecimento que é ganhar o mais importante prêmio do cinema mundial, mas por saber que mesmo antes daquele momento, “Ainda estou aqui” já era um grande vencedor, pois antes nenhum filme nosso havia sido indicado para competir em três categorias do Oscar e também por nenhum outro país sul-americano jamais ter tido um filme seu indicado a concorrer na categoria de melhor filme, de igual para igual com os filmes produzidos pela indústria cinematográfica americana.

Quanto ao fato de Fernanda Torres não ter ganho o prêmio de melhor atriz, não vejo nenhum problema. Sobre coisas como essa, costumo me lembrar do que dizia sempre meu velho e sábio pai: “Competições, assim como eleições, não são necessariamente justas”.

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Oscar 2025

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Todo ano eu escrevo sobre a cerimônia de premiação do Oscar, mas esse ano vou fazer um pouco diferente, vou relacionar os indicados e dizer, em cada categoria dentre aquelas que assisti os filmes concorrentes, quais dentre eles eu votaria, se fosse apto para isso, e qual eu acredito ganhará o prêmio.

Melhor Ator Coadjuvante: Yura Borisov, por “Anora”, Kieran Culkin, por “A Verdadeira Dor”, Edward Norton, por “Um Completo Desconhecido”, Guy Pearce, por “O Brutalista” e Jeremy Strong, por “O Aprendiz”. EU VOTARIA EM “YURA BORISOV”, MAS ACREDITO QUE O VENCEDOR SERÁ “KIERAN CULKIN”.

Melhor Figurino: “Um Completo Desconhecido”, “Conclave“, “Gladiador II”, “Nosferatu” e “Wicked”. EU VOTARIA EM “GLADIADOR II”, MAS ACREDITO QUE QUEM VENCERÁ SERÁ “UM COMPLETO DESCONHECIDO”

Melhor Cabelo e Maquiagem: “Um Homem Diferente”,“Emilia Pérez”,“Nosferatu”, “A Substância” e “Wicked”. EU VOTARIA EM “NOSFERATU”, E ACREDITO QUE ELE VENCERÁ.

Melhor Trilha Sonora Original: “O Brutalista”, “Conclave”, “Emilia Pérez”, “Wicked” e “Robô Selvagem”. EU VOTARIA EM “O BRUTALISTA” E ACREDITO QUE ELE VENCERÁ.

Melhor Roteiro Original: “Anora”, “O Brutalista”, “A Verdadeira Dor”, “A Substância” e “Setembro 5“. EU VOTARIA EM “O BRUTALISTA” E ACREDITO QUE ELE VENCERÁ.

Melhor Roteiro Adaptado: “Um Completo Desconhecido”, “Conclave”, “Emilia Pérez”, “Nickel Boys” e “Sing Sing“. EU VOTARIA EM “EMILIA PÉREZ” E ACREDITO QUE ELE VENCERÁ.

Melhor Atriz Coadjuvante: Monica Barbaro, por “Um Completo Desconhecido”, Ariana Grande, por “Wicked”, Felicity Jones, por “O Brutalista”, Isabella Rossellini, por “Conclave” e Zoe Saldaña, por “Emilia Pérez”. EU VOTARIA EM “ZOE SALDAÑA” E ACREDITO QUE ELA VENCERÁ.

Melhor Filme Internacional: “Ainda Estou Aqui”, “A Garota da Agulha”, “Emilia Pérez”, “The Seed of the Sacred Fig” e “Flow”. EU VOTARIA EM “AINDA ESTOU AQUI” E ACREDITO QUE “EMILIA PÉREZ” VENCERÁ.

Melhor Design de Produção: “O Brutalista”, “Conclave”, “Duna: Parte 2”, “Nosferatu” e “Wicked”. ”. EU VOTARIA EM “O Brutalista” E ACREDITO QUE ELE VENCERÁ.

Melhor Edição: “Anora”, “O Brutalista”, “Conclave”, “Emilia Pérez” e “Wicked”. EU VOTARIA EM “ANORA” E ACREDITO QUE ELE VENCERÁ.

Melhor Som: “Um Completo Desconhecido”, “Duna: Parte 2”, “Emilia Pérez”, “Wicked” e “O Robô Selvagem”. EU VOTARIA EM “DUNA: PARTE 2” E ACREDITO QUE ELE VENCERÁ.

Melhores Efeitos Visuais: “Alien: Romulus”, “Better Man”, “Duna: Parte 2”, “O Reino do Planeta dos Macacos” e “Wicked”. EU VOTARIA EM “DUNA: PARTE 2” E ACREDITO QUE ELE VENCERÁ.

Melhor Fotografia: “O Brutalista”, “Duna: Parte 2”, “Emilia Pérez”, “Maria” e “Nosferatu” EU VOTARIA EM “NOSFERATU” E ACREDITO QUE “O BRUTALISTA” VENCERÁ.

Melhor Ator: Adrien Brody, por “O Brutalista”, Timothée Chalamet, por “Um Completo Desconhecido”, Colman Domingo, por “Sing Sing”, Ralph Fiennes, por “Conclave” e Sebastian Stan, por “O Aprendiz”. EU VOTARIA EM “ADRIEN BRODY” MAS GOSTARIA QUE “RALPH FIENNES” GANHASSE. 

Melhor Atriz: Cynthia Erivo, de “Wicked”, Karla Sofía Gascón, de Emilia Pérez, Mikey Madison, por “Anora”, Demi Moore, por “A Substância” e Fernanda Torres, por “Ainda Estou Aqui”. EU VOTARIA EM FERNANDA TORRES, E ACREDITO QUE DEMI MOORE VENCERÁ.

Melhor Direção: Sean Baker por “Anora”, Brady Cobert por “O Brutalista”, James Mangold por “Um Completo Desconhecido”, Jacques Audiard por “Emilia Pérez” e Coralie Fargeat por “A Substância”. EU VOTARIA “BRADY COBERT” E ACREDITO QUE ELE VENCERÁ.

Melhor Filme: “Anora”, “O Brutalista”, “Um Completo Desconhecido”, “Conclave“, “Duna: Parte 2”, “Emilia Pérez”, “Ainda Estou Aqui“, “Nickel Boys”, “A Substância” e “Wicked”. EU VOTARIA EM “CONCLAVE” E ACREDITO QUE “O BRUTALISTA VENCERÁ.

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Uma simples questão de ética e respeito à lei

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Hoje, mais cedo, fiz uma postagem, que reproduzo abaixo, que gerou alguma repercussão e por isso resolvi voltar ao assunto e pedir ajuda, mas não aos UNIVERSITÁRIOS, resolvi pedir ajuda aos PROFESSORES e fiz os dois questionamentos abaixo ao Chat GPT. Vejam quais foram as respostas!…

MINHA POSTAGEM DE HOJE CEDO

O conforto de Dino causa desconforto a quem defende a ética e a imparcialidade.

Flávio Dino disse recentemente que ele não sente desconforto algum em ter que julgar Bolsonaro. Ora, o problema não é o desconforto dele! O problema é o desconforto daqueles que acreditam que é muita falta de ética de um juiz, no caso ele, em não se declarar impedido em julgar alguém a quem já chamou anteriormente de demônio!

O código de ética e a lei orgânica da magistratura estabelecem que um juiz tem que julgar com imparcialidade, tanto que a alegada parcialidade de Moro, no julgamento de Lula, foi uma das causas da anulação do julgamento e descondenação do réu.

No caso de Dino, julgando Bolsonaro, fica a pergunta: como é possível alguém ser imparcial ao julgar uma pessoa que em sua opinião é o próprio demônio?

https://www.instagram.com/portalmarrapa/reel/DGWxJ2UNAFe/
https://www.instagram.com/leandroruschel/reel/DGcDNLVMRio/

MINHAS PERGUNTAS AO CHAT GPT

Tendo como base o código de ética e a lei orgânica da magistratura, qual deve ser a atitude de um juiz que recebe a incumbência jurisdicional de julgar uma pessoa sobre a qual esse mesmo juiz disse ser “o próprio demônio”.

Tendo como base o código de ética e a lei orgânica da magistratura, qual deve ser a atitude de um juiz que recebe a incumbência jurisdicional de julgar uma pessoa que é acusada de planejar o assassinato do referido juiz?

RESPOSTA DO CHAT GPT

Em ambos os casos, o juiz deve tomar medidas conforme o Código de Ética da Magistratura e a Lei Orgânica da Magistratura, que buscam garantir a imparcialidade e a confiança pública no Poder Judiciário. Abaixo estão as diretrizes para cada situação:

1. Juiz que afirmou ser “o próprio demônio” sobre uma pessoa que deve julgar:

De acordo com o Código de Ética da Magistratura Nacional (Resolução nº 135/2011 do CNJ) e a Lei Orgânica da Magistratura (Lei Complementar nº 35/1979), o juiz deve agir com imparcialidade e evitar qualquer declaração ou atitude que comprometa a sua independência ou a confiança pública na justiça.

  • Imparcialidade: O juiz não pode ter qualquer tipo de preconceito ou animosidade em relação às partes envolvidas no processo. Fazer uma declaração tão contundente e negativa como essa pode configurar perda da imparcialidade, o que comprometeria a validade do julgamento.
  • Dever de Isenção: A Lei Orgânica da Magistratura prevê que, em casos de dúvida sobre a imparcialidade do juiz, ele deve se declarar suspeito e se abster de julgar o caso, a fim de garantir que o processo seja conduzido de maneira justa.

Portanto, diante de uma declaração tão negativa, o juiz deveria se declarar suspeito e remeter o caso para outro magistrado, a fim de preservar a integridade do julgamento e a confiança pública.

2. Juiz que deve julgar uma pessoa acusada de planejar o assassinato do próprio juiz:

Neste caso, a situação é ainda mais delicada, pois envolve uma ameaça direta à vida do juiz.

  • Imparcialidade: Mesmo em casos em que o juiz é pessoalmente afetado por uma situação, ele ainda deve se pautar pela imparcialidade. Contudo, o juiz não pode ser considerado imparcial em um processo em que ele é diretamente envolvido de forma pessoal ou emocional, como é o caso de uma ameaça à sua vida.
  • Dever de Abster-se: A Lei Orgânica da Magistratura, em seu artigo 254, determina que o juiz deve se abster de atuar no julgamento de processos em que ele tenha interesse pessoal ou se sentir emocionalmente comprometido. No caso de uma ameaça ao próprio juiz, ele deve se declarar suspeito.
  • Desafastamento do Caso: Para garantir a imparcialidade do julgamento e evitar qualquer dúvida quanto à justiça do processo, o juiz deve se abster de atuar no caso e solicitar a substituição por outro magistrado.

Em ambos os casos, a atitude correta é o juiz se declarar suspeito e se afastar do julgamento, garantindo a imparcialidade do processo e a confiança pública na justiça.

O primeiro caso se refere ao ministro Flávio Dino que disse que Bolsonaro “é o próprio demônio” –  Não acredite em mim acesse os links abaixo e veja: (https://www.instagram.com/portalmarrapa/reel/DGWxJ2UNAFe/   /

https://www.instagram.com/leandroruschel/reel/DGcDNLVMRio/) e o segundo caso se refere ao fato de uma das acusações contra o denunciado, constante do processo contra ele é ter participado da trama para matar o ministro Alexandre de Moraes, portanto ambos deveria se considerar impedidos de participar do julgamento de Bolsonaro.

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Cuidado!… Podem transformar um mito tolo em um símbolo relevante.

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O assunto do momento é a denúncia feita pela PGR contra Bolsonaro.

Em minha visão, no aspecto jurídico, Bolsonaro e seus apoiadores vêm sofrendo severa perseguição por parte da PF, da PGR e dos tribunais superiores, fato que não diminui em nada a culpa que possam ter no tocante as acusações feitas contra eles, caso estas sejam realmente comprovadas. O que parece claro, no entanto, é que a perseguição que membros da direita vem sofrendo em nosso país, os coloca na situação de vítimas quanto a abuso de poder e autoridade, além de desrespeito ao devido processo legal e o estado democrático de direito.

Do ponto de vista político, acredito que a melhor coisa que possa vir acontecer para o Brasil, é Bolsonaro ser processado e julgado, mas de forma legal, justa e correta, como estabelecem as nossas leis.

Caso ele seja condenado e consequentemente considerado inelegível, obrigará o lado direito do espectro político brasileiro a buscar um nome bem melhor que o dele para derrotar a esquerda, cujo “campeão”, Lula, a cada dia que passa demonstra mais seu avançado estado de senilidade pessoal e política.

Sempre tento avaliar o cenário político de maneira ampla e histórica, sem apegos ideológicos, mesmo que resguarde a minha posição pessoal, e vendo tudo isso, imagino que a melhor coisa, a coisa mais acertada, que Bolsonaro poderia fazer na situação em que se encontra, além de se defender das acusações que lhe estão sendo imputadas, é lutar pela anistia aos manifestantes dos eventos de 8 de janeiro de 2023, lutar contra as violações que estão desfigurando nossa constituição, contra as arbitrariedades judiciais e administrativas que vêm sistematicamente acontecendo em nosso país. A melhor coisa que ele poderia fazer, até mesmo em sua defesa, seria se transformar em um estadista, coisa que não foi quando era presidente da república.

Em minha modesta opinião, essa seria a hora daquele sujeito a quem eu sempre acusei de ser rude e boçal, de não ser talhado para manter relacionamentos delicados, alguém que tem extrema dificuldade de entender os mecanismos de convivência em sociedade, que coloca a elegância e a diplomacia em segundo plano, se tornar um verdadeiro e importante líder, coisa que é muito diferente e maior que ser simplesmente um banal e passageiro mito.

Se me perguntassem o que eu penso sobre o tal golpe de estado que aconteceria em 8 de janeiro de 2023, eu responderia que por maior e melhor que seja a capacidade de algumas pessoas criarem narrativas, elas às vezes não levam em consideração a grande capacidade de entendimento das pessoas simples e comuns, que estão mais focadas e preocupadas com seus problemas pessoais.

Os criadores dessa ideia de golpe de estado em 8 de janeiro não levam em consideração o poder das imagens daqueles acontecimentos, e aquelas imagens ficaram na mente e estão na memória das pessoas. Nelas o que se vê é uma turba de vândalos idiotizados, destruindo prédios públicos. Não se vê uma liderança, uma pessoa ou mesmo um grupo que organize aquela destrutiva manifestação de insatisfação. Não se vê armas de fogo ou armas brancas, não se vê agressões físicas contra ninguém. As imagens daqueles eventos são os melhores argumentos e a melhor defesa para derrubar a criativa invenção de golpe de estado.

As imagens daquele dia são cruciais para o total e completo entendimento de todos aqueles acontecimentos, e talvez por isso, as imagens das câmeras de segurança dos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal, do Palácio do Planalto, e da Praça do Três Poderes tenham muito convenientemente desaparecido, dificultando um pouco maiores e melhores esclarecimentos sobre o que realmente aconteceu naquele dia, sobre a iniciativa daquela baderna, sobre a permissividade da segurança, sobre o convite tácito para a turba insana dar vasão a suas insatisfações e invadir a praça e os prédios.

Quanto a outra parte dos eventos que comporia o dito golpe de estado, que teria sido tramado por pessoas do governo que acabara de deixar o poder, que pretendiam assassinar pessoas, que teriam clara e concreta intenção de intervenção e quebra da ordem constitucional brasileira, isso tudo deve ser investigado detalhada e minuciosamente, mas essa investigação não pode de forma alguma ser contaminada pela vontade política e ideológica de condenar os acusados, pois qualquer indício, por menor que seja, de prevaricação nessas investigações, invalidará o resultado do processo.

Pode ser que a intenção de tudo isso seja eliminar algumas pessoas e ideias da disputa política e eleitoral, facilitando assim a vida de outras pessoas e ideias, se for esse o caso, é bem possível que o resultado final desejado seja o contrário ao pretendido, pois em minha avaliação, Bolsonaro condenado, será de mais valor para o lado direito da política brasileira, que ele absolvido. Condenado ele será vítima e se tornará símbolo, absolvido será candidato a presidente e possivelmente se elegerá, preterindo assim alguém da direita que certamente seria muito melhor que ele.

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O mundo dá voltas

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Tenho a honra de ostentar em meu modesto currículo o fato de ter sido um dos deputados federais constituintes que ajudaram a elaborar a nossa Carta Magna, essa mesma que anda sendo tão vilipendiada hoje em dia.

Durante os trabalhos da ANC, entre 1987 e 1988, eu integrei na qualidade de membro titular, a Subcomissão dos Direitos e Garantias Individuais, vinculada à Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher.

Essa subcomissão foi responsável por discutir e elaborar propostas relacionadas aos direitos e garantias individuais que seriam incorporadas na nossa Constituição, e uma de minhas missões foi auxiliar o relator daquela subcomissão, o deputado Darcy Pozza, no tocante ao projeto que propunha a instauração da pena de morte em nosso país. Durante aquele trabalho acabei fazendo muitos amigos, entre eles, o deputado Fernando Gasparian do PMDB-de SP.

Cid Carvalho, deputado pelo Maranhão, assim como eu, havia comentado com Gasparian, de quem era amigo, que eu tivera uma revista, a “Guarnicê” e que tinha uma pequena e deficitária editora de livros, ramo de atividade da qual ele era oriundo, e por isso ficamos bem próximos.

Certa tarde o “Gaspa” me convidou para ir com ele até a Comissão de Ordem Social, mais especificamente na Subcomissão de Direitos e Garantias Individuais e Coletivos, para conhecer uma amiga sua, que estava prestando assessoria lá.

Antes de chegarmos, ele me disse de quem se tratava: “Joaquim, você vai conhecer a Eunice, uma mulher extraordinária que trabalha em defesa dos povos indígenas, mas além disso ela é viúva de Rubens Paiva e mãe de Marcelo Rubens Paiva.”

Eu sabia quem era Rubens Paiva e já havia lido o livro de Marcelo, agora iria conhecer a viúva de um e mãe do outro.

Conheci dona Eunice naquela tarde e pensei que nunca mais iria ouvir falar dela novamente, mas passados 36 anos de quando eu a conheci, voltei a encontrá-la como personagem central do filme “Ainda estou aqui”, do diretor Walter Sales.

Ocorre que eu fui indicado pela Academia Brasileira de Cinema como um de seus associados que teriam a missão de escolher o filme que iria representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2025, e “Ainda estou aqui” era um dos concorrentes.

Na verdade, ressaltando todo o respeito que os outros onze filmes da lista de concorrentes merecem, preciso dizer que nenhum deles, nenhum dos filmes brasileiros que disputaram essa indicação, excetuando-se “Central do Brasil”, “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite, estão no mesmo nível de ‘Ainda estou aqui”.

O trabalho do elenco, em especial o de Fernanda Torres, é extraordinário. A direção de arte, a direção de fotografia, o figurino e o roteiro são magníficos. E para coroar tudo isso, a maestria de Walter Sales é impecável, principalmente no que diz respeito a sua capacidade de fazer com que uma história tão dura e triste não desaguasse em um melodrama pesado e se tornasse mais um filme de mero apelo político.

“Ainda estou aqui” não é meramente um filme que fala de um difícil momento político de nossa história, ele fala da vida de uma família, dilacerada por aqueles acontecimentos, e é assim que ele deve ser visto e entendido.

Trinta e seis anos depois de ter sido apresentado formalmente a dona Eunice Paiva, eu fui apresentado a sua história. Bem que o “Gaspa” me disse que eu iria conhecer uma mulher extraordinária.

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A carta

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Leiam abaixo a mensagem que recebi de um amigo meu e me digam o que vocês acham disso.

“Prezado amigo Joaquim,

Como ainda não nos falamos este ano, aproveito a oportunidade para desejar a você e a toda sua família, paz, saúde e felicidade, não só neste ano, mas por toda a vida.

Mas vamos ao que interessa. Chegou recentemente em minhas mãos o argumento de um filme que eu gostaria que você analisasse a possibilidade de me ajudar a realizar. É um filme de baixo orçamento, com uma única locação, com um elenco reduzido, apenas dois ou três atores. Nele serão usadas muitas imagens de arquivo, além de animação e efeitos especiais gerados por inteligência artificial.

Uma coisa eu posso lhe garantir, meu amigo, se realizarmos esse filme, ele certamente irá gerar grande controvérsia e imensa polêmica.

O argumento, que me foi trazido por um professor de história, um amigo meu, da época do colégio, prevê que a obra deve ser narrada em primeira pessoa por um personagem que testemunhou grande parte dos acontecimentos que relata, e que se encontra refugiado na embaixada de um país europeu.

O filme é um drama político onde um determinado povo, que não será identificado, precisa tomar providências urgentes e enérgicas, no sentido de levar os membros da suprema corte de seu país, que deveriam ser unicamente responsáveis pela preservação de sua ordem constitucional, a voltar ao âmbito de sua circunscrição e pararem de interferir, quase sempre de maneira danosa e negativa, no equilíbrio dos poderes da república e na estabilidade política e democrática de sua nação.

Em meio a tudo isso acontecem ações contra diversos direitos constitucionais dos cidadãos, como o de livre manifestação de opinião, além da quebra do devido processo legal e o ataque ao estado democrático de direito.

Em seu depoimento, o personagem diz que a forma correta de fazer as coisas que precisam ser feitas para resolver parte dos problemas daquele país, é através de ações eficientes, eficazes e efetivas do poder legislativo, que infelizmente demonstra ser inapetente e incompetente para tal, preferindo trilhar o caminho da facilidade gerada pela concessão de recursos provenientes de verbas destinadas aos parlamentares, que poderiam ser corretas e justas, mas são usadas e operacionalizadas de maneira danosa e corrupta, através de uma relação espúria com o poder executivo.

Já o governo no comando do poder executivo se aproveita de todas essas mazelas para aparelhar política e ideologicamente o Estado, como forma de controle sobre a vida do povo. Estabelecendo políticas assistencialistas, o governo transforma o povo em pessoas totalmente dependentes do Estado, fazendo com que todas essas irregularidades se perpetuem, e se retroalimentem, gerando assim uma total incapacidade de reação de cada uma das camadas que são atingidas por todas essas ações, planejadas e executadas no sentido de atingir o controle total do país.

Ele relata também a existência de um grupo opositor àquele que se encontra no poder, e comenta que ele também comete diversas formas de desvios de conduta e arbitrariedades, deixando claro que não há quem seja totalmente inocente em toda aquela história.

Relata também a participação nefasta da imprensa que vem sistematicamente agindo de forma a desinformar mais que informar, pendendo sempre para um lado em detrimento dos outros.

Como agravantes nesse cenário, o narrador comenta sobre os graves problemas de segurança que abalam de forma decisiva toda aquela situação e discorre também sobre o panorama mundial e a vertiginosa polarização política que está em curso e que tudo indica irá perdurar ainda por algum tempo.

Um interlocutor do personagem principal, usa trechos das coisas que ele relata e recorre às redes sociais como o Google e o Chat GTP para apurar as suas declarações e vê que aquilo que ele relata realmente acontece.

No final se descobre que tudo aquilo não passou de um sonho de um jovem advogado, que aparece em cena acordando, assustado, em sua cama.

Aguardo seu retorno no sentido de podermos marcar uma hora para conversarmos pessoalmente.

Abraço,

Val.”

Bem, o que me dizem sobre isso?

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Quando a performance de um ator coadjuvante é maior que todo um filme.

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Imagino que se o filme “Anora” tivesse sido roteirizado e dirigido por David Cardoso, Walter Hugo Khouri, Neville D’Almeida ou mesmo por mim, muita gente iria dizer que se tratava de uma simples pornochanchada com ingredientes americanos e personagens russos, mas como foi feito por um grande estúdio de Hollywood, dirigido por um cineasta famoso, ambientado em Nova York e Las Vegas, ele está merecidamente concorrendo em cinco das mais importantes categorias do Oscar de 2025, melhor filme, melhor diretor, melhor atriz, melhor ator coadjuvante e melhor edição.

O filme realmente merece pelo menos quatro dessas indicações. Talvez mereça até mesmo a indicação para disputar o Oscar de melhor filme, muito possivelmente por inexistência de algo menos ruim que ele.

Os primeiros cento e trinta e quatro minutos de “Anora” só existem para justificar seus cinco minutos finais.

As indicações para atriz, diretor e edição são até aceitáveis. A atriz, Mikey Madison, tem realmente uma performance muito boa, ajudada inclusive pela boa edição, que faz com que as difíceis cenas de sexo sejam executadas e vistas de maneira limpa, sem muita forçação de barra, sem demasiada apelação. É bem verdade que o filme tem momentos maçantes, mas penso que isso faça parte da intenção do roteirista que também é o diretor, para que o clima pisco sociológico do assunto fique mais bem delineado e marcado.

Uma vez, em uma entrevista, me perguntaram o que faz com que se diga que um diretor é bom e minha resposta foi no sentido de explicar que para mim, pode-se dizer que um diretor é bom quando ele realiza no filme aquilo que ele se propôs a realizar, não importando que nós gostemos ou não do resultado. Se um diretor consegue passar a sensação que ele deseja ao espectador, ele deve ser considerado um bom diretor. Em minha modesta opinião é o que acontece no caso de Sean Backer, em “Anora”, porém preciso dizer que no meu ponto de vista Walter Sales consegue isso e muito mais em “Ainda estou aqui” e nem por isso foi indicado ao Oscar de direção, mas deveria ter sido.

Em “Anora” há no entanto um indicado ao Oscar que é simplesmente extraordinário. Não posso dizer com toda certeza de que ele irá ganhar a estatueta, mas posso afirmar que se eu fosse um dos eleitores, votaria nele, sem a menor sombra de dúvida.

Trata-se do ator russo, Yuriy (Yura) Borisov, que desde o primeiro segundo em que aparece em cena, chama absurdamente a atenção até do espectador mais desatento, não sei bem ao certo se por sua presença quase ausente ou se por sua ausência incrivelmente presente.

No filme, Yuriy é Ygor, um imigrante armênio que é contratado para fazer serviços de segurança para seus patrícios. Esse tipo de personagem normalmente é um brutamontes ignorante, insensível, movido pela raiva e pelo dinheiro, mas o Ygor de Yuriy é diferente e isso o espectador sabe assim que o vê. Isso é tão verdade que quando ele apareceu em cena, eu disse para minha esposa que naquele personagem residia o ponto alto, o fechamento dourado do filme, e não deu outra.

Se há em “Anora” alguém que realmente mereça um Oscar, é Yuriy Borisov.

No frigir dos ovos “Anora” é um filme que foi indicado ao Oscar simplesmente por nos apresentar a desconstrução do mito da Cinderela, uma moça pobre, no caso uma prostituta, que tem a ilusão de conseguir um amor que a tire do lugar onde se encontra, fazendo com que ela passe a ter uma vida de princesa.

Há uma outra coisa que se pode dizer sobre “Anora”: Ele é a prova clara e patente que existe um tipo de filmes que é realizado quase que exclusivamente para competir em festivais, pois levantam temas psicossociais importantes.

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Comentando sobre direito, leis e justiça com o Chat GPT

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Fiz um questionamento ao Chat GPT. Perguntei se no caso de alguém, que seja processado por calúnia, difamação ou injúria, ele pode vir a ser condenado, caso fique provado que aquilo que ele disse sobre quem se sentiu caluniado, difamado ou injuriado, forem verdade.

A resposta foi a seguinte:

Depende do tipo de crime em questão (calúnia, difamação ou injúria) e das circunstâncias específicas. Vamos analisar cada caso:

1. Calúnia (Art. 138 do Código Penal Brasileiro):

  • A calúnia ocorre quando alguém acusa outra pessoa de um fato criminoso, sabendo que essa acusação é falsa.
  • Provar a veracidade do fato calunioso pode excluir o crime. Isso é chamado de exceção da verdade.
  • Exceção: A calúnia não será excluída mesmo que o fato seja verdadeiro se for direcionada contra:

1 – O Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro. Logo, você não pode dizer uma coisa desairosa sobre o presidente da república, mesmo que essa coisa seja verdadeira, ou seja se você disser uma verdade sobre o presidente da república, você corre o risco de ser processado e condenado.

2 – Pessoas já absolvidas de um crime por decisão judicial.                Ou seja, se você disser algo desairoso sobre alguém que foi julgado e absolvido por aquilo que motivou sua manifestação, você corre o risco de ser processado e condenado.

2. Difamação (Art. 139 do Código Penal Brasileiro):

  • A difamação ocorre quando alguém atribui a outra pessoa um fato ofensivo à sua reputação.
  • A veracidade do fato NÃO exclui o crime. Mesmo que o fato seja verdadeiro, divulgar algo que ofenda a reputação de outra pessoa configura difamação, pois o objetivo é proteger a honra objetiva (reputação social) do indivíduo.

Isso faz com que você não possa dizer que Fernandinho Beiramar e Marcola são alguns dos chefes das maiores e mais perigosas quadrilhas de bandidos do Brasil, que Marcelo Odebrecht comandou um dos maiores escândalos de corrupção do mundo, o Petrolão, e que esse mesmo escândalo teve o conhecimento e o consentimento do então presidente da república, tendo para isso uma extensa lista de testemunhas.

3. Injúria (Art. 140 do Código Penal Brasileiro):

  • A injúria ocorre quando alguém ofende a dignidade ou o decoro de outra pessoa (honra subjetiva), independentemente de fatos ou verdades.
  • Provar a verdade não exclui o crime, porque a injúria está mais relacionada à ofensa direta do que à divulgação de fatos.
  • Exceções: A injúria pode ser justificada se proferida:

Em legítima defesa da própria honra.

Você só pode dizer uma verdade injuriosa a alguém se essa pessoa antes atacar a sua honra, ou seja você não pode dizer que alguém que lhe furtou a carteira é ladrão se ele tiver atacado a sua honra, tiver chamado você de fascista, por exemplo.

Como resposta proporcional a uma provocação da vítima.

Neste caso você só pode chamar aquele sujeito que todo mundo sabe que é caloteiro, vigarista e mau pagador daquilo que ele é se antes ele não tiver lhe chamado de corno, não importando se você é ou não é traído por sua esposa.

Resumo:

  • Calúnia: Provar a verdade pode excluir o crime, salvo exceções previstas em lei.
  • Difamação: Provar a verdade não exclui o crime.
  • Injúria: Provar a verdade também não exclui o crime, pois o foco está na intenção ofensiva.

Resumo do Resumo:

Isso não faz o menor sentido do ponto de vista lógico, do ponto de vista da realidade. Isso fere de morte o direito constitucional de livre manifestação, que deve ser respaldado primordialmente pela verdade e pela coerência.

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2025, o ano que o mundo reconheceu o maravilhoso cinema brasileiro

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O ano de 2025 entrará lindamente para a história de nosso país, pois neste ano um filme realizado aqui, com roteiristas brasileiros, diretor brasileiro, elenco brasileiro, com produtores e técnicos brasileiros, foi indicado para concorrer na principal categoria do maior festival de cinema do mundo, o Oscar de melhor filme.

Os Indicados nessa categoria foram: “Ainda estou aqui”, “Anora”, “O brutalista”, “Um completo desconhecido”, “Conclave”, “Duna: Parte 2”, “Emilia Pérez”, “Nickel boys”, “A substância”, e “Wicked”.

É bem verdade que as chances de nosso representante vencer não são grandes, uma vez que também estão concorrendo, “O brutalista”, “Conclave” e “Emilia Pérez”, todos competidores muito bem cotados e com diversas indicações nas demais categorias. Os demais têm menos chances que o nosso “Ainda estou aqui”.

Por outro lado, os Indicados ao Oscar de filme internacional foram: “Ainda estou aqui” (Brasil), “Emilia Pérez” (França), “Flow” (Letônia), “A Garota da Agulha”, (Dinamarca), “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha).

Como “Emilia Pérez”, e “Ainda estou aqui” estão concorrendo nas duas categorias, a de melhor filme e a de melhor filme internacional, se um deles ganhar na categoria mais abrangente, é certo que ganhará na menos abrangente também.

Eu particularmente acredito que a decisão sobre qual será o melhor filme recairá sobre “O brutalista” e “Conclave”, fazendo com que fiquemos na torcida para batermos o representante da França, “Emilia Pérez”, na disputa pelo prêmio de melhor filme internacional.

Ocorre que o fato do filme de Jacques Audiard ter sido indicado para concorrer em onze categorias do Oscar, e o filme de Walter Sales só ter sido indicado em três categorias, sinaliza que nossas chances são menores, mas ainda assim acreditamos que podemos vencer.

Já as indicadas ao Oscar de melhor atriz foram Fernanda Torres (“Ainda estou aqui”), e Demi Moore (“A substância”), têm mais chances que Mikey Madison (“Anora”), Demi Moore (“A substância”), Karla Sofía Gascón (“Emilia Pérez”) e Cynthia Erivo (“Wicked”).

Penso que é aqui reside a nossa maior e melhor chance de ganharmos pela primeira vez um Oscar, pois Fernanda tem uma performance clara e visivelmente melhor que quase todas as concorrentes, pairando apenas alguma dúvida quanto ao trabalho de Demi Moore, em “A substância”, que realmente é digno de nota.

De qualquer maneira, só o fato de “Ainda estou aqui”, ter sido indicado para concorrer em três das mais importantes categorias do Oscar, já é um grande reconhecimento e sinal de grande prestígio do cinema brasileiro. Só isso já é uma grande vitória.

Parabéns ao diretor Walter Sales, aos roteiristas que deram a história o tom perfeito, ao monumental elenco, principalmente a Fernanda Torres, Selton Melo e meu querido amigo Antônio Saboia e ao maravilhoso trabalho de direção de arte que nos transportou com fidelidade e beleza para os anos 1970.

“Ainda estou aqui” entra não apenas para história do cinema brasileiro, mas também para a história geral de nosso país.

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