À sombra de um gigante

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Numa dessas madrugadas insones, procurando um filme para matar a noite, me deparei com um que havia visto na adolescência, do qual gostei tanto que o incluí na lista de filmes do meu livro inacabado, “365 filmes para não precisar de psicanálise”.

O filme era “À sombra de um gigante”, de 1966. Estrelado por Kirk Douglas, com Senta Berger, Angie Dickinson, John Wayne, Yul Brynner, Frank Sinatra e Topol, e dirigido por Melville Shavelson, um diretor pouco importante.

Aquela madrugada seria cruel para mim. Pelo menos para a parte de mim mais saudosista, mais romântica, mais juvenil, pois ao assistir novamente aquele filme, quase cinquenta anos depois de tê-lo visto, entendi a verdadeira importância que têm o meio e a mensagem, coisas abordadas de maneira exemplar pelo filósofo Marshall McLuhan, e discutidas por quase todos os comunicadores, desde então.

“À sombra de um gigante” conta a história de um coronel, David Daniel “Mickey” Marcus, um judeu não praticante e um militar um tanto insubordinado do Exército dos Estados Unidos, o principal arquiteto das políticas de assuntos civis das forças armadas americanas na Segunda Guerra Mundial, que mais tarde viria a ser o primeiro general de Israel.

O filme trata principalmente da participação de Marcus como conselheiro militar do incipiente exército israelense, antes mesmo da fundação do Estado Judeu.

Em que pese a história, seu contexto, suas causas e consequências serem muito relevantes, um filme de ficção, por menos alavancado que seja em uma figura real, traz ingredientes importantes para sua criação e estruturação.

O caso é que o Joaquim que com 15 anos, por volta de 1975, assistiu “À sombra de um gigante”, num Corujão da Globo, não conseguia, naquela época, ver a qualidade ruim da produção daquele filme. Aquele Joaquim só via o heroísmo, a honra, a nobreza dos personagens daquela história. Só via a mensagem, pois o meio pouco importava, perto de fatos tão significativos.

O Joaquim de 2022, aos 62 anos, tendo assistido tal filme há exatos quarenta e sete anos, ficou extremamente decepcionado, não com o conteúdo, com a mensagem, mas com o meio usado para expressá-la. A produção do filme é muito ruim. Chega mesmo a ser tosca, mas a mensagem continua intacta, mesmo que corroída pelo desgaste natural das comparações que automaticamente são feitas com os acontecimentos dos dias de hoje.

Sobre o final do filme, tive em 2022 a mesma sensação que tive ao vê-lo em 1975. O que mais importa para homens nobres e honrados, não é apenas o que eles fazem ou realizam, mas os exemplos que eles deixam.

Hoje constato que a produção de “À sombra de um gigante” é ruim, porém, ao rever esse filme, meu coração e minha mente se encheram de júbilo.

Naquela madrugada, por um instante parei para comparar aquele filme com a realidade e entendi que o que senti ao assistir novamente aquele filme, quase 50 anos depois, é exatamente o inverso do que tenho sentido ao assistir a propaganda eleitoral na TV. No caso da propaganda eleitoral, a constatação que se tem é que o meio, ou seja, a produção, ficou muito melhor e mais e sofisticada, mas a mensagem, principalmente dos candidatos ao legislativo, empobreceu e piorou de maneira assustadora.

No final a constatação que se tem é a de ser realmente muito difícil fazer sombra a um gigante.

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É preciso coragem

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É muito fácil entender os motivos que levam algumas pessoas a antipatizarem com Bolsonaro. É igualmente fácil entender o que faz algumas pessoas se identificarem com as coisas que Lula diz.

Bolsonaro é ríspido, mal-educado, grosseiro, defende coisas que não condizem com o senso comum, coisas que lhe conferem a impressão de crueza e crueldade, que possibilita a criação de narrativas negativas sobre ele e sobre quem, mesmo não sendo como ele, não agindo nem parecido a ele, pertence à mesma corrente de pensamento liberal.

Por outro lado, Lula por ser hipócrita, manipulador e malabarista diz aquilo que as pessoas gostam e desejam ouvir. Ele é um mágico, um prestidigitador, capaz de fazer truques baratos de circos mambembes, como dizem os cronistas esportivos, “jogar pra torcida”.

Minha situação, bem como a daqueles que pensam como eu se complica, pois, uma coisa é se opor a esquerdalha, outra bem diferente é apoiar os impropérios de alguém como Bolsonaro. Imaginem só o absurdo que seria acharem que Gustavo Corção, Roberto Campos, Sandra Cavalcante ou Delfim Netto, simplesmente por serem liberais e de direita, concordam com ações destemperadas e grosseiras.

Vocês não podem imaginar o esforço que uma pessoa, clara e francamente liberal de direita como eu, tem que fazer, para não ser facioso, ao analisar a situação política pela qual atravessamos.

Vejam bem! O protagonista do lado com o qual eu mais me identifico, dificulta minha vida, pelo simples fato dele não ser capaz de representar corretamente a minha forma de pensar, por total falta de capacidade de comunicação minimamente harmônica e civilizada.

Imaginem se Margareth Thatcher, Ronald Reagan ou João Paulo II fossem tão atabalhoados e descalibrados quanto Bolsonaro! Ainda hoje o mundo estaria convivendo com a guerra fria e o Muro de Berlin ainda estaria de pé!

Em 2018 o povo brasileiro deu uma resposta a Lula, ao PT e a esquerda de um modo geral. Disse a eles através das urnas eleitorais, que estava cheio de suas embromações políticas, que depois de 8 anos de PSDB e seu socialismo ralo, travestido de bom mocismo, e de 16 anos de PT com sua simbiose de quadrilhas ideológicas e criminosas, ele queria algo diferente, e a única coisa diferente que havia a mão era representada por um ex-capitão do exército, deputado do baixo clero, produto de uma política viciada e carcomida estabelecida em nosso país, depois da redemocratização.

Hoje, quatro anos depois, não por falta de aviso, aquele sujeito a quem foi dada a oportunidade rara de varrer do mapa os vermes da esquerda, (e vejam bem que estou me referindo apenas aos vermes, pois há na esquerda quem seja importante e necessário para o equilíbrio das forças políticas de nosso país) corre sério risco de acabar devolvendo a eles o comando de nossa nação e submeter novamente nosso povo a uma espécie de escravidão mental e ideológica, coisa bem ao tipo de gente que pratica essa forma de política.

Essa gente é especialista em uma espécie de escravidão moderna. Uma escravidão quase imperceptível, sem açoite, sem pelourinho, sem fome, sem aparente privação de liberdade, e até com aspectos de paz e relativa felicidade.

É provável que seja esse o legado de Bolsonaro. Nos devolver aos braços do pior tipo de operadores do pensamento de esquerda que há hoje no mundo. Uma esquerda gasosa e aparelhadora, que ocupa todos os espaços, de maneira completamente paralisante, agindo de forma a impedir que pessoas que pensem minimamente diferente de sua forma de agir, sejam completamente canceladas e aniquiladas do convívio social e até da própria vida.

A maneira deles fazerem isso não é usando violência formal, pois isso não funcionaria. Enquanto Bolsonaro defende a possibilidade do uso de armas, que sozinhas não fazem mal a ninguém, Lula defende o uso de livros, que se forem mal escolhidos, mal ensinados e interpretados, ferem tanto quanto as armas nas mãos de pessoas despreparadas para portá-las.

É difícil transformar um livro como “Memórias póstumas de Brás Cubas” em um instrumento cortante ou explosivo, mas “Cadernos do Cárcere”, pode muito bem ser transformado em uma AK47. Precisa ser corajoso para dizer isso e não temer ser mal interpretado e apedrejado pela turba patruladora, e só tem coragem quem é capaz de agir apesar do medo.

A violência que essa esquerda usa é difícil de ser combatida aberta e francamente, pois ela se apresenta de forma camuflada e visa a destruição dos tecidos sociais onde estão alojados aqueles que se opõem a ela. Visa destruir a família, controlar a imprensa e estabelecer narrativas, desvalorizar a religião que não lhe for serviçal, controlar o judiciário, aparelhar o sistema educacional, e o Estado de forma geral.

Os esquerdopatas agem seguindo os ensinamentos e preceitos da António Gramsci, que preconizou que a conquista do poder só pode ser atingida pela total destruição da sociedade existente, para que no lugar dela seja erguida uma outra, que siga os padrões defendidos por eles.

É contra esse tipo de escravidão que eu me oponho e contra o qual lutarei de todas as formas que forem possíveis, desde que elas não firam minha forma humanista, liberal, justa e coerente de pensar e agir.

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Ética e Moral

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Ética e Moral

Algumas pessoas as vezes reclamam que meus textos são muito longos, e hoje vou fazê-las reclamar por escrever um texto curto, sobre um assunto controverso. Farei isso para deixar mais tempo para essas mesmas pessoas possam refletir sobre as coisas importantes que vou abordar.

 Eu sempre fui fascinado pelas semelhanças e as diferenças entre as palavras e principalmente entre os conceitos que eles trazem em si. Duas dessas palavras, que para mim são de suprema importância na vida das pessoas, são ética e moral.

Elas nada têm de semelhantes em seus aspectos gráficos, gramaticais, fonéticos ou morfológicos, porém os seus significados comumente confundem as pessoas, e isso não ocorre apenas com as menos cultas ou estudadas. É comum muita gente bastante entendida em alguns aspectos, derrapar sobre o que significa cada uma dessas palavrinhas que em minha opinião estão no centro visceral de todas as discussões atuais.

Observemos os significados formais de cada uma dessas palavras.

Ética é a parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente sobre a essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. Ou seja, é o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.

Moral é o conjunto de valores e regras que definem o que é certo ou errado, permitido ou proibido em uma sociedade. Dito isso, é importante lembrar que esses conceitos podem variar de acordo com a cultura de determinado grupo e com o tempo em que ele se encontra.

Essas definições de dicionário, no entanto, em meu ponto de vista, são insuficientes para expressar coisas tão importantes. Pensando nisso busquei uma melhor definição para ética e a que mais me identifiquei foi com aquela que seja talvez a mais simples. Tão simples, a ponto de assustar.

Ética é um dos poucos valores universais. Ela é igual aqui, no Japão ou na Inglaterra. Ou você é ético em todo lugar ou não é ético em lugar nenhum.

Você tem ética quando não sendo obrigado a agir ou deixar de agir de uma determinada maneira, você o faz por deliberação própria. Ética não é imposta.

Uma atitude ética é sempre boa e justa, de um ponto de vista geral e abrangente. A ética tem uma outra característica peculiar, ela coloca o coletivo sobre o individual.

Já a moral é algo que é certo ou errado para aquele grupo, aquela determinada sociedade, naquele país, dependendo da sua cultura ou do tempo em que ela ocorre.

Um bom exemplo sobre moral e ética é o seguinte: Nos países islâmicos, se você tiver boa condição financeira e paciência suficiente para ter três sogras, você poderá ter três esposas, isso é a moral, porém você terá que tratá-las com igualdade, isso é ética.

Moral é quando alguém pergunta se algo é certo ou errado, já se perguntam se algo é bom ou é mau, isso é ética.

Há quem acredite que a humanidade chegou a um ponto crítico, em que se constata que existem poucas pessoas que possuem ética e moral. Que estamos em um ponto sem volta, em que existe uma grande quantidade de pessoas que tem moral e não tem ética, e vice-versa, um ponto em que infelizmente a maioria das pessoas não têm nem ética nem moral.

Eu prefiro acreditar que essa percepção é resultado do aparelhamento ideológico do Estado e da sociedade, da desvirtuação do ensino, da educação formal, da desagregação da família e do distanciamento dos valores fundamentais do humanismo, em nome de uma busca enlouquecida pela supremacia de ideias, pela busca desenfreada pelo poder.

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Dia dos Pais

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Por ser Dia dos Pais, resolvi sair das temáticas que mais têm pautado os meus textos nos últimos tempos, cinema e política, para falar um pouco sobre o meu pai, sobre a referência que eu tive e tenho de pai.

Imagino que meus leitores saibam que meu pai foi o empresário e político Nagib Haickel, um sujeito que teve a sorte de casar-se com uma mulher maravilhosa, Clarice Aragão Pinto, que geraram eu e meu irmão Nagib.

Meu pai ficou conhecido por ser um camarada espirituoso, brincalhão, barulhento, direto, autêntico, destemido, de uma inteligência aguçada para números e negócios, mas de pouca paciência para lidar com burocracia, pessoas pouco ativas e pouco operantes. De pavio curto, ia de zero a cem em cinco segundos, mas voltava a zero no mesmo tempo.

Nunca foi um sujeito de mutas posses, mas nunca foi mal de vida. Trabalhador incansável, dizia que trabalhava para ter dinheiro suficiente para não ter que depender de ninguém.

Era conhecido por sua imensa generosidade e pela grande quantidade de amigos que amealhou em sua curta vida. Morreu três meses antes de completar 60 anos, mas morreu como queria. No ponto mais alto que havia chegado. Era presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão.

Não teve muito estudo formal. Dizia que havia se formado em quatro faculdades. A primeira era a faculdade da família, amava seus pais, irmãos, esposa, filhos, parentes de um modo geral e aderentes de forma incondicional, tendo sido sempre foi arrimo de sua família.

A segunda faculdade que ele dizia ter se formado, era a da empresa onde começou a trabalhar aos 13 anos, a Chames Aboud e Cia. Dizia que tivera como professores Eduardo, Alexandre, Cesar e Alberto Aboub e como colega, William Nagem, entre outros.

A terceira faculdade, segundo ele, teria sido a Assembleia Legislativa, onde pode aprender com gênios e foi colega de mestres.

A quarta faculdade que ele teria se formado, segundo dizia em seus discursos, era a faculdade da vida e dizendo isso ele se aproximava de forma íntima e carinhosa das pessoas comuns, que naqueles tempos também só tinham a oportunidade de se formarem nessa faculdade. A da vida.

Quando resolvi escrever sobre o Dia dos Pais, fiquei imaginando como fazer isso de forma diferente, então fui procurar em meus álbuns de fotografias, quatro delas que pudessem expressar os estados de espírito mais comuns em meu pai. Fotos de situações nas quais eu o via com frequência.

Na primeira foto, o Nagib enérgico, fosse na vida empresarial ou política. A forma dele agir espantava quem não o conhecia, mas aos seus conhecidos ela era normal e previsível.

Muita gente tinha uma primeira impressão muito ruim dele, mas em quase todas as vezes essa impressão se transformava em muito boa. E não sou eu, seu filho quem diz isso, mas Benedito Buzar, jornalista, historiador e biógrafo de muitos políticos maranhenses.

Na segunda foto, o Nagib orientador, de poucas palavras, mas de muitos exemplos práticos. Por ter pouca paciência, ele queria que as pessoas vissem como agir seguindo seus exemplos.

Na terceira foto, o Nagib esperto, que dava um boi para não entrar em uma briga e uma boiada para não sair dela, que dizia que o difícil se faz logo, e que para se fazer o impossível, era só uma questão de tempo.

Na quarta foto, o Nagib espirituoso e brincalhão, capaz de inventar conversas com Tapiacas e Mandubés na beira do Rio Pindaré, de distribuir toneladas de bombons para a criançada por onde passasse, de pular e dançar em cima dos taipás dos caminhões que fazia de palanque.

Esse era o meu pai. O pai que tive por apenas 34 anos, tempo suficiente para ter me ensinado muitas das coisas que aprendi na vida.

Tenho certeza de que quase a totalidade de vocês que me leem, têm ou tiveram pais como o meu, e que os honram sendo aquilo que meu pai dizia que um homem tinha obrigação de ser: Filho respeitador, irmão companheiro, marido amoroso, pai carinhoso e amigo leal.

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A pior situação

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Ontem tive uma discussão feia, que quase descambou para um atrito sério, com duas das pessoas que mais amo. Meu irmão e minha esposa.

Em 2018 cada um de nós pensava em votar em um candidato diferente para presidente da república. Eu iria votar em Alckmin, Jacira votaria em Amoedo e Nagib votaria em Bolsonaro.

À proporção que se aproximava o dia da eleição, fui vendo que o voto útil, aquele que se dá a um candidato que não tem a menor chance de disputar um eventual segundo turno, seria uma temeridade, uma vez que o que eu não desejava mais era ter um presidente de esquerda, alguém que pertencesse a um grupo que jogou nosso país em um abismo de aparelhamento ideológico, corrupção e a beira de uma efetiva guerra de classes.

Tanto eu quanto Jacira acabamos votando em um candidato detergente, desinfetante. Nós não votamos nele acreditando que ele seria um grande estadista. Ninguém em sã consciência fez isso! Quem votou nele com o mínimo de discernimento entre realidade e mito, votou para se ver livre do PT e da gangue que dominou o Brasil durante 16 anos.

Ocorre que ninguém imaginou que o detergente, o desinfetante que escolhemos, tivesse tantos efeitos colaterais, que viesse tão contaminado por outras toxidades que tornasse impraticável o bom e salutar convívio com ele, com suas ideias equivocadas do que é o melhor para o país e seu povo. Não que todas as ideias dele estejam erradas, mas pelo menos a maioria das formas dele as colocar em prática, de se comunicar com a nação e o mundo, estão.

Discordar disso é ser cego e surdo. Quem não consegue ver que o atual governo tem ações extremamente positivas, mas tenta implementá-las de maneira tão desastrosa que as torna completamente ineficazes e completamente atacáveis, destruindo tudo que elas poderiam ter de bom, está completamente fora da realidade.

Quatro anos depois, mesmo desiludido com as ações do presidente, meu irmão ainda prefere votar nele que cogitar a ter novamente no comando de nosso país a gangue de hipócritas, sectários e maniqueístas, corruptos e canalhas ligados a esquerda e ao PT.

Minha esposa não cogita votar novamente em Bolsonaro. Isso está completamente fora de questão para ela. Ocorre que ela não cogita votar também em Lula, por todos os motivos que são do conhecimento geral.

Quanto a mim, que fui político durante mais da metade de minha vida, me encontro sem opção, uma vez que não há em nosso país uma terceira via capaz de acolher pessoas que pensem e se posicionem como eu. Mais que isso! Eu não admito o voto útil. Ele é um dos motivos de termos desastres políticos de proporções megalíticas.

Você sabe por que a democracia americana é tão sólida? Porque lá não há espaço para uma terceira via. A diferença real entre democratas e republicanos é mínima e ocorre em aspectos que dizem respeito apenas a forma de convivência entre as pessoas. Além disso a alternância cíclica e sistemática do poder, faz com que as políticas de um lado e de outro não criem raízes suficientes para aparelhar o estado de maneira definitiva e criminosa, como acontece farta e largamente em países como o Brasil.

Na discussão de ontem, meu irmão não quis entender que se Lula e o PT voltarem ao poder, o maior culpado será unicamente Bolsonaro. Por outro lado, minha esposa disse que prefere ser comandada por um ladrão que por um sujeito completamente insensível às fundamentais necessidades das pessoas.

Quanto a mim!… Fico no meio dessas duas teses absurdas, discordando delas mais que concordando com elas, mas sem uma opção plausível. Talvez a minha seja a pior situação!…

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Tive acesso a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!”, resolvi analisá-la parágrafo por parágrafo, e fiz algumas observações que vão entre parênteses e em caixa alta.

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Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos cursos jurídicos no país, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. (OK!)

A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais. (APENAS PARA LEMBRAR AOS ESQUECIDOS E COMUNICAR AOS QUE DESCONHECEM ESTE FATO: NEM LULA NEM A BANCADA DO PT, BEM COMO OUTROS PARTIDOS E PARLAMENTARES DE ESQUERDA NÃO ASSINARAM A NOSSA CARTA CONSTITUCIONAL DE 1988, POIS NÃO RECONHECIAM NELA A REPRESENTAÇÃO DA VONTADE SOBERANA DO POVO BRASILEIRO.)

Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal. (UM EXECUTIVO FRACO, ENCABEÇADO POR UM BOÇAL E IDIOTA POLÍTICO; UM LEGISLATIVO COVARDE E PROPINEIRO, QUE NÃO ASSUME SUAS PRERROGATIVAS E OBRIGAÇÕES; UM JUDICIÁRIO MILITANTE QUE PRATICA NÃO SÓ MAGISTRATURA ADMINISTRATIVA, MAS TAMBÉM UM JUDICIALISMO POLÍTICO E IDEOLÓGICO.)

Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular. (OK!)

A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. (OK!)

Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral. (DESDE A REDEMOCRATIZAÇÃO, TIVEMOS 8 ELEIÇÕES ONDE FORAM ELEITOS 5 PRESIDENTES DA REPÚBLICA. NESSES 32 ANOS, 24 FORAM DOMINADOS POR PARTIDOS DE IDEOLOGIA DE ESQUERDA, SENDO 8 ANOS DE PSDB E 16 ANOS DE PT, E 8 ANOS DE PARTIDOS DE DIREITA, INFELIZMENTE COM DOIS TEMERÁRIOS, COLLOR E BOLSONARO. DITO ISSO NÃO É VERDADE QUE TIVEMOS MUITAS ALTERNÂNCIAS DE PODER. ESSA AFIRMAÇÃO É FACCIOSA E MENTIROSA, SERVE PARA ILUDIR OS DESATENTOS E ACALENTAR OS MILITANTES.)

Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude. (CONCORDO COM TUDO ISSO! OCORRE QUE O REDATOR DESTA CARTA, BEM COMO SEUS SIGNATÁRIOS NÃO EXPLICAM POR QUE DEPOIS DE 24 ANOS COMANDANDO NOSSO PAÍS, O PT E O PSDB NÃO RESOLVERAM ESSES PROBLEMAS TÃO SENSÍVEIS E GRAVES, QUE AFLIGEM O NOSSO POVO. PELO CONTRÁRIO, AGRAVARAM MUITO ESSAS MAZELAS, ENRIQUECENDO MAIS AINDA OS GRANDES EMPRESÁRIOS E OS BANQUEIROS!)

Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos. (OK!)

Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições. (TEMOS AQUI MAIS UMA NARRATIVA FACCIOSA, QUE É APOIADA PELA TOTAL FALTA DE CAPACIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM SE EXPRESSAR E SE MANIFESTAR, MAS É SÓ! NADA TEM DE VERDADEIRA!)

Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional. (CONCORDO COM O FATO DE NOSSO PROCESSO DE VOTAÇÃO SER CONFIÁVEL, JÁ O MESMO NÃO POSSO DIZER QUANTO AO PROCESSO ELEITORAL, PRIMEIRO PORQUE A LEGISLAÇÃO QUE ORDENA AS ELEIÇÕES É EXDRÚXULA, FEITA PARA SER ESCAMOTIADA. QUANTO A INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA, ESSA É UMA OUTRA NARRATIVA INFUNDADA.  SE O QUE DIZEM FOSSE VERDADE, O TSE E O STF JÁ TERIAM AGIDO, UMA VEZ QUE ELES TÊM FEITO ISSO A TORTO E A DIREITO, POR MUITO MENOS MOTIVOS!)

Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão. (OK! AGORA ESTAMOS PREOCUPADOS COM OS GRINGOS! ENTÃO TÁ, CHEIROSO! EM NOSSO PAÍS NÃO SÓ AS PESSOAS QUE SIMPATIZAM COM A ESQUERDA SÃO CONFIÁVEIS E RESPEITÁVEIS. AQUELES QUE NÃO SIMPATIZAM COM A ESQUERDA TAMBÉM NÃO ADMITIRÃO ATAQUES A DEMOCRACIA, MAS NÃO ACEITARÃO QUE O ESTADO BRASILEIRO SEJA NOVAMENTE ASSALTADO E APARELHADO.)

Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática. (CONCIÊNCIA CÍVICA!? QUE PAPO FURADO É ESSE!? CONCIÊNCIA CÍVICA É PISAR EM NOSSA BANDEIRA, SÓ POR ELA SER VINCULADA A UM DETERMINADO POLÍTICO!?)

Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições. (APOIO INTEGRALMENTE ESTE PARÁGRAFO, DESDE QUE NO PARÁGRAFO ANTERIOR A ESTE SE INCLUA O REPÚDIO ÀS PRÁTICAS CORRUPTAS E AO APARELHAMENTO PARTIDÁRIO E IDEOLÓGICO DO ESTADO, COISAS QUE REPRESENTAM IGUALMENTE GRANDE PERIGO PARA NOSSA DEMOCRACIA.)

No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições. (MAIS UM PARÁGRAFO DEDICADO ÀS NARRATIVAS PARTIDÁRIAS QUE SÓ ENFRAQUECEM A VERDADEIRA LUTA PELA DEMOCRACIA. ONDE ESTÁ HAVENDO AUTORITARISMO EM NOSSO PAÍS, A NÃO SER POR PARTE DE UM JUDICIÁRIO MILITANTE E DE UMA IMPRENSA PARTIDÁRIA!? O QUE REALMENTE OCORRE É QUE TEMOS UM IDIOTA POLÍTICO NA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CUJAS FALAS DÃO MARGEM A CRIAÇÃO DESSAS NARRATIVAS E DESSE CLIMA. CASO ELE FOSSE MENOS “BURRO”, MAIS HIPÓCRITA E CANALHA COMO SEUS ADVERSÁRIOS, O CLIMA NÃO SERIA ESSE QUE VIVENCIAMOS)

Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:

Estado Democrático de Direito Sempre!!!! (NISSO ESTAMOS JUNTOS, E ESTAREMOS SEMPRE! ESSA NÃO É UMA PAUTA QUE SEJA PRIVATIVA DA ESQUERDA, MAS SIM DE TODOS OS BRASILEIROS QUE DESEJAM UM BRASIL MELHOR, SEM CORRUPÇÃO, APARELHAMENTO E RESPEITO ÀS PESSOAS E ÀS INSTITUIÇÕES!)

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O mais forte *

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Lan Tuan, velho mestre budista, chamou seus discípulos e passou-lhes uma tarefa. Disse-lhes que deveriam descobrir qual é a maior força que existe, quem é o ser ou a coisa mais forte, e que eles só poderiam retornar ao mosteiro quando tivessem chegado a uma conclusão absoluta.

Ele disse aos discípulos que ao invés de se dispersarem, cada um indo para um lado, eles deveriam sair juntos, a procura dessa resposta, pois aquilo não era uma mera competição, mas uma tarefa de aprendizagem.

Lan Tuan deu a eles uma flauta mágica. Bastaria que eles a tocassem, que qualquer criatura ou coisa falaria com eles, mas que eles só poderiam usar a flauta para procurar a resposta a essa pergunta, jamais para outra coisa. E mais, que a flauta deveria ser devolvida assim que retornassem ao mosteiro.

Os discípulos se foram, e chegando em uma forja, um deles tocou a flauta mágica e um outro perguntou ao ferro: Ferro, você é o mais forte?

O ferro respondeu: Eu sou forte, mas não sou o mais forte. Ainda que minha matéria seja extremamente resistente e construa estruturas poderosas, forte é o fogo! Porque quando eu passo por ele, eu derreto.

Então perguntaram ao fogo: Você é o mais forte? O fogo respondeu: Eu não sou o mais forte. Ainda que eu derreta ferro, forte é a água. Quando ela cai sobre mim, ela me apaga.

Água, então você é a mais forte!?… A água respondeu: Eu não sou a mais forte. Mais forte é o sol. Que quando passa com seus raios sobre mim consegue me evaporar.

Então perguntaram ao sol: Sol, pelo visto você que é o mais forte!? O sol respondeu: Eu não sou o mais forte, porque ainda que eu tenha poder de fazer a água evaporar, forte é a nuvem! Que quando para na minha frente tira todo meu brilho.

Então perguntaram: Nuvem, você que é a mais forte? A nuvem também respondeu: Eu não sou a mais forte, mais forte é o vento. Eu até consigo tirar o brilho do sol, mas quando o vento bate em mim, ele me joga de um lado para o outro.

Vento, você é o mais forte? O vento disse: Eu não sou forte. Embora eu jogue a nuvem de um lado para o outro, forte é a montanha. Porque quando eu bato nela eu me divido ao meio.

Cansados eles já nem perguntavam mais. Afirmavam: Montanha, você que é a mais forte.

Eu não sou a mais forte, respondeu a montanha. Ainda que eu faça o vento se dividir ao se colidir comigo. Forte é o homem! Porque ele vem com os seus maquinários e constrói edificações e acaba comigo.

Homem, então é finalmente você que é o mais forte!… O homem diz: Eu não sou o mais forte. Ainda que eu consiga construir edificações sobre rochas, destruir tudo a minha volta, ainda assim eu não sou o mais forte. Forte é a morte! Porque quando ela me abraça eu não consigo escapar.

Exausto, o discípulo mais inquieto disse então a morte: Morte você que é a mais forte entre todas as forças do universo.

A morte então respondeu: É… por muito tempo eu pensei que eu era isso mesmo. Eu abracei milhares e milhares de pessoas, durante toda a eternidade. Abracei pessoas ricas e pobres, sábias e ignorantes, boas e más, e nesses abraços, acabei com as vidas de todas elas.

Depois disso observei que havia algo mais forte que eu, algo que sobrevivia àquelas pessoas, um conjunto de sentimentos que normalmente chamam de amor. Um sentimento superforte, algo inquebrável e inquebrantável, uma coisa que não morre jamais. Um sentimento que sintetiza em si todos os sentimentos e sentidos que existem, todos mesmo, principalmente os bons, em muita quantidade, mas também os considerados maus, em pequenas doses suportáveis.

Então, um dos discípulos tocou mais uma vez a flauta mágica e os outros perguntaram ao amor: Amor, você é a coisa mais forte que existe? E o amor respondeu que não, que mais forte que ele são todos aqueles seres e coisas que possuem o privilégio de experimentar os sentimentos e os sentidos que o compõem.

Se achando em um beco sem saída, os discípulos, desiludidos, voltaram ao mosteiro. Ao chegarem lá souberam que o mestre Lan Tuan havia morrido naquela manhã.

Chang Nin, auxiliar de mestre Lan Tuan, chamou os discípulos que haviam saído naquela jornada e disse-lhes que na noite anterior a morte do mestre, ele lhe dera uma carta para ser entregue a eles, quando retornassem.

No papel estava escrito o seguinte: Se vocês não conseguiram chegar a uma conclusão definitiva sobre qual é a maior das forças da natureza, mas descobriram a existência de uma força abstrata, constituída de diversos sentimentos e sentidos, é porque aprenderam a lição e estão preparados para usarem principalmente dois dos diversos ingredientes de sua composição, a sabedoria e a memória. Uma que servirá para descobrirem como aprenderem sempre e como melhor ensinarem, e a outra para jamais se esquecerem do que realmente é importante.

Depois de lerem a carta, o discípulo mais inquieto, pegou a flauta mágica para tentar falar com o mestre Lan Tuan, quando um outro discípulo, o mais sereno e calmo, pegou a flauta de sua mão e depositou sobre o peito do falecido mestre, para que fosse cremada com ele.

*  História baseada uma antiga parábola religiosa que me foi contada por meu primo, João Mohana, médico, sacerdote e escritor. 

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O dilema do cidadão honrado e do eleitor consciente

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Depois de ontem, não resta nenhuma dúvida que Bolsonaro é um completo imbecil, da mesma forma de que depois de tudo que fez, nada leva a crer que se eleito, Lula e seus esquerdopatas não irão voltar a praticar os mesmos atos abomináveis e corruptos que os mantiveram no poder por 16 anos.

A cada dia as atitudes do atual presidente da república diminuem mais e mais a possibilidade dele vir a ser apoiado por boa parte dos cidadãos honrados de nosso país, e por um grande número de eleitores conscientes, pessoas que não desejam que o Brasil volte a ser dominado por uma camarilha de corruptos, hipócritas, sectários, maniqueístas e toda espécie de figuras nefastas.

É neste ponto em que estas pessoas se encontram, e eu sou uma delas. Jamais votarei novamente em Lula e sua gangue, da mesma forma que é impossível para alguém como eu, que entende perfeitamente bem os mecanismos da política, apoiar novamente um sujeito temerário, como está mais que claro que é Bolsonaro.

Então o que resta para pessoas como eu, pessoas que estejam na mesma condição que eu, que pensem como eu, que sintam as coisas como eu sinto? O que nós podemos fazer numa situação dessas?

Votar em Ciro, em Tebet, em um outro candidato qualquer!? Isso vai resolver!? Se fizermos isso, teremos sucesso? É muito provável que não.

A radicalização política, social, cultural e psicológica a qual nosso país, de maneira criminosa, foi submetido nos últimos tempos, perpetrada pelas máquinas políticas de esquerda e de direita, destruiu qualquer possibilidade de haver uma terceira via, um caminho alternativo, algo que nos livrasse dos impropérios absurdos do atual presidente e das atrocidades políticas, administrativas, econômicas e morais do ex-presidente.

Num bom e escrachado português de baixo calão: “Nós estamos é fodidos”! Se apoiarmos Bolsonaro, até podemos ter sucesso na economia, mas não teremos o respeito necessário para que esse sucesso perdure e possa ser desfrutado de forma produtiva e sadia. Se apoiarmos Lula, até poderemos ter um pouco de respeito por parte de alguns, mas no fundo seremos dirigidos por uma organização criminosa, voltada única e exclusivamente para se manter no poder.

Só vejo uma única saída para esse dilema. Uma saída muito difícil de ser implementada. Algo que depende de uma engenharia política bastante intrincada, que precisa ser construída com ingredientes difíceis de serem encontrados nos dias de hoje, principalmente nos homens e mulheres que fazem política, que possuem os diversos tipos de poder e de influência em nosso país.

Só vejo uma possibilidade de nos livrarmos tanto de Bolsonaro quanto de Lula, de uma vez só, de uma única e decisiva tacada.

A saída seria que todos os demais candidatos a presidente, todos os partidos que não estejam empenhados nessa desgraçada polarização de esquerda contra direita, todas as pessoas conscientes de nosso país, todos os influenciadores, todos os pensadores, os jornalistas, a imprensa de um modo geral e o empresariado, se empenhassem em um acordo amplo e geral, no sentido de criarmos uma alternativa a essa polarização, construindo uma terceira opção viável e forte para desbancar um dos dois contendores no primeiro turno, e que possibilitasse a derrota do outro no segundo.

A questão é: Existem pessoas em nosso país capazes de construir tal ambiente!?

A resposta a essa pergunta mais uma vez está condicionada pela existência dessa infame polarização, pois durante os anos de domínio de Lula e do PT, eles destruíram o sistema sociopolítico capaz de gerar lideranças verdadeiras, malefício que a ascensão de um direitista boçal e incompetente não foi capaz de sanar.

Podem me chamar de visionário ou até mesmo de louco. Não tem importância, não vou me chatear, nem levar para o lado pessoal, mas infelizmente é essa a nossa única e difícil, quase impossível, saída.

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A indústria audiovisual maranhense

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A cidade de São Luís e o estado do Maranhão já foram, episodicamente, palco de produções audiovisuais de repercussão nacional.

Tivemos por aqui a gravação do filme “Uirá, um Índio em Busca de Deus”, dirigido por Gustavo Dahl, com base no livro de Darcy Ribeiro, em 1972; “A faca e o Rio”, baseado na obra de mesmo nome, de Odilo Costa, filho, dirigido pelo cineasta holandês, George Sluizer, em 1973; “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil”, dirigido por Carla Camurati, em 1985; a novela “A Cor do Pecado”, da Rede Globo, de 2004; E o filme “Casa de Areia”, de 2005, dirigido por Andrucha Waddington, são os mais relevantes.

Outras importantes produções foram realizadas por aqui, como cenas de um filme da Marvel que usou o cenário dos Lençóis Maranhenses como um deserto onde acontece uma batalha entre heróis e vilões, além de diversos documentários, séries e ensaios fotográficos de agências de modelos internacionais.

No entanto, apenas em 2021 um filme de grande porte foi totalmente produzido e rodado em terras maranhenses, em São Luís, mais especificamente.

Trata-se do “Projeto Arcanos”, que deu origem ao filme “Tire 5 Cartas”, que conta a história de Fátima e de sua típica família ludovicense, e que tem em seu elenco, Lilia Cabral, Stepan Nercessian, além de diversos atores, atrizes e técnicos maranhenses.

“Tire 5 Cartas” é uma comédia de costumes que vai fazer os expectadores rirem e se emocionarem, ao mostrar a vida de pessoas comuns, com as quais todos se identificam.

Esse filme é o marco histórico que transformará São Luís e o Maranhão, em um importante polo de produção cinematográfica de nosso país, trazendo para cá inclusive, produções internacionais.

O projeto teve em parte o apoio da Lei de Incentivo à Cultura, através do patrocínio da Equatorial e do Mateus, além do apoio de algumas empresas e instituições que reconheceram a importância dessa ação. A outra metade do investimento para realização deste filme foi custeada pela Guarnicê Produções.

“Tire 5 Cartas” será lançado nos cinemas de todo Brasil no último trimestre de 2022 e em seguida será exibido pelos canais do grupo Globo.

Os maranhenses, já há bastante tempo, demonstram que são bons cineastas, exemplo disso são os trabalhos de Al Danúzio, Arturo Saboia, Aurea Maranhão, Ben-Hur Real, Beto Matuck, Beto Nicácio, Breno Ferreira, Breno Nina, Cícero Filho, Erlanes Duarte, Euclides Moreira Neto, Fernando Baima, Francisco Colombo, Fred Machado, Iramir Araújo, Isa Albuquerque, João Ubaldo de Moraes, Lucas Sá, Manu Sheury, Markim Araújo, Mavi Simão, Murilo Santos, Rafaela Gonçalves, Rose Panet, Taciano Brito, dentre outros.

O cinema maranhense tem sido selecionado para participar de inúmeros festivais nacionais e internacionais de cinema e tem ganho muitos prêmios, com seus excelentes longas e curtas metragens, nas categorias de ficção, documentário e animação.

O Polo de Cinema do Maranhão já é uma realidade e isso se comprova com a produção de um episódio de um Reality Show apresentado pela Xuxa e a gravação dos capítulos iniciais da próxima novela das 21 horas da Rede Globo, “Travessia, que inclusive tem o ator maranhense, Romulo Estrela, como um dos protagonistas.

É hora de todos apoiarem o cinema maranhense, lembrando que essa é uma indústria 100% não poluente, que em nosso país é maior em volume de negócios e em empregabilidade de mão de obra, que as indústrias têxtil e automobilística juntas, e que tem a peculiaridade de deixar no local onde ela se desenvolve, dois terços dos recursos nela investido.

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O signo da posição

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Eu sempre disse e repito, a direita usa muito mal os meios de comunicação. A primeira coisa errada é o fato de se autointitularem “conservadores”, uma palavra que é antipática, sugere algo retrógado, antiquado, velho, chato, o contrário de “progressista”, que automaticamente nos faz pensar em algo moderno, revolucionário, jovem, dinâmico, inovador.

O pior nem é apenas o simples fato do uso equivocado da nomenclatura, mas o efetivo uso dos adjetivos que induzem o nome conservador, o que não identifica alguém que seja verdadeiramente de direita.

Midiaticamente o direitista é malvisto e o esquerdista se não é bem-visto, pelo menos é palatável. O direitista é sempre considerado alguém em boas condições financeiras, o que já subentende alguém que não deseja que ocorram mudanças para que as coisas melhorem para os menos favorecidos, enquanto os esquerdistas têm uma imagem de paladinos da justiça, de lutadores em favor de causas justas, que melhorem a vida das pessoas, ao ponto de até se sacrificarem por elas.

A verdade é que existem pessoas de posicionamento situado a direita do espectro político que fazem exatamente as mesmas coisas que as mais a esquerda, mas que, ou não sabem divulgar seu trabalho, ou ele é incluído no rol dos de esquerda, devido as características de suas ações.

Exemplos singelos disso são os de minha mãe e minha esposa, cada uma a seu modo. Minha mãe realiza diversas ações junto a comunidade cristã a qual pertence, voltada a melhorar a vida das pessoas, mas ela não é militante política, mas suas crenças a colocam do lado direito do planisfério ideológico. O mesmo ocorre com minha esposa que sendo uma liderança empresarial, realiza diversas ações no sentido de incluir mulheres, jovens e idosos, de forma engajada e consciente, no meio produtivo, no ponto de vista econômico e social, e de modo algum faz isso como uma militante de esquerda. Pelo contrário.

Eu mesmo, durante muitos anos tive vergonha de me declarar de direita, pois era bonito ser de esquerda, muitos de meus amigos eram de esquerda e os que eram de direita, falavam e faziam coisas que para mim eram reprováveis, não que eles fossem más pessoas, mas que não sabiam se colocar na cena política e simplesmente faziam o oposto dos esquerdistas, que era exatamente a coisa errada a ser feita.

Hoje, mais vivido e maduro, assumo minha efetiva posição e tenho orgulho dela, mas não admito que me rotulem pejorativamente como direitista, como um mero conservador, alguém que não luta por mudanças para patamares melhores, muito menos como alguém que aceita esse tipo de coisa.

Da mesma forma eu não colo automaticamente nos esquerdistas o rótulo de hipócrita, maniqueísta e sectário que é comum nos dessa latitude, até porque esses adjetivos podem muito bem ser encontrados no pessoal de direita, que agem como se tivesse sua imagem refletida em um espelho em relação aos seus postos, faz as mesmas coisas erradas que faz um esquerdista sem coerência ou o critério correto.

O mal não está em ser de esquerda ou de direita, mas naqueles que não agem sem aquilo que é indispensável para tudo na vida: Correção e honestidade em seus propósitos, coerência em suas ações, tolerância em sua convivência, respeito em seus relacionamentos, inteligência emocional, humildade e sabedoria para consigo mesmo e com todos. Coisas muito difíceis de serem encontradas simultaneamente e em quantidade suficiente em quem normalmente está envolvido com política.

Tendo essas coisas, não interessa de qual lado do espectro político que uma pessoa se encontra. Tendo isso, ninguém é de direita ou de esquerda. Quem é assim, quem tem esses predicados, adjetivos e substantivos, é um humanista, e sempre buscará o caminho do centro, da conciliação e do entendimento.

Já diziam quase todos os grandes pensadores, que o melhor caminho é sempre o caminho do centro.

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