Poxa pessoal!… De novo!…

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Ontem pela primeira vez em minha vida torci contra o Vasco da Gama, pois ele jogava contra o Sampaio Correa, time do meu coração.

O Sampaio ganhava o jogo por um a zero, até aos 48 minutos e trinta segundos do segundo tempo, e como vem fazendo sistematicamente o time do Sampaio deixou mais uma vez escapar a vitoria e cedeu o empate ao Vasco.

Já disse em outras oportunidades e repito agora, o time do Sampaio precisa de um psicólogo, de um orientador, de alguém que ensine aos jogadores sobre a importância dos últimos minutos do jogo. Está provado que o Sampaio não sabe o que fazer no final das partidas.

Já é hora dessa rapaziada acertar o passo e fechar os jogos com mais atenção e empenho.

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Comentário ao Comentário

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Recebi em meu blog o comentário que reproduzo abaixo. Nele alguém identificado por Tets sugere que leia o referido texto e aprenda algo com ele. Li o texto e constatei ser ele muito bem escrito tanto do ponto de vista literário quanto pelo viés político. Sua fundamentação é substanciosa e coincide em quase tudo com o que eu acredito. As nossas únicas discordâncias se devem ao fato de estarmos, eu e o autor desse texto, de lados opostos nessa tese e ao fato de eu encarar os acontecimentos de frente, com o peito aberto, sem subterfúgios, sem hipocrisia.

Concordo que Castelo seja uma força política e eleitoral que não deva ser desconsiderada. Errado estava o meu grupo que preferiu lançar Washington como candidato a prefeito de São Luís que apoiar Castelo. Agora, Flávio que apoiou Edivaldo contra Castelo, quer o segundo em suas fileiras, junto com o primeiro e mais Eliziane Gama que também se opôs ao ex-prefeito.

Dizer que se deseja a força eleitoral de alguém que teve 220 mil votos em uma única cidade, mas que o seu jeito de fazer política não deve ser levado em consideração, que suas forças políticas só servirão na batalha, depois da guerra, quando da reconstrução, elas serão descartadas como antigas e obsoletas.

Pior que isso é não reconhecer que o modus operandi que eles praticam é o mesmo que eles dizem querer substituir em nosso Estado. Pior ainda é tentar esconder que as mudanças apregoadas são apenas bandeiras programáticas, pois os indivíduos envolvidos nessa campanha só sabem fazer as coisas de um jeito. O jeito que eles aprenderam, no qual foram ensinados, e os quais praticam e praticarão por todo o sempre.

Poderia analisar parágrafo por parágrafo esse texto, que como já disse é um bom texto, mas que em minha opinião padece de um problema fundamental. Tenta justificar com argumentos falaciosos e hipócritas a união de Dino e Castelo, quando o melhor a fazer é não dizer nada, pois dos 220 mil eleitores de Castelo, a grande maioria deles, sabe que essa união dos dois é conversa para boi dormir, sabem que os partidários de Dino, os verdadeiros, os mais radicais, querem ver Castelo longe de seu grupo.

A única coisa verdadeiramente real que há nesse texto é a ideia que embasa o ensinamento de que o inimigo de meu inimigo é meu amigo. Mesmo tipo de ação que acusam a tal oligarquia de praticar. Em que se diferenciam? Vejo claramente uma diferença, o fato de que sua maior e talvez única bandeira seja a vitoria sobre essa tal oligarquia, enquanto esta encontra-se perdida entre o ser e o não querer ser uma oligarquia.

Só resta saber de quem Castelo é mais inimigo e com quem ele mais se identifica. Respondo: Ele se identifica mais com Lobão Filho e é mais inimigo de Flávio Dino.

O que fica ao ler esse texto é que do ponto de vista literário, filosófico e semântico devo reconhecer um bom articulista quando leio um, mas do ponto de vista político… Eles acusaram o golpe!

Abaixo publico o comentário que me fez incluir em meu blog essa postagem.

 

Lê o texto abaixo e vê se tu aprendes alguma coisa seu otário!

Passei o fim de semana recebendo mensagens pelo WhatsApp e facebook com questionamentos sobre a aliança entre PCdoB e PSDB.

As críticas sobre a aliança vieram especialmente da chamada classe média informada de São Luís, um ajuntamento de pessoas que moram num raio que abrange as avenidas Jerônimo de Albuquerque, São Luís Rei de França, Daniel de La Touche, Colares Moreira e Holandeses. São os privilegiados  que tem acesso à internet banda larga num estado com menor percentual de usuários da grande rede de computadores no país.

De uma classe média informada, em qualquer lugar do mundo, espera-se o mínimo de capacidade de relativização dos fatos, de percepção da dialética que rege os acontecimentos, de capacidade de reflexão sobre a complexidade da realidade política. E, muitas vezes, a política é mais real do que a própria realidade, se é que me entendem.

É por acreditar nisso, que me dou ao trabalho de expor algumas questões que poucos querem ou podem expor. Acredito na inteligência das pessoas, não subestimo meus poucos e leais leitores.

Num momento histórico tão delicado, quando a opinião pública demonstra profunda insatisfação com sua classe política, corremos o sério risco de radicalizar o debate, personificando movimentos que na verdade são estruturais.

Mas, vamos lá.

Em primeiro lugar, não se trata de uma aliança entre Flávio Dino e João Castelo, mas da integração do PSDB ao conjunto de partidos que já  integram uma frente ampla de oposição no Estado. Há uma grande diferença. Temos que acabar com a ideia personalista e estreita de poder.

O PSDB, para quem não sabe, é um dos partidos mais importantes do Estado. Detém a prefeitura do segundo maior município do Maranhão, Imperatriz, além de outros municípios; possui uma bancada de deputados federais e estaduais (um deles, Neto Evangelista, é liderança ascendente em São Luís); possui um tempo de TV no horário eleitoral maior do que todos os demais partidos alinhados à oposição e um candidato à prefeito que em São Luís obteve nada mais nada menos do que 220 mil votos. É um quarto da população da cidade.

Eu morro de amores por João Castelo? Não, não morro. Mas, não posso ignorar que boa parte da cidade ainda o considera um líder importante. Quem o legitima como liderança da cidade não é o PCdoB ou Flávio Dino, mas o conjunto de 220 mil eleitores que o queriam reeleito em 2012.

As pessoas podem até questionar  em que circunstâncias João Castelo foi para o segundo turno e como obteve tantos votos, mas não podem ignorar que ele, agradando ou não a classe média, é bem quisto por boa parte dos ludovicenses.

Em segundo lugar, não podemos perder de vista quem é o maior adversário do Maranhão. Não se trata aqui apenas de derrotar o grupo Sarney. Trata-se de derrotar uma lógica liderada por ele, que diga-se de passagem, tem mais de dois séculos de duração. O sentido de patrimonialismo no Maranhão tem capilaridades em todas as instituições do Estado, Pessoas se apropriam de bens públicos como se particulares fossem; se perpetuam em cargos de confiança na máquina estatal à ponto de transmiti-los de pai para filho. Essa concentração de poder e de cargos públicos, não precisaria dizer, é a responsável pela maioria das nossas mazelas.

Derrotar esse projeto está no centro do Programa de Governo que a oposição debate e cujo compromisso tem sido fortalecido em todas as centenas de encontros que vem ocorrendo no Estado. De modo inédito, diga-se.

Em terceiro lugar, àqueles que reproduzem o discurso de que Flávio Dino deseja derrotar o grupo Sarney se aliando a políticos corruptos, infelizmente tem uma percepção tacanha e superficial da dinâmica política. Uma coisa é a política tradicional de alianças, nas quais as lideranças fazem pactos espúrios entre si, geralmente envolvendo cargos ou benesses futuras. Outra coisa é a política de alianças que a oposição vem costurando desde 2012, com negociação franca, aberta e transparente.

O PSDB não vem para a aliança em decorrência de negociações de porão com um ou outro cacique que poderia ter ascendência sobre o partido. Não é uma aliança das elites que conspiram contra o povo, até porque, antes de legitimar a pré-candidatura junto a um punhado de partidos, Dino se credenciou junto à opinião pública.

Nunca houve no Maranhão espaço tão grande para se discutir democraticamente quem se alia a quem, como são feitas as alianças ou em que bases elas serão feitas.  No grupo Sarney, como sabemos, todas as alianças são costuradas nos porões do poder, sem conhecimento das pessoas ou da imprensa, abarrotadas de chantagens e cooptação e jamais colocam na mesa as questões programáticas. Desde o princípio, as lideranças que passaram a compor o Movimento Diálogos pelo Maranhão se aproximaram numa dinâmica que foi ancorada no debate popular. Antes mesmo das lideranças políticas chegarem, os Diálogos pelo Maranhão já estavam na rua pautando o debate em torno da superação do atraso maranhense.

Em terceiro e último lugar, há nove partidos além do PSDB na aliança pela vitória da oposição. Portanto, não se pode falar em um projeto de governo que tenha a cara majoritária de um ou de outro partido. Flávio Dino se esgoela há mais de um ano percorrendo o Maranhão para pautar a agenda do debate público em torno da urgente superação do drama maranhense. Será que esse esforço terá sido em vão, justamente no momento em que a pauta da política nacional se volta para superação da república velha, que tem em Sarney seu principal símbolo no país? (LEIA AQUI) 

Sempre digo e volto a repetir: Temos todos que ter consciência do momento histórico pelo qual passamos. Temos na oposição um pré-candidato nascido e criado no bojo das lutas populares. Alguém que vem de uma carreira construída autonomamente e marcada por renúncias, desde a abdicação da vitoriosa carreira de juiz. Alguém que ganha a vida dando aulas na Universidade Federal do Maranhão. Do outro lado, há o símbolo do poder familiar para poucos, gente que sequer esconde ter enriquecido às custas do empobrecimento da população.

Não é brincadeira. Precisamos de absolutamente todos que se comprometam a derrotar um projeto que está entranhado, repito, em todas as instituições do Estado. Se quisermos começar a superar isso, não podemos nos dispersar com falsos dilemas e um absurdo reducionismo, profundamente injusto, sobretudo com o PSDB, que não nem é nem de longe um partido  personificado na figura de um único líder.

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Chagas de São Luís

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Melhores textos serão produzidos e publicados sobre o grande poeta José Chagas neste momento em que ele definitivamente assume a imortalidade, saindo da vida para ocupar seu merecido lugar na história da literatura maranhense, brasileira e mundial.

Este meu texto é apenas a consubstanciação de uma pequena homenagem ao amigo que fiz há trinta e seis anos atrás, nos corredores do Departamento de Assuntos Culturais da Universidade Federal do Maranhão.

Não vou tentar aqui analisar, nem mesmo comentar a obra de Chagas. Ela fala por si só. Ela grita. Vou apenas lembrar, para meu prazer e para seu conhecimento, cinco momentos que me ligam profundamente a esse “pai d’égua”.

Sou do tempo em que Chagas era vereador de São Luís e mesmo sendo muito jovem eu já via que ele era diferente dos demais.

Conhecer a obra de alguém antes de conhecer seu autor não é incomum. Conhecer o autor de Os Telhados,Lavoura Azul, Maré Memória e Canhões do Silêncio e depois descobrir que é o mesmo autor das Vitorinadas, se não é surpreendente é fascinante.

Depois de conhecer a obra conheci o autor quando fui participar de um concurso de roteiros para cinema. Não venci o certame. Tive que me contentar com uma menção honrosa. Prêmio mesmo eu ganhei ao ir buscar as cópias do roteiro, me deparar com Chagas que havia anexado uma folha ao volume comentando o texto. Dizia: “Gostei! Não sei por que, mas gostei.” Aquele foi o melhor elogio, o melhor prêmio que eu poderia ter ganhado, pois gostar-se de uma obra sem que se saiba o motivo, é a realização do objetivo primordial do autor.

Em meu próximo encontro com Chagas, ele nem estava presente. Foi em uma discussão com meu pai. Ele reclamava de mim, dizia que eu não queria saber de trabalhar nas empresas, que eu só queria saber de poesia, que eu não era nem poeta, pois nem beber eu bebia. Segundo meu pai, para que eu fosse um poeta de verdade eu teria que fazer como Chagas e Nauro, que além de grandes escritores, gostavam de uma “chupitilha”, eram grandes boêmios, varavam a noite bebendo pelos bares da cidade.

Os anos se passaram e eu reencontrei-me muitas vezes com Chagas. Uma dessas vezes foi no dia 27 de outubro de 2004, antevéspera de seu aniversário de oitenta anos, quando a Assembleia Legislativa outorgava-lhe o titulo de cidadão maranhense, comenda que já era sua por direito há muitos anos.

Naquela ocasião, quebrei o protocolo e aparteando o deputado Wilson Carvalho que saudava o nosso novo conterrâneo, falei da minha satisfação e da minha honra de participar daquele momento e disse que o Legislativo do Maranhão apenas formalizava o fato de Zé Chagas ser maranhense, até porque ele tinha mais tempo de Maranhão que eu mesmo, já havia feito mais por nossa terra que a maioria dos que aqui nasceram.

Uma quarta história que me liga a Chagas é o fato de ter ido à sua casa, fazer a visita formal, como manda o protocolo, para pedir-lhe voto para ocupar uma cadeira na Academia Maranhense de Letras. Quando cheguei, ele foi logo brincando. Disse-me que era bom que eu tivesse ido, demonstrava respeito e consideração, mas principalmente pelo fato disso significar que eu não entraria na vaga dele.

Rimos bastante, conversamos sobre o que representava o fato de fazer parte da AML e no final ele me disse: “não se preocupe meu besta, posso não votar em você pra deputado…”

Outra vez que me encontrei com Chagas foi quando eu, os cineastas Beto Matuck e Francisco Colombo, o poeta Celso Borges e o produtor Joan Carlos estávamos realizando uma serie de documentários sobre alguns membros da Academia Maranhense de Letras e é claro ele não poderia deixar de ser um dos documentados.

Primeiro tivemos que usar o poder de convencimento de Jomar e de Buzar para que ele, Chagas, aceitasse ser invadido em seu sossego por uma equipe de cinema, com uma imensa parafernália de equipamentos de luz, câmeras e cabos.

Tivemos que esperar que melhorasse seu estado de saúde que já estava bem fragilizado. No dia previsto, chegamos lá e ele estava irritado com alguma coisa. A dentadura o incomodava. Ele a tirou e colocou no bolso da camisa. Depois de tudo arrumado nos pusemos a registrar, para todo o sempre, o que representa para nós aquela figura e parte da obra daquele homem, que trazia na carne a terra maranhense e cujo sangue se misturava à água barrenta dos rios Anil e Bacanga.

Não conheço ninguém que desgostasse de Chagas. Dele ou de sua obra. Não gosto dessa conversa de unanimidade, mas se há uma unanimidade hoje em São Luis, é ele.

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Mudança pela Renovação

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Duvido muito que eu pudesse em qualquer outro grupo que não este, ao qual faço parte, externar as minhas opiniões da forma franca e direta como faço, apontando erros e indicando caminhos.

Sempre me vi e sempre busquei me construir como um nobre cavaleiro andante. Um daqueles forjados no fogo das batalhas, onde a coragem, a honra e a lealdade serviram de metais na confecção da arma de meu ser, onde a subserviência jamais fez parte dessa amálgama.

Pois então abordemos hoje um assunto que para muitos é complicado, mas para mim é simples.

Já faz algum tempo que as pesquisas apontam a vontade do eleitor em mudar. Esse é um fato que não se deve nem se pode desconhecer.

Acontece que o eleitor não quer mudar apenas no Maranhão. Isso é um sentimento que vai mais além. É um sentimento nacional e até mesmo mundial. É o salto geracional que faz com que isso aconteça de tempos em tempos. Nós estamos nesse tempo.

Mas para que essa afirmação sobre a vontade de mudar seja bem entendida, vamos tentar esmiuçá-la e entendê-la.

Quem quer mudar? O eleitor; quem é o eleitor? Em primeira análise é o cidadão, aquele que é atingido pelos problemas do dia a dia acarretados pelo convívio em sociedade; quais são esses problemas? Coisas como a precariedade da saúde e da educação, como a falta de segurança, como o caos no trânsito e nos transportes, como a falta de saneamento básico, de infraestrutura, de habitação e como a falta de emprego.

Quando se analisa todos esses fatos, se observa que muitas coisas precisam ser feitas urgentemente para benefício de todos, independentemente de classe social, raça, faixa etária ou financeira.

Quando a educação for melhor, todos vão sair ganhando; quando o sistema de saúde funcionar com agilidade e eficiência, todos vão melhorar de vida; quando conseguirmos conter a marginalidade e diminuirmos a violência, todos serão beneficiados; quando providências simples forem tomadas para resolver nossos problemas de trânsito, transporte, habitação, saneamento básico e infraestrutura, tudo irá melhorar; quando o desenvolvimento for tanto que a busca pelo emprego for natural, tudo estará melhor.

Sejamos práticos. Em sã consciência alguém acredita que um gestor público, quem quer que seja ele, deseje fazer o pior para a população? Será que Fernando Henrique e Lula disputaram a presidência para saber quem faria menos bem ao povo brasileiro? Será que Roseana e Jackson algum dia tiveram a intenção de prejudicar o povo maranhense? E em relação aos ludovicenses? Será que Castelo e Edivaldo Junior alguma vez cogitaram o que fazer de pior? A resposta é um sonoro NÃO! Não creio que nenhum mandatário procure fazer aquilo que não é bom para os cidadãos.

Mas o certo é que muita coisa errada, muita coisa que não é boa, acaba sendo feita, e isso independe de quem é o mandatário, qual é o Município, o Estado ou mesmo o país.

O certo é que a vontade de mudança está presente.

Mudar aqui no Maranhão seria entregar para a atual oposição a direção dos destinos de nosso Estado? Sim! Isso por si só já seria uma grande mudança. Mas a pergunta que se impõe é outra. Essa mudança de nomes, de partidos, de pessoas, por si só resolverá todos esses problemas, para os quais o cidadão eleitor quer as soluções e as mudanças?

Em minha modesta opinião, é claro que não. Essa mudança pura e simples, de nomes e de grupos não resolverá nada, como já foi provado durante os seis anos de Zé Reinaldo e Jackson Lago à frente do governo do Estado e durante os 32 anos de administração de nossos adversários na prefeitura da capital. Mudou alguma coisa? Nada. E é isso que vai acontecer com uma simples mudança de nomes e grupos dominantes.

As dificuldades são muitas e imensas. Superá-las é tarefa difícil e complicada, que fica fácil e simples só no discurso daqueles que se opõem a quem esteja na situação. O inverso seria igual se fôssemos nós que estivéssemos na oposição.

Se nós acreditamos realmente que podemos renovar e revigorar o nosso grupo político e assim, com ele, conseguir o apoio decisivo dos políticos e do povo do Maranhão, temos que começar a fazê-lo logo, desfraldando a bandeira da renovação de nosso estado.

Mudemos internamente para que possamos mudar verdadeiramente o Maranhão, pois as mudanças que nossos adversários estão propondo estão respaldadas na liderança de ex-membros de nosso grupo político, que mudaram apenas de lado, mas não demodus operandi.

 

PS: Bem-aventurados os que têm coragem de reconhecer seus erros e forças para se renovar, pois eles serão respeitados por todos e seguidos por muitos.

É importante que se diga que o texto acima não está incluído nas bem-aventuranças do sermão da montanha.

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Quem é Lobão Filho?

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Um bom e velho amigo meu, todo domingo, após ler meu texto aqui publicado, liga para mim para comentar sobre o assunto por mim abordado e invariavelmente comenta o fato de eu, segundo ele, ser petulante, atrevido, encrenqueiro mesmo. Diz que eu gosto de enfiar o dedo na ferida e esgravatar. Talvez seja essa realmente uma característica de meu caráter. Mas faço isso com honestidade e correção, ajo sempre na melhor das intenções. Nada peço em troca, a não ser que me ouçam, ou melhor, leiam. Concordar comigo, acatar minha opinião, assimilar o meu ponto de vista, não é e jamais será obrigatório.

Domingo passado, aquele meu amigo, no meio de nossa conversa, perguntou quem era afinal de contas esse Edison Lobão Filho, no jogo do bicho. Por quais motivos ele foi indicado candidato a governador de nosso grupo, em substituição a Luís Fernando.

Disse que ficava imaginando quanta gente gostaria de fazer aquela mesma pergunta, ainda mais para alguém como eu, que sou um amigo tão próximo do referido personagem e que tenho fama de dizer o que penso, de não ser mais um bajulador. Na hora achei que meu interlocutor estivesse zombando de mim, mas depois fiquei matutando e resolvi responder a ele e a quem mais interessar possa, quem é Lobão Filho.

Tenho a partir daqui mais ou menos 600 palavras e 3.000 caracteres para tentar dizer quem é Edison Lobão Filho. Tarefa difícil.

Eu o conheço desde 1979, quando ambos éramos apenas os filhos mais velhos de dois deputados federais do Maranhão. Nessa época não éramos amigos. Nossa amizade só se formou a partir de 1990 quando trabalhamos juntos na coordenação da campanha eleitoral de Lobão ao governo de nosso Estado.

Meu mandato de deputado federal findou em 31 de janeiro de 1991 e a partir dali fui trabalhar como secretário-adjunto de Assuntos Políticos do governo, com funções diretamente ligadas ao secretário particular do governador, justamente Edinho Lobão.

Pois bem, para quem não o conhece, ele é uma figura controversa. Um sujeito grande, de gestos largos, de expressões exageradas. Falante e simpático, quem conseguir ultrapassar os primeiros minutos de tensão logo ao conhecê-lo, certamente irá gostar dele.

Fico imaginando quantas voltas a vida dá. Meses atrás, conversando com ele sobre a possibilidade de se candidatar ao Senado, disse-lhe que se preparasse, pois o nosso próximo candidato a governador seria ele. Jamais pensei que esse fato fosse acontecer quatro anos antes do prazo que havia imaginado.

Mas voltemos ao nosso assunto de hoje. Quem é mesmo esse Edison Lobão Filho? Não vou aqui dizer o óbvio. Que ele é filho de Lobão e dona Nice; irmão de Márcio e Luciano; casado com Paula e pai de Tatiana e Lucas, nem que é avó de Pietro. Disso todos sabem. Vou tentar apresentar um outro Edinho, dando exemplos de como ele age e de como reage.

Quando comecei a conviver com ele, percebi que apesar da grande zoada que ele fazia, seu senso de observação em total sintonia com sua audição e sua visão, possibilitava que ele pegasse as coisas no ar. Notei que como meu pai ele expulsara a timidez e a insegurança e escolhera a coragem e o arroubo como forma de comunicação inicial. Depois de algum tempo fica fácil tratar com ele. Ele é direto, franco, positivo, olha nos olhos das pessoas. Pode até alguém não gostar dele, mas não será por ele ser falso ou dissimulado.

No meio do governo Lobão, meu pai faleceu e ele não desgrudou de mim um só instante. Apoiou-me como pode.

Uma vez estava a serviço no interior quando soube que minha filha havia sido internada para uma cirurgia de emergência. Larguei o que estava fazendo e voltei para São Luís e a primeira pessoa que encontrei no hospital foi Edinho. Ele havia providenciado tudo.

Um dia, nós praticávamos exercícios de artes marciais, e numa determinada intervenção ele acabou acertando um golpe mais forte em mim. Ao me ver machucado ele ficou mais aflito que eu. O nocaute foi dele, mas a vitória foi minha. Eu ri por último.

O fato de ter trabalhado nas campanhas eleitorais de seu pai e de sua mãe desde 1986, faz com que ele tenha 28 anos de experiência política. O fato dele trabalhar diretamente com os políticos desde 1991 faz com que ele tenha 23 anos de prática desta função. O fato dele não ter passado pelo teste pessoal das urnas de nada importa. Dilma também nunca havia passado por isso.

Quem é Lobão Filho? Ele é amigo de seus amigos. Um excelente companheiro. É um trabalhador incansável. É leal. É justo. É corajoso, às vezes até demais. É extremamente competitivo. Tem muita sorte e um prodigioso Anjo da Guarda que já deu mostras de seu magnífico trabalho.

Você que me lê agora poderia dizer que eu sou suspeito para falar dele, pois ele é meu amigo. Talvez eu seja suspeito mesmo, mas sou honesto o suficiente para dizer que ele está longe de ser um homem perfeito. Isso é uma coisa que não existe. Porem, não vejo quem esteja mais apto do que ele a concorrer pelo nosso grupo ao governo do Estado.

Conhecendo-o como o conheço e sendo ele a pessoa que é, acredito piamente que ele seja capaz de executar as mudanças que precisamos para que o nosso grupo possa realmente transformar o Maranhão.

 

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Anjos e Demônios

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Estão certíssimos aqueles que para atingirem seus objetivos, desejam, buscam e aceitam acordos com adversários com os quais mantêm pouca ou nenhuma identidade ideológica, como, por exemplo, os representantes do comunismo maranhense e os que representam a social-democracia em nosso Estado.

Antes que algum imbecil venha com aquele papo equivocado e simplista de que isso significa dizer que os fins justificam os meios, e que isso é coisa de um Maquiavel pejorativo, adianto que o mestre Nicolau jamais disse isso em seus escritos. Isso é simplesmente uma interpretação falsa e rasa de ideias profundas e verdadeiras.

Já comentei em outras oportunidades o fato de Luís Carlos Prestes ter aceitado um acordo com Getúlio Vargas, que havia mandado deportar sua mulher, Olga Benário, para a morte nos campos de concentração da Alemanha nazista. Juntar-se temporariamente a alguém para se atingir um objetivo é algo comum e corriqueiro na vida e na política.

Acredito que Prestes tenha feito o que devia fazer, o que era certo fazer. Da mesma forma que acredito que o grande Abraham Lincoln não tenha errado quando teve que corromper alguns congressistas para aprovarem a lei que libertava os escravos dos Estados Unidos da América. Existe muito pouco de pessoal em política.

O que está errado é alguém achar que a coerência e o pragmatismo desse raciocínio, só vale para alguns, para seus partidos e para seus aliados. Que esse tipo de atitude, neles e nos seus é algo correto, puro, bonito de se ver e louvável, mas a mesma ação quando levada a cabo por seus adversários é deplorável, abjeta, condenável porque caracteriza uma postura patrimonialista, carcomida, atitude comum a uma oligarquia que estando no poder há tanto tempo deseja nele se perpetuar.

Ora bolas, que diferença pode fazer se uma determinada ação é perpetrada, de igual modo, intensidade e intenção, por um santo monge franciscano ou por um famigerado assassino? Achar que são coisas diferentes, em minha opinião, caracteriza o pior dos defeitos inerentes ao ser humano e como nós, políticos, somos mais humanos que as outras pessoas, a hipocrisia é o pior defeito que podemos carregar conosco.

Aliar-se hipocrisia a um forte senso de messianismo salvador, a uma grande tendência ao autoritarismo, a uma autossuficiência exacerbada, acaba sendo uma receita explosiva.

Outra coisa que também já comentei aqui anteriormente é que política não é coisa feia. Ela fica feia exclusivamente por um motivo. Quando o esforço para que se mantenha o poder ou na busca desenfreada para consegui-lo, faz com que alguns políticos cometam atitudes que estejam fora dos padrões éticos e morais aceitáveis.

Hipocrisia não é crime, mas está fora dos padrões que devem ser seguidos por pessoas de bem.

Hoje no nosso país há uma imensa sensação de liberdade. Mais que isso, há realmente liberdade em nosso país. Há quem acredite que hoje tenhamos liberdade até demais. Discordo destes últimos. Liberdade nunca é demais. Só é demais para aqueles que não sabem o que é realmente liberdade, para aqueles que não sabem o seu verdadeiro valor.

Há algum tempo notei que uma tática extremamente inteligente, executada deforma eficiente, eficaz e efetiva vem sendo colocada em prática por aqui. Alguns políticos descobriram que uma das melhores maneiras de se destruir o criador é destruir aquilo que ele criou. Orquestradamente os opositores do político José Sarney resolveram destruir a imagem do nosso Estado, o Maranhão, no intuito de com isso destruir a figura do senador, ex-presidente e ex-governador.

Se analisarmos os momentos cruciais do nosso Estado e do nosso país veremos que em relação a cada um deles Sarney foi protagonista de fatos de suma relevância em ambos os espaços e nos respectivos momentos.

No Maranhão, a mudança do predomínio politico de Victorino Freire para Sarney, fez com que o nosso Estado saísse do século XIX em meados do século XX. Desconhecer isso é avaliar erroneamente os fatos.

Não vou discutir aqui o que aconteceu nos 44 anos que se seguiram ao Novo Maranhão. Muitas coisas boas aconteceram e algumas coisas não tão boas também, mas o que não se pode negar é a ruptura que aconteceu, o avanço que tivemos.

Do mesmo modo, em relação ao Brasil, quando Tancredo Neves morreu e Sarney assumiu a Presidência da República, dentre todas as coisas que ele fez o mais importante foi nos garantir a democracia que hoje temos e a liberdade que hoje desfrutamos.

Porque os que apedrejam Sarney não lhe fazem justiça quanto a isso? Sabem porquê? Porque se forem dizer ao povo do Maranhão que Sarney, entre 66 e 70 mudou radicalmente o nosso Estado, caso digam ao povo do Brasil que o regime democrático e a liberdade que hoje desfrutamos, são duas obras imortais desse José, que para conseguir isso usou todo seu prestigio e todo o poder que então detinha, não vão conseguir destruí-lo jamais.

Nisso tudo, não existem anjos e nem demônios. Só existem seres humanos, nós, homens e mulheres, e nenhum de nós é totalmente mau nem totalmente bom. Feliz ou infelizmente somos todos muito parecidos.

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Trabalhando na Páscoa

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Muitas coisas importantes ainda estão por acontecer nestes cinco meses que antecedem a eleição de outubro próximo. Gostaria de comentar hoje sobre três delas. Coisas como uma importante e necessária reforma política que deve ser implementada logo. É lógico que isso deve acontecer em comum acordo com a governadora, com o candidato a governador e principalmente com os políticos.

Nesse ponto é necessário dizer que não adianta falarmos agora dos erros cometidos até aqui, eles são importantes principalmente para que nos lembremos que não podemos repeti-los e que devemos remediá-los de forma eficiente, eficaz e efetiva.

É in-dis-pen-sá-vel que a governadora Roseana deseje fazer isso. Que ela se disponha a realizar ações que possam aproximar o governo dos partidos e estes da população. É indispensável que os políticos entendam que eles são importantes, mas que eles não podem acarretar dificuldades neste momento, devem ser a solução, na melhor concepção da palavra.

Nesse intuito, partidos que não tiverem guarida na chapa de Dino podem ser guinados ao governo.

Imagine a decepção do PDT se não indicar o vice? Ou do PSDB? Como fica a Eliziane se não figurar na composição? Até mesmo partidos da nossa base precisam se sentir mais motivados.

Motivação é o que parece ter mudado nesse quadro atual. Há um clima de entusiasmo que pode e deve contagiar a todos que pretendem fazer uma renovação verdadeira em nosso grupo e em nosso Estado.

É nessa hora que o governo pode ampliar a base de apoio ao seus candidatos majoritários.

Ações como estas podem ser realizadas desde logo nas seguintes secretarias, principalmente por algumas delas estarem sendo ocupadas interinamente: Educação, Cidades, Infraestrutura, Segurança, Assuntos Políticos, Gestão e Previdência, Trabalho, Assuntos Estratégicos, Programas Especiais, Representação Institucional, Juventude, e Políticas Públicas.

Outra importante ação que deverá ser realizada é a formação da chapa majoritária. Existem pelo menos três cenários que devem ser analisados e considerados.

Cenário 1. Governador: do PMDB (Lobão Filho); vice: do PT (Zé Carlos, Helena, Monteiro ou ?); senador: do PMDB (Luís Fernando, Gastão ou Arnaldo); primeiro suplente: do PMDB (João Abreu); segundo suplente: do PMDB ou do PTB (?).

Esse é o cenário que está previsto inicialmente, mas que pode ser mudado, principalmente porque o PT vislumbra a possibilidade de trocar o cargo de vice pelo de primeiro suplente de senador, como veremos no exemplo abaixo.

Cenário 2. Governador: do PMDB (Lobão Filho); vice: do PMDB (João Abreu); senador: do PMDB (Luís Fernando, Gastão ou Arnaldo Melo); primeiro suplente: do PT (Zé Carlos, Helena, Monteiro ou ?); segundo suplente: do PMDB ou do PTB (?).

Nessa opção o PT, caso efetive-se a troca da vice pela primeira suplência de senador, poderá acabar tendo um senador a mais no Congresso. Se o candidato ao Senado for alguém que possa ser guinado a uma secretaria de estado ou a um ministério, o caminho fica livre para a realização desse intento.

Cenário 3. Governador: do PMDB (Lobão Filho); vice: do PDT, do PPS ou do PSDB (?); senador: do PMDB (Luís Fernando, Gastão ou Arnaldo); primeiro suplente: do PT (Zé Carlos, Helena, Monteiro ou ?); segundo suplente: do PDT ou do PPS, ou do PSDB (?).

Nessa hipótese se sacrificaria mais uma vez o excelente quadro João Abreu, em nome de uma melhor possibilidade de vitória. Infelizmente, mas é do jogo!

No caso de um acordo com o PPS de Eliziane, pode ser feito um acordo que envolva também a eleição de prefeito de São Luís em 2016, já que ela precisa de apoio e nós precisamos de um bom candidato.

Aquilo que parece pequeno ou pouco importante acaba se notabilizando como as melhores soluções. Só precisa ser cogitado e conversado. A conversa é a base de toda boa decisão, seja na política ou em qualquer outro setor da vida.

Boas coligações podem viabilizar as candidaturas de deputados federais e estaduais, fazendo com que estes se sintam mais à vontade de coligar-se a um grupo onde suas chances de eleição sejam maiores, logo este é um outro bom atrativo.

Vejamos algumas das possíveis coligações para deputado federal:

Governo 1: PMDB / PV / PRB / PTB / PRP / PEN / PSD/ ??? (6);

Governo 2: PT / PSL / PR / PSC / PDT ou PPS ou PSDB / ??? (5);

Governo 3: PT do B / PTN / PRTB / PMN / PHS / DEM / PSDC / ??? (2);

Oposição 1: PC do B / PSB / PP / SD / PTC / PROS / ??? (5);

Oposição 2: PSOL / PCB / PSTU / ??? (0);

Não vou fazer nenhuma análise sobre as possíveis coligações para deputado estadual, pois elas carecem de estudos muito pontuais e minuciosos que podem ser decisivos nestas opções.

Já disse várias vezes que os ensinamentos do grande filósofo do futebol Neném Prancha são maravilhosamente bem aproveitáveis na política: quem pede, recebe, quem se desloca tem preferência. Significa dizer que quem não pede não recebe, quem não conversa não amplia seus apoios. Quem não se movimenta, não é visto e quem não é visto não é lembrado.

 

 

 

 

 

 

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Um jogo de erros

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Já comentei, em outra oportunidade, sobre a verdade na política e volto a esse assunto agora, adiantando que, se ela pode ser bastante relevante, quando vista de um determinado ponto de observação, por outro, pode ser vista como mero adereço. Explico: no ambiente pragmático da política, a verdade é uma mera questão de tempo ou de angulação do observador. O que é de um jeito hoje, amanhã poderá ser de outra forma. O que se vê de uma certa latitude, não é o que se observa de outra. Ainda assim, as duas coisas, nos dois casos, serão verdades que não se contradizem. 

Devo ressaltar que há uma diferença importante entre a prática política e seu pressuposto filosófico. Neste caso, a verdade, além de ter as importantes componentes de espaço e tempo, possui uma indissociável componente ideológica, poderosa o suficiente para mover os espíritos dos homens.

As verdades sobre as quais gostaria de comentar hoje são verdades que em condições normais de temperatura e pressão deveriam ser constantes, independentes de tempo ou espaço. Se não são totalmente ideológicas, ou em sua totalidade, pragmáticas, possuem características comuns a ambas.

Vejamos.

Como deve se comportar um político?

Muito já foi dito a esse respeito, mas pouco foi tão bem dito como o que disse um certo florentino chamado Nicolau.

Tratado pejorativamente pelos incautos e pelos incultos, os ensinamentos de Maquiavel são tidos como abjetos, asquerosos, pútridos, quando são simplesmente humanos, antropológicos, sociológicos e psicológicos.

O tempo e o espaço em que foi concebido “O Príncipe” faz com que, hoje o vejamos com maus olhos.

Se bem observado e interpretado de forma tolerante, esse manual pode contribuir muito para o nosso correto entendimento de fatos bastante atuais.

O que de melhor deve fazer um candidato a príncipe?

Deixar-se ungir por uma poderosa liderança, isolando-se dos demais atores em cena? Ou já ungido, misturar-se aos contracenantes, fazendo com que eles criem consigo laços de companheirismo e amizade capazes de fundir os metais necessários para a confecção das boas armas da batalha?Não deveria ele fazer com que o líder que lhe ungiu dependesse dele mais que ele dependesse de seu ungidor? Manter esse vínculo indispensável, mas buscar vincular-se também a outros companheiros?

Sendo o único opositor capacitado a enfrentar os situacionistas, este outro candidato a príncipe deve agir exatamente igual àqueles a quem tanto critica, ou seja, de forma sectária, excludente, às vezes até messiânica…?

Qual deve ser a postura de um candidato a príncipe em relação aos políticos e ao povo? Deve tratar os primeiros com distância e os segundos como se fossem seus filhos queridos? Ou no caso do outro candidato, como se os políticos fossem meras peças de uma engrenagem capaz de levá-lo a conseguir o seu intento e o povo o combustível capaz de queimar para fazer mover essa máquina, algo que depois de usado evapora?

De quem deve se cercar um candidato a príncipe? De meia dúzia de convivas, pessoas que o isolem dos políticos e do povo?  Que dê a ele uma aparente segurança e tranquilidade, mas que não deixe entrar as corretas e indispensáveis percepções do mundo e sair de suas reais necessidades e seus anseios básicos, capazes de fazê-lo chegar aonde deseja?

Ou aquele candidato oponente está certo ao cercar-se por todos, ao aparecer sempre rodeado de gente, como se comungasse com aqueles de todas as coisas, quando na verdade, aquilo que está mais interno em si, não repassa a ninguém?

Tudo isso está dito e esclarecido no manual do Nicolau!

Poderia passar horas relacionando posturas e posicionamentos políticos que estão certos para uns e menos certos para outros, e ainda assim não se chegaria a uma conclusão sobre quais são os certos e verdadeiros e quais os errados e os falsos.

Se o que está contido nos ensinamentos antigos sobre o homem, sobre suas formas de ser e de agir, suas circunstâncias, e sobre as consequências destas não puderem ser adaptados e utilizados nos dias de hoje, de nada valem para nós. Se nós não somos capazes de aprender uma lição que nos é ensinada há milhares de anos ou mesmo uma especifica que nos é doutrinada faz meio milênio, melhor largarmos esse ofício.

Em minha opinião, em termos de política, a diferença entre um indivíduo e o outro é mínima. Ocorre que só é possível se ter essa visão quando colocamos em perspectiva aqueles dois fatores citados no início de nossa conversa de hoje. O tempo e o espaço.

Esse nosso papo de hoje bem que poderia ter sido sobre física, mas como eu sou ruim em ciências exatas, fico mesmo com a política que pouca gente acredita ser ciência, que nada tem de exata e que pode nos dar a dimensão equivocada de sermos seres maiores do que realmente somos.

Semanas atrás, em uma conversa com amigos, disse que havia verdades insofismáveis e que uma delas era que em termos de política, mais sucesso tem quem erra menos, pouco importando se em qualidade seus acertos são relevantes. Em política um acerto é pura casualidade, pois o universo político conspira contra o certo. O erro é comum.

Estamos vivenciando isso. Estamos em um imenso jogo de erros. No final, vencerá quem errar menos!

 

 

 

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Cá entre nós

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Existem pequenos prazeres na vida que superam em muito as maiores e melhores sensações que se pode ter. Não estou falando de um orgasmo sexual ou gastronômico. Não falo da realização de um velho sonho nem da sensação quase divina que o exercício do poder, às vezes, pode nos oferecer. Falo de coisas que em alguns casos poderiam passar despercebidas ou pouco valorizadas, como o frisson de uma paixão adolescente, a satisfação pessoal que só a prática da genuína solidariedade ou da gratidão sincera podem proporcionar.

Outro dia senti uma coisa assim. Fui ao cinema.

É!.. Eu sei!… Você vai dizer que isso não é novidade, pois uma das coisas que eu mais faço na vida é ir ao cinema. Acontece que naquela noite eu fui assistir a um filme que me deixou sentindo essa sensação que descrevi acima. Saí da sala leve como uma pluma. Voando como um pequenino e elegante pássaro. Realizado, como se eu houvesse escrito, produzido e dirigido aquele filme e com o peso honroso dessa responsabilidade.

Na verdade havia em minha garganta um nó que sintetizava a alegria angustiante que eu sentia por não ter sido eu quem fez aquele filme. Nele pude ver uma obra extremamente fiel ao sentimento de toda uma geração, de todo um tempo, de pessoas que viveram aquelas mesmas experiências, que sentiram aquelas sensações e podiam se ver ali, naquele gigantesco espelho luminoso que pode se transformar o cinema.

Sou muito emotivo, mas o que senti naquela noite foi mais que simples emoção. Foi um êxtase, motivado por um roteiro pensado em seus mínimos detalhes, levando em conta a realidade factível, sem exageros ou excessos. Foi a visão de um cenário perfeito onde qualquer história daria certo. Uma escolha perfeita de elenco, dirigido de forma magistral.

Lembro que os maiores elogios que recebi pelo meu filme “Pelo Ouvido”, foi quando no festival de Boston, um crítico de cinema de lá, me disse que ao ver meu filme, sentiu como se aquela fosse uma obra feita totalmente por ele. Que a emoção que ele sentiu ao ver meu filme, foi maior porque parecia que ele o havia feito, que aqueles sentimentos saíram de dentro dele. Penso que essa sensação só as artes podem proporcionar ao ser humano.

Em São Paulo, um daqueles curadores de festivais de filmes cabeça, da paulicéia desvairada, me disse que teve uma imensa vontade de “quero mais”, que eu não deveria ter feito um curta-metragem, que eu tinha nas mãos material suficiente para fazer um longa-metragem de sucesso garantido.

Naquela noite tive a mesma sensação do bostoniano e do paulistano. Parecia que eu havia feito aquele filme. A angústia vinha disso. Não o fiz. A alegria vinha do fato de alguém tê-lo feito igualzinho eu faria. O fato de ter ficado na sala depois da subida dos letreiros finais era porque eu queria mais. Fiquei imaginando quantas outras historias parecidas poderiam ser contadas. Queria ouvir mais sobre aquela história, seus desdobramentos, suas consequências. Que se não era a história de minha vida e se não foi eu quem a contou, bem poderia ter sido.

Há um outro fato que me deixou mais fascinado por aquele filme. É que a música tema dele é “Na Asa do Vento”, magnífico poema de meu amigo, nosso conterrâneo João do Vale, musicado por Luiz Vieira.

Essa foi uma das músicas que embalou a minha adolescente juventude na São Luís de meados dos 70 a meados dos 80.

Quando a música começou a tocar, foi como se meu coração quisesse sair pela boca. Foi aí mesmo que senti que aquele filme não era apenas de Paulo e Pedro Morelli, mas sim meu e de toda uma geração de pessoas que “muita gente desconhece”.

Semana passada comentei sobre o Oscar 2014 e naquela ocasião falei sobre o fato de que agora o Brasil possui uma indústria cinematográfica respeitável e consolidada. Essa é uma verdade que deve ser levada em consideração, pois o cinema é a mais transformadora das artes. Ele articula e faz movimentar engrenagens poderosas que dão equilíbrio e sustentabilidade para quase todas as outras artes que com ele se interligam.

“Entre Nós”, em minha modesta opinião deve ser o filme que representará o Brasil na seleção para o Oscar de melhor filme estrangeiro do próximo ano. Ele fala da alma de uma importante geração de brasileiros, prensada entre o fim da ditadura e o começo da democracia.

Esse filme fala de sentimentos pouco comentados ou ditos. É realizado de forma tão leve, sutil e subliminar que quando se vê, já foi. Faz ter “saudade do que somos”, como escreve em carta ao futuro, um dos personagens.

Parabéns ao Paulo e ao Pedro Morelli e a todo o incrível time de realizadores deste filme. Obrigado por terem me feito sentir sensações tão maravilhosas, por terem registrado de maneira tão extraordinária um tempo tão precioso para mim e para tantos outros.

A vontade que me dá é de ter coragem para ir “brincar no vento leste”.

 

PS: Sobre política, de agora por diante vou me esforçar ao máximo a falar só sobre fatos acontecidos. Parece que não adianta chamar atenção para possíveis tropeços que possam acontecer pelo caminho. Negada não ouve…

 

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Yes, we have movies…

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Sobre política já falei tudo o que queria e até um pouco mais do que devia. Resta agora esperar para ver se adiantou alguma coisa, se alguém ouviu.

Vamos conversar hoje sobre outro assunto que gosto muito. Cinema.

Nos últimos dois meses eu assisti a mais de 60 filmes. Em alguns dias foram dois. Num domingo, desses sem futebol, foram três.

Dentre esses estavam os nove concorrentes ao Oscar de melhor filme, aquele vencedor do prêmio de melhor filme estrangeiro, muitas outras importantes obras cinematográficas da atualidade e até alguns antigos sucessos da sétima arte, como “Spartacus”, “Rain man”, “Golpe de mestre” e “À espera de um milagre”.

Cinema, assim como quase tudo na vida, é uma questão de gosto. Existem pessoas que gostam mais de uma determinada cor, torcem especificamente por um time, preferem um certo tipo de comida.

Da mesma forma existem aquelas pessoas que acham que “Nebraska” deveria ter levado o Oscar de melhor filme e não “12 Anos de Escravidão”. Há ainda quem prefira “Clube de Compras Dallas” e outros gostam mais de “Gravidade”. Na verdade há quem prefira cada um dos filmes indicados e até quem preferisse um que não está nem entre estes.

Este ano todos os filmes indicados poderiam ter ganhado o prêmio de melhor filme. A mesma afirmação é verdadeira no tocante aos indicados nas categorias de melhor diretor, melhor atriz e ator, principal e coadjuvante.

Em relação aos prêmios técnicos as coisas são um pouco diferentes. O número de concorrentes que disputam o prêmio diminui, mesmo que isso não seja percebido por todos, pois nestes setores a sintonia fina passa um pouco despercebida do grande público, leigo nessas matérias. Melhor edição de som e efeitos sonoros, melhor fotografia, melhor montagem, melhor maquiagem, melhores efeitos visuais…

Caramba! Melhor edição de som e efeitos sonoros são coisas tão técnicas… E talvez acabe sendo decidido por um simples palpite.

Sobre efeitos visuais gostaria de citar dois extremos de um mesmo tópico: todas as trucagens e toda computação gráfica de “Gravidade”, merecedoras sem nenhuma dúvida do prêmio que recebeu neste quesito, em minha opinião se iguala a uma cena simples, o açoitamento de Patsy personagem de Lupita Nyong’o, melhor atriz coadjuvante. O chicote do feitor, visto de frente, corta a pele das costas da escrava, fazendo com que o sangue e o suor vaporize no ar, captado pela câmera, bem a nossa frente. Grotescamente perfeito!

É bem verdade que no conjunto “Gravidade” ganhou mais prêmios, quase todos técnicos, e até o de melhor diretor, pois Alfonso Cuarón conseguiu com maestria juntar as pontas de um filme de aventura transformando-o em suspense e nos conduzindo a um drama de sobrevivência.

Um amigo me perguntou por que um filme ganha tantos prêmios e não ganha o de melhor filme. Primeiro porque o Oscar não é um simples julgamento dos melhores. Como todos os festivais e concursos artísticos este é também opinativo, votado por todos os eleitores credenciados em cada categoria, com o agravante de que neste caso representa toda tendência da indústria mais poderosa do mundo nesse setor.

A tendência natural dessa premiação é sabiamente contemporizar, distribuir premiações para atingir uma audiência maior. Só não fazem isso quando não há jeito.

“Argos” ganhador do ano passado, “Guerra ao Terror” vencedor de 2010, e “Shakespeare Apaixonado” de 1999, em minha modesta opinião são menos merecedores dos prêmios que ganharam que qualquer um dos nove concorrentes deste ano.

Cinema tem muito de feeling. Quando assisti “O grande Gatsby” tinha certeza que ele não concorreria ao prêmio de melhor filme, mas que certamente venceria nos quesitos figurino e direção de arte. Tiro e queda!

Depois de ver todos os concorrentes nas categorias de roteiro original e de roteiro adaptado, tive que concordar com a escolha da Academia. “12 anos de escravidão” e “Ela”, respectivamente, são realmente im-ba-tí-veis!

Não vi todos os concorrentes ao Oscar de melhor filme estrangeiro, mas vi o vencedor, “A grande beleza”. Confesso que gostei do filme, mas essa opinião só se estabeleceu em mim momentos depois de deixar a sala de exibição e foi se consolidando com o passar do tempo, quando pude absorver melhor o filme. Ele tem uma mecânica peculiar. Tem uma forma de montagem conhecida, mas não usual. É chocante. Cru. É um bom representante daquilo que se pode chamar de cinema franco-italiano. Complexo. Contundente. Acho difícil que seus concorrentes o pudessem superar.

O saldo desse ano, pelo menos no cinema é extremamente positivo e 2014 promete muito mais emoção.

No Brasil o cinema firma-se definitivamente como importante indústria.

No Maranhão Arturo Saboia mostrou-nos o maravilhoso “Acalanto”; Fred Machado realizou o elogiado “O exercício do caos” e já pensa em mais outros filmes; Marquinhos Pontes está na fase de pré-produção de “Guaracy”, e de “Cine Vitória”; e o Éguas Coletivo Audiovisual nos apresentou o inovador “Luíses, solrealismo maranhense”…

O MAVAM realizou ano passado 24 filmes sobre membros da Academia Maranhense de Letras e o longametragem sobre o padre António Vieira, “A pedra e a Palavra”. Está produzindo uma série de 13 documentários sobre artistas plásticos do nosso estado, outra série de 6 docs sobre personagens marcantes de nossa história contemporânea e mais um média metragem sobre o compositor Mestre Vieira.

Longe de serem produções Hollywoodianas, mas… Yes, we have movies… movies to give and sell.

 

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