Que não se reclamem do caos!

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Qual terá sido a intenção do sujeito que através do livro do Gênesis nos passou a ideia de que antes de Deus criar o céu e a terra, o que havia era o caos e o verbo?

Quando escrevo, costumo pensar que existe o mundo e existe a palavra. Existe o nosso relacionamento com o mundo e a nossa experiência com a palavra. Na página em branco, na tela do computador, diante de mim está o caos do mundo e a ausência de palavra, que vou tentando ordenar, operando, deste modo, uma passagem, do vazio e a desordem, para o ordenamento de meus pensamentos e de minhas ideias. Assim, por analogia, posso deduzir que caos é o total vazio, a existência absoluta do nada ou do mesmo modo, a definitiva inexistência de qualquer coisa. Há ainda a possibilidade de caos ser simplesmente o que está no dicionário: grande confusão; desordem.

Penso sobre o caos, que pode ser aquele causado por medidas econômicas do governo ou do mercado, que de vez em quando nos surpreendem, ou o caos ocasionado pelas chuvas, inundações e catástrofes. No estudo da física, por exemplo, os cientistas pesquisam sobre um tipo especial de caos, que assola o mundo microscópico da matéria, provocando desordem entre os átomos de uma substância. Já na medicina, o caos é provocado pela desordem causada por células de uma substância alheia ao meio em questão, no caso o corpo humano. Câncer.

Alguns filósofos acreditam que o caos possa não ser assim tão desorganizado. Talvez haja certa ordem escondida por trás da aparente confusão. Seria possível então aproveitar certos estados “organizados” do caos, estabilizá-los e devolver harmonia na bagunça?

Já houve quem apontasse o tema caos como forte candidato ao Prêmio Nobel de Física. Mas não vingou. Ganharam os quarks, as menores partículas da matéria. Há uns 30 anos, o cenário era mais pobre, cientistas achavam que não havia remédio para o caos. Mesmo a poderosa matemática não poderia prever o futuro depois de instalada a desorganização. Com o status adquirido nas últimas décadas, o caos ganhou vigor e virou moda. Resultados teóricos e experimentais já comprovaram que até mesmo a passagem para o estado caótico é feita sob uma determinada ordem.

Eu prefiro, no entanto, pensar no caos de uma forma mais didática e metafórica. Vejamos a agricultura: antes do plantio há o caos, o vazio ou a desordem. Com trabalho se prepara a terra, se semeia, se colhe. Armazena-se e come-se o fruto desse trabalho. Depois recomeça-se o ciclo.

Em tudo, no mundo e na palavra, na ideia e na ação, o caos é presente, pois é somente dele que nascem as coisas. Só existe fato no caos, seja por existir o vazio anterior, seja por haver a desordem primordial. O certo mesmo, é que continuamos no início, de onde acho que nunca realmente saímos. Continuamos no caos. De onde acredito que não sairemos jamais, pelo menos do ponto de vista do crescimento e do progresso. Não há progresso sem um caos anterior que o defina.

Só há progresso porque no início tudo era caos. Só ficará melhor amanhã, porque ontem estava péssimo e porque hoje ainda está ruim.

Quando quem escreveu o livro sagrado nos passa a ideia de vazio anterior à criação, ele quer dizer que o melhor ainda está por vir. O homem sábio, mais que reclamar do caos o usa como adubo para cultivar as boas sementes do progresso e do desenvolvimento.

Entre todos os homens, o agricultor é para mim um símbolo de amor, bravura, coragem e determinação. Ele enfrenta a terra, muitas vezes mata a mata, e a trabalha. Revira o solo transformando um caos em outro caos. Ele escolhe as melhores sementes, as planta, rega quando pode ou reza para chover. Ele espera pacientemente até que o tempo e a natureza ajudem em seu trabalho e as sementes brotem, cresçam, frutifiquem, para que ele possa colher seus frutos e começar novamente o ciclo eterno da vida, desde seu início. Um novo caos.

Acredito fervorosamente em todo aquele que é otimista e que encara os desafios e as dificuldades como um degrau a ser conquistado, uma obra a ser construída.
Hoje entendo melhor a alma daquele poeta que indagado de quando e como escrevia seus versos, respondia: “nunca quando está tudo normal. É preciso cabeça ou vida, em calmaria ou vendaval”.

Nesse início de novo ano desejo a todos que o caos de nossas vidas nos sirva de ponto de partida para uma grande jornada. E já que Deus nos fez à sua imagem e semelhança, vamos imitá-lo! Trabalhemos para transformar o caos em vida. Em uma vida boa para todos nós.

PS: De hoje em diante a minha participação nesta página se fará com menos frequência, mas sempre que tiver algo que eu acredite importante ser dito, voltarei aqui para conversar com você.

Que 2015 lhe seja leve.

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Sobre o que pensa a deputada Andrea Murad quanto à eleição na ALM

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Leio o que Andrea Murad escreveu e fico orgulhoso dela. Ela é uma ótima pessoa. Inteligente, culta, sensível, interessada em fazer o melhor nesse seu mandato. Ela sempre gostou de politica. Não está deputada por ser filha de quem é. Ela gosta disso! Posso garantir porque a conheço e sei de sua intenção nessa atividade. Tenho certeza que ela será uma excelente deputada e quem sabe uma das raras parlamentares desta legislatura.

No entanto devo alerta-la para um triste fato que ocorre exatamente neste momento no Maranhão e principalmente na ALM. A falta de nomes com capacidade, com tamanho suficiente para exercer um cargo, ainda maia de presidente da Assembleia legislativa do Maranhão. Não que os outros 41 deputados não o possam. Podem! Quem for eleito o pode, mas apenas poder não resolve, tem que sê-lo de forma satisfatória para o poder legislativo e em minha opinião são pouquíssimos os nomes com essa capacidade. Em minha conta os melhores seriam dois, ambos ligados ao futuro governador. Existem outros dois razoáveis, que não são ligados a ele, mas que logo ficariam, e só. Isso é 10% de opção, e o que não significa sucesso.

No texto de minha querida Andrea, existe três passagens fundamentais para entendermos o que está acontecendo nesse momento: 1) “O momento político é de afirmação do grupo que conseguiu ampla maioria na Assembleia. Foram 29 deputados estaduais, uma maioria eleita pelo nosso grupo e que representa milhares de votos”. Isso é um sofisma, uma verdade que não é verdadeira. Desses 29 eleitos dentro das mais diversas coligações, nem nove fecham 100% com a ideia do grupo que em tese os elegeu. Falo de menos de 30%.

2) “Quero que o grupo tenha um candidato, pois temos muitos nomes, alguns muito experientes, com vários mandatos…” Andrea se engana de total boa fé. Os que detêm essas características em nosso grupo não conseguiriam convencer aos demais de sua capacidade… Não estamos mais no tempo em que tomamos a presidência da mão de Manoel Ribeiro contra Sarney, Roseana, Zé Reinaldo e todos os demais. Naquela época havia quatro possíveis candidatos Milhomem, Arnaldo, Evangelista e até eu… Tanto que os três primeiros chegaram a presidência!

3) Quando ela diz, “Fui eleita deputada, para representar o povo e não para defender os interesses do governo”, ela está corretíssima. Equivoca-se quando não usa o desejo do executivo para tirar proveito para o legislativo. Humberto só não vencerá a eleição se for muito tolo, coisa que ele não é, logo, devemos embarcar em sua candidatura e obriga-lo a manter uma postura de respeito do governo para com a ALM. Essa frase de Andrea é a mesma que eu disse quando Roseana era governadora e queria impor mais uma vez Manoel Ribeiro para presidir o legislativo. Essa frase é verdadeira e olha que eu era do mesmo grupo de Roseana. Dizer isso sendo contra o futuro governador é fácil, difícil é reconhecer que as opções hoje são pouquíssimas ou nenhuma.

A eleição de agora é completamente diferente da de quatro anos atrás, quando os deputados resolveram eleger Arnaldo Melo numa disputa que parecia estar garantida para Ricardo Murad. Os tempos são outros…

Continuo acreditando que Andrea Murad será uma grande deputada. Ela já está demonstrando isso. O deputado não tem que está sempre certo, ele tem é que defender suas ideias com clareza e coerência e isso ela esta fazendo. Posso discordar especificamente desse seu posicionamento, mas estou orgulhoso dela, pois ainda nem bem chegou, já está movimentando mais a ALM que muitos que estão lá faz muito tempo.

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Um presente singelo

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Quando Goethe escreveu algumas estrofes contando a história de um rapaz romântico conversando com uma rosa cheia, e Schubert colocou-lhe música, o resultado foi uma obra-prima reconhecida no mundo inteiro: Heideröslein.

Quando John Dowland, mestre no manuseio do alaúde, eternizou os sonetos de seu amigo William Shakespeare, ao som de seu instrumento, o resultado até hoje encanta os interessados no gênero. Música e poesia sempre caminharam lado a lado. Flores e poesia também. Rosas e espinhos idem.

Não faz muito tempo, a Editora Melhoramentos lançou em edição de luxo o livro A linguagem das rosas, originalmente publicado na Inglaterra com uma seleção de poemas feita por Sheila Pickles. Na edição brasileira dessa obra foram incluídos nomes de poetas brasileiros e portugueses. O livro, impresso em Hong-Kong, traz ilustrações magníficas e até perfume de rosas.

A propósito disso, chego a pensar que na poesia e na história, muitas vezes as rosas encarnam seus espinhos e pode acontecer também o contrário. Um exemplo: Voltaire, que transformou espinhos em metáfora, inventando o otimismo. Em Candide, ou L´Optmisme, sátira às doutrinas filosóficas de Pope e de Leibnitz, ele criou a palavra otimismo, e a definiu pela boca do seu herói, a quem o criado mestiço Cacambo pergunta que é que isso significava: C´est la rage de soutenir qu´on est bien quand tout est mal (É a teima de sustentar que se está bem quando tudo vai mal). O que nos possibilita pensar que a dor que nos causam os espinhos que a rosa tem só serve de incentivo ao triunfo do nosso otimismo.

Assim como a música e a poesia, rosas e otimismo andam juntos. A sabedoria popular inventou a expressão “banhar-se em águas de rosas”, que significa o estado de espírito da pessoa que se sente feliz, que obtém êxito em seus empreendimentos ou amores, a pessoa que conquista aplausos ou louvores, frui gozos e prazeres, ou obtém plena satisfação na realização de algum desejo.

Na literatura há outras expressões consagradas. Diz-se, por exemplo, que uma coisa teve a duração das rosas de Malherbe quando durou muito pouco. Esta expressão tem origem numa poesia de François Malherbe, intitulada Consolação ao Sr. Du Périer, Gentil-homem de Aix-en-Provence, Pela Morte de Sua Filha, na qual se lê esta estrofe: “Mas era ela do mundo onde as mais belas coisas/ Têm o pior destino;/E rosa ela viveu o que vivem as rosas,/ Uma breve manhã. Aqui a rosa é eterna, passageira/parece importante, mas não é”.

Tempos atrás escrevi um artigo sobre música e poesia, chamando a atenção para os grandes poetas de hoje que são mestres em dizer coisas usando as diferentes formas da canção. O que se vê hoje são poetas que vão sendo substituídos pelos gênios da música. Letras que tornam palpáveis, através da música, as imagens dos poetas dos nossos dias.

No livro A linguagem das rosas, os poemas são assinados por Shakespeare, Camões, Shelley, Keats, Wordsworth, Alphonsus de Guimaraens, Castro Alves, Garret, Omar Khayyam e muitos outros figurões. Machado de Assis está presente com uma brilhante parábola. Mas faltou à coletânea o belo pensamento de Cartola, um dos nossos maiores compositores, em As rosas não falam: “Queixo-me às rosas/ mas que bobagem/ as rosas não falam/ simplesmente as rosas exalam/ o perfume que roubam de ti”.

Infelizmente, apesar de toda beleza e do maravilhoso perfume, as rosas possuem os famigerados e doloridos espinhos. Quanto a mim só resta o otimismo e a poesia.

Nestas festas de Natal e Ano Novo gostaria de ofertar um presente singelo, rosas. Gostaria de dar a todas as pessoas que passaram por minha vida neste ano de 2014, como símbolo de gratidão, desejando que as rosas, essas manifestações da existência de Deus através da beleza e da sabedoria da natureza, possam levar-lhes o otimismo e o perfume necessários para continuarem suas jornadas, onde espinhos não hão de lhes incomodar.

Que todos tenham tido um feliz Natal e que o ano que se aproxima seja repleto de paz e prosperidade!

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Fato extremamente relevante

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Repercuto abaixo o carinhoso artigo publicado no jornal O Estado do Maranhão de domingo 21 de dezembro pelo meu bom amigo e parceiro no cinema, Coi Belluzzo, a quem fico desde já agradecido por suas palavras generosas para comigo e com meus devotados companheiros nessa deliciosa jornada de preservar a memória maranhense através de meios audiovisuais.

Convido você que não conhece, para que vá conhecer o trabalho que realiza o Museu da Memória Audiovisual do Maranhão da Fundação Nagib Haickel.

 

Primeiramente devo apresentar-me. Sou Coi Belluzzo, nasci na pequena Garça, na zona cafeeira de São Paulo. Sou publicitário e cineasta. Tenho uma carinhosa relação com o Maranhão desde 2008, quando conheci Joaquim Haickel enquanto produzia seu filme “Pelo Ouvido”, vencedor de mais de vinte prêmios em festivais de cinema mundo afora.

Fiquei amigo de Joaquim Haickel e depois de “Pelo Ouvido” embarcamos no audacioso projeto de retratar em um documentário a vida e a obra do padre António Vieira, o que nos levou a fazer o seu trajeto, de Lisboa a Salvador, de São Luís a Roma, de Amsterdã a Ibiapaba…

Entrevistando os maiores especialistas em Vieira no Brasil e em Portugal, fizemos um filme que selecionado até agora para dois festivais, ganhou três prêmios. No ano que vem pretendemos, com base nesse filme, produzir no Maranhão uma série em 13 capítulos para televisão que deverá ser exibida em todos os países de língua português e até na Espanha, na França, na Itália, na Holanda, na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Mas meu caro editor, o motivo de minha missiva é para dizer através do espaço que espero que você me ofereça, que o Maranhão e principalmente os intelectuais maranhenses e o governo do Estado não faz justiça ao maravilhoso trabalho que vem fazendo o Museu da Memória Audiovisual do Maranhão, da Fundação Nagib Haickel.

Lá, Joaquim Haickel e seus fieis escudeiros Joan Carlos, Beto Matuk, André Lucap, Francisco Colombo, Fernando Bayma, Ângelo Rosa, João Ubaldo, Talvane Lucato, Eduardo Cordeiro, Beto Nicácio, Iramir e tantos outros, todos voluntários, diga-se de passagem, construíram nos últimos dois anos um portfólio respeitável em qualidade e quantidade, digno das melhores produtoras de conteúdos mais atuantes do país.

Falo de: “Academia da Memória – Homens e Imortais”, coletânea de 24 documentários sobre os fundadores da Academia Maranhense de Letras e outros de seus mais importantes membros; O desenho animado “Upaon-Açu, Saint Louis, São Luís…” Que conta a historia da fundação da cidade enfocando as três versões existentes; “A Pedra e a Palavra”, o longa metragem que mostra a trajetória do padre António Vieira; “Memórias e Lembranças”, uma série que apresenta seis documentários sobre personalidades e fatos importantes do Maranhão. Nessa leva há também a séria de 13 documentários onde retrata os mais importantes “Artistas Plásticos do Maranhão”, a segunda edição do projeto “Memórias e Lembranças”, desta vez com dois documentários em longa-metragem sobre o ex-prefeito Haroldo Tavares e o ex-presidente da Assembleia legislativa do Maranhão, Nagib Haickel.

Não satisfeito com isso Joaquim e sua turma está finalizando “Radialistas do Maranhão”, uma série de 13 docs. enfocando a historias dos profissionais desse setor.

Além disso, o MAVAM coproduziu de A Estrela e o Vagalume (que mostra o amor de dois ícones da cultura maranhense, Carlos e Zelinda Lima), três desenhos animados com a Dupla Criação e prestou dezenas de apoios a produções audiovisuais locais.

A missão do MAVAM é preservar a memória audiovisual do Maranhão e nesse intento telecinou e digitalizou 120 horas de imagens em movimento provenientes dos mais diversos destinos e mídias, tendo ainda, por executar, outras 360 horas. Juntem-se a isso as 30.000 fotografias e postais adquiridos de António Guimarães, Edgard Rocha e outros colecionadores.

Se o que Joaquim Haickel e seus companheiros fazem no Maranhão fosse feito em São Paulo, eles estariam sendo aclamados como heróis, mas parece que no Maranhão os heróis bons são apenas os do passado histórico, exatamente esses que Joaquim tenta preservar para gerações futuras, como por exemplo, Canhoteiro e João do Vale que já constam em um futuro projeto do MAVAM.

Espero que a falta de apoio e de reconhecimento para com o trabalho que Joaquim realiza não seja pelo fato dele ter sido deputado, de ser político. Espero que a culpa seja dele, por não propagandear os feitos seus e de seus abnegados voluntários na guerra de preservar a memória audiovisual de sua brava gente.

Isso tudo que lhe relatei aqui, meu caro editor, é apenas parte da historia. Fui convocado para ajudar num projeto fantástico do MAVAM. Joaquim e seus companheiros pretendem realizar 24 documentários sobre o Pantheon Maranhense, onde figuram os mais importantes filhos do Maranhão, nomes como Gonçalves Dias, Artur Azevedo, Aloisio Azevedo, Sousândrade, João Francisco Lisboa, Humberto de Campos, Coelho Neto e Graça Aranha.

E mais! As séries de artistas plásticos e radialistas estendem-se a 39 nomes cada, a de memória a pelo menos mais duas edições com seis personagens em cada e há projetos novos como os mais importantes fotógrafos maranhenses e algumas histórias famosas como o caso Visgueiro e o da Baronesa de Grajaú. A meta deles é em oito anos produzirem 200 filmes.

Existe outra coisa que Joaquim fala para poucas pessoas e que eu vou me atrever a comentar aqui. A Fundação Nagib Haickel tem um canal de televisão educativa pronto para funcionar, com uma concepção de programação ágil e moderna, que nunca recebeu apoio nem do governo nem do empresariado maranhense. Mais uma coisa que se existisse em São Paulo já estaria funcionando.

Grato por sua atenção e pelo espaço.

 

Coi Belluzzo é publicitário e cineasta

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Os riscos dos erros das estratégias

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Os fatos causadores do título desta crônica e as consequências deles são o que, no frigir dos ovos, na maioria das vezes, definem nossos destinos. Tal enunciado precisa ser analisado com bastante prudência, até porque em muitos aspectos as análises dessas estratégias dependem de observações, opiniões, conclusões, que em alguns casos podem estar equivocadas, repletas de erros, estes advindos das mais diversas procedências ou simplesmente inseridas em contextos ideológicos.

Usemos uma metáfora para abordar esse assunto: quando o pequenino pastor de ovelhas hebreu, Davi, se propôs a enfrentar o gigante guerreiro filisteu, Golias, ele tinha uma estratégia clara. Tinha consciência de que não poderia se aproximar do gigante, pois seria esmagado por ele. Então, o esperto e ágil pastor lançou mão da funda que sempre usou para espantar os lobos que rondavam seu rebanho, para com ela tentar derrubar o gigante, que estratégica e corretamente não usava escudo, mas uma poderosa armadura de metal e sola. O gigante nunca pensou que um seixo rolado de beira de rio pudesse se transformar em um projétil capaz de atordoá-lo e derrubá-lo, possibilitando que um frágil pastor se apoderasse de sua imensa espada e com ela separasse sua cabeça do corpo.

Ambas as estratégias dos citados duelistas estavam corretas.

Um gigante não precisa de escudo, pois ele dá preferência ao combate corpo a corpo e nesse tipo de combate um escudo atrapalha. Se portasse um escudo a pedra da funda de Davi não teria derrubado Golias e a historia seria outra.

Um pastor, harpista, sem nenhuma experiência militar, só teria uma chance contra um gigante se conseguisse ficar bem longe dele. Mais ágil que Golias, Davi sabia que sua vida e o destino dos hebreus dependiam de sua perícia com a funda. Imagino que o pastor não derrubou o gigante logo no primeiro arremesso, mas em algum momento encaixou o tiro certeiro.

Essa passagem da história dos hebreus, em minha opinião é indispensável para entendermos os erros que podem advir das estratégias.

Nessa mesma passagem histórica há um fato escondido que pouca gente se apercebe. O comandante filisteu desafia o atormentado rei Saul a enviar o seu melhor guerreiro para enfrentar o gigante Golias. O lado que vencesse o combate escravizaria o seu oponente. Seria uma batalha de dois homens, que selaria o destino de dois povos. Ocorre que depois que Davi matou Golias, hebreus e filisteus se enfrentaram em uma carnificina insana. Os termos do duelo não foram respeitados e não o seriam de qualquer forma, qualquer que fosse o resultado preliminar.

Numa batalha bíblica ocorrida há 3 mil anos ou em uma eleição histórica que aconteceu há menos de 90 dias, as circunstâncias e as consequências das estratégias, certas ou equivocadas, são mais ou menos as mesmas.

Flávio Dino, então candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, venceu uma eleição onde ele era o Davi e seu opositor o Golias. Não, isso não é lá a mais pura verdade! Até porque o Golias dessa história nem estava escalado para aquela batalha, mas foram essas as estratégias estabelecidas. De um lado o humilde pastor com sua funda e uma única pedra que vitimaria seu adversário. Do outro lado um Golias improvisado, substituindo um ungido, supostamente preparado, mas desistente.

A funda e a pedra desse Davi, em minha modesta opinião, foram a intensa ação midiática, a massificação de versões contestáveis de verdades incontestes. Falo da propaganda, em sua versão mais pura e cristalina, manipulada por um grupo competente e em um veículo novo, um tanto desconhecido e praticamente impossível de ser combatido. A internet!

Três mil anos atrás as chances de hebreus e filisteus saírem-se vencedores daquela batalha, travada nas proximidades da cidade filisteia de Gat, ao sul do atual Israel, eram mais ou menos as mesmas. Noventa dias atrás eram remotas as possibilidades do lado dominante da política maranhense vencer o lado adversário. Pouca gente tinha coragem de dizer isso. Tudo estava contra. Um general alquebrado, sem vontade de pelejar; um exército desmotivado, sem elã; um campeão improvisado, que jamais deveria ter aceitado tal missão. É bom que seja dito: ao contrário de Davi que foi voluntário para enfrentar Golias, Edinho foi escalado porque seu exercito não tinha um campeão para representá-lo, e qualquer um que o fosse, se as análises fossem feitas com bastante critério e seriedade, a resposta deveria ser aquela mesma de “Bota Pra Moer”, “arrumem um mais doido do que eu!…”

Mas o passado só pode ser analisado olhando-se para trás. Olhemos para frente. Estratégias equivocadas não param de ser praticadas.

Li um texto produzido pelo renomado jornalista Luís Carlos Azenha que dá conta de que Flávio Dino, o Davi dessa crônica, resolveu que enfrentará o Golias dela, o grupo Sarney, com a mesma funda que usou no duelo, na campanha. Lembre-se que depois de matar Golias, Davi se tornou um grande guerreiro e jamais a história registrou que ele tivesse voltado a usar a funda como arma. Vestiu-se com as melhores armaduras e empunhava as melhores espadas e as mais tenazes lanças.

Esse negócio de Flávio Dino querer usar a internet ou mesmo a rádio estatal do Maranhão para formar uma rede de emissoras comunitárias, é estratégia para tempos de guerra, não para tempos de paz, onde o trabalho deve ser a tônica, onde as ações e as obras devem ser explicadas e expostas à população, em seus mínimos detalhes.

Em minha opinião, o risco de se usar uma estratégia equivocada nesse setor pode custar muito caro ao futuro governo. Acabamos de ter um exemplo claríssimo disso. Falo da operação desastrosa da máquina de comunicação do governo Roseana, que foi usada como máquina de propaganda, distanciando-se completamente da comunicação que deveria ser participativa, com a comunidade, interagindo com as pessoas.

Se Flávio deseja ser o Davi dessa história, ele e seus companheiros precisam entender que o único jeito, é fazerem um bom governo, é apresentarem um bom trabalho. Se forem querer prolongar uma guerra que deveria ter acabado no dia 5 de outubro, com o resultado da eleição, ao invés de se aproximarem a cada dia de seu objetivo, vão é se distanciar dele.

Em termos de guerras de exércitos convencionais ou batalhas políticas, vencem-nas aqueles que cometem menos erros, e até aqui Flávio Dino e seus companheiros cometeram pouquíssimos equívocos, enquanto seus adversários especializaram-se nessa prática.

A partir de agora os lados estarão invertidos. Quem era oposição passará a ser governo e nele de pouco ou nada adiantará o uso de armas e estratégias de oposição. Isso não vai dar certo! Mas como dizia meu pai, brincando conosco… “amarra-se o burro à vontade do dono”…

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Retalhos de conversas (pouco revisadas e revistas) ao Twitter

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Para melhor entendimento vejam minha conversa com 

Acredito ser um erro o fato de Flávio Dino desejar continuar uma luta que deveria ter acabado no dia em que ele venceu a eleição. Ele será governador e como tal deve agir. Deve concentrar todas suas forças em organizar seu governo, em, como ele mesmo disse, salvar o Maranhão, em nos liderar. Vencendo essa enorme batalha vencerá toda a guerra.

Sabedoria é a melhor arma.

 

Esticar uma luta apenas para deixar acessa a chama do elã de seu grupo, para que eles não se distanciem de seu objetivo, continuar uma guerra que ele certamente irá vencer, onde os perdedores já são conhecidos, será o Estado e o povo o Maranhão!?… Pra que!? Certamente isso não é o melhor a fazer.

 

Quem desejar ser adversário do futuro governo, o será, e por algum tempo deve lutar sozinho. Quem quer uma luta sempre é quem ganha com ela: a indústria de armas, os mercadores do medo, aqueles que ganham enquanto os mais fracos sofrem.

 

O povo, mesmo que não pareça, é sábio e não deseja lutas políticas infrutíferas. Ele vai saber quem está prejudicando nosso Estado com a continuação de uma luta que não deve continuar, em nome de um bom futuro para o Maranhão.

 

Até porque meu amigo, pode se vencer uma batalha com uma funda, mas uma guerra só se vence com espadas. É erro crasso achar que Davi matou Golias com uma funda, ele o derrubou com ela. Davi matou Golias com a enorme espada que quele gigante levava consigo. Davi matou Golias e nunca mais deixou de lutar. Venceu a batalha, mas suas guerras nunca chegaram a um fim. Pensem bem nessa metáfora.

 

 

Em nosso caso, aqui, agora, não é hora para falar em enfrentamento, é hora para conclamar todos para uma trégua… Há hora para tudo… A guerra na democracia, em tempos de paz é apenas a eleição.

 

Quem se dispuizer, num primeiro momento, na primeira hora, de um novo governo, em ir para o enfrentamento é um idiota.

 

A paz e o bom senso vêm sempre antes e depois das batalhas. Durante elas o que há é a barbárie.

 

É sempre mais preferível uma má paz que uma boa guerra. De minha parte esperarei. Se tiver voz e se me ouvirem, esperão.

 

Bem, essa é minha opinião. No lugar de Flávio Dino faria isso, mas é ele o governador, ele está em melhor posição que eu para avaliar. Acredito que ele esteja mais bem preparado.  Ele se preparou e acho que sabe o que faz. Espero que seus adversários também saibam!

Vamos esperar. Torço para que tudo transcorra da melhor maneira e o bom senso prevaleça.

 

O que aconteceu antes na vida de Flávio Dino é passado. Ele agora é governador do Maranhão e isso lhe dá outra dimensão. Ele pensa em ir mais longe que os Leões, e essa jornada começa agora. O que ele fizer agora, dirá onde ele pode chegar.

 

Qualquer comparação entre Flávio Dino e Jackson Lago é outro erro crasso. JL nunca esteve preparado para governar, FD está!

 

Achar que é se preparando para a guerra que garantimos a paz é um postulado antigo composto por palavras vazias. Ninguém nunca está preparado para guerra, ainda mais uma guerra permanente. Ele não precisa fazer isso, tem que ser um estadista, nos governar com sabedoria, não se deixar levar pelo fácil.

 

Até Deus descansou no sétimo dia… Minha palavra é no sentido de se deixar Flávio Dino dizer a que veio…

 

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Meu presente de aniversário

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Ontem, 13, foi meu aniversário, mas o presente mais desejado só receberei no próximo dia 30, quando a Sinfra entregará à Sedel e esta repassará aos desportistas maranhenses o novo Ginásio Costa Rodrigues.

Depois de quase oito anos em reconstrução, o local aonde eu e minha geração, e muitas outras gerações depois da nossa, vimos brotar e frutificar nossa juventude atlética, nossos sonhos metafóricos de batalhas, nossas disputas campais, que como não poderiam ser travadas com espadas, mosquetes ou fuzis, foram travadas em partidas acaloradas de basquete, handebol, futsal e vôlei, durante jogos que se não eram olimpíadas, para nós era como se fosse.

Nesses quatro anos, dirigindo o esporte maranhense, o fiz com um maior objetivo, trazer de volta à vida útil o local onde descobri a alegria da vitória e senti o gosto amargo da derrota. O lugar que formou para a vida cidadã muitos homens e mulheres que hoje dirigem os destinos de nosso Estado ou são apenas pais de família.

Durante todo esse tempo procurei ficar o mais longe possível das inúmeras polêmicas em torno do que teria acontecido com o Costa Rodrigues. A única coisa que eu queria era reconstruí-lo.

Não era apenas eu quem queria isso. Muita gente queria a mesma coisa, tanto que em 2009 alguns deputados federais destinaram parte de suas emendas para a conclusão da obra do GCR. Imagino que tendo por base o valor utilizado até então, destinaram uma quantia que imaginavam ser suficiente para conclusão dos trabalhos de reconstrução.

Dificuldades burocráticas advindas de ações movidas pelo Ministério Público, com base em levantamentos da Controladoria Geral do Estado, somadas a uma enorme indecisão por parte dos órgãos de governo, faziam com que nada acontecesse. Além disso, o fato do recurso existente ser de dotação federal, constatada que ela seria insuficiente para a conclusão da obra, a governadora Roseana Sarney decidiu quebrar o imobilismo da máquina governamental e ordenou que a obra de reconstrução fosse começada com recursos do Estado.

Assim foi feito e o trabalho começou, lento, de modo tímido, mas logo pegando fôlego e a obra foi tomando corpo.

Durante a primeira fase dos serviços muitos probleminhas apareceram. Parecia-nos que alguns deuses do Olimpo estavam contra nós. Dois ônibus resolveram quebrar suas barras de direção e colidiram com o ginásio. Um atingiu-o de lado e o outro a parte de trás, destruindo parte da construção. Uma chuva torrencial derrubou todo o muro do Liceu que se limita com o GCR, inundando totalmente o piso da quadra que estava sendo cimentado naqueles dias. Aqueda do muro paralisou a obra por bastante tempo. Descobriu-se que os projetos arquitetônico e estrutural estavam em desacordo em dois locais de acesso e com alguma dificuldade eles foram corrigidos. Tivemos que criar um espaço para portadores de necessidades especiais, que havia sido esquecido no projeto original, além de fazer algumas modificações na distribuição de áreas, tais como locais para banheiros para expectadores e depósitos.

Mas depois de toda essa luta e com a ajuda decisiva da Sinfra, que administrou a segunda etapa da obra e devo reconhecer com muito mais capacidade e competência que a Sedel fez em relação a primeira, temos de volta o gigante do Parque Urbano Santos quase pronto para ser entregue à administração conjunta das federações de basquete e de vôlei, que deverão se revezar em seu uso, tanto para treinamentos quanto para competições.

Nele, essas federações deverão desenvolver suas atividades, fazendo com que ressurja a chama atlética dessas modalidades através de escolinhas, como acontecia nos tempos em que éramos crianças.

O novo ginásio tem no piso térreo: estacionamento para oito veículos; uma bilheteria e uma sala de segurança; duas salas para a administração do ginásio; dois banheiros; um espaço denominado “Memorial Costa Rodrigues” onde deverão ser guardados os troféus e as medalhas conquistadas pelos atletas maranhenses; uma cantina; uma excelente quadra poliesportiva, de última geração; quatro vestiários para atletas e árbitros; dois alojamentos com capacidade para treze beliches em cada e banheiros exclusivos; três depósitos para equipamentos e materiais esportivos e de treinamento; dois banheiros para expectadores. No primeiro piso: um hall de honra; uma cabine de rádio; uma cabine de televisão; uma tribuna de honra com copa e banheiro; dez salas onde deverão ficar sediadas algumas federações esportivas; uma copa e dois banheiros para atender as salas das federações. No segundo piso: duas salas de despachos para o secretário de esporte; dois banheiros para servir esse piso; um auditório com 80 lugares para cursos e palestras; e dois halls de acesso a esse piso, em um devem ficar as fotografias dos secretários de esporte, no outro, fotografias de eventos esportivos, atletas e personalidades do setor.

Em minha opinião só há duas coisas a se lastimar quanto a essa obra: os fatos que fizeram com que ela tivesse demorado tanto a ficar pronta e o seu novo desenho, que fez com que o Costa Rodrigues passasse a ser um ginásio do tipo arena, onde os espectadores ficam dois metros acima do nível do piso de jogo, o que aumentou o tamanho da quadra, mas diminuiu drasticamente a quantidade de público que a partir de agora poderá assistir a jogos no GCR, mais um motivo para destinarmos esse ginásio quase exclusivamente para treinamentos ou para pequenos eventos.

Neste momento, quase no final de minha prosa de hoje, devo fazer justiça e dedicar algumas palavras à pessoa sem a qual esse sonho não teria se concretizado. Mesmo discordando dela em pontos cruciais quanto à forma de encarar a política, devo dizer que sem a decisiva vontade da governadora Roseana Sarney, assim como ela já havia feito em relação ao Estádio Castelão, o Costa Rodrigues não teria sido reconstruído. Obrigado Roseana, os desportistas maranhenses te agradecem!

Você que me lê agora e não me conhece, não pode imaginar o tamanho de minha felicidade em poder devolver a nossa cidade, ao nosso estado e aos nossos atletas de ontem, de hoje e de amanhã, esse templo do esporte maranhense. Você que me conhece, sabe o que eu estou sentindo e imagino que você também esteja sentindo coisa bem parecida.

Ave Costa, os que vão jogar te saúdam!

 

 

 

 

 

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Coisa feia!!!

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É grande a diferença entre o discurso de quem bate por bater e de quem defende republicanamente o que é certo. Quando leio uma postagem no Blog do jornalista Zeca Soares e vejo a repercussão dessa matéria através dos comentários que os leitores fazem a ela, isso fica patente.

Um comentarista diz que o governo nada fez pelo nosso futebol; Zeca argumenta que o governo reformou o Castelão, o que fez ressurgir com toda força o esporte bretão em terras maranhenses; o comentarista pergunta ironicamente a Zeca se era ele, o comentarista, quem deveria ter reformado o Castelão ou o governo; Zeca responde que era o governo, logo o comentarista não poderia jamais dizer que o governo não fez nada pelo futebol.

ZS comentou também o fato de a Assembleia Legislativa ter aprovado dois vetos do poder executivo a duas leis necessárias votadas naquela casa e aprovadas por ela de forma constitucional e legitima.

O primeiro fato curioso é o legislativo aprovar uma lei, o executivo mandar dizer que não aceita a lei que foi aprovada e o mesmo legislativo acatar a vontade do executivo. Nem vou comentar o fato da forma com que o fez ter sido ridícula. Antigamente ela fazia o que o governador queria que fizesse e agora faz o que ele quer sem nem argumentar.

Isso me lembra do fato ocorrido tempos atrás quando o deputado relator do orçamento do estado votou contra seu próprio parecer só para agradar o governante de plantão.

Quando apresentei na ALM os projetos de leis de incentivo a cultura e ao esporte, saí de gabinete em gabinete falando com meus pares e mostrando-lhes a importância daquelas propostas que se eram minhas, passaram a ser nossas, de todo legislativo, quando as aprovamos por unanimidade dos presentes na votação.

Quando a governadora foi sancionar as leis ela reduziu de 0,5 para 0,4 o percentual do ICMS a ser destacado para cada um desses setores tão importantes de nossas vidas em sociedade, a cultura e o esporte.

Mesmo tendo sido reduzidas, as leis representaram um avanço incalculável tanto na cultura quanto no esporte maranhense.

Sabedor de que o futebol, o São João e o carnaval são nossas maiores e mais importantes manifestações esportivas e culturais, conversei com o deputado Roberto Costa para que ele apresentasse um projeto que contemplasse especificamente esses setores, reincorporando as respectivas leis 0,1%, fazendo com que especificamente esses setores fossem aquinhoados.

Faltou sensibilidade a governadora Roseana ao vetar as leis de autoria de seu fiel escudeiro, deputado Roberto Costa, e falta sensibilidade a bancada ligada ao futuro governador Flávio Dino por ter acompanhado a decisão equivocada de Roseana e ter feito pressão para aprovar o veto dela ao referido projeto.

Imagino que Flávio deve estar muito envolvido em outros assuntos bastante importantes para dar conta de vetos que a ALM esteja votando neste momento. Imagino que ele não seja assim tão centralizador. Prefiro imaginar que meus amigos Marcelo Tavares e Othelino Neto, na tentativa de homenagear Roseana e reconhecer que ela fez algumas coisas acertadas, estejam querendo concordar com ela em não prestigiar o futebol, o São João e o carnaval maranhense.

Com isso o que a bancada do futuro governo fez foi dizer que Roseana estava certa em não prestigiar o futebol maranhense, que tem no Sampaio e no Moto nossos representantes no campeonato brasileiro, respectivamente nas séries B e D.

Engraçado que para bancada do ainda governo que votou a favor das referidas leis, comportou-se de maneira ridícula, com parte votando a favor, parte contra, parte se abstendo e parte não comparecendo, o que demonstra que o que tivemos na quinta-feira, dia 11 foi uma votação envergonhada de um parlamento agachado antes mesmo do inicio do tempo regulamentar. Bastava que não tivesse 22 votos contrários aos vetos para que eles fossem mantidos. Não precisavam ter feito papel tão feio.

Comecei na politica muito cedo. Em 1982, aos 22 anos, fui deputado pela primeira vez e deixei de sê-lo aos 50 em 2010, mas não me lembro de ter visto durante todo esse tempo uma votação tão claramente ridícula e mais envergonhada.

Os números falam por si.  Seis votaram SIM (a favor do futebol do São João e do carnaval): Alexandre Almeida, Camilo Figueiredo, Carlinhos Florêncio, Jota Pinto, Marcos Caldas e Max Barros. Nove votaram NÃO: Edson Araújo, Francisca Primo, Magno Bacelar, Manoel Ribeiro, Marcelo Tavares, Othelino Neto, Ricardo Murad, Rogério Cafeteira e Vianey Bringel. Sete abstiveram-se: César Pires, Eduardo Braide, Gardênia Castelo, Léo Cunha, Rigo Teles, Stênio Rezende e Valéria Macedo. Vinte não compareceram :  Afonso Manoel, Hélio Soares, Roberto Costa, Dr. Pádua, Zé Carlos, Bira do Pindaré, Cleide Coutinho, Eliziane Gama, Raimundo Cutrim, Rubens Junior, Carlinhos Amorim, Neto Evangelista, Antônio Pereira, Graça Paz, André Fufuca, Carlos Filho, Edilázio Júnior, Hemetério Weba, Raimundo Louro e Victor Mendes.

Em 2015 o Sampaio, o Moto e os outros times do Maranhão vão precisar de um decisivo apoio governamental e essa era a melhor saída que eles teriam. Espero que a ALM e o futuro governo ajudem o futuro Secretario de esporte a ajudar o nosso futebol.

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Oração de Jabez revista por Joaquim

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Oração de Jabez revista por Joaquim

Jabez:

Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição!

Joaquim:
Que o senhor me abençoe e alargue minhas fronteiras; Que eu possa ter sempre sua mão a me apoiar; Que me preserves do mal e me livre da aflição!

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Um dia memorável!

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A última terça-feira, 2 de dezembro deste 2014 passa a constar na folhinha do ano que se finda como sendo um dia para ficar marcado em minha memória, um dia perfeito.

Como fui dormir muito cedo na noite anterior, acordei uma hora da madrugada e fui fazer uma das coisas que mais gosto: assistir filmes.

Peguei um pacote de DVDs que comprara em minha última viagem a São Paulo e escolhi um filme que vi mais de 40 anos atrás, um filme que ficou em minha memória durante todo esse tempo e que procurava todas as vezes em que entrava em uma vídeo-locadora ou em uma livraria. “A montanha dos sete abutres” é um filme que tem Kirk Douglas no papel de um jornalista que é o primeiro a chegar a uma mina que desaba e soterra alguns mineiros.

Vi este filme quando a televisão aberta brasileira ainda era uma boa opção de entretenimento nos finais de noite.

O tal filme me apresentou pela primeira vez a manipulação que os jornalistas, de uma forma ou de outra, de um lado ou de outro, impõem ao grande público consumidor, ávido de notícia, que nem sempre é informação confiável. Em 1997 um filme de Costa-Gavras abordou o mesmo tema usando um outro fato, “O quarto poder”.

Depois disso voltei a dormir o sono dos justos, mas ao acordar, minha primeira visão foi minha mulher madrugadora lendo ao meu lado e meu primeiro pensamento foi para minha filha, Laila, que completava naquele dia 26 anos.

Laila sou eu, só que muito mais bonita e de saia. Quem me conhecer e vê-la sorrir fechando os olhinhos vai saber que ela é minha filha. Meu amor por ela é incomensurável.

Naquele dia, meu café da manhã foi um presente de minha mãe. Ela compra um quitute no Seminário do Cantinho do Céu e manda bem cedo pra mim. Minha mãe é uma dessas criaturas a quem o mundo deveria pagar pedágio.

Meu primeiro compromisso naquele dia era comparecer à inauguração do Centro Cultural da Vale, no prédio onde funcionou o antigo Liceu, no Centro Histórico.

Vanessa Tavares havia me ligado para me convidar e um convite dela não se pode recusar.

Uma obra fantástica! Só o restauro do prédio já é impressionante. Naquele espaço acontecerão eventos que movimentarão nosso meio cultural. Um belíssimo equipamento a serviço de nossa cultura.

Saí de lá com uma proposta de parceria engatilhada. O MAVAM fornecerá seu acervo para exposição permanente numa das salas do CCV.

Depois me desloquei para o MAVAM, Museu da Memória Audiovisual do Maranhão, da Fundação Nagib Haickel. Lá me encontrei com Joan Carlos, Fernando Baima e Beto Matuck, voluntários no trabalho de preservar algumas histórias do Maranhão em meios audiovisuais.

Joan desenvolve comigo uma série de documentários sobre os radialistas de nossa terra. Com Fernando estou realizando um Doc. sobre o ex-prefeito Haroldo Tavares e outro sobre o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Nagib Haickel, que nas horas vagas também era meu pai. Com Beto, o último projeto que estamos realizando este ano é uma série de documentários sobre os artistas plásticos do Maranhão.

Depois fui visitar as obras do Ginásio Costa Rodrigues, sob a responsabilidade da Sinfra.

Muita gente tem me perguntado o que farei, agora que estou deixando a Sedel, e depois de não ter mais me candidatado a deputado. A resposta é essa: vou me dedicar exclusivamente a produzir e dirigir filmes…

Mas voltemos à última terça-feira. Depois do Costa voltei para almoçar com o pessoal do MAVAM, até porque às duas horas daquela tarde deveríamos ir até a sede da Vale, no Itaqui, para o lançamento oficial de um projeto patrocinado por eles. O documentário “Velho Moleque” que trata da vida e da obra do compositor maranhense António Vieira.

O filme se baseia em entrevistas e coberturas de shows de Vieira feitas por Beto Matuk, além de entrevistas feitas com amigos do genial compositor azul.

A reação do público presente foi a melhor possível. Todos adoraram o trabalho. É um documento que comprova a força e a importância cultural de nossa terra, representada neste caso por seu mais doce filho.

Saindo da Vale encaminhei-me para a Sedel, para cumprir expediente. Despachos e reuniões.

No fim da tarde, convidado pela professora Cecília Leite, do curso de Comunicação da UFMA, fui conversar com seus alunos sobre direção de cinema.

Falei-lhes sobre o ato de dirigir filmes. Sobre o ato de viver, pois somos o roteirista, o produtor e o diretor do filme de nossa vida, tal qual é no cinema. Disse-lhes que a direção é compartilhada com quem produz, com quem roteiriza, com quem fotografa, com quem faz a trilha, a cenografia, o figurino… Dirigir é um trabalho de grupo, mas há quem como Alfred Hitchcock, ache que o diretor de cinema é um Deus. Pobre Hitch!

Depois da UFMA fui ao encontro da Governadora Roseana e de colegas secretários de governo, no Palácio dos Leões, para uma confraternização de fim de ano e de gestão.

Ainda na noite daquele movimentado dia, fui dar um beijo em minha cria que apesar da idade, fazia uma festinha de aniversário com motivos circenses e infantis.

Foi um dia quase perfeito. Não foi perfeito porque não acredito em perfeição, mas são apenas dias assim que eu gostaria de ter daqui por diante… Pra todo o sempre… Amém!

 

PS: Para ser mais perfeito e memorável, só tendo reinaugurado o Ginásio Costa Rodrigues naquela terça-feira, 2 de dezembro de 2014, mas isso acontecerá em outro dia que ficará na historia, dia 30 de dezembro de 2014.

 

 

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