A Pedra e a Palavra em mais um festival

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O Filme A Pedra e a Palavra, Longa metragem documental que retrará vida e a obra do padre António Vieira, Produzido e dirigido por Joaquim Haickel e Coi Belluzzo foi selecionado para participar de mais um festival de cinema em Portugal. Veja abaixo o convite.

 

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A escolha (em homenagem ao dia internacional da mulher)

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Um jovem conde, Sir Oliver de Warhill, foi surpreendido por seu monarca enquanto caçava furtivamente num bosque. O rei poderia tê-lo matado no ato, pois era o castigo para qualquer um que violasse as leis da propriedade real, contudo se comoveu ante a juventude e a simpatia do jovem tão recentemente órfão – seu pai havia a pouco sido morto em batalha. O rei, no entanto, que passava por serias dificuldades em seus relacionamentos com as mulheres; com sua mãe, com sua esposa e com suas duas filhas, lhe ofereceu a liberdade, desde que no prazo de um mês, Oliver lhe trouxesse a resposta a uma pergunta difícil. “O que querem realmente as mulheres?”
Semelhante pergunta deixaria perplexo até o mais sábio dos Druidas, e ao jovem Oliver lhe pareceu impossível de respondê-la. Contudo aquilo era melhor do que a morte, de modo que regressou a seu castelo e começou a interrogar as pessoas: a sua mãe, a sua irmã, as prostitutas, os monges, os sábios, o bobo da corte, em suma, a todos e ninguém soube dar-lhe uma resposta convincente. Porém todos o aconselharam a consultar a velha bruxa, porque somente ela saberia a resposta. O preço seria alto, já que a velha bruxa era famosa em todo o reino pelo exorbitante preço cobrado pelos seus serviços.
Chegou o último dia do prazo acordado e Oliver não teve mais remédio senão recorrer a feiticeira. Ela aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, com a condição de que ele aceitasse o preço: Ela queria casar-se com Saymor, o cavaleiro mais nobre do reino, tio e protetor de Oliver, um solteirão convicto, mas muito sábio e bondoso. O jovem Oliver olhou-a horrorizado: era horrenda, tinha um só dente, desprendia um fedor que causava náuseas até a um cão, fazia ruídos nojentos. Ele nunca havia encontrado com uma criatura tão repugnante. Acovardou-se diante da perspectiva de pedir a um tão querido amigo, o maior de toda a sua vida, para assumir essa carga terrível. Não obstante, ao inteirar-se do pacto proposto, Saymor afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida de seu sobrinho e a preservação do clã dos Warhill.
Anunciadas as bodas, a velha bruxa, com sua sabedoria infernal, disse: O que as mulheres realmente querem? Serem Soberanas de suas próprias vidas!
Todos souberam no mesmo instante que a feiticeira havia dito uma grande verdade e que o jovem Oliver estaria salvo. Assim foi. Ao ouvir a resposta, o monarca lhe devolveu-lhe o direito a sua vida. Porém, que bodas tristes foram aquelas. Toda a corte assistiu e ninguém se sentiu mais desgarrado, entre o alívio e a angústia, que o próprio Oliver. Saymor mostrou-se cortês, gentil e respeitoso. A velha bruxa usou de seus piores hábitos, comeu sem usar talheres, emitiu ruídos e um mau cheiro espantoso.
Chegou a noite de núpcias. Quando Saymor, já preparado para ir para a cama, aguardava sua esposa, ela apareceu como a mais linda, charmosa e delicada mulher que um homem poderia imaginar! Saymor ficou estupefato e lhe perguntou o que havia acontecido.
A jovem lhe respondeu com um sorriso doce, que como ele havia sido cortês com ela, a metade do tempo se apresentaria horrível, como aquela bruxa, outra metade com o aspecto de uma linda donzela, como ali estava. Então ela lhe perguntou qual ele preferiria para o dia e qual para a noite.
Uma pergunta cruel. Saymor se apressou em fazer cálculos. Poderia ter uma jovem adorável durante o dia para exibir a seus amigos e a noite na privacidade de seu quarto uma bruxa asquerosa ou quem sabe ter de dia uma bruxa e uma jovem linda nos momentos íntimos de sua vida conjugal.
O nobre Saymor, após pensar por um instante, respondeu-lhe que a deixaria escolher por si mesma.
Ao ouvir a resposta, ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite, porque ele a havia respeitado e permitido ser soberana de sua própria vida, senhora de seu destino.

* Crônica adaptada de uma estória antiga, mas pautada em acontecimentos eternos.

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Velho moleque

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Será lançado em breve o documentário em média metragem “Velho Moleque” que trata da vida e da obra do músico maranhense Mestre António Vieira. O filme foi produzido pelo Museu da Memória Audiovisual do Maranhão da Fundação Nagib Haickel, através da lei Rouanet, instrumento de incentivo a cultura brasileira do governo federal e patrocinado pela Vale, que já havia anteriormente feito a editoração das músicas do compositor.

O filme tem a direção de Beto Matuck e a produção de Joaquim Haickel e conta com imagens cedidas por Zeca Baleiro.

Em 52 minutos, formato direcionado para a exibição em televisão, Velho Moleque conta algumas passagens da vida do Mestre Vieira através de depoimentos de alguns de seus mais chegados amigos e dele próprio.

O lançamento do filme deverá acontecer no mês de Março no Espaço Cultural da Vale no centro histórico de São Luís, região em que Vieira viveu e retratou em suas belíssimas canções.

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A cidade e o imitador

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Como temos feito sistematicamente nos últimos anos, passamos mais este carnaval viajando. Desta vez fomos conhecer a Cidade do México. Agora, das capitais de países americanos, só nos restam conhecer Caracas, La Paz, Quito e Assunção, isso sem contar com duas das três Guianas. Para minha alegria constato que sobraram apenas aquelas capitais onde os mandatários nacionais são caudilhos populistas. Perdemos pouco, quem sabe depois que eles se forem nós visitemos seus países!

A Cidade do México é fascinante. Tudo lá é muito. A população é muita; a quantidade de carros é muita e por isso é muito o transtorno do tráfego e a consequente poluição advinda deles; É muita a quantidade de sítios arqueológicos, museus, pontos turísticos e históricos que precisam ser conhecidos; a quantidade de bons restaurantes que não podem deixar de ser visitados é grande… Os seis dias que por lá ficamos poderiam ter sido poucos para fazermos tudo aquilo que nos programamos, mas acabamos cumprindo nosso roteiro.

Fizemos logo que chegamos um city tour para conhecermos a cidade antes de nos atrevermos a ir onde não deveríamos ou deixarmos de ir onde seria pecado mortal não visitar. Essa é uma exigência de minha mulher Jacira, ávida por conhecer tudo e jamais deixar de conhecer o essencial.

Tivemos uma verdadeira aula de história com Manuel López, um guia extremamente gabaritado, durante as visitas que fizemos por todo um dia pela gigantesca cidade que já foi de Tenoch, Montezuma, Cortez, Hidalgo, Juárez, Maximiliano e Carlota, Díaz, Madero, Villa, Zapata, Rivera, Frida e Cantinflas, e que hoje é ocupada por mais de 25 milhões de mexicanos, legítimos e verdadeiros donos dessa que é a segunda maior cidade do mundo, onde vive o segundo homem mais rico da terra, Carlitos Slim.

Falar da beleza das Pirâmides de Teotihuacán, do Bosque e do Castelo de Chapultepec, dos Canais de Xochimilco, dos Museus de Antropologia e de Arte Moderna, dos palácios, das igrejas monumentais… Falar disso tudo é um mero exercício de memória e a simples capacidade de narrar as belas coisas que existem naquela cidade, que coroa o sucesso de diversas culturas pré-colombianas, algumas delas com mais de quatro milênios, superando em mil anos as mais importantes e sofisticadas culturas europeias. Incrível!

Em meio a tudo isso, nos deparamos com um povo extremamente religioso, devoto da uma santa própria, a primeira das Américas, com uma história semelhante à da nossa padroeira brasileira, Aparecida. A deles, Guadalupe, apresentou-se para um nativo chamado Juan Diego, muito mais famoso que os nossos Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso, achadores de Aparecida, de quem só sabemos os nomes se pesquisarmos. Isso é outra coisa que ficou clara para nós desde o primeiro instante em que começamos a conhecer a cidade e sua história: aquele povo é muito mais patriótico e demonstra muito mais amor e orgulho por seu país e por sua história do que o nosso, eles demonstram muito mais intimidade, não só com a sua santa, mas com tudo o que diz respeito a seu país e suas tradições.

Particularmente não acredito em santos, mas admiro as histórias que se criam em torno deles. Elas servem de bálsamo para nossa dolorida humanidade, para nossa frágil psiquê e embalam a nossa necessidade de acreditar em algo maior.

Ficamos encantados com essa cidade, com a riqueza de sua história, com a diversidade de influências culturais desse povo. Vimos preciosos detalhes históricos em todos os lugares, até mesmo ornando suas ruas. O Paseo de La Reforma é, sem medo de ser injusto, uma das avenidas mais bonitas do mundo. A mulher mais famosa do México é de uma singularidade única. Confirmamos nossa admiração por Frida Khalo. Com toda sua inquietude, foi uma mulher forte, que nem mesmo a deficiência física e as dores pelas quais passou durante toda vida, lhe fizeram deixar de ser uma pessoa marcante. Muito pelo contrário. Penso que isso foi mais um estímulo para a construção de sua obra.

E o povo mexicano! Como deixar de citá-lo!? São todos de uma simpatia e disponibilidade nunca visto antes em nossa experiência pelo mundo.

É difícil nos apercebermos, mesmo quando somos confrontados com a história desse lugar, que essa civilização é herdeira de uma cultura que data de quatro milênios, enquanto a história de nosso país tem pouco mais de 500 anos.

Existem pequenos detalhes aparentemente insignificantes que fazem desse um lugar especial. Imaginem que foi de lá que saiu o ingrediente que rega os domingos da maioria das pessoas do mundo, pois sem o tomate mexicano, jamais os italianos teriam inventado os deliciosos molhos das pizzas e das massas que nos enlouquecem e se não fosse pelo seu milho, o estado americano de Iowa não seria tão rico, já que ele produz quase 25% de todo o milho americano, maior produtor mundial.

Porém de tudo o que vi e que fiz na Cidade do México, uma coisa me marcou profundamente. Depois de visitarmos a Praça da Constituição, o Palácio do Governo, de andar pelas ruas que antes eram os canais da antiga cidade asteca, depois de visitar o magnífico Templo Mayor, descoberto e desenterrado em 1978, no coração da cidade, fomos conhecer a Catedral do país. Qual não foi a minha surpresa ao entrar pela gigantesca porta da nave central e ouvir o que disse o sacerdote que rezava a missa para um número imenso de fiéis:

“… deixem que eu use do meu modo as palavras de São Paulo ao convocar as pessoas para imitá-lo: venha imitador do Cristo! Pois a simples tentativa honesta e verdadeira de imitares as ações do filho de Deus faz de ti um seguidor de seus ensinamentos, faz de ti um ser digno do amor daquele que morreu para nos salvar…” Quando ouvi o que disse o padre, senti uma forte emoção, pois é exatamente assim que eu penso. A mim, não importam os ritos, os dogmas ou as tradições dessa ou daquela religião. A verdade é que acho religião um tema muito delicado e controverso. Para mim o que importa é entender corretamente e procurar seguir e imitar os ensinamentos dos profetas e doutores das várias religiões, todas cheias de bons ensinamentos e semeadoras da paz e da tolerância.

Sei que minha mãe não vai gostar nem um pouco do que vou dizer a seguir, mas é o que sinto, com toda pureza que possa ter minha alma: a mim não importa se Jesus é filho de Deus, nem mesmo que Deus exista, para mim o que mais importa é que a história desse judeu da Palestina me faz ter vergonha de não conseguir imitá-lo, minimamente, por mais que eu quisesse ou tentasse, pois seu amor verdadeiro, sua história de vida, como nos foi contada, nos obriga a uma tentativa desesperada de imitar suas mais simples atitudes, como a de ser um bom filho, bom irmão, bom amigo, de acolher os enfermos e necessitados, de ser tolerante e não ter preconceitos, por respeitar as leis dos homens sem se submeter à sua tirania…

A emoção que eu senti dentro daquela igreja foi para mim o ponto alto da nossa viagem.

Jacira saiu da Cidade do México maravilhada com o que viu. Eu, além de maravilhado com tudo o que vi, saí de lá leve, certo de que a minha forma de pensar e de agir, longe de ser errada, no que tange à religião, é bem aceita pelo maior dos doutores do cristianismo, Paulo de Tarso.

 

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A diferença entre deputado e parlamentar

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Tanto o parlamento quanto os parlamentares, representantes dos anseios e dos interesses da população, vêm sendo alvo das atenções da imprensa e da opinião pública brasileira nos últimos anos. Atenções estas quase sempre inclinadas a supor que, tanto a instituição como seus membros, procuram sempre o caminho do desacerto.

Nasci no meio político e desde cedo, acompanhando a trajetória assimilei os ensinamentos da representação popular e a importância da atuação parlamentar. Também aprendi muito escutando as palavras e observando o modo de agir e pensar de grandes e ilustres políticos maranhenses como Milet, La Rocque, Burnett, Alexandre, Lobão, Ivar, Nunes Freire, Newton Bello, Cafeteira, Castelo, Pedro Neiva e Sarney, para citar apenas uma dúzia dentre os maiores. Deles, só quatro ainda vivem, cinco foram também prefeito da capital, sete foram senadores, oito chegaram a ser governadores e um foi até presidente da República, mas todos foram ou são parlamentares.

A palavra parlamento é composta da junção do substantivo: parla, que significa conversa ou falatório; e do sufixo: mento, que representa ação ou resultado da ação.

O parlamento clássico é originário da Grécia, onde era plebiscitário e direto, e de Roma onde era representativo. O parlamento moderno teve origem na Inglaterra e na França, onde em ambos os países, foi instalado como assembléia política representativa de suas monarquias. Na França, teve ainda o papel de assembleia judiciária.

Parlamento, na realidade, é uma assembleia deliberativa encarregada principalmente de votar o orçamento e as leis que regulam as relações entre os poderes constituídos e a vida dos cidadãos. Logo, parlamentar é aquele que faz com que suas conversas resultem em ação, regulando a relação entre as instituições e o povo.

Jovem ainda, com pouco mais de 22 anos, lembro-me muito bem do torcicolo que sentia, quando sentado numa das cadeiras do corredor central do plenário acompanhava com atenção os maravilhosos duelos verbais ali travados entre o grande deputado José Bento Neves, que se sentava na última poltrona à direita e o não menos importante e saudoso líder oposicionista Gervásio Santos, que se sentava no lado diametralmente oposto, na primeira cadeira do lado esquerdo, na velha Assembleia Legislativa, na Rua do Egito.

Naqueles momentos, me sentia tal qual o jovem Marco Antônio, que dividia sua atenção entre Júlio César e Cícero, imortais tribunos do venerável Senado Romano.

Benditos torcicolos! Assistindo aquelas pelejas memoráveis naquele rico período de nossa história, a transição da ditadura à democracia, do último governante militar para o primeiro presidente civil, comecei a redigir meu currículo.

Era o renascer da cidadania. Nos Estados, pela primeira vez, desde o golpe militar de 64, viveríamos a experiência de sermos governados por um representante guindado ao poder pelo voto direto.

No período legislativo seguinte, fui novamente agraciado pelo voto popular e pude participar ativamente de outro momento de grande significação que poucas gerações de políticos tiveram acesso. Fui deputado constituinte, um dos mais de 500 parlamentares que assinaram a Constituição Cidadã do doutor Ulisses Guimarães.

Maquiavel, em sua obra-prima “O Príncipe”, controvertida lição de antropologia, psicologia, sociologia, politica e de história, sempre interpretada pelo ângulo mais mesquinho e pejorativo, diz no capitulo XVII: “Da crueldade e da piedade – Se é melhor ser amado ou temido.” Ainda bem que o “Secretário de Florença” destina sua obra ao detentor do poder central, pois aos parlamentares, esse dilema não deve afligir diretamente. Esses não tem que ser necessariamente amados ou temidos, têm na verdade é que serem respeitados e ouvidos. Nos dois casos, não pelo cargo que exercem, mas pela função, pela procuração que lhes foi confiada, registrada em cartórios competentes para tal. Procuração intransferível, com prazo determinado, revogável e retratável apenas em caso de arguição do descumprimento do decoro parlamentar.

Entendo que a atuação parlamentar deve ser marcada pelo profundo respeito aos interesses dos eleitores que os elegeram. Mas aqui vai um alerta: o parlamentar não tem que fazer necessariamente o que o povo quer, como ele quer, quando ele quer. Até porque, para o parlamentar nem sempre é fácil escolher que parcela do povo ele representa. O parlamentar tem de fazer o que precisa ser feito.

De meu pai, herdei o respeito ao parlamento e a defesa férrea do mandato popular. Tal qual ele, entendo que independente de siglas, cor partidária ou ideológica, o parlamentar tem que ser respeitado e seu mandato protegido.

Com ele aprendi que a liberdade de expressão é a pedra basal que sustenta os alicerces da democracia. Sem ela, não existe parlamento na acepção da palavra. A voz do parlamentar que ecoa aos quatro ventos é a garantia da democracia é a reprodução exata e proporcional das idéias, pensamentos e opiniões que formam este imenso painel diferenciado que é a sociedade.

Deputado pode ser qualquer um que consiga os votos necessários para se eleger. Parlamentar é mais que deputado, é aquele que sabe usar com inteligência, correção e coerência a procuração eleitoral que lhe foi confiada pelo povo.

Com meu pai, com Platão, com Maquiavel e com Alexandre Dumas aprendi o verdadeiro valor de algumas palavras entre as mais importantes em qualquer idioma: Amizade; Compreensão; Coragem; Generosidade; Gratidão; Honra; Humildade; Idealismo; Justiça; Liberdade; Respeito; Sabedoria; e União.

No final destas mal traçadas linhas resta-me apenas repetir uma pequenina oração que minha mãe passou toda a sua vida tentando ensinar para meu pai e que de tanto ouvir acabei aprendendo: “Que Deus nos dê serenidade para aceitar o que não se pode mudar; coragem para mudar o que pode ser mudado; e sabedoria para que se possa reconhecer a diferença”.

Desejo que meus amigos deputados, que hoje assumem seus mandatos para esta legislatura e se pretendem parlamentares nesses tempos difíceis, consigam as graças dessa oração.

 

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Inércia; Dinâmica; Ação e Reação.

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O texto abaixo foi escrito em março de 2014. Na época, apesar de sabê-lo oportuno, resolvi guardá-lo. Relendo-o na semana passada, vi que o texto continua atual e resolvi publicá-lo. Espero que apreciem!

Alguém poderia imaginar que a física em nada influa na política. Pensando assim incorreria em grave erro. A física está intimamente ligada a tudo o que existe, até mesmo à política.

As primeiras noções desta ciência, como de certa forma quase tudo o que existe, nasceram na Grécia antiga, nos tempos dos grandes mestres da filosofia.

Nunca é demais falar sobre filosofia. Ela é o estudo das questões relacionadas à existência do universo, da natureza e do homem. A tradução literal do grego antigo da palavra filosofia é amor à sabedoria. Ela dedica-se ao conhecimento de forma geral, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.

Existem algumas leis da física que pouca gente imagina que possam estar intimamente ligadas às práticas cotidianas da política, bem como em quase tudo na vida.

Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, assim como um político não pode ocupar o mesmo mandato de outro. Para que isso aconteça tem que haver um intervalo de pelo menos quatro anos. Aí entra outro fator importante nessa equação, o tempo.

Descobri cedo que tanto quanto Maquiavel, Newton é um dos grandes postuladores da ciência política. Senão vejamos! Newton observou três fatos que transformou em leis fundamentais da física. Estas passam despercebidas, mas são usadas comumente na política.

1) “Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele”; 2) “A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida”; 3) “A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos”.

Popularmente conhecidas como lei da inércia, lei fundamental da dinâmica e lei da ação e reação, poderiam muito bem se chamar lei do político inapetente, lei da força de oposição e lei das circunstâncias e consequências.

Um político não pode ficar estático, apático. Já dizia Neném Prancha, “quem pede recebe, quem se desloca tem preferência”. Um samba famoso diz que “Camarão que dorme a onda leva”. Essas são alusões à primeira lei de Newton: Político bom é político que está sempre se movimentando, aberto ao diálogo, vivendo e bem convivendo com o antagonismo e defendendo suas posições abertamente, sem subterfúgios.

Como resultado direto de sua primeira lei, Newton formula a segunda, ela depende de uma força opositiva específica que faça o corpo, no nosso caso, o político se movimentar. Ruim é quando se avisa e ninguém ouve. O dito popular estabelece que “quem avisa amigo é”, mas por essas bandas parece que o bom é ser surdo.

No caso da terceira lei, também diretamente ligada às duas anteriores, ela é muito mais clara e facilmente ilustrativa. Ditado popular aparentemente violento exemplifica bem este caso: “quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Eu prefiro algo mais ameno, com mais urbanidade e civilidade. O próprio enunciado vulgar da lei: Para cada força X, existe uma Y de igual valor e direção contrária.

Falo em Newton e me lembro do desenho de um de meus livros onde havia um sujeito de peruca, sentado debaixo de uma árvore e uma pequena fruta, uma maçã, caindo-lhe sobre a cabeça. Ainda bem que na Inglaterra não há jaqueiras!

No entanto, há entre as leis da física uma que é a mais extraordinária de todas. Aquela que relativiza o tempo e o espaço.

Newton usou a seu favor os 2.000 anos que o separavam de Arquimedes, Pitágoras e Heráclito, mas foram necessários apenas 200 anos para que o genial Albert Einstein revisasse definitivamente, com a significativa ajuda do progresso adquirido nesse tempo, as lei de Newton, e provasse que o tempo é um fator extremamente preponderante, que jamais pode ser esquecido.

Os políticos deveriam saber essa lição. Na política o tempo deve ser usado não para a espera, mas para o movimento, para a construção.

Existem outras áreas do conhecimento das quais podemos tirar ensinamentos importantes, entre elas a antropologia, a sociologia, a psicologia, a dialética… Em todas elas se espelham a lide política, que por mais que se diga e queira que mude, continua sendo a mesma coisa, tal e qual as leis mecânicas do universo.

Quem quiser se enganar que se engane. Não há como fazer uma omelete sem quebrar os ovos.

Postulado político atemporal e definitivo: Há governo, está errando! Ou, em se falando de governos, acerto é exceção, não regra!

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O Centro Histórico de São Luís precisa ser protegido

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Li que o governador do estado e o prefeito da capital estão trabalhando juntos para resolver os problemas de nosso Centro Histórico, que contem o maior casario colonial com incidência de azulejaria portuguesa do Brasil e talvez só um pouco menor que a de Lisboa.

Amo minha cidade de tal forma e em tamanha quantidade que penso às vezes gostar mais dela que do Maranhão ou mesmo do Brasil, mas acho que isso é normal.

Quando passeio por suas ruas, quando passo por suas escadarias, seus becos, sinto a energia do tempo e da historia. Quando vejo uma porta antiga, imagino quanta gente passou por ela. Quando é uma janela, imagino as mocinhas casadoiras debruçadas sobre seus parapeitos.

Se os governos municipal e estadual querem realmente valorizar o centro histórico da cidade de São Luís, que instalem nele os escritórios de seus órgãos administrativos, que incentivem a ocupação comercial dessa região e realizem o repovoamento habitacional dessa área tão importante de nossa cidade.

Como fazer isso é fácil: Reformem os prédios pertencentes aos poderes públicos que estão abandonados e alguns outros capazes de abrigar nossas repartições públicas e universidades e coloquem-nas para funcionar lá. Estabeleçam um estacionamento no Aterro do Bacanga com sistema de minivans para distribuir os funcionários pelas suas repartições ou o mais perto delas possível. Reservem alguns imóveis para repovoamento e reocupação humana dessa área. Entregue os apartamentos a estudantes universitários. Ofereçam vantagens para os empresários que já estão trabalhando por lá e para outros que queiram ir implantarem seus negócios naquela região da cidade.

Os governos municipal, estadual e federal, esse através do IPHAN, o deveriam estabelecer conjuntamente uma espécie de prefeitura do CHSL, com poderes para funcionar com mais eficiência, efetividade e eficácia as paquidérmicas estruturas atualmente existentes. Um administrador que pudesse fazer girar as engrenagens em cada uma das esferas de poder, que fizessem o nosso Centro Histórico ser em algum tempo como os de cidades importantes como Londres, Paris, Lisboa ou Madri. Será que isso é sonhar muito alto?

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Se eu fosse Deputado Estadual

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Mais uma vez minha querida amiga, deputada Andrea Murad demonstra muita personalidade ao expressar o que pensa através daquilo que escreve (veja: www.gilbertoleda.com.br/2015/01/11/) mais uma vez preciso comentar sobre suas posições.

De seu ponto de vista ela está coberta de razão e cheia de fortes argumentos. Na situação em que Andrea se coloca, fazendo uma oposição intransigente, ela realmente faz o que deve fazer, o que está fazendo. Foi assim que sempre agiram oposicionistas famosos como Aderson Lago e Domingos Dutra.

Acontece que mais uma vez os argumentos da jovem deputada não são suficientes para superar a comparação e também para se efetivarem como verdadeiros e viáveis.

Em primeiro lugar, a ilusão de que os poderes da república devam ser, entre si, harmônicos e independentes, deve ser interpretada à luz da realidade. O que diz essa norma constitucional deveria ser regra, mas todos nós sabemos que a politica não permite que isso aconteça assim tão simples e comumente. O que acontece na verdade é a eterna busca dessa harmonia e dessa independência que havendo, possibilita o equilíbrio dos poderes do Estado.

Andrea tinha apenas 14 anos quando Roseana Sarney se elegeu governadora pela primeira vez e talvez não lembre que a governadora impingiu ao poder legislativo maranhense o domínio de um presidente de sua confiança, o então deputado Manoel Ribeiro, o que durou mais de dez anos. Ora, é isso a primeira coisa que todos os prefeitos, governadores e presidentes fazem em relação aos seus legislativos: Tentam controlá-los. Foi isso que a própria Roseana tentou em 2011 quando quis eleger Ricardo Murad a presidente da ALM e não conseguiu. Então o que mudou de lá para cá? Nada! Ou melhor, o governador é outro, os deputados são outros, o tempo é outro.

O executivo e o legislativo vão continuar tentando se harmonizar e tornarem-se independentes um do outro, e é a essa tentativa, realizada de forma republicana e democrática que a CF faz menção, até porque essa norma apesar de basilar e fundamental, não é tão facilmente tangível.

Se o deputado Humberto Coutinho tiver a experiência que acredito que ele tenha, fará de tudo para deixar o governador Flávio Dino bem distante de suas articulações no sentido de se tornar presidente da ALM. Se o governador Flávio Dino e os seus articuladores mais próximos e mais poderosos forem sábios, não interferirão nas negociações para eleição da mesa diretora do legislativo maranhense. Não farão isso porque se o fizerem irão destruir qualquer possibilidade de alguém chamar esse governo de um governo de mudanças e esse tempo de um novo tempo para o nosso estado.

O que os deputados dessa legislatura precisam é se juntarem em blocos parlamentares para que, juntos, em número suficiente, no caso oito em cada um, possam garantir sua representatividade na mesa diretora da casa e nas comissões temáticas, obrigando constitucional e regimentalmente que quem quer que seja venha presidir o nosso legislativo, os respeitem e os levem em consideração.

Outro dia fui criticado por um blogueiro por ter dito o que faria se estivesse no lugar do atual governador. Hoje serei criticado por ele e por outros por dizer o que faria caso fosse um dos 42 deputados estaduais maranhenses: Reunir-me-ia com alguns de meus pares, buscaria as melhores possibilidades de formação de blocos parlamentares e deixaria que os candidatos a presidente se apresentassem.

Se eu tivesse que escolher entre um nome, confesso que daria preferencia ao nome do deputado Humberto Coutinho. Sim, porque realmente nesse cenário há muito pouca opção viável de vitória fora dele. Mas eu jamais iria conversar individualmente com qualquer candidato a presidente, nem mesmo com Humberto, a quem demonstro simpatia. Quem fizer isso estará se entregando e não se valorizando, e como um “entregue” não terá valor nenhum, nem para o grupo governista, nem para o grupo moderado, nem para o grupo oposicionista e muito menos para o povo do Maranhão.

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Sobre o que dizem alguns tolos

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Estava propenso a diminuir a minha aparição nesse espaço, como já havia comentado em minha última crônica, mas após ler o texto publicado pelo professor Ed Wilson Araújo em seu Blog, no qual surpreendentemente sou personagem, decidi voltar aqui pra conversar com você sobre um assunto que acredito relevante: a incapacidade de certas pessoas aceitarem a opinião de outras. Imagino que pelo simples fato de você me ler nesse jornal, você também venha a ser marginalizado por esse tipo de gente. Talvez até você seja chamado de burguês ou coisa que o valha.

Depois que li o que escreveu esse cidadão, resolvi fazer um levantamento dos artigos por mim publicados, onde eu tenha comentado sobre os cenários políticos maranhenses. Fiz isso na tentativa de saber se de alguma forma o que disse a meu respeito o EWA, aproximava-se de alguma verdade, mesmo que remota.

Fiz isso apesar de ter certeza de que os absurdos ditos pelo tal professor eram provenientes simplesmente de seu sectarismo e de seu maniqueísmo, doenças que, diga-se de passagem, afligem grande parte da dita intelectualidade política de nossa terra, tanto aquela posicionada à margem esquerda como a que se coloca ao lado direito do cenário.

O indigitado professor não tendo sobre o que falar, e talvez, sentindo-se inconformado pelo fato de não ter sido lembrado por Flávio Dino para fazer parte de seu staff, resolveu criticar o que ele chamou de “conselheiros e coveiros” do atual governador. Para exemplificar os primeiros usou meu nome, que parece ser doce na boca desse tipo de gente que sofre de recalques inconfessáveis, proveniente da incapacidade de mudar a sua própria realidade.

Acusa-me de querer me transformar em conselheiro de Flávio Dino por ter escrito um texto onde digo o que faria caso fosse o atual governador. Ora bolas professor, se você ou ele não gostarem do que escrevo não me leiam, não levem meus textos em consideração! Mas exijo que respeitem o direito que tenho de emitir a minha opinião. Ele é resguardado pela Constituição que eu mesmo ajudei a escrever.

Pois bem, primeiramente fui pesquisar em meu blog se o que disse o professor fazia sentido. Revi todos os textos que publiquei, observei cada detalhe e rememorei cada situação e cada contexto no qual foram escritos. Reli todos os comentários feitos sobre tais artigos. Não satisfeito fui pesquisar na internet para ver as repercussões que por ventura tiveram quando da publicação de cada um deles.

Nesse trabalho, prazeroso, pois pude comprovar que minhas opiniões podem não ter aprovação unânime, mas são bastante acatadas e muito mais ainda, elas são ouvidas, lidas, comentadas e debatidas.

Longe de mim querer que todos concordem comigo. Isso seria bem monótono. Meu maior desejo é que minhas opiniões possam ser ouvidas e minimamente compreendidas. Elas não precisam ser aceitas ou acatadas, caso discordem delas. Isso pouco importa, mas gostaria muitíssimo que elas fossem respeitadas. Como de resto deve ser feito com as opiniões de todas as pessoas. O que não admito é que alguém possa marginalizar minhas opiniões pelo simples fato de eu ser quem sou. Por eu ter essa ou aquela concepção ideológica, por ser desse ou daquele grupo ou partido político, dessa ou daquela classe social, dessa ou daquela etnia, religião, torcida futebolística organizada ou por eu ter essa ou aquela preferência sexual…

Na pesquisa que eu fiz, observei que a maioria dos comentaristas de meus textos concordava, de alguma forma, com minhas colocações. Observei que havia pessoas que se opunham, alguns até fortemente ao que eu dizia, mas poucos eram os que perdiam a civilidade em seus comentários. Notei que os motivos dos discordantes eram basicamente de duas naturezas, político-ideológico-partidária ou antipatia gratuita resultante da imagem que criavam de mim, algumas vezes bastante equivocadas.

O certo é que revi meus textos e tive a comprovação, através da observação de seus conteúdos que não sou a pessoa que o professor Ed Wilson Araújo imagina que eu seja. Ele chegou a sua conclusão baseado unicamente na análise onde me vê como sendo o inverso de seu ideal, baseado em preconceito.

Revi nessa pesquisa grande quantidade de textos onde chamei atenção e recriminei meu próprio grupo político por práticas que eu desaprovava, que se efetivadas, resultariam em equívocos graves. Não foram poucas as vezes em que critiquei publicamente atitudes e posicionamentos da governadora Roseana Sarney, mesmo fazendo parte de seu secretariado. Mantive alguns debates com figuras importantes, tanto de um lado como de outro de nosso meio político, cujos resultados, imagino tenham sido sempre positivos.

Fico aqui imaginando o que leva alguém como o tal professor a escrever um texto como aquele, a pensar de forma preconceituosa como pensa. Logo alguém que se diz e deseja uma pessoa democrática, que diz lutar por valores republicanos…

Por fim agradeço ao tal, pela oportunidade que ele acabou por me proporcionar, de rever um pedaço de minha trajetória de vida. Agradeço a ele o fato de me fazer reconhecer que algumas vezes até errei, mas que em todas elas fui verdadeiro em meus propósitos, leal para com as pessoas e me mantive irrestritamente no caminho da correção, da cordialidade e da civilidade, em tudo que fiz e escrevi.

 

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Pequena missiva ao professor Ed Wilson

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Caro professor Ed Wilson, a mim me parece que sua alma, mesmo antes de evoluir, deseja reza! Então vamos lá!

Com um texto leve e fluente, o senhor tenta discorrer sobre assuntos que imagina conhecer e usa o meu nome para exemplificar um contexto falso. Sugere que eu queira aconselhar Flávio Dino. Longe de mim esse intuito. Não me acho capacitado para tamanha tarefa. Quem sabe o senhor o possa aconselhar! Quem sabe o senhor almeje esta função!?

Sou um pensador livre e sempre me dispus a analisar a cena política maranhense, sem me preocupar com a opinião de ninguém. Nunca me censurei nem permiti que ninguém o fizesse. Em meus artigos, sempre discorri sobre os assuntos que quis sem me importar com a opinião de ninguém. Muitas vezes meus próprios companheiros foram fortemente atingidos por minhas análises. Portanto não será agora que deixarei de falar ou escrever sobre aquilo que desejo e acredito.

O senhor produz um texto aparentemente verdadeiro, graças a atualidade do assunto e o nome dos personagens. Mas esquece-se, no entanto o professor, que a pessoa a quem se refere, sem o conhecimento suficiente, no caso eu, sempre demonstrou independência, sempre teve uma postura critica em relação ao seu próprio grupo, nunca ficou a mercê de posições de outrem. Esqueceu-se que essa pessoa, eu, fala o que pensa, sem ter que pedir licença pra quem quer que seja.

Tai… Se fosse para o senhor fazer uma análise séria, até que gostaria! Para isso o professor deveria pelo menos ter analisado o conteúdo do texto a que se refere. Mas não, para o senhor o que importa é o fato de eu fazer parte de um grupo político diferente do seu. O preclaro usa como régua e compasso de sua análise o maniqueísmo e o sectarismo, formas de pensar e de agir comuns em pessoas despreparadas para o convívio republicano e democrático. Tal intolerância costuma brotar nos jardins dos amargos, recalcados, arrogantes, soberbos e pretensiosos, incapazes de reconhecer qualidades fora do espelho que carregam pendurado no pescoço.

Caro professor, o senhor pode até saber de sua matéria, mas daí a ter conhecimento e vivência política, a distância é grande.

Fico lisonjeado por ter sido motivo de sua análise, mesmo que ela seja frágil e descabida.

Continue tentando, talvez um dia aprenda como deva analisar, sem paixões, o cenário político.

 

Leia abaixo o que disse em seu Blog o professor Ed Wilson:

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

CONSELHEIROS E COVEIROS DE FLÁVIO DINO

Logo após o resultado da eleição, quando foi confirmada a vitória esmagadora das forças de oposição, alguns expoentes da oligarquia derrotada começaram a se manifestar sobre o futuro governo Flávio Dino (PCdoB).

 

O mais afoito é o ex-deputado estadual Joaquim Haickel (PMDB), homem da proa sarneísta, autor de célebres artigos com receitas mirabolantes para o comunismo maranhense.

 

Sócio do empresário Fernando Sarney, Haickel chegou a escrever verdadeiros tratados sobre como Flávio Dino deve proceder na montagem da equipe, na gestão e nos movimentos políticos.

 

Nos blogs e nas páginas do jornal de José Sarney, o ex-deputado destacou-se como um dos principais conselheiros de Dino, redigindo não só teses como também tutoriais e cartilhas, ensinando o caminho das pedras para o sucesso da governança.

 

Condômino privilegiado do império de José Sarney, onde empanturrou-se de privilégios e facilidades durante 50 anos, é estranho que só agora Joaquim Haickel queira resolver os problemas do Maranhão e aconselhar o governador.

 

Se eu fosse Flávio Dino, desconfiava desse tipo de conselheiro. Quem passou a vida inteira assistindo Sarney saquear o Maranhão não serve para dar pitaco no governo da mudança.

 

AGOURENTOS

 

Entre os remanescentes da oligarquia, destacam-se também os coveiros. Órfãos do poder e saudosos dos tempos em que o Maranhão era dilapidado nas orgias com o dinheiro público, os coveiros anunciam sete pragas contra o governo comunista.

 

Os coveiros são representados por gente que nunca trabalhou na vida. Atravessaram várias gerações usufruindo os privilégios da oligarquia, enquanto a maioria da população viveu torturada com a falta de água, escolas, hospitais, empregos e oportunidades.

 

Há entre os coveiros os políticos sem mandato, rejeitados nas urnas juntamente com o líder da chapa derrotada – Edinho Lobão (PMDB).

 

São os típicos notáveis da aristocracia parasita, vivendo nas páginas do colunista Pergentino Holanda (PH) os últimos dias da decadente oligarquia-ostentação.

 

Os conselheiros tentam se abrigar à sombra do novo governo. Os coveiros pregam o fracasso de Flávio Dino.

 

Na simbiose da política, eles se misturam. Há os conselheiros-coveiros e os coveiros-conselheiros. O círculo do poder está cheio dessas personagens agourentas.

 

Politicamente, o melhor a fazer é mandá-los ao paredão, enforcando o último conselheiro com as tripas do derradeiro coveiro.

 

O Maranhão tem pressa e virou a página do passado.

 

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