Um bilhetinho de desculpas…

0comentário

Querida Lalá,

Sei que fiquei de assistir alguns dos filmes que estão concorrendo ao Oscar de 2018 com você, mas com a grande quantidade de coisas por fazer se acumulando, acabou não sendo possível…

Prometo a minha filhota linda que veremos muitos outros filmes juntos, estando eles concorrendo a prêmios ou não, inclusive os que estamos fazendo juntos.

Te amo!…

 

PS: Abaixo, de forma bastante resumida, você poderá ver quais são aqueles que eu acredito devam sair vencedores nas diversas categorias, em 2018. Espero que aprecie.

 

Começando logo por Melhor Filme! Em minha opinião o vencedor deverá ser Três Anúncios Para um Crime;

A estatueta de Melhor Direção deve ir para Guillermo del Toro pelo belo A Forma da Água;

A Melhor Atriz deverá ser Frances McDormand, por Três Anúncios Para um Crime;

Melhor Ator deste ano é Gary Oldman, como o Churchill de O Destino de Uma Nação;

O prêmio de Melhor Ator Coadjuvante deverá ir para Sam Rockwell por sua magnífica performance em Três Anúncios Para um Crime, mas toda minha torcida é para Willem Dafoe, que em breve estará no Maranhão rodando conosco o filme Trópico;  

Melhor Atriz Coadjuvante deverá ser Allison Janney, de Eu, Tonya 

O Melhor Roteiro Original, em minha opinião é o de Três Anúncios Para um Crime;

No quesito Melhor Roteiro Adaptado, Artista do Desastre, Me Chame Pelo Seu Nome e A Grande Jogada, se sobressaem, e qualquer um que ganhar tá bom, sendo que o meu preferido é A Grande Jogada.

Para Melhor Animação, O Poderoso Chefinho, O Touro Ferdinando e Viva – A Vida é uma Festa, são cada um a seu modo, fantásticos, e qualquer um que venha a ganhar será merecido, porém o que mais me agrada é Viva – A Vida é uma Festa; 

A Melhor Canção Original deve ser “Remember Me” de Viva – A Vida é uma Festa de Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez

Acredito que entre as concorrentes, a Melhor Trilha Sonora Original, foi a feita por Alexandre Desplat para A Forma da Água;

Melhor Maquiagem e Cabelo certamente sera a de Victoria e Abdul – o Confidente da Rainha; 

Para Melhor Filme Estrangeiro minha torcida é para o filme libanês The Insult;

Os cinco indicados para Melhor Fotografia são fantásticos e qualquer um que ganhar será merecido, mas o meu preferido é o trabalho de Roger Deakins em Blade Runner 2049.

Quanto a Melhor Figurino, os cinco indicados também estão perfeitos, qualquer um que ganhar será justo. Ocorre que neste quesito não consigo identificar um que realmente não mereça vencer! 

A mesma coisa ocorre quanto aos prêmios de Mixagem de Som e Edição de Som, os cinco competidores de cada uma dessas categorias são soberbos e qualquer um que ganhar, haverá justiça, pouco importando quem seja;

Três dos concorrentes no quesito Melhores Efeitos Visuais

estão impecáveis e qualquer um que ganhar será merecido, tanto Blade Runner 2049, Star Wars – Os Últimos Jedi ou Planeta dos Macacos – A Guerra;

No que diz respeito ao prêmio de Melhor Design de Produção o vencedor deve ser Blade Runner 2049;

É praticamente impossível que o prêmio de Melhor Montagem não vá para Dunkirk; 

Como não tive acesso aos concorrentes a melhor curta de ficção e documentário e melhor documentário em longa-metragem, não me manifestarei sobre eles.

sem comentário »

A Teoria dos Jogos

0comentário

O que seria dos jogos se nenhum dos times cometessem erros!? Seria uma coisa monótona, sem emoção, sem possibilidade de mudanças, de reviravoltas. Errar mais ou errar menos define o resultado dos jogos. Acertar é uma obrigação. Trapacear é terminantemente proibido, mas já houve quem tivesse feito gol com a mão, e valeu!
No jogo da política maranhense o rompimento com Zé Reinaldo é o primeiro grande erro de Flávio Dino. Com ele ficou demonstrada a falta de gratidão do governador para com aquele que o ajudou a se criar, politicamente. Esse fato não deve ser encarado como lição para Zé Reinaldo, acusado de trair Sarney. Em minha opinião ele foi obrigado a isso pelas circunstâncias do acirramento das relações de sua ex-mulher Alexandra e sua corte, com a ex-governadora Roseana Sarney e seu séquito.
O momento em que é cometido um erro deve ser de muita cautela, pois é comum uma série de outros erros virem juntos, formando uma espécie de efeito cascata. Mas o pior de tudo é quando aqueles, afeitos a arrogância, são impedidos por ela de enxergar a realidade, de ver que aquilo que aconteceu foi um erro e continuam impávidos, rumando para o abismo.
Por outro lado, quando um adversário comete um erro grave e imperdoável, é hora de seus oponentes, de forma rápida, eficiente, eficaz e efetiva, agirem para fazer com que o erro cometido, sacramente ou pelo menos aprofunde a derrota do incauto.
Em termos de política, assim como tudo na vida, o tempo é o maior referencial! É apenas no final das contas que vamos conseguir saber se nossas ações foram boas ou más, se o que fizemos foi produtivo ou infrutífero. Um único grau de deslocamento, de mudança na rota previamente traçada, nos leva a destinos completamente diferentes do que foi planejado, depois de algum tempo e de muitos quilômetros de percurso.
Só um rompimento poderia ter sido pior para Flávio Dino que o de Zé Reinaldo. O de Weverton Rocha, que é o único político do Maranhão que hoje tem um grupo próprio, bem montado, com partido forte, membros motivados. Só o DEM pode vir a se configurar como um segundo grupo com estas características.
Há outra coisa muito importante! O simples fato de Zé Reinaldo não ter aguentado o desprezo dedicado a ele por Flávio Dino não sacramenta o erro e estabelece a vitória da oposição. É preciso que este erro resulte em ações efetivas para debilitar as fileiras do exército adversário. A saída de Zé Reinaldo do grupo dinista deve ser rentabilizada!
É como se estivesse sobrevoando o campo de batalha em um dirigível, vejo de um lado um exército bem aparelhado, comandado por um general obeso e um coronel “asargentado”, sem uma relevante linha média de comando, sem estado maior, graças a sua forma de pensar e de agir, mas eles têm muito armamento e munição.
Do outro lado vejo opositores desarrumados, sem uniformes e sem uniformação, com comandos distintos. Um destes destacamentos é bem maior que os outros, que mesmo menores, são indispensáveis para o sucesso da guerra. Vejo que dois destes grupos parecem se aproximar para juntar forças e se fortalecerem. São mais jovens e motivados. Juntos, estes dois podem se transformar na segunda maior força da batalha e no futuro ser hegemônico!
Vejo que os exércitos antagonistas do poder precisam avançar separadamente nesta primeira batalha, para que na batalha final possam derrotar seu oponente. No entanto, eles precisarão se reunir, ter uma “Yalta”! Mas querer que essa gente saiba o que é “Yalta” é um pouco demais, né?! Quem não precisar recorrer ao Google para saber o que foi “Yalta”, conseguiu pontos suficientes para passar de nível neste jogo!
Esta guerra não terá um resultado satisfatório para os insurgentes se eles não se organizarem e principalmente se não tiverem um elevado espírito voluntarioso, onde não haja vaidades, mas sim humildade e boa dose de sacrifícios pessoais.

sem comentário »

Com a Palavra, Roberto Rocha e o PSDB!

7comentários

Iria publicar o texto abaixo no próximo sábado, 3 de março, em minha coluna semanal de O Estado do Maranhão, mas por saber que o assunto nele abordado tem compromisso com o momento atual, resolvi antecipar sua publicação e postá-lo hoje mesmo, em minhas redes sociais, meu Blog, Twitter e Facebook, mesmo que não costume publicar este tipo de material neste último.

Sirvo-me destas mal traçadas linhas para expor meu pensamento sobre o momento político maranhense, sobre aquilo que acredito possa vir a ser o melhor caminho para pessoas bem intencionadas que querem o melhor para nosso estado e para nossa gente, no momento em que muitos de nós estamos descrentes da possibilidade de dias melhores.

O PSDB é o coringa desta eleição e ele está sob o comando do Senador Roberto Rocha que além de direito, tem legitimidade e plenas condições de almejar o intento de vir a ser candidato a governador.

Roberto milita na política há bastante tempo, já foi deputado estadual e deputado federal inúmeras vezes, sempre tendo grandes atuações no desenvolver de suas funções. Em 2006 sagrou-se o deputado federal mais votado do Maranhão graças ao excelente trabalho que desenvolveu no Congresso Nacional em defesa de nosso estado.

É bem verdade que a vantagem de quem está encastelado no Palácio dos Leões é imensa! Basta que vejamos a eleição de Roseana em 1998 e a de Jackson em 2006! Isso faz com que a possibilidade de Flávio Dino ser derrotado no primeiro turno é nula. Só é possível vencê-lo em um eventual segundo turno e este não existirá se não houverem candidatos que juntos possam angariar mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno. Parece ser fácil, mas não é, não.

Em meu ponto de vista, Flávio Dino terá garantidamente, um percentual em torno de no mínimo 45% dos votos. O fato é que ele não terá 50%, desde que o PMDB tenha como sua candidata Roseana Sarney e que o PSDB tenha um candidato que possa ter pelo menos 20% da preferência do eleitor.

Acredito que Roseana, se realmente for candidata, deverá atingir o patamar de 25% dos eleitores, o que deixará 10% do eleitorado para ser disputado por Maura, Ricardo e os candidatos da extrema esquerda.

Veja, deixei propositalmente de fora os nomes de Roberto Rocha e de Eduardo Braide, como possíveis candidatos a governador, porque é bem aqui que acredito, pode estar a solução para a eleição de 2018 no Maranhão.

Imaginem o PSDB tendo como candidato a governador o jovem deputado Eduardo Braide, com chances reais de suplantar aquela marca de 20% estabelecida anteriormente para este partido nas próximas eleições. Quem sabe até superando os 25% do PMDB de Roseana e consequentemente indo para o segundo turno contra um Flávio Dino desmoralizado e enfraquecido!…

Imaginem todas as forças políticas de oposição ao atual governo, somadas a alguns que certamente debandarão do covil comunista quando sentirem a derrota se aproximar!…

É neste momento que o título deste artigo se justifica! Somente Roberto Rocha e seu PSDB, tem a possibilidade de nos oferecer um futuro melhor!

Se Braide e/ou Roseana não forem candidatos a governador, Flávio vencerá a eleição no primeiro turno e seu segundo mandato será ainda mais cheio de perseguição que o primeiro!

Há também a possibilidade de chamar o DEM para uma coligação trazendo a candidatura de Zé Reinaldo ao Senado. Caso o DEM não queira juntar-se a este projeto, que vá apenas o candidato, que assim terá reais chances de eleição, eliminando a possibilidade de Flávio Dino eleger algum senador nestas eleições.

Este é um momento muito delicado, onde um político tem que pensar na melhor forma de subir de patamar e passar a ser reconhecido por todos como um verdadeiro líder. É disso que o Maranhão precisa! Alguém capaz de abrir mão de um projeto pessoal em nome de um projeto coletivo. Líder é hoje um artigo de luxo que está em falta no mercado.

As ações aqui propostas por mim devem ser implementadas por um grupo maior que possa ter objetivos comuns, entre eles o de vencer a eleição de governador em 2018, e em minha modesta opinião, Roberto Rocha é uma das três peças fundamentais neste tabuleiro de xadrez político, sendo o único que tem algo palpável para oferecer: O partido que deverá eleger o próximo presidente da republica.

 

PS: Apenas para motivar ainda mais as especulações, imagine que para a vaga de vice-governador e as duas vagas de suplente de senador, possam ser escolhidos, Luís Rocha Neto, Ribamar Cunha Filho e Hilton Gonçalo! (A citação dos nomes não guardam necessariamente respectividade com a ordem dos cargos citados).

7 comentários »

Beco sem Saída

0comentário

Durante muito tempo a esquerda brasileira, em seu afã de implementar por aqui o regime comunista, usou de forma indiscriminada e sem nenhum critério a teoria da hegemonia cultural desenvolvida pelo filósofo, jornalista, crítico literário e político italiano, Antonio Gramsci.

Uma das coisas pensadas pelos esquerdopatas brasileiros que desde sempre dominavam as universidades e ganharam as escolas e instituições, mesmo as governamentais, para levar adiante, de maneira nociva ao nosso país, a disseminação do comunismo, através do gramschismo, foi a forma de analisarem e encararem a criminalidade.

Eles resolveram que a criminalidade e a violência eram resultado única e exclusivamente da desigualdade social que campeava em nosso país, um subproduto da falta de liberdade democrática e de um estado realmente republicano. Essa era como sempre uma posição cômoda para quem, estando fora do poder, ansiava por se aquartelar nele por tempo semelhante àquele que os teóricos do nazismo também pretendiam, algo em torno de mil anos.

A desconstrução da sociedade, de maneira geral, o enfraquecimento das instituições, começando pela família, infiltrados que estavam na Academia e depois através dos professores lá formados, nas escolas, o aparelhamento de grande parte da igreja católica, pois em tese os ensinamentos de Jesus são idênticos aos preceitos comunistas, excetuando-se o fato de que Jesus era antes de qualquer coisa um ser tolerante, que respeitava as diferenças por mais antagônicas que fossem, enquanto o comunismo necessita de um extremado sectarismo e de um exacerbado maniqueísmo, pois se ele conviver com a liberdade e a diversidade, perde completamente sua força, devido à automática comparação que as pessoas farão entre uma forma e outra de agir, ficando claro e patente que a forma comunista é um engodo que pode, por algum tempo, nos envolver e nos cegar, mas que depois se prova um desastre.

Pois é!… Dito isso, resta analisar o que está acontecendo na cidade que já não é maravilhosa há muito tempo, desde que o crime organizado e generalizado tomou conta, de um lado das comunidades mais carentes e de outro da política institucionalizada.

Gestores públicos presos ou sofrendo processos. Marginais dominando bairros inteiros, transformando o Rio de Janeiro em uma Mossul!

O governo federal, acusado por estes mesmos esquerdistas de ilegítimo, intervém na segurança do estado do Rio e logicamente não tem o apoio destes nesta ação que, se não é a melhor, é a única que pode ser executada, sem que se fira o regime democrático e o regime republicano, coisas hoje tão fortes em nosso país que tivemos as escolas de samba vencedoras do carnaval da mesma sitiada cidade do Rio de Janeiro, apresentando enredos sobre a corrupção institucionalizada nos 14 anos de governo do PT e a abominada reforma da previdência!

Resumo da ópera! Como está não pode continuar! Alguma coisa precisa ser feita. Ninguém tem certeza qual é o melhor caminho! Há quem defenda que em casos como estes, os direitos civis dos envolvidos em crimes de tráfico de drogas e armas, assaltos, assassinato e outros correlatos devem ser suspensos. Por outro lado, há quem veja nisso a possibilidade de, neste intento serem atingidas pessoas que não tenham nenhum envolvimento com o crime organizado.

A verdade é que há uma guerra sendo travada nas ruas e nas comunidades do Rio de Janeiro e como tal, como uma Guerra, esta situação deve ser enfrentada.

Existem seis coisas fundamentais que o estado deve garantir para seus cidadãos e contribuintes: saúde, educação, segurança, saneamento básico, transporte e liberdade democrática. O estado brasileiro, em seus três níveis, não oferece nada disso e talvez, neste momento seja preciso priorizar um destes itens para garantir, no futuro, a existência dos demais.

Se isso aqui fosse uma redação do ENEM, eu tiraria zero, pois não tem a tal da sugestão de uma solução para o caso abordado. O pior é que ninguém tem uma solução para este caso… Ainda!…

 

sem comentário »

Reencontro com uma bela dama

2comentários

     Há 10 anos eu fui assistir a uma peça de teatro em São Paulo para analisar a performance de uma atriz que me fora indicada para protagonizar o meu primeiro filme, “Pelo Ouvido. Tratava-se de Amanda Acosta, cantora e atriz que estrelava o musical “My Fair Lady” e que quando criança fizera sucesso como a voz feminina do grupo “Trem da Alegria”.

“Minha Bela Dama” conta a história de um professor de fonética esnobe e preconceituoso que, por causa de uma aposta, transforma a vendedora de flores Eliza Dolittle em uma lady. Eu já conhecia a história do cinema, quando Eliza foi imortalizada pela maravilhosa Audrey Hepburn, tendo Rex Harrison como o fleumático professor Higgins.

Ao final do espetáculo, abismado pela montagem, digna da Broadway, fui aos bastidores conhecer Amanda. Já havia mandado para ela o roteiro do filme e ela havia se interessado, mas disse que só decidiria se falasse comigo pessoalmente, pois queria me fazer uma única pergunta. Eu, curioso, fui até lá, mais para saber que pergunta era essa, pois também tinha em mente outros nomes para o papel, entre eles o de Branca Messina.

Fomos jantar e a pergunta surgiu normalmente: “No fundo, no fundo, esse seu filme é sobre amor ou sobre sexo?” Fiquei aliviado, pois foi fácil explicar a ela que minha intenção ao escrever a história que deu origem ao roteiro de “Pelo Ouvido” foi falar de um amor que como tal, tem um forte componente sexual, porém, mais que isso, é um filme que fala de uma condição inata das mulheres e das pessoas de um modo geral. O fato delas e de todos nós gostarmos e precisarmos ouvir coisas que lhe causem boas sensações e prazer, seja um poema, um recado carinhoso na secretária eletrônica, uma música, uma declaração de amor ou até um arfar ofegante de excitação e volúpia ao telefone. Amanda ouviu atentamente tudo o que eu expliquei sobre minha visão do filme, e um tanto emocionada, aceitou ser a minha Keitey.

Mas, nada disso importa tanto agora. O que importa é que 10 anos após conhecer Amanda Acosta, 10 anos depois dela ter aceitado encarnar o papel de Keity em “Pelo Ouvido”, 10 anos após nosso filme ter feito sucesso, participado de mais de 120 festivais pelo mundo afora e ganhado mais de 20 prêmios, reencontrei Amanda novamente em um teatro, mais uma vez estrelando um musical, agora em homenagem a uma das mais importantes personalidades artísticas de nosso país: Abigail Izquierdo Ferreira ou simplesmente Bibi!

O que importa é que essa extraordinária atriz continua num crescendo vertiginoso em sua carreira, que agora dá voz e movimentos a uma deusa do nosso teatro, chamada Bibi Ferreira, a quem todos tem obrigação de conhecer e de cultuar.

A vida de Bibi se confunde com a história do teatro brasileiro. Filha de um dos maiores atores que já pisaram em um palco, ela herdou do pai o talento e o multiplicou por mil, pois também como produtora e diretora, nos deu peças das quais jamais nos esqueceremos, pois elas entraram nos roteiros de nossas vidas e suas musicas passaram a fazer parte de nossas trilhas sonoras, como dizem os jovens de hoje, de nosso spotify.

A montagem de “Bibi, uma vida em musical” é soberba e impecável. As músicas escolhidas para contar a trajetória do personagem são tão precisas que até mesmo aquelas que não fizeram parte de seu repertório, como uma modinha de Noel Rosa cantada no início da peça, casa como uma luva em uma delicada mão, como a de Amanda ou de Bibi. Inclusive, algumas vezes me peguei boquiaberto com o fato da primeira ter absorvido completamente o gestual, o sotaque quebradiço e agudo da segunda, que cheguei a me emocionar. O mesmo ocorre com o ator que faz Procópio.

Destaque para o conciso porém, bastante detalhado roteiro e a direção bem marcada, feita por quem conhece o segredo do tempo teatral dos musicais, além de uma produção rica como deve ser a de um musical feito com profissionalismo, isso sem comentar sobre a luz, o figurino, o cenário, a coreografia… Tudo perfeito!…

Depois do espetáculo ficamos, eu e Jacira, esperando Amanda sair do camarim para darmos um abraço nela. Foi muito bom revê-la! Aproveitei para convidá-la para participar do meu primeiro longametragem de ficção que em breve estaremos produzindo. Ela aceitou.

Aquela noite havia sido perfeita. Uma bela peça de teatro, um reencontro com alguém que me é caro, a lembrança de coisas boas de minha história, na companhia da mulher que amo…

Só tenho que agradecer!

2 comentários »

A importância do planejamento, da arquitetura e da diplomacia na arte da política.

3comentários

O planejamento, a arquitetura e a diplomacia são dentre as diversas áreas da política aquelas com as quais eu sempre me identifiquei. Isso não significa que eu necessariamente seja bom nesses quesitos, na verdade eles são apenas aqueles os quais eu mais me interesso, sendo que outros como as ações eleitorais propriamente ditas são aquelas que eu me identifico menos, pois é exatamente nelas que ocorrem os desvios de conduta que transformam a política em um jogo de difícil aceitação para pessoas decentes.

No Maranhão sempre existiram grandes mestres da arte da política, entre eles, para citar apenas alguns, relaciono, Sotero dos Reis, João Lisboa, Ana Jansen, Urbano Santos, Benedito Leite, Magalhães de Almeida, Vitorino Freire, Clodomir Milet e José Sarney.

Com a posse do governador Flávio Dino em 2015, o Maranhão passou a ter um novo líder, que tem a grande ambição de se incluir na lista acima. Missão difícil!

Mas falemos das grandes ações de planejamento, de arquitetura e de diplomacia que o ano de 2018 poderá, ou não, nos proporcionar.

A montagem das chapas sempre foi crucial para que uma eleição possa ser mais ou menos difícil. Nelas sempre se procura mesclar força política com capacidade eleitoral e estrutura física de campanha, ou seja, candidatos que possam compartir seus potenciais para que eles se multipliquem em apoiamentos e consequentemente em votos.

Esse ano, a grande quantidade de candidatos a senador em busca de uma das duas vagas postas em disputa está tirando o sono do governador e de seus asseclas.  Esse planejamento precisa ser feito com precisão. O arquiteto tem que garantir que essa construção além de bonita seja forte, funcional e possibilite a vitória.

Há um dilema da liderança que sempre pega alguns desavisados pelo rabo e os deixa sem saber se devem seguir os anseios de seus liderados ou se devem desenhar uma rota para que eles a trilhem. O autoritário escolhe a segunda opção, o fraco simplesmente curva-se aos gritos da turba, mas é o sábio quem melhor se coloca em cena, ouve os anseios dos seus amigos, discute as melhores ações e traça com eles a rota a ser seguida.

No Maranhão, infelizmente, faz muitos anos, não temos um líder sábio e quando o tivemos foi em algum episódio específico.

Como num tabuleiro de xadrez as peças estão postas e os jogadores as movimentam como acham que devem. Em batalha, a vantagem é sempre de quem está no terreno mais alto, neste caso, quem está no poder. É por isso que se costuma dizer que se este jogador não cometer muitos erros e se os erros que cometer não forem decisivos, a vitória deverá sorrir-lhe no final.

Ocorre que o quadro político maranhense nunca esteve tão conturbado, isso graças à opção que o atual governo fez pelo estilo universitário de fazer política, o que acaba acarretando muitos erros, sendo que alguns graves.

Tendo escolhido Weverton Rocha como seu primeiro candidato ao senado, Flávio Dino faz com que Zé Reinaldo, Waldir Maranhão, Eliziane Gama, Márcio Jardim, dentre outros, se acotovelem na disputa da segunda vaga, o que deixa a todos insatisfeitos.

Neste cenário, um bom estrategista recomendaria à oposição uma ação efetiva de cooptação de Zé Reinaldo, coisa que seria decisiva para fazer a balança pender em desfavor do governo.

Algum dos candidatos a governador da oposição deveria escolher Zé Reinaldo, filiá-lo a um partido importante ligado ao governador, e trazê-los para suas fileiras, quem sabe fazendo uma negociação de apoio com um dos candidatos de seu grupo já lançado ao senado.

Comentei a possibilidade dessa ação nas redes sociais e soube recentemente que um antídoto eficiente para esse “veneno” já foi providenciado. O governo teria negociado a entrada do correto secretário de educação Felipe Camarão, no DEM, partido pelo qual Zé Reinaldo pretende concorrer ao senado. Com essa ação Flávio Dino golpeia decisivamente Zé Reinaldo, exatamente o governador que em 2006, foi o responsável direto pela eleição do então candidato a deputado federal Flávio Dino. Na política, ingratidão é moeda de pagamento.

A entrada de Felipe no DEM teria dois possíveis objetivos, aquinhoar o DEM com espaço de poder no governo, coisa da qual desconfio categoricamente, e quem sabe viabilizar o nome de Felipe para ser vice de Flávio, fato que sacramentaria o descarte definitivo de Zé Reinaldo.

No que diz respeito a ações de planejamento e arquitetura política, nelas não há algo de bom ou de mau, de bonito ou de feio. As coisas da política, nestes casos, são avaliadas por sua necessidade ou não, por sua eficiência, eficácia e efetividade ou não. É neste momento que aparece a outra arma da política que eu aprecio e tento exercitar, a diplomacia, capaz de minorar os impactos negativos do planejamento, nem sempre bem aceito, e da arquitetura, nem sempre aplaudida.

3 comentários »

Viva! A vida é uma festa.

2comentários

O que faria um homem de 58 anos remarcar todos os seus compromissos de uma tarde de quinta-feira para ir assistir a um filme musical infantil em animação, e ainda por cima no insuportável sistema 3D!?

Os mais atentos poderiam pensar que isso seria coisa de neto, pois neto faz avô fazer coisas que até Deus duvida! Mas não foi neto. Fui assistir a esse filme porque minha filha pediu que eu fosse, e ela já fez 29 anos em dezembro passado.

Mas você se perguntaria o porquê de uma mulher pedir ao pai que vá assistir a um filme infantil!? Eu explico! É que ela resolveu que juntos deveríamos compartilhar com as pessoas, através de um blog criado por ela, as sensações que nos acomete ao assistir a alguns filmes.

Desde muito pequenina levei minha filha ao cinema. Transmiti a ela o vírus do audiovisual e ela, infectada, passou a trabalhar com fotografia, música e agora parece que vai se embrenhar também pelo cinema.

O primeiro filme que eu e Laila combinamos de comentar (na verdade foi ela quem exigiu que fosse este) foi a tal animação da quinta-feira passada, quando eu era o único adulto desacompanhado de crianças presente à sessão das 17 horas.

Dito isso, passemos ao filme… Mas antes me deixe explicar que eu assisto a qualquer tipo de filme, só não gosto muito de filmes de terror. Medo é algo que não me atrai. Adoro animação e não me acho infantilizado por isso. Dentre as técnicas que se apropriam da fantasia, a mais simples e completa é a animação infantil. O que é capaz de sensibilizar uma criança, um ser puro e ainda sem os preconceitos ou as limitações impostas pela sociedade, derrete o coração do mais impiedoso vilão da DC ou da Marvel.

O filme conta a história de Miguel, um mexicanozinho cuja família odiava música porque sua matriarca havia sido abandonada por um mariachi com quem fora casada.

A história narra a luta de Miguel para realizar o seu sonho de ser músico, menos pelo fato de seu avô ter sido um, mais pelo fato da música encher de prazer e alegria seu coração e sua mente.

A família tenta impedir a todo custo “Mig” de realizar o seu sonho.

No México, o feriado mais importante é o dia dos mortos. A celebração de origem indígena que honra os falecidos no dia 2 de novembro, começa na verdade no dia 31 de outubro, que coincide com o Dia das Bruxas, comemorado principalmente nos Estados Unidos. O dia dos mortos é uma data tradicional do calendário católico, conhecido como Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Todos os Santos.

O certo é que o filme, no fundo no fundo, trata de diversos assuntos que eu não conseguiria aprofundar em uma crônica de jornal (leia o Blogwww.paiefilha01filmepordia.tumblr.com para saber mais).

Em meio às idas e vindas e graças às crendices sobre o dia dos mortos, Miguel acaba desvendando o mistério que cercava a história do desgosto de sua família com a música e consegue fazer com que sejam superados os mal entendidos que muitas vezes distancia as pessoas.

“Viva” é uma elegia ao amor familiar, ao respeito aos mais velhos e às tradições, à busca da realização de nossos sonhos…

Mas há neste filme uma coisa que me comoveu profundamente. É o fato de que o ritual de colocar uma fotografia de um ente querido já falecido em um altar, no dia dos mortos, garante ao falecido a vida eterna, na lembrança daqueles que o amavam… O amam, pois o amor não morre com a morte física!

O fato de hoje eu trabalhar primordialmente com o resgate e a preservação da memória maranhense fez com que me sentisse, de certa forma, como um instrumento quase mexicano do dia dos mortos.

Ao sair do cinema alguém soprou esta frase ao meu ouvido: Lembrar me garante que vivi. Ter vivido me garante que serei lembrado.

 

 

PS: Vá ao cinema! Assista a filmes em casa! Essa atividade faz com que todos nós possamos crescer e melhorar.

 

2 comentários »

Um pouco sobre Zé Louzeiro

0comentário

Vou tentar resumir, sem deixar de narrar as passagens mais relevantes de minha convivência com José de Jesus Louzeiro, ele que foi pioneiro dos romances reportagens no gênero policial no Brasil, autor de livros que serviram de base para que ele mesmo desenvolvesse os roteiros de filmes que marcaram o cinema nacional no final dos anos de 1970 e começo da década de 1980, com “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia” e “Pixote, a lei do mais fraco”.

Conheci Louzeiro no Rio de Janeiro. Fui até lá exclusivamente para conhecê-lo. Havia dois anos que “Pixote” fora lançado e eu queria conhecer o maranhense que havia escrito o livro e o adaptara para o cinema. Naquela época fazíamos a “Revista Guarnicê” e falar com Louzeiro renderia uma boa matéria.

Ele me recebeu em seu apartamento, em Laranjeiras. Cheguei lá por volta de 10 da manhã. Tivemos imediata empatia um com o outro. Como ludovicences apaixonados, São Luís foi um dos nossos assuntos recorrentes. Como cinéfilos contumazes, filmes antigos foram referências constantes em nossa conversa. Eu que era deputado pelo PDS, descobri nele um militante de esquerda com senso crítico apurado, coisa rara de se encontrar. Amigo pessoal de Neiva Moreira e de Leonel Brizola, tinha predileção pelo PDT, apesar de se dizer do “partidão”.

Por volta do meio dia, Zé me convidou para almoçar. Pensei que comeríamos em sua casa, mas ele quis me levar em um de seus restaurantes favoritos, o bom e velho “Lamas”, restaurante tradicional, fundado em 1874. Este passou a ser o nosso ponto de almoço, todas as vezes que nos encontrávamos no Rio.

Voltamos para seu apartamento e continuamos nossa conversa que versou por toda a paleta de cores da atividade humana. Falamos sobre quase tudo. Por volta das quatro da tarde, ele me convidou a ir a um cinema no Largo do Machado, pois às 17 horas, naquele dia “Pixote” iria ser exibido e a renda seria revertida para uma instituição de menores carentes.

Antes da sessão ele fez questão de me levar em um boteco próximo ao cinema para tomar um café e lá ele me deu uma verdadeira aula de observação dos tipos mais curiosos daquele habitat. O apontador do jogo do bicho, seu segurança, a prostituta vespertina, o traficantezinho de quinta categoria afugentado pelo dono da boca de fumo da região, o batedor de carteira… Esse era seu conhecido e ele o chamou para perguntar se ele se atrevia a tentar bater a minha carteira, ao que o meliante respondeu sem nenhuma cerimônia: “Seu Zé, só se eu tivesse com um ferro! Um sujeito desse tamanho, se me pega eu tô morto!”. Louzeiro mandou o atendente dar ao meliante um salgado e um suco e o despachou.

Aquela foi apenas a primeira vez que o encontrei. Dali por diante eu o escolhi como meu guru e mestre.

Agnóstico como eu, Louzeiro cultivava uma espécie de fé pessoal nas pessoas e nos grandes mestres da humanidade, por isso era na sua essência um verdadeiro humanista.

Muitas foram as vezes em que nos encontramos no Rio ou mesmo em São Luís, na casa de sua eterna professora Maria Freitas e de sua filha Marita, sempre na companhia de amigos queridos como Jesus Santos, Ivan Sarney e Eliezer Moreira.

Em 1987, quando eu era deputado federal constituinte, fui o relator do projeto do também deputado Amaral Neto que pretendia estabelecer a pena de morte no Brasil. Precisando de ajuda para enfrentar o maior repórter da TV brasileira de então, convoquei Louzeiro, não apenas por ser repórter de polícia, presidente do Sindicado de Escritores do Rio de Janeiro, mas por ser autor de obras de repercussão mundial sobre a violência e a criminalidade brasileira. Seu depoimento na Comissão de Direitos e Garantias Individuais foi decisivo para embasar o meu parecer contrário à pena de morte.

Poucos anos mais tarde, ao vir a São Luís, foi Louzeiro quem primeiro lançou a ideia de implantarmos aqui um Polo de Cinema, este mesmo que hoje colhe os frutos do trabalho de gente tão boa quanto Arturo Saboia, Fred Machado, Breno Ferreira, Leandro Guterres e Breno Nina, dentre outros.

Minha amizade com Louzeiro foi coroada quando o convidei para ser o membro da Academia Maranhense de Letras que faria o discurso de recepção da Casa, no dia de minha posse nela. Ele, mesmo já bastante debilitado pelos problemas resultantes do diabetes, foi impecável, como sempre.

Para mim e para aqueles que o amavam, Louzeiro não morreu, pois sua vida está retratada fielmente em sua obra imortal.

 

PS: No link abaixo você pode assistir a um documentário que o Museu da Memória Audiovisual do Maranhão fez sobre Zé Louzeiro.

https://www.youtube.com/watch?v=PiTX49XyzNU&list=PL1CRSF1DLcjxHIc5CEin-yqte-0EhOApp&index=9

 

sem comentário »

A verdadeira história por detrás da não nomeação de Pedro Fernandes para ministro

8comentários

A verdadeira história por detrás da não nomeação de Pedro Fernandes para ministro

Pedro Fernandes se elegeu vereador de São Luís em 1992, vaga que antes era ocupada por seu irmão, Manoel Ribeiro, que foi inclusive presidente da Câmara Municipal da capital, e naquele momento era deputado estadual, e iniciava ali sua brilhante trajetória política.

Mas essa história remonta mesmo os idos do ano de 1993! Tudo começou quando impuseram aos deputados e à Assembleia Legislativa do Maranhão, durante 10 anos, o nome de Manoel Ribeiro como presidente do legislativo estadual. Uma hora os nossos erros voltam para nos assombrar!

Em 1998, depois de duas eleições consecutivas de Manoel como presidente da ALM, Pedro disputa e ganha um mandato de deputado federal, cargo que ocupará por cinco mandatos sucessivos, até que, sabiamente, passará o bastão para seu filho, Pedro Lucas, em 2019.

Até aí tudo está certo, translúcido e completamente bem explicado e entendido.

Os Ribeiros sempre foram aliados do grupo liderado por José Sarney, mesmo que o mando deste grupo tenha sido exercido por sua filha Roseana nos 14 anos em que ela foi governadora do Maranhão.

Para Roseana era muito cômodo que Manoel Ribeiro controlasse a Assembleia Legislativa e os deputados, para isso deu a ele todo o poder necessário para tanto.

Pedro Fernandes sempre foi reconhecidamente um político mais bem preparado que seu irmão mais velho e logo impôs um estilo próprio. Engenheiro, bem versado e mais culto que o irmão, era tecnicamente mais capaz de assumir tarefas burocráticas. Já Manoel, passado na casca do alho, sempre foi um político mais arguto, mais afeito ao jogo dos bastidores da política. Era indiscutivelmente aquilo que se chama de uma raposa felpuda da política maranhense de seu tempo.

Quatro momentos da trajetória de Pedro Fernandes foram os pontos altos de sua vida pública. Quando se elegeu vereador, foi um excelente vereador. Quando se elegeu Deputado e novamente teve boa atuação. Quando foi indicado secretário de Educação por Roseana Sarney e agora quando teve seu nome indicado para ser ministro do trabalho.

A política é um sacerdócio. Uma ocupação parecida com a dos homens que dedicam sua vida a Deus. Os médicos de antigamente tinham essa mesma característica. Dedicavam-se à sua função de corpo e alma. Na política deve ser assim. Se você não se dedicar integralmente a ela, ela lhe falta. Se bem que para ter sucesso em qualquer setor essa máxima se aplica.

Quando a direção nacional do PTB indicou o nome de Pedro Fernandes para ministro do trabalho, o fez por ver nele um quadro capaz de desenvolver o trabalho de sustentação que o partido precisava para suas políticas. Ocorre que Pedro deveria primeiro fazer o dever de casa e ele não fez!

Aprende-se cedo na política que atitudes falam mais alto que o som de nossa voz. Sabendo da amizade de Zé Sarney com o Presidente Temer, Fernandes tinha obrigação de saber que o presidente da República pelo menos consultaria o ex-presidente, líder inconteste do estado do futuro ministro, sobre o fato de indicar um político de seu estado, sabidamente seu amigo, para um cargo tão importante, ainda mais pelo fato desse amigo estar vinculado a um adversário não só do ex-presidente, mas a alguém que recorrentemente chama Temer de golpista e ilegítimo!

Ora bolas, é ter muito pouca capacidade de entendimento do cenário político! Como é possível querermos que as coisas venham a acontecer como se deseja, trabalhando no sentido contrário!?

Já que Fernandes está agora alinhado a um governador, adversário do homem que vai nomeá-lo, o certo a fazer neste caso, deveria ser, de comum acordo com o governador, estabelecer que o mais importante neste momento seria garantir sua nomeação, coisa que seria bom para todo mundo. Todo mundo mesmo! Não dá para apagar incêndio com gasolina. Numa situação dessas o velho Manoel se sairia muitíssimo bem, já Pedro não é tão bom nisso.

Ao tentar demonstrar uma lealdade subserviente ao governador, Pedro pediu para não ser nomeado Ministro. Lealdade é a maior das qualidades de um político, desde que ela não seja capachilda, desde que ela aconteça de maneira livre e independente, caso contrário é pura dependência, imposição.

Tenho certeza que Zé Sarney não foi consultado pelo PTB ou pelo presidente Temer sobre a indicação de Pedro Fernandes para o ministério. Estive com Sarney no dia da indicação e ele comentou comigo que seria uma coisa muito boa para o Maranhão ter dois ministros novamente, ainda mais sendo Pedro.

Tenho certeza que ele não pegou o telefone para vetar o nome de Fernandes. O que ocorreu é que as declarações atabalhoadas de Pedro e as repercussões delas, muitas de forma bastante maldosa, aproveitando-se da inabilidade do deputado neste caso, fizeram não só Temer, mas o próprio PTB nacional repensar a indicação. Dar um ministro para um adversário, em meio a uma batalha política como a das reformas e a condução do país em meio a toda essa crise, é uma temeridade.

Pedro deveria ter ficado calado, consolidado seu nome e esperado ser nomeado. Não precisava trair Flávio Dino, só não podia ser subserviente a ele. Este fato prejudicou inclusive o próprio governador do Maranhão, que acabou não tendo um ministro ligado a si!

Depois do caldo derramado resolveram fazer o que os políticos fazem toda vez que não têm coragem de reconhecer seus erros: “Isso é coisa do Sarney!”

Não meto a minha mão no fogo por Zé Sarney, exatamente por saber que ele é o maior e o melhor político, mesmo sem mandato eletivo, ainda em plena atividade no Brasil, mas posso garantir que a maioria das coisas que as pessoas atribuem a ele, é obra da incapacidade das próprias pessoas de fazerem o que devem ou pelo fato de terem feito o que não deveriam.

Com perdão da má comparação, acontece em relação a Sarney a mesma coisa que acontece em relação a Deus e ao Diabo. Grande parte dos milagres creditados a Deus e dos flagelos debitados ao Diabo, ocorrem por obra e graça da nossa incapacidade de fazer o que deveríamos.

 

PS1: Depois de reler e revisar o texto acima, cheguei a conclusão que não vai adiantar que se diga e até mesmo que se prove que Sarney não vetou o nome de Pedro Fernandes, pois muitas pessoas não vão acreditar nisso. Porém uma coisa é certa, se Pedro Fernandes tivesse agido de outra maneira, da forma politicamente correta, uma hora dessas, ele seria ministro do trabalho.

PS2: Já imaginaram se o PTB nacional, comandado por Roberto Jeferson, que detesta Flávio Dino e o PC do B, obrigasse o partido no Maranhão a não se coligar com o governador!? Pedro Fernandes estaria no mato sem cachorro, pois a uma altura dessas o grupo Sarney não o receberia de volta!

PS3: A sobrevivência política de Pedro Fernandes e a eleição de seu filho, o promissor Pedro Lucas, independe de sua vinculação com esse ou aquele grupo político, comandado por este ou aquele cacique, seja ele detentor efetivo do poder formal ou não.

PS4: Acabei de lembrar do que minha mãe me dizia, quando eu era ainda bem pequeno: “Dizes com quem andas, que te direi quem és”.

8 comentários »

Carta para Theo

1comentário

Nem imagino quantos anos você terá no momento em que estiver lendo esta carta! Só espero que você já tenha maturidade suficiente para entender a mensagem contida nestas palavras, arrumadas por mim assim, desta maneira.

Em que pese você me chamar tão carinhosa e amorosamente de vovô, não temos nenhum vínculo sanguíneo, mas nossa relação extrapola corpo e sangue, e é exatamente por causa de uma história que envolve corpo e sangue que lhe escrevo esta carta.

No dia do seu batizado, você já tinha um ano e oito meses, eu senti algo muito profundo, uma emoção avassaladora, algo que me secou a garganta, disparou meu coração, encheu meus olhos d´água… Só minha sobrinha Pillar, uma pessoa hipersensível notou o que estava acontecendo comigo.

Padre Cláudio, grande amigo de minha mãe, oficiava a liturgia do batismo e você, como sempre, estava radiante! Eu costumava dizer que sua alegria e sua simpatia foram herdadas de um avô que em nada contribuiu em sua genética!

A cerimônia foi simples, como deveriam ser todas as cerimônias religiosas, de qualquer que fosse a fé. Cláudio, além de padre é psicólogo, e como tal sabe se comunicar e atingir seu objetivo, falando diretamente aos corações e às mentes das pessoas.

Tudo transcorreu na maior das perfeições, até que num dos rituais do batismo católico o sacerdote pede que os pais e os padrinhos respondam pela criança que está sendo batizada, no caso você, as perguntas que ele fará. Para as primeiras perguntas, as respostas devem ser “renuncio”. O padre faz perguntas claras e todas as respostas são plenamente satisfatórias, inclusive eu também respondi a elas, por você e por também mim! “Renuncio!”

Para a segunda bateria de perguntas, a respostas devem ser “creio”. Foi neste momento que a minha emoção que já estava aflorada, explodiu e transbordou.

A cada pergunta que Cláudio fazia para você, prontamente respondidas com “creio” por seus pais e padrinhos, o nó em minha garganta apertava ainda mais. Àquelas perguntas eu não pude responder…

Foram momentos de grande angústia para mim. Fiquei aflito… Mas ao olhar para o mural pintado na parede por detrás daquele altar, vi que havia a figura de Jesus sentado ao centro, ladeado por dois homens que logo identifiquei como sendo Marcus, que dá nome àquela igreja, e Pedro. Marcus, o mais jovem, à direita, trazia na mão um pergaminho e um leão às suas pernas. À esquerda, Pedro, aparecia carregando um cajado.

Repentinamente comecei a ouvir uma voz que pensei ser do próprio Jesus. A princípio imaginei que estava tendo um surto de esquizofrenia, mas esquizofrênicos não acham que o são! A voz era de minha razão! Vinha de minha consciência, me dizendo que o fato de eu não acreditar que Jesus tenha nascido de uma virgem, que depois de morto e sepultado ele ressuscitou e subiu ao céu, que pelo fato de não crer na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na ressurreição da carne ou na vida eterna, que nada disso impede que eu ame meu próximo como a mim mesmo, que eu seja piedoso, generoso, pacífico, que eu respeite as pessoas indistintamente… Que o fato de eu não acreditar nos dogmas dessa religião, me impede de seguir com alegria os ensinamentos de seu profeta!

Meu amado Theo! O fato é que em seu batizado, de certa forma, eu me rebatizei. Se não tive padrinho nem madrinha, não importa. Você foi o veículo para que eu, de uma vez por todas, entendesse e aceitasse a minha condição de seguidor incondicional dos ensinamentos de Jesus, mesmo que não me vincule a nenhuma igreja, de nenhuma denominação.

Ao final da cerimônia de seu batismo, fui até você que já estava dormindo no colo de seu pai, dei um beijo em sua cabecinha e lhe agradeci.

Depois fui até padre Cláudio, o abracei e chorei compulsivamente. Não consegui dizer-lhe uma só palavra, mas ele, sensível, entendeu e me confortou.

Ao sair da igreja de braço dado com minha mãe e mãe Teté, aquela voz voltou e me disse: “Aproveite todos os momentos que você puder do lado das pessoas que você ama, principalmente de suas mães”. Naquele momento eu não chorei, pois sabia que não tinha como lutar contra o tempo.

 

PS: Não importa que muitas outras pessoas tenham lido esta carta que lhe escrevi, antes de você! O que importa é que hoje você a está lendo, e espero que possa entender que mesmo não sendo seu avô de verdade, te amo como se fosse e que em seu batizado eu pude definitivamente aceitar minha condição de homem de pouca fé nas igrejas, mas com muita vontade de seguir os ensinamentos e os exemplos do homem Jesus.

 

1 comentário »
https://www.blogsoestado.com/joaquimhaickel/wp-admin/
Twitter Facebook RSS