Garrone e Eu

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Minha amizade com o jornalista Raimundo Garrone vem desde o início dos anos 80. Eu editava a Revista Guarnicê e ele ainda cursava jornalismo e fazia parte de um grupo de jovens poetas que se autodenominavam Os Párias, que constantemente publicavam seus poemas em nossa revista.

Politicamente eu e Garrone sempre estivemos em campos opostos, mas mantivemos uma boa relação, baseada em respeito e consideração.

Lembro de fatos interessantes na minha história com Garrone. Certa vez, o meu hoje confrade na Academia Maranhense de Letras, Felix Alberto Lima, juntamente com outras pessoas, promoveu uma oficina de contos e trouxe para ministrá-la o grande poeta Caio Fernando Abreu.

Fizeram aquele curso a fina flor da jovem intelectualidade ludovicense, na qual Garrone e eu, estávamos inseridos. No terceiro dia do curso, Caio pediu que cada um de nós levasse um conto de um grande escritor para lermos, analisarmos e trabalharmos nele, recriando a atmosfera literária do autor.

Levaram textos de Edgar Alan Poe, Machado de Assis, Dalton Trevisan, Lígia Fagundes Teles… Já eu, como sempre sofri o preconceito por ser um escritor burguês, um herdeiro, alguém cujo talento literário sempre era colocado em dúvida por eu ser político – naquela época já era deputado – resolvi pregar-lhes uma peça e apresentei como sendo do famoso cineasta, David Lynch, o conto Pelo Ouvido, que era na verdade de minha autoria. O certo é que ao ser lido, o conto foi aclamado por todos, elogiado como sendo uma obra genial, tendo a marca clara do estilo de seu autor. Serviu de exemplo de como se deve estruturar uma ideia de forma simples, colocando nela todos os ingredientes necessários para realizar uma obra icônica.

A complicação foi na hora de revelar que o conto não era de David Lynch, mas sim meu. Muita gente ficou indignada. O Caio não entendeu até que eu explicasse o bulling que eu sofria. Garrone foi um dos mais indignados, tendo escrito uma matéria de meia página no jornal O imparcial, sobre o ocorrido.

Lembro que só de “sacanagem” escrevi na semana seguinte, um artigo no jornal O Estado do Maranhão, contando a minha versão dos fatos, e pedi permissão para meu amigo José Louzeiro para publicar com o nome dele, apenas para demonstrar como o preconceito ideológico era uma coisa grave e deveria ser abominado e combatido.

Anos mais tarde, eu ainda deputado, criei as leis de incentivo ao esporte e à cultura, e Garrone era proponente de um projeto no dispositivo de fomento cultural.

Mesmo tendo o certificado que lhe permitia buscar o patrocínio para seu projeto, Garrone não conseguia. Falei com um grande amigo meu, alguém a quem Garrone não poupava críticas duras e ácidas, em muitos aspectos injustas, movido unicamente pelo posicionamento político-partidário. Pedi àquele amigo que arrumasse patrocínio para a Bandida, banda de carnaval que Garrone fazia para agitar as festividades momescas de nossa cidade.

Fiz com que aquele meu amigo visse que patrocinar uma atividade como a Bandida, de alguém que o atacava, só iria comprovar que a lei de incentivo viera para democratizar o espaço cultural, sem a utilização de viés político, que todos teriam acesso àquele dispositivo e que os melhores e mais capacitados iriam ser automaticamente diferenciados e preferidos pelos patrocinadores, como era o caso da Bandida. E assim foi feito. A Bandida foi patrocinada por esse meu amigo durante muitos carnavais.

Hoje, secretário de Comunicação do município, destinei mídia para publicação de banner de propaganda da Prefeitura de São Luís em alguns blogs e tenho sofrido críticas por parte de alguns jornalistas, pelo fato de eu ter autorizado a contratação do Blog do Garrone, jornalista que sempre se posicionou contra o prefeito Braide, a quem critica por motivos meramente político-partidários, sem jamais reconhecer as coisas boas que a sua gestão tem feito em benefício da cidade e de seu povo.

A minha resposta a quem critica o que fiz é simples e clara: Eu não pago por posicionamento editorial, nem de jornalista, nem de veículo, pago por mídia! Os leitores e a população sabem medir as ações das pessoas, tanto que elegeram Braide para ser seu prefeito. As minhas ações são medidas, primeiramente, por mim e estão sujeitas ao julgamento de todos, a única coisa que eu exijo é que este julgamento seja justo.

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Uma ideia frondosa

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Minha mãe costuma repetir constantemente uma frase: “Nasci para ser feliz”. Graças a Deus a felicidade se enamorou dela e nunca a abandonou. A frase de meu pai era outra: “O difícil se faz logo, o impossível demora um pouco mais”.

Eu sou mais conhecido como filho de Nagib, mas sempre fui muito mais filho de Clarice. Minha aparência e meu temperamento, herdei de meu pai, mas foi minha mãe quem esculpiu minha alma, para que eu pudesse, em paz, tratar de construir a minha mente.

Se minha mãe nasceu pra ser feliz, eu nasci para fazer e cultivar amigos e minha felicidade se deve principalmente ao fato de ter muitos e bons amigos verdadeiros, ser respeitado e querido por eles.

Falo da felicidade de ter amigos para falar da mensagem que recebi de uma das mulheres mais finas, elegantes e inteligentes de nossa terra. Ao final vocês saberão de quem se trata. Falo de minha gabolice travestida de felicidade por dizer que são poucos aqueles que recebem a atenção e o carinho de uma pessoa tão especial.

Leiam a carta!…

“Joaquim,

Você como secretário do Prefeito Braide é sinal de esperança, pela junção do homem realista com o homem sonhador. Parabéns a ambos.

Sei que você deve andar super ocupado, por isso vou dar rapidamente o meu recado. Na verdade, é um pedido. Poderia ser sobre “melhorar a educação e a saúde”, esses clássicos de qualquer plano de governo. Tudo isso vale e espero que a equipe administrativa do prefeito seja atuante e eficaz nestes setores, tão importantes quanto carentes.

Mas quero aqui me referir ao meio ambiente, mais especificamente às arvores. Se você puder e tiver alguma influência, estimule o dirigente da área a plantar milhares de árvores por toda nossa cidade e conclamar os demais prefeitos da ilha a fazerem o mesmo em seus municípios. Árvores frondosas que tragam beleza e sombra para nossa terra e nossa gente.

Os especialistas saberiam melhor que ninguém quais os tipos adequados à nossa região. Algumas tentativas de plantio já foram feitas anteriormente, poucas resistiram, talvez sem a devida manutenção e cuidado de que toda planta precisa.

É isso, Joaquim. Vamos cuidar da educação, da saúde, e outras áreas igualmente necessárias, mas vamos também trazer para nosso cotidiano um pouco de poesia, a beleza do verde associado à preservação do nosso ecossistema, tão ligado à ideia de vida.

Para finalizar, gostaria de acrescentar mais uma letra “E” na escalada de seus objetivos de governo: Êxito, para você e para o governo de Eduardo Braide.

Um abraço,

Eline”

Para os mais antigos que não ligaram o nome à pessoa, e para os mais jovens que não sabem de quem se trata, a Eline que assina essa mensagem, é a dona Eline Murad, mãe de minhas queridas amigas Maria Eugênia e Denise, viúva do dr. José Murad, ex-governador do Maranhão, médico que durante muitos anos foi presidente da Santa Casa de Misericórdia.

Dito isso gostaria de me dirigir a dona Eline, para, em primeiro lugar, agradecer em meu nome e em nome do prefeito Eduardo Braide, pelo carinho de sua mensagem e pelos votos de êxito. Em segundo, para dizer-lhe que continue nos mandando mensagens que nos sirvam de luz e guia. Em terceiro lugar, para garantir que manterei contato com meus colegas, cujas secretarias façam interface com esse relevante assunto, para que possamos também neste setor trabalharmos para fazermos de São Luís uma cidade melhor.

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Quando se perde um pedaço

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Já fazia muito tempo que não me sentia como me senti na noite da última terça-feira, dia 9. Senti-me desamparado. Como se me faltassem referências. O mais incrível é que a falta de referência não era em relação a mim, homem feito e refeito, passado dos 60, mas para o menino brincalhão e irrequieto que fui um dia.

Naquela noite senti, como se aquele Joaquim menino, tivesse perdido o rumo, o prumo, o leme, como se ele tivesse deixado de vivenciar todas aquelas maravilhosas coisas que acabariam por lhe fazer a pessoa que viria a ser com o passar do tempo.

Senti como se a fita VHS de minha vida estivesse sendo rebobinada em slow motion e tudo estivesse andando para trás e “desacontecendo”. Era como se minha vida, assim como acontecera, estivesse sendo apagada.

Sei que você, que me dá a honra de sua leitura, deve estar confuso. Confesso que eu também estou. Este já é o quarto texto que inicio na tentativa de comentar sobre a dor lacerante que senti. Uma dor que só poderia ser curada através das palavras que eu conseguisse colocar em um texto como este, que me servisse de analgésico, anestésico, barbitúrico.

Quando meu pai morreu, o chão cedeu. Eu precisei de muita força para me equilibrar, e só consegui porque muitas pessoas, na falta dele, passaram a depender de mim. A dificuldade que senti quando meu pai morreu, foi superada pela necessidade que tive de amparar as pessoas que continuavam vivas.

Na última terça-feira o peso caiu nas costas daquele Joaquim, menino de 10 anos, que estava começando a entender o mundo, e não nas costas do homem de 60 que já o conhece o suficiente para saber que estar atônito com a notícia da morte do “primo Stenio” era só a metade do problema. A outra metade seria consolar mãe Teté pela perda de outro irmão, num intervalo de apenas 30 dias.

Em fevereiro, mãe Teté perdeu Estelmo e sua esposa Maria das Graças, que nos deixaram, acometidos pela Covid-19. Em março, Stenio se foi, atropelado na porta de sua casa, no Anil.

Quando éramos crianças, eu, Jorge, Nagib e Celso, tínhamos uma vida muito parecida com a da maioria dos meninos de São Luís, mas havia uma diferença fundamental. Nós tínhamos um mentor, uma espécie de tutor, um sujeito que tendo 20 anos a mais, brincava conosco como se fosse um de nós. Não que ele fosse um “retardado”. Longe disso. Ele era “muito esperto”, segundo mãe Teté, nossa mãe de criação e irmã dele.

Stenio nos ensinou a jogar futebol de botão, dama, dominó, xadrez, buraco, pif-paf, pôquer. Fazíamos expedições exploratórias por lugares interessantes, como o Sítio do Físico, o Reservatório do Batatã, o Estreito dos Mosquitos. Acampávamos no Ingaúra, na Maioba, em Guarapiranga. Ele nos levava ao Lítero e ao Jaguarema. O que mais gostávamos, era de ir com ele ao circo e ao cinema. Era ele quem conseguia fazer com que Nagib entrasse nos cinemas para assistir filmes censurados para menores e foi com ele que assistimos alguns clássicos como “Rastros de ódio”, “Os canhões de Navarone”, “El Cid”, “Lawrence da Arábia”, “Spartacus” e “O homem que queria ser rei”, entre tantos outros.

Stenio esteve presente em quase todos os momentos importantes de nossas vidas, dos 6 aos 16 anos. Ele era álibi para coisas boas e para aquelas não tão boas que fazíamos.

Foi ele quem nos ensinou a dirigir; era ele que nos deixava pegar o carro de papai “emprestado”, para levarmos as empregadas dos vizinhos “para dar uma voltinha”; era ele quem arrumava as desculpas quando Jorge chegava tarde em casa.

Stenio Magalhaes Barros acabara de completar 81 anos e até já havia sido vacinado contra Covid-19.

Ele morreu. Nós não vamos mais vê-lo, mas ele continuará existindo enquanto nós tivermos capacidade de lembrar das aventuras que vivemos juntos, enquanto Jorge for capaz de contar para seu netinho Davi, que mãe Teté mandava que nós disséssemos a todos os nossos amigos que Stenio era nosso “primo”, para justificar a presença daquele sujeito tão mais velho que nós, no meio de nossas brincadeiras, alegrando e engrandecendo a nossa adolescência.

Ave Stenio, os que ficam não se esquecerão!…

Quando se perde um pedaço

Já fazia muito tempo que não me sentia como me senti na noite da última terça-feira, dia 9. Senti-me desamparado. Como se me faltassem referências. O mais incrível é que a falta de referência não era em relação a mim, homem feito e refeito, passado dos 60, mas para o menino brincalhão e irrequieto que fui um dia.

Naquela noite senti, como se aquele Joaquim menino, tivesse perdido o rumo, o prumo, o leme, como se ele tivesse deixado de vivenciar todas aquelas maravilhosas coisas que acabariam por lhe fazer a pessoa que viria a ser com o passar do tempo.

Senti como se a fita VHS de minha vida estivesse sendo rebobinada em slow motion e tudo estivesse andando para trás e “desacontecendo”. Era como se minha vida, assim como acontecera, estivesse sendo apagada.

Sei que você, que me dá a honra de sua leitura, deve estar confuso. Confesso que eu também estou. Este já é o quarto texto que inicio na tentativa de comentar sobre a dor lacerante que senti. Uma dor que só poderia ser curada através das palavras que eu conseguisse colocar em um texto como este, que me servisse de analgésico, anestésico, barbitúrico.

Quando meu pai morreu, o chão cedeu. Eu precisei de muita força para me equilibrar, e só consegui porque muitas pessoas, na falta dele, passaram a depender de mim. A dificuldade que senti quando meu pai morreu, foi superada pela necessidade que tive de amparar as pessoas que continuavam vivas.

Na última terça-feira o peso caiu nas costas daquele Joaquim, menino de 10 anos, que estava começando a entender o mundo, e não nas costas do homem de 60 que já o conhece o suficiente para saber que estar atônito com a notícia da morte do “primo Stenio” era só a metade do problema. A outra metade seria consolar mãe Teté pela perda de outro irmão, num intervalo de apenas 30 dias.

Em fevereiro, mãe Teté perdeu Estelmo e sua esposa Maria das Graças, que nos deixaram, acometidos pela Covid-19. Em março, Stenio se foi, atropelado na porta de sua casa, no Anil.

Quando éramos crianças, eu, Jorge, Nagib e Celso, tínhamos uma vida muito parecida com a da maioria dos meninos de São Luís, mas havia uma diferença fundamental. Nós tínhamos um mentor, uma espécie de tutor, um sujeito que tendo 20 anos a mais, brincava conosco como se fosse um de nós. Não que ele fosse um “retardado”. Longe disso. Ele era “muito esperto”, segundo mãe Teté, nossa mãe de criação e irmã dele.

Stenio nos ensinou a jogar futebol de botão, dama, dominó, xadrez, buraco, pif-paf, pôquer. Fazíamos expedições exploratórias por lugares interessantes, como o Sítio do Físico, o Reservatório do Batatã, o Estreito dos Mosquitos. Acampávamos no Ingaúra, na Maioba, em Guarapiranga. Ele nos levava ao Lítero e ao Jaguarema. O que mais gostávamos, era de ir com ele ao circo e ao cinema. Era ele quem conseguia fazer com que Nagib entrasse nos cinemas para assistir filmes censurados para menores e foi com ele que assistimos alguns clássicos como “Rastros de ódio”, “Os canhões de Navarone”, “El Cid”, “Lawrence da Arábia”, “Spartacus” e “O homem que queria ser rei”, entre tantos outros.

Stenio esteve presente em quase todos os momentos importantes de nossas vidas, dos 6 aos 16 anos. Ele era álibi para coisas boas e para aquelas não tão boas que fazíamos.

Foi ele quem nos ensinou a dirigir; era ele que nos deixava pegar o carro de papai “emprestado”, para levarmos as empregadas dos vizinhos “para dar uma voltinha”; era ele quem arrumava as desculpas quando Jorge chegava tarde em casa.

Stenio Magalhaes Barros acabara de completar 81 anos e até já havia sido vacinado contra Covid-19.

Ele morreu. Nós não vamos mais vê-lo, mas ele continuará existindo enquanto nós tivermos capacidade de lembrar das aventuras que vivemos juntos, enquanto Jorge for capaz de contar para seu netinho Davi, que mãe Teté mandava que nós disséssemos a todos os nossos amigos que Stenio era nosso “primo”, para justificar a presença daquele sujeito tão mais velho que nós, no meio de nossas brincadeiras, alegrando e engrandecendo a nossa adolescência.

Ave Stenio, os que ficam não se esquecerão!…

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O privilégio do erro

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Muito raramente eu começo um texto pelo título, como foi o caso deste. Normalmente eu acordo muito cedo e com a cabeça leve do descanso proporcionado pelo maravilhoso sono que lubrifica nossa mente, viro um verdadeiro receptáculo de ideias. Escolho-as como faço com os tomates na feira, separando os melhores e descartando os machucados.

Acordei com essa frase em minha mente, como se alguém a tivesse soprado em meu ouvido. Junto com ela veio um turbilhão de ideias que a respaldavam. Vieram exemplos pessoais e provenientes de observações de outras pessoas e outras situações.

Há um velho chavão, usado muitas vezes como mera e esfarrapada desculpa, que diz que “só erra quem faz”. Esta é uma verdade matemática e cartesiana, mas as vidas das pessoas não são sustentadas nem matemática, nem cartesianamente, elas têm aspectos, antropológicos, psicológicos, filosóficos e até fisiológicos que devem ser observados e levados em consideração. Dizer que só erra quem faz para meramente se defender de um erro, simples e banal, é algo asqueroso e covarde.

Já comentei em um texto publicado aqui, que dentre todos os verbos, aquele com o qual eu mais me identifico é o verbo fazer. Posso dizer, sem medo de errar, ou ser presunçoso, que este verbo me identifica e me define. Acho importantes os verbos ser, pensar, amar, e até mesmo o verbo ter, por que não!?… Mas dentre todos, aquele com o qual eu mais me identifico é o fazer.

Conheci alguns gestores públicos que diversas vezes devolveram verbas federais pelo fato de ser muito difícil e complicado a execução de projetos com esse tipo de recursos. Um verdadeiro absurdo! Bastava que o recurso fosse aplicado com todo rigor, que qualquer aplicação do dinheiro público deve e precisa ser aplicado. Obedecendo todos os preceitos legais e observando as normas que regem a gestão pública. Devolver verbas para os cofres da União pelo fato de que algo pode dar errado no uso dela é um dos “acertos” imperdoáveis.

Quando alguém diz “só erra quem faz” e o erro cometido é um erro honesto, sem dolo, este é um erro aceitável, proveniente não do aspecto matemático e cartesiano, raro nas vidas das pessoas, mas consequência daqueles outros aspectos mais humanos que citei anteriormente.

“O privilégio do erro honesto” seria o outro título que pensei em colocar neste texto, que não sei se chamo de artigo ou crônica, deste bate papo com você, meu querido leitor.

Quando penso no erro honesto, a primeira coisa que me vem à cabeça é um artilheiro com a bola na mão, se encaminhando para bater um pênalti. A pressão sobre ele. As arquibancadas lotadas. De um lado, os torcedores de seu time o aplaudindo, do outro, os adversários, o vaiando. Ele respira fundo, coloca a bola na marca da cal, dá quatro passos para trás e avança para a pelota… E perde o gol. Ele erra. Erra por alguma deficiência qualquer. Chutou fraco, no lugar errado… O certo é que ele errou, mas cometeu um erro honesto, pois ele fez tudo o que estava ao seu alcance para fazer o gol. Este é um erro, mas é plenamente perdoável.

Existem alguns ditados populares que nos perseguem. Vicente Mateus, presidente do Corinthians, uma figura folclórica do mundo futebolístico brasileiro, confundia os ditados. Há um que ficou famoso: “Quem tá na chuva é pra se queimar”. Mas pensando bem, é isso mesmo! Pois a obviedade de estar na chuva é sair molhado, nada muda na vida, mas a poderosa metáfora criada sem querer pelo comendador Vicente, traz em si todo o perigo que configura a nossa vida.

Eu nunca tive medo de errar, mas sempre que cometi algum erro, ou ainda quando os cometo, não tenho medo de reconhecê-lo. Quando ele afeta outras pessoas, a primeira coisa que faço é me desculpar, de forma direta e clara. Se um erro, que por acaso cometa, for passível de reparação, eu a faço imediatamente.

Penso que o erro deve ser encarado como a comprovação de nossa falibilidade, como a confirmação de nossa humanidade, certeza essa que se for bem entendida e aceita, nos liberta, possibilitando que busquemos cada dia mais fazermos as coisas certas.

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Um rápido balanço

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Como aceitei voltar a ocupar função pública, deixei de receber dezenas e passei a receber centenas de pedidos de emprego, coisa para a qual, devido à natureza de meu coração, não estou nem nunca estive preparado, pois sofro por não poder ajudar.

Meu saudoso pai ficou conhecido por ter sido durante 12 anos, nas gestões dos governadores Pedro Neiva, Nunes Freire e João Castelo, o político que mais distribuiu nomeações no Estado do Maranhão. Há quem diga que ultrapassou a casa das 10.000.

Ele nunca quis indicar um secretário de estado, nunca buscou um quinhão administrativo nos governos que apoiou, sempre deixou claro aos seus amigos governadores que desejava empregar as pessoas as quais representava, pois acreditava que o trabalho dava a elas a possibilidade de serem independentes, de poderem buscar a realização de seus destinos rumo à tão sonhada felicidade.

As leis atuais não permitem mais o que acontecia no tempo de meu pai. Emprego público agora só através de concurso ou dos poucos cargos comissionados, de confiança do gestor.

Já exerci antes função de secretário de Assuntos Políticos, de Educação e de Esportes do Estado do Maranhão, nas gestões de Edison Lobão e Roseana Sarney, e agora “estou” secretário de Comunicação da Prefeitura Municipal de São Luís, na gestão de Eduardo Braide, e vejo como as coisas estão mudadas, como o tempo e o amadurecimento transforma as pessoas, como eu mudei!

Aquilo que era sempre tão premente e urgente, agora é feito com mais suavidade e leveza. O que muitas vezes era feito com medo, por exigência da responsabilidade, agora é feito pela mesma exigência, mas com segurança e clareza. O apego que tinha à função e ao poder que emanava dela, se transformou em uma confortável convivência, com a certeza de que todo poder é temporário e que ele será maior à proporção que quem o detenha use-o de maneira parcimoniosa e sábia, tirando dele a importância e transferindo-a para as ações que implementa, sem jamais usurpá-lo, usando-o sempre em benefício das pessoas e da sociedade.

Quando fui chamado por Eduardo Braide para ir ao seu escritório, pensei que ele queria conversar comigo sobre quais nomes eu acreditava serem os melhores para compor sua equipe nas áreas de cultura, esporte, educação ou mesmo assuntos políticos, setores aos quais me dediquei durante toda minha vida pessoal e política. O convite para ser seu secretário de Comunicação, foi um choque pra mim, pois isso nunca havia passado por minha cabeça, e quem me conhece sabe que por minha cabeça passa muita coisa!…

Eu aceitei o cargo porque entendi que mais que secretário de Comunicação – e saibam que o jornalista Igor Almeida, que acompanha Eduardo já há bastante tempo, faz muito bem esse papel como meu adjunto – eu poderia ser um pedreiro, quem sabe até um mestre de obras na construção de uma nova fase da política maranhense, a partir da implantação de uma nova forma de gestão pública que vi e entendi que Eduardo deseja implantar em nossa terra. Pensei que pudesse ser um animador de um grupo jovem de gestores que pretendem modificar a forma de pensar a política e a administração de nossa cidade e de nosso Estado. Pensei que poderia ser uma espécie de coach, que pudesse conversar com meus colegas secretários sobre as ações que eles desejassem empreender para buscarmos juntos o melhor caminho para realizá-las e apresentá-las à sociedade.

Uma coisa eu observei logo na primeira reunião de secretários, não havia naquela sala nenhuma pessoa que não estivesse real e profundamente imbuída no mais profundo compromisso de realizar um bom trabalho em prol de nossa cidade e de seu povo, constatei que todos ali, em suas almas e em suas mentes demonstravam desejar construir uma coisa nova e boa.

É por saber disso que conclamo meus colegas secretários a falarem um pouco sobre seus sentimentos e suas impressões a respeito de seu trabalho e realizações de suas pastas, através de textos que possamos publicar neste espaço, como faz aqui ao lado, o dr. Joel Nunes, secretário municipal de Saúde.

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Um imbecil e onze tolos

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Estava com um texto pronto para mandar para o jornal e me vi obrigado a cancelá-lo, pois recebi alguns telefonemas pedindo que abordasse aqui o mesmo assunto que publiquei em minha página no Facebook, na última quarta-feira, 17.

Nele eu comentara sobre a notícia que abalou as estruturas da democracia brasileira durante a semana que se finda, a prisão do dublê de deputado federal pelo Rio de Janeiro, Daniel Silveira, um imbecil que também é detentor de alguns outros adjetivos semelhantes.

Ocorre que esse ogro resolveu insultar e agredir verbalmente, das formas mais deploráveis possíveis, os ministros do Supremo Tribunal Federal, com ênfase para Luiz Edson Fachin, e em meio a uma coletânea de impropérios, em sua vasta maioria claramente tipificados como crimes de calúnia, injúria e difamação, o beócio deputado, fez ameaças à integridade física dos ministros, incentivou a desobediência civil, disparou agressões contra o estado democrático de direito e aventou a interferência das Forças Armadas para conter os abusos que segundo ele, são praticados pelo STF.

Resultado!… O STF expediu um mandado de prisão em flagrante contra o deputado! Foi aí que começou a polêmica sobre o texto em minha página no Face, que recebeu grande número de curtidas e comentários.

Assisti ao vídeo gravado e postado por Silveira, onde além das barbaridades proferidas por ele, não consegui vislumbrar motivo para que fosse expedida uma ordem de prisão em flagrante em seu desfavor. Em que pese ter ele cometido alguns crimes, não vi motivo para prender o deputado. Processá-lo, sim. Prendê-lo, só depois de julgado e condenado!

Abomino e repudio tudo que foi dito por Silveira contra o STF, mas sei por experiência própria que os constituintes originais, ao redigirem nossa Carta Magna, nos anos de 1987 e 1988, jamais imaginaram a utilização de prisão, ainda mais em flagrante, como remédio para ações e atitudes como aquelas perpetradas pelo deputado.

Não argumentei sobre os citados crimes, aos quais não pode ser atribuída prisão em flagrante, nem coloquei em discussão o fato de o dito infrator ter prerrogativas constitucionais de imunidade parlamentar, o que lhe dá o direito à livre manifestação de opiniões e pensamentos no exercício de seu mandato eletivo e não pode ser usada como salvo conduto. Resolvi não bater cabeça, e apenas tentei analisar os fatos, como sempre procuro fazer, sem interesse político, coloração partidária e viés ideológico, calçado no bom senso e respaldado na insofismável coerência.

Em minha modesta opinião, o STF não poderia ter mandado prender o meliante. Fazendo isso extrapolou suas prerrogativas, e agindo assim deu legitimidade ao discurso tóxico e nocivo daquele que até então era o agente dos crimes.

Novamente, em minha modesta opinião, agindo como o fez, o STF, passou do polo de ofendido e atacado para o polo de infrator da Constituição da República Federativa do Brasil, a mesma a qual ele é o guardião e intérprete supremo.

Em meio a toda essa situação, lembrei de um exemplo que um colega meu de turma, do curso de Direito, certa vez deu, sobre impossibilidade material do crime. Ao invés de dar o exemplo clássico de matar um cadáver, ele todo gabola, disse que não poderia ser configurado crime de ameaça de morte, a bravata de um sujeito cego e desprovido de mãos, que vociferava dizendo que iria dar um tiro no meio da testa de um desafeto seu. Ainda assim houve quem discordasse dele!…

Dito isso, fico imaginando o imbecil do deputado Daniel Silveira obrigando o alto comando do Exército brasileiro, formado por homens corretos e de bem, a colocarem os tanques nas ruas e subverter nossa ordem democrática. Existe quem acredita que isso pode acontecer, da mesma forma que há quem acredite em Currupira e Saci Pererê.

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Opinião e Tolerância

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Ano passado, a convite de Anderson Rocha, consultor da Assembleia Legislativa do Maranhão, participei de uma live, cujo tema era as opiniões e seu reflexo na política.

Naquela ocasião comentei a respeito de uma das mais célebres, profundas e atuais fábulas de Esopo, aquela sobre um velho, um menino e um burro, que faziam diariamente uma viagem entre sua casa e o mercado onde comercializavam seus produtos.

Segundo Esopo, iam por uma estrada, um homem bem idoso, seu neto, de uns cinco anos, e seu alquebrado burro, quando passou alguém por eles e disse que aquela cena era uma grande tolice, que o homem velho deveria ir montado no animal, uma vez que já trabalhara o bastante e precisava descansar. Mais adiante, uma outra pessoa os abordou ao vê-los caminhando pela estrada e disse que era a criança quem deveria viajar montada no animal, enquanto o velho senhor, mais vivido e experiente, deveria os conduzir pelo caminho. Um pouco mais adiante, uma outra pessoa deu uma terceira opinião. Disse que o jovem poderia também ir montado no burro, pois seu diminuto peso pouco influenciaria no esforço que o animal já fazia. O burro, com o velho e o menino, montado em seu dorso, foi parado um pouco mais adiante, por uma outra pessoa que se dizia indignada com tamanha insensibilidade por parte do velho e do menino que sacrificavam tanto aquele velho animal, que eram eles, quem deveriam carregar o burro, pois ele já dera tudo de si em muitos e muitos anos de trabalho em prol daquela família. Assim o fizeram. Mais adiante uma quinta pessoa os chamou e disse do despautério que era eles carregarem o animal, que os três deveriam caminhar juntos, com suas próprias pernas até em casa. E eles voltaram a agir como faziam antes das pessoas darem suas opiniões.

Foram cinco opiniões diferentes sobre o mesmo assunto, sobre o mesmo fato, e nenhuma delas pode ser considerada mais ou menos errada, pois eram apenas manifestação do ponto de vista de quem as omitia.

Com esse exemplo tentei mostrar ao Anderson e a todos aqueles que me prestigiavam com sua audiência, que cada pessoa, mesmo quando não tem nenhuma, tem pelo menos uma opinião sobre qualquer coisa, isso quando não tem duas, três ou até mesmo quatro.

Opinião PODE ser uma coisa boa, quando ela vem bem embasada, tem um pressuposto sólido, mas quando ela se baseia em mero achismo, quando é desprovida de conhecimento de causa e efeito, ela na verdade é prejudicial.

Imaginem a situação de um gestor público que se vê diante do enfrentamento de um gigantesco problema como o combate a pandemia de Covid-19. Imagine quantas opiniões ele ouve sobre como e qual deve ser a melhor forma de atacar esse problema, quantos critérios de ação são lhe postos na mesa, e ele tem que, lançando mão das melhores e mais confiáveis informações decidir qual é a melhor forma de agir e qual o melhor caminho a seguir.

Imaginem agora quantas pessoas vão discordar da decisão dele, pensando que a opção que elas imaginaram para o caso é melhor que a escolhida pelo gestor!

Centralizar ou descentralizar a vacinação. Chamar primeiro os mais vulneráveis e os mais idosos, ou os que precisam estar com boa saúde para tratar destes?!

No final das contas, certamente haverá quem fique insatisfeito e critique o gestor, mas ele precisa se cercar de todas as garantias de que o que ele está fazendo é o que de melhor possa ser feito.

Não importa se quem vai montado no burro é o velho ou o menino, ou mesmo se os dois juntos vão carregar o burro. O que importa é que todos possam chegar ao seu destino, da melhor maneira e na melhor condição possível.

Não critique quem quer que seja baseado apenas em mera opinião, procure saber os reais motivos das pessoas agirem como o fazem. Este é o primeiro passo para a prática de uma das coisas mais importantes da vida na atualidade: Tolerância.

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Birgitte e eu

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Tenho a mais absoluta certeza que a minha amada esposa, Jacira, não sentirá nenhum pingo de ciúmes quando souber que estou perdidamente apaixonado por esta maravilhosa mulher, a Birgitte Nyborg!

Calma!… Eu explico!… Jacira não sentirá ciúmes pelo fato de Birgitte efetivamente não existir. Ela é um personagem fictício, interpretado pela competente e simpática Sidse Knudsen na série dinamarquesa “Borgen”. É verdade que um sorriso da Sidse escancara um sol de felicidade para quem o vê, mas é só!… O objeto de minha paixão não é efetivamente a Birgitte, mas sim todos os sentimentos que envolvem a história idealizada por Adam Price e escrita por ele, Jeppe Gram e Tobias Lindholm.

A série nos mostra os jogos de interesse que se desenvolvem na política dinamarquesa, através da personagem de Birgitte, uma líder partidária que se converte na primeira mulher a alcançar o cargo de primeira-ministra da Dinamarca.

Borgen“, que em dinamarquês significa Castelo, é o termo coloquial utilizado para se referir ao belíssimo Palácio de Christianborg, onde estão sediados os três poderes do governo dinamarquês: o Parlamento, o Gabinete do Primeiro-Ministro e o Supremo Tribunal.

O fato é que Birgitte me fez companhia nas madrugadas de minha convalescência da Covid-19. Passei muitas noites acordado com ela, em meu quarto, enquanto minha linda esposa dormia na cama, ao meu lado.

Esta série que se desenrola em três temporadas de 10 episódios, traz em si ingredientes que me são muito caros e importantes, como noções de coerência, honra, e valores familiares, sem contar o choque de realidade que é indispensável em um drama político, o pragmatismo e o cinismo que são comuns nessa atividade, resvalando em assuntos que tornam uma história universal, como intriga, diversidade, guerra e sexo.

Todos os episódios se iniciam com uma frase de algum pensador importante, com ênfase ao meu mestre e guru, Maquiavel, mas há também frases de Buda, Confúcio, Jesus, Dante, Lincoln, Churchill e até do iconoclasta James Joyce. As frases são uma espécie de mote para o episódio.

A utilização de ambientes reais para apresentação de tramas políticas não é uma coisa nova. Shakespeare fez isso em diversas ocasiões, e as que eu mais gosto são suas versões de Júlio Cesar, Henrique V e Ricardo III. Os americanos produziram diversas temporadas de The West Wing e mais recentemente House of Cards, que até parecia ter sido fortemente inspirada na política brasileira.

O que há de novo em Borgen não é a política, mas a Dinamarca, um país que pouco conhecemos. Eu particularmente sabia muito pouco sobre ela. Sabia que é a terra dos danêses, um dos povos que deram origem aos vikings. Sabia que ali nasceram dois de meus ídolos, o escritor Hans Christian Andersen e o cientista/filósofo Niels Bohr. Admirava a seleção de futebol dinamarquesa de 1986, conhecida como Dinamáquina. E só!…

“Borgen” me apresentou uma outra Dinamarca. Viajei sem sair do meu quarto. Admirei seus roteiristas, seus diretores, seus atores e principalmente pude aprender muito sobre como construir uma série, aprendizado importante para quem está trabalhando simultaneamente na criação e no desenvolvimento de quatro delas: “Arcanos”, sobre uma adorável taróloga trambiqueira que recebe uma herança e volta para morar em sua cidade natal, São Luís do Maranhão (quero que quem assistir a “Arcanos” tenha a mesma vontade de conhecer São Luís e o Maranhão, como eu tive de conhecer Copenhagen e a Dinamarca); “Senta a Púa – acerte-os com força”, sobre os heróis da primeira esquadrilha de caça brasileira na Segunda Guerra Mundial, com ênfase para o maranhense Ruy Moreira Lima; “As aventuras de Tracajaré”, uma animação sobre um tracajázinho encantado que o avô dá de presente para seu neto; e “O grande salto”, sobre a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, realizada em 1923 pelos aviadores portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho.

Uma coisa ficou muito clara para mim, assistindo a “Borgen”. Fernando Pessoa estava certíssimo: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.

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Um spoiler necessário

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Estiveram esta semana em São Luís a produtora de cinema Elisa Tolomelli e a diretora de assuntos institucionais dos canais Box Brasil, Jal Guerreiro. Elas vieram ver possíveis locações para realização do Projeto Arcanos, composto de um longa-metragem e uma série para TV que a princípio, deverá ser estrelada por Lília Cabral, Sidney Magal, Duh Moraes, além do ator português Ricardo Trepa e diversos atores maranhenses.

Elisa foi produtora de “Central do Brasil”, “Cidade de Deus”, “Berenice Procura” e “Maria do Caritó”, entre muitos outros sucessos do cinema nacional, e Jal é responsável pela prospecção de novos projetos e abertura de novos mercados para a Box, segunda maior empacotadora brasileira de produtos audiovisuais.

Elas souberam da existência do Projeto Arcanos quando estiveram em São Luís para participar do Festival Maranhão na Tela em 2019 e desde então acalentam a ideia de realizá-lo.

Elisa e jal, além de pesquisar locações e pessoal para o projeto, estiveram com secretários municipais e estaduais de Cultura e Turismo e com o prefeito e o governador, com quem falaram sobre o projeto.

Arcanos se baseia em um argumento e um roteiro original de minha autoria e conta a história de Fátima (Lília Cabral), uma jovem ludovicense que foge de casa para o Rio de Janeiro, onde vai tentar ser cantora, como fez sua musa, Alcione. Mas a vida nem sempre acontece como se deseja ou imagina, e Fátima acaba cantando em boates e churrascarias, onde encontra o amor de sua vida, o Lindoval, que sobrevive graças à sua semelhança com Sidney Magal, de quem é cover.

Com o passar do tempo, ao ver que não alcançaria o sucesso pela música e precisando se manter, Fátima começa a jogar tarô para complementar a renda familiar, enquanto Lindo faz bicos. Fátima tem tanto talento para o tarô quanto para o canto e engana descaradamente seus consulentes.

Certo dia ela recebe um telefonema de sua meia irmã, Nazaré, dizendo que elas ganharam um sobrado de herança de um tio avô português. É aí que começa realmente a história, pois Fátima terá que voltar para São Luís, reformar e morar no casarão, pois é o que exige o testamento.

Toda a história é contada e amarrada através das cartas dos jogos de tarô que Fátima coloca para quem a consulta.

O tarô é uma espécie de oráculo. Ele possui 78 cartas, sendo 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores, e é na simbologia dos arquétipos dos arcanos do tarô que vislumbraremos a vida de personagens universais, que serão retratadas tendo como pano de fundo um velho casarão que outrora fora um cabaré famoso, em uma São Luís que insiste em mostrar seu charme e a arte de sua gente.

Fátima e Nazaré reformam o sobrado e instalam nele uma pousada e um restaurante, além do consultório de tarô de Fátima.

Ricos personagens se juntarão a elas e formarão o núcleo dramatúrgico da história, além de personagens que aparecerão como consulentes e convidados especiais como cantores que darão palhinhas no restaurante “Maroca”, nome dado em homenagem ao antigo cabaré que havia naquele prédio.

Nossa ideia com a realização de “Arcanos”, é implantar definitivamente um polo de cinema em nossa cidade, que conta com excelentes cineastas como Arturo Saboia, Fred Machado, Breno Ferreira, Francisco Colombo e Beto Matuck, além de grandes atores, como Romulo Estrela, Cesar Boaes, Deo Garcês, Claudiana Cotrim e Áurea Maranhão, apenas para citar cinco de cada.

A realização de “Arcanos” mostrará que em São Luís se tem capacidade para criar e produzir conteúdos audiovisuais viáveis economicamente, o que nos ajudará na criação de um sindicato do setor, fortalecendo nossa posição como indústria.

O simples fato de pessoas como Elisa e Jal virem a São Luís e mostrarem interesse de realizar aqui, com pessoas daqui, um projeto feito para mostrar nossa terra, nossa gente, nossa arte e nossa cultura, demonstra que estamos no caminho certo.

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Mesmo ausente, estou presente!…

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Já se vai longe o final de semana que eu não publiquei um artigo no Jornal O Estado Maranhão e não o repliquei em minhas páginas nas redes sociais, mas esta semana foi tão atarefada que não tive tempo, nem tranquilidade para escrever meu artigo.

Apesar de não publicar na página de opinião do JOEM, não passarei o fim de semana em branco no meu Blog nem no meu Facebook. Porém, não poderia deixar de comentar o fato de políticos e jornalistas, midiáticos e inescrupulosos, tentarem diminuir e difamar o trabalho maravilhoso realizado pela força tarefa instituída pelo prefeito Eduardo Braide para instalar o Centro Municipal de Vacinação, no Multicenter Sebrae.

Comandados pelo secretário de saúde, Dr. Joel Nunes, os secretários de obras, Davi Col Debela, de informação e tecnologia, Diego Rodrigues, de trânsito, Cláudio Ribeiro, de segurança, Marcos Afonso, e de comunicação, este humilde locutor que vos fala, além de todo o corpo técnico da SEMUS, cheio de pessoas completamente dedicadas ao sucesso desta tarefa, nos movimentamos no sentido de, em apenas 48 horas, implantar o gigantesco centro de vacinação de nossa cidade, façanha que estava prevista para ser realizada no dobro deste tempo.

Quem se der ao trabalho de visitar as instalações onde montamos o centro de vacinação, verá como ele funciona de forma ordenada e correta, obedecendo todos os protocolos sanitários e dando vazão segura e ordenada a todas as etapas previstas em nosso plano de vacinação que já foi inclusive copiado por algumas outras cidades.

Passei quatro dias inteiramente dedicados a dar suporte e resolver as demandas que me eram destinadas, e cada dia que chegava em casa, exausto, depois de tomar um bom banho, me olhava no espelho e via um homem feliz e orgulhoso do trabalho que estava realizando.

Me peguei emocionado com algumas coisas que vi ali. Algumas vezes cheguei até a chorar miudinho, pois mesmo que não parecesse para alguns, a importância de tudo aquilo era muito grande para nós.

Outra coisa que tenho visto e comprovado nestes primeiros dias dessa gestão, é que não vi da parte de ninguém, atos de vaidade, arrogância ou prepotência. O que tenho visto e sentido por onde quer que eu vá e com quer que eu me relacione dentro deste grupo, seja entre o primeiro escalão ou o escalão intermediário, é que todos estão imbuídos em dar o melhor de si na execução da tarefa que lhe foi confiada.

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