Cuidado!… Podem transformar um mito tolo em um símbolo relevante.

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O assunto do momento é a denúncia feita pela PGR contra Bolsonaro.

Em minha visão, no aspecto jurídico, Bolsonaro e seus apoiadores vêm sofrendo severa perseguição por parte da PF, da PGR e dos tribunais superiores, fato que não diminui em nada a culpa que possam ter no tocante as acusações feitas contra eles, caso estas sejam realmente comprovadas. O que parece claro, no entanto, é que a perseguição que membros da direita vem sofrendo em nosso país, os coloca na situação de vítimas quanto a abuso de poder e autoridade, além de desrespeito ao devido processo legal e o estado democrático de direito.

Do ponto de vista político, acredito que a melhor coisa que possa vir acontecer para o Brasil, é Bolsonaro ser processado e julgado, mas de forma legal, justa e correta, como estabelecem as nossas leis.

Caso ele seja condenado e consequentemente considerado inelegível, obrigará o lado direito do espectro político brasileiro a buscar um nome bem melhor que o dele para derrotar a esquerda, cujo “campeão”, Lula, a cada dia que passa demonstra mais seu avançado estado de senilidade pessoal e política.

Sempre tento avaliar o cenário político de maneira ampla e histórica, sem apegos ideológicos, mesmo que resguarde a minha posição pessoal, e vendo tudo isso, imagino que a melhor coisa, a coisa mais acertada, que Bolsonaro poderia fazer na situação em que se encontra, além de se defender das acusações que lhe estão sendo imputadas, é lutar pela anistia aos manifestantes dos eventos de 8 de janeiro de 2023, lutar contra as violações que estão desfigurando nossa constituição, contra as arbitrariedades judiciais e administrativas que vêm sistematicamente acontecendo em nosso país. A melhor coisa que ele poderia fazer, até mesmo em sua defesa, seria se transformar em um estadista, coisa que não foi quando era presidente da república.

Em minha modesta opinião, essa seria a hora daquele sujeito a quem eu sempre acusei de ser rude e boçal, de não ser talhado para manter relacionamentos delicados, alguém que tem extrema dificuldade de entender os mecanismos de convivência em sociedade, que coloca a elegância e a diplomacia em segundo plano, se tornar um verdadeiro e importante líder, coisa que é muito diferente e maior que ser simplesmente um banal e passageiro mito.

Se me perguntassem o que eu penso sobre o tal golpe de estado que aconteceria em 8 de janeiro de 2023, eu responderia que por maior e melhor que seja a capacidade de algumas pessoas criarem narrativas, elas às vezes não levam em consideração a grande capacidade de entendimento das pessoas simples e comuns, que estão mais focadas e preocupadas com seus problemas pessoais.

Os criadores dessa ideia de golpe de estado em 8 de janeiro não levam em consideração o poder das imagens daqueles acontecimentos, e aquelas imagens ficaram na mente e estão na memória das pessoas. Nelas o que se vê é uma turba de vândalos idiotizados, destruindo prédios públicos. Não se vê uma liderança, uma pessoa ou mesmo um grupo que organize aquela destrutiva manifestação de insatisfação. Não se vê armas de fogo ou armas brancas, não se vê agressões físicas contra ninguém. As imagens daqueles eventos são os melhores argumentos e a melhor defesa para derrubar a criativa invenção de golpe de estado.

As imagens daquele dia são cruciais para o total e completo entendimento de todos aqueles acontecimentos, e talvez por isso, as imagens das câmeras de segurança dos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal, do Palácio do Planalto, e da Praça do Três Poderes tenham muito convenientemente desaparecido, dificultando um pouco maiores e melhores esclarecimentos sobre o que realmente aconteceu naquele dia, sobre a iniciativa daquela baderna, sobre a permissividade da segurança, sobre o convite tácito para a turba insana dar vasão a suas insatisfações e invadir a praça e os prédios.

Quanto a outra parte dos eventos que comporia o dito golpe de estado, que teria sido tramado por pessoas do governo que acabara de deixar o poder, que pretendiam assassinar pessoas, que teriam clara e concreta intenção de intervenção e quebra da ordem constitucional brasileira, isso tudo deve ser investigado detalhada e minuciosamente, mas essa investigação não pode de forma alguma ser contaminada pela vontade política e ideológica de condenar os acusados, pois qualquer indício, por menor que seja, de prevaricação nessas investigações, invalidará o resultado do processo.

Pode ser que a intenção de tudo isso seja eliminar algumas pessoas e ideias da disputa política e eleitoral, facilitando assim a vida de outras pessoas e ideias, se for esse o caso, é bem possível que o resultado final desejado seja o contrário ao pretendido, pois em minha avaliação, Bolsonaro condenado, será de mais valor para o lado direito da política brasileira, que ele absolvido. Condenado ele será vítima e se tornará símbolo, absolvido será candidato a presidente e possivelmente se elegerá, preterindo assim alguém da direita que certamente seria muito melhor que ele.

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O mundo dá voltas

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Tenho a honra de ostentar em meu modesto currículo o fato de ter sido um dos deputados federais constituintes que ajudaram a elaborar a nossa Carta Magna, essa mesma que anda sendo tão vilipendiada hoje em dia.

Durante os trabalhos da ANC, entre 1987 e 1988, eu integrei na qualidade de membro titular, a Subcomissão dos Direitos e Garantias Individuais, vinculada à Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher.

Essa subcomissão foi responsável por discutir e elaborar propostas relacionadas aos direitos e garantias individuais que seriam incorporadas na nossa Constituição, e uma de minhas missões foi auxiliar o relator daquela subcomissão, o deputado Darcy Pozza, no tocante ao projeto que propunha a instauração da pena de morte em nosso país. Durante aquele trabalho acabei fazendo muitos amigos, entre eles, o deputado Fernando Gasparian do PMDB-de SP.

Cid Carvalho, deputado pelo Maranhão, assim como eu, havia comentado com Gasparian, de quem era amigo, que eu tivera uma revista, a “Guarnicê” e que tinha uma pequena e deficitária editora de livros, ramo de atividade da qual ele era oriundo, e por isso ficamos bem próximos.

Certa tarde o “Gaspa” me convidou para ir com ele até a Comissão de Ordem Social, mais especificamente na Subcomissão de Direitos e Garantias Individuais e Coletivos, para conhecer uma amiga sua, que estava prestando assessoria lá.

Antes de chegarmos, ele me disse de quem se tratava: “Joaquim, você vai conhecer a Eunice, uma mulher extraordinária que trabalha em defesa dos povos indígenas, mas além disso ela é viúva de Rubens Paiva e mãe de Marcelo Rubens Paiva.”

Eu sabia quem era Rubens Paiva e já havia lido o livro de Marcelo, agora iria conhecer a viúva de um e mãe do outro.

Conheci dona Eunice naquela tarde e pensei que nunca mais iria ouvir falar dela novamente, mas passados 36 anos de quando eu a conheci, voltei a encontrá-la como personagem central do filme “Ainda estou aqui”, do diretor Walter Sales.

Ocorre que eu fui indicado pela Academia Brasileira de Cinema como um de seus associados que teriam a missão de escolher o filme que iria representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2025, e “Ainda estou aqui” era um dos concorrentes.

Na verdade, ressaltando todo o respeito que os outros onze filmes da lista de concorrentes merecem, preciso dizer que nenhum deles, nenhum dos filmes brasileiros que disputaram essa indicação, excetuando-se “Central do Brasil”, “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite, estão no mesmo nível de ‘Ainda estou aqui”.

O trabalho do elenco, em especial o de Fernanda Torres, é extraordinário. A direção de arte, a direção de fotografia, o figurino e o roteiro são magníficos. E para coroar tudo isso, a maestria de Walter Sales é impecável, principalmente no que diz respeito a sua capacidade de fazer com que uma história tão dura e triste não desaguasse em um melodrama pesado e se tornasse mais um filme de mero apelo político.

“Ainda estou aqui” não é meramente um filme que fala de um difícil momento político de nossa história, ele fala da vida de uma família, dilacerada por aqueles acontecimentos, e é assim que ele deve ser visto e entendido.

Trinta e seis anos depois de ter sido apresentado formalmente a dona Eunice Paiva, eu fui apresentado a sua história. Bem que o “Gaspa” me disse que eu iria conhecer uma mulher extraordinária.

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A carta

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Leiam abaixo a mensagem que recebi de um amigo meu e me digam o que vocês acham disso.

“Prezado amigo Joaquim,

Como ainda não nos falamos este ano, aproveito a oportunidade para desejar a você e a toda sua família, paz, saúde e felicidade, não só neste ano, mas por toda a vida.

Mas vamos ao que interessa. Chegou recentemente em minhas mãos o argumento de um filme que eu gostaria que você analisasse a possibilidade de me ajudar a realizar. É um filme de baixo orçamento, com uma única locação, com um elenco reduzido, apenas dois ou três atores. Nele serão usadas muitas imagens de arquivo, além de animação e efeitos especiais gerados por inteligência artificial.

Uma coisa eu posso lhe garantir, meu amigo, se realizarmos esse filme, ele certamente irá gerar grande controvérsia e imensa polêmica.

O argumento, que me foi trazido por um professor de história, um amigo meu, da época do colégio, prevê que a obra deve ser narrada em primeira pessoa por um personagem que testemunhou grande parte dos acontecimentos que relata, e que se encontra refugiado na embaixada de um país europeu.

O filme é um drama político onde um determinado povo, que não será identificado, precisa tomar providências urgentes e enérgicas, no sentido de levar os membros da suprema corte de seu país, que deveriam ser unicamente responsáveis pela preservação de sua ordem constitucional, a voltar ao âmbito de sua circunscrição e pararem de interferir, quase sempre de maneira danosa e negativa, no equilíbrio dos poderes da república e na estabilidade política e democrática de sua nação.

Em meio a tudo isso acontecem ações contra diversos direitos constitucionais dos cidadãos, como o de livre manifestação de opinião, além da quebra do devido processo legal e o ataque ao estado democrático de direito.

Em seu depoimento, o personagem diz que a forma correta de fazer as coisas que precisam ser feitas para resolver parte dos problemas daquele país, é através de ações eficientes, eficazes e efetivas do poder legislativo, que infelizmente demonstra ser inapetente e incompetente para tal, preferindo trilhar o caminho da facilidade gerada pela concessão de recursos provenientes de verbas destinadas aos parlamentares, que poderiam ser corretas e justas, mas são usadas e operacionalizadas de maneira danosa e corrupta, através de uma relação espúria com o poder executivo.

Já o governo no comando do poder executivo se aproveita de todas essas mazelas para aparelhar política e ideologicamente o Estado, como forma de controle sobre a vida do povo. Estabelecendo políticas assistencialistas, o governo transforma o povo em pessoas totalmente dependentes do Estado, fazendo com que todas essas irregularidades se perpetuem, e se retroalimentem, gerando assim uma total incapacidade de reação de cada uma das camadas que são atingidas por todas essas ações, planejadas e executadas no sentido de atingir o controle total do país.

Ele relata também a existência de um grupo opositor àquele que se encontra no poder, e comenta que ele também comete diversas formas de desvios de conduta e arbitrariedades, deixando claro que não há quem seja totalmente inocente em toda aquela história.

Relata também a participação nefasta da imprensa que vem sistematicamente agindo de forma a desinformar mais que informar, pendendo sempre para um lado em detrimento dos outros.

Como agravantes nesse cenário, o narrador comenta sobre os graves problemas de segurança que abalam de forma decisiva toda aquela situação e discorre também sobre o panorama mundial e a vertiginosa polarização política que está em curso e que tudo indica irá perdurar ainda por algum tempo.

Um interlocutor do personagem principal, usa trechos das coisas que ele relata e recorre às redes sociais como o Google e o Chat GTP para apurar as suas declarações e vê que aquilo que ele relata realmente acontece.

No final se descobre que tudo aquilo não passou de um sonho de um jovem advogado, que aparece em cena acordando, assustado, em sua cama.

Aguardo seu retorno no sentido de podermos marcar uma hora para conversarmos pessoalmente.

Abraço,

Val.”

Bem, o que me dizem sobre isso?

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Quando a performance de um ator coadjuvante é maior que todo um filme.

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Imagino que se o filme “Anora” tivesse sido roteirizado e dirigido por David Cardoso, Walter Hugo Khouri, Neville D’Almeida ou mesmo por mim, muita gente iria dizer que se tratava de uma simples pornochanchada com ingredientes americanos e personagens russos, mas como foi feito por um grande estúdio de Hollywood, dirigido por um cineasta famoso, ambientado em Nova York e Las Vegas, ele está merecidamente concorrendo em cinco das mais importantes categorias do Oscar de 2025, melhor filme, melhor diretor, melhor atriz, melhor ator coadjuvante e melhor edição.

O filme realmente merece pelo menos quatro dessas indicações. Talvez mereça até mesmo a indicação para disputar o Oscar de melhor filme, muito possivelmente por inexistência de algo menos ruim que ele.

Os primeiros cento e trinta e quatro minutos de “Anora” só existem para justificar seus cinco minutos finais.

As indicações para atriz, diretor e edição são até aceitáveis. A atriz, Mikey Madison, tem realmente uma performance muito boa, ajudada inclusive pela boa edição, que faz com que as difíceis cenas de sexo sejam executadas e vistas de maneira limpa, sem muita forçação de barra, sem demasiada apelação. É bem verdade que o filme tem momentos maçantes, mas penso que isso faça parte da intenção do roteirista que também é o diretor, para que o clima pisco sociológico do assunto fique mais bem delineado e marcado.

Uma vez, em uma entrevista, me perguntaram o que faz com que se diga que um diretor é bom e minha resposta foi no sentido de explicar que para mim, pode-se dizer que um diretor é bom quando ele realiza no filme aquilo que ele se propôs a realizar, não importando que nós gostemos ou não do resultado. Se um diretor consegue passar a sensação que ele deseja ao espectador, ele deve ser considerado um bom diretor. Em minha modesta opinião é o que acontece no caso de Sean Backer, em “Anora”, porém preciso dizer que no meu ponto de vista Walter Sales consegue isso e muito mais em “Ainda estou aqui” e nem por isso foi indicado ao Oscar de direção, mas deveria ter sido.

Em “Anora” há no entanto um indicado ao Oscar que é simplesmente extraordinário. Não posso dizer com toda certeza de que ele irá ganhar a estatueta, mas posso afirmar que se eu fosse um dos eleitores, votaria nele, sem a menor sombra de dúvida.

Trata-se do ator russo, Yuriy (Yura) Borisov, que desde o primeiro segundo em que aparece em cena, chama absurdamente a atenção até do espectador mais desatento, não sei bem ao certo se por sua presença quase ausente ou se por sua ausência incrivelmente presente.

No filme, Yuriy é Ygor, um imigrante armênio que é contratado para fazer serviços de segurança para seus patrícios. Esse tipo de personagem normalmente é um brutamontes ignorante, insensível, movido pela raiva e pelo dinheiro, mas o Ygor de Yuriy é diferente e isso o espectador sabe assim que o vê. Isso é tão verdade que quando ele apareceu em cena, eu disse para minha esposa que naquele personagem residia o ponto alto, o fechamento dourado do filme, e não deu outra.

Se há em “Anora” alguém que realmente mereça um Oscar, é Yuriy Borisov.

No frigir dos ovos “Anora” é um filme que foi indicado ao Oscar simplesmente por nos apresentar a desconstrução do mito da Cinderela, uma moça pobre, no caso uma prostituta, que tem a ilusão de conseguir um amor que a tire do lugar onde se encontra, fazendo com que ela passe a ter uma vida de princesa.

Há uma outra coisa que se pode dizer sobre “Anora”: Ele é a prova clara e patente que existe um tipo de filmes que é realizado quase que exclusivamente para competir em festivais, pois levantam temas psicossociais importantes.

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Comentando sobre direito, leis e justiça com o Chat GPT

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Fiz um questionamento ao Chat GPT. Perguntei se no caso de alguém, que seja processado por calúnia, difamação ou injúria, ele pode vir a ser condenado, caso fique provado que aquilo que ele disse sobre quem se sentiu caluniado, difamado ou injuriado, forem verdade.

A resposta foi a seguinte:

Depende do tipo de crime em questão (calúnia, difamação ou injúria) e das circunstâncias específicas. Vamos analisar cada caso:

1. Calúnia (Art. 138 do Código Penal Brasileiro):

  • A calúnia ocorre quando alguém acusa outra pessoa de um fato criminoso, sabendo que essa acusação é falsa.
  • Provar a veracidade do fato calunioso pode excluir o crime. Isso é chamado de exceção da verdade.
  • Exceção: A calúnia não será excluída mesmo que o fato seja verdadeiro se for direcionada contra:

1 – O Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro. Logo, você não pode dizer uma coisa desairosa sobre o presidente da república, mesmo que essa coisa seja verdadeira, ou seja se você disser uma verdade sobre o presidente da república, você corre o risco de ser processado e condenado.

2 – Pessoas já absolvidas de um crime por decisão judicial.                Ou seja, se você disser algo desairoso sobre alguém que foi julgado e absolvido por aquilo que motivou sua manifestação, você corre o risco de ser processado e condenado.

2. Difamação (Art. 139 do Código Penal Brasileiro):

  • A difamação ocorre quando alguém atribui a outra pessoa um fato ofensivo à sua reputação.
  • A veracidade do fato NÃO exclui o crime. Mesmo que o fato seja verdadeiro, divulgar algo que ofenda a reputação de outra pessoa configura difamação, pois o objetivo é proteger a honra objetiva (reputação social) do indivíduo.

Isso faz com que você não possa dizer que Fernandinho Beiramar e Marcola são alguns dos chefes das maiores e mais perigosas quadrilhas de bandidos do Brasil, que Marcelo Odebrecht comandou um dos maiores escândalos de corrupção do mundo, o Petrolão, e que esse mesmo escândalo teve o conhecimento e o consentimento do então presidente da república, tendo para isso uma extensa lista de testemunhas.

3. Injúria (Art. 140 do Código Penal Brasileiro):

  • A injúria ocorre quando alguém ofende a dignidade ou o decoro de outra pessoa (honra subjetiva), independentemente de fatos ou verdades.
  • Provar a verdade não exclui o crime, porque a injúria está mais relacionada à ofensa direta do que à divulgação de fatos.
  • Exceções: A injúria pode ser justificada se proferida:

Em legítima defesa da própria honra.

Você só pode dizer uma verdade injuriosa a alguém se essa pessoa antes atacar a sua honra, ou seja você não pode dizer que alguém que lhe furtou a carteira é ladrão se ele tiver atacado a sua honra, tiver chamado você de fascista, por exemplo.

Como resposta proporcional a uma provocação da vítima.

Neste caso você só pode chamar aquele sujeito que todo mundo sabe que é caloteiro, vigarista e mau pagador daquilo que ele é se antes ele não tiver lhe chamado de corno, não importando se você é ou não é traído por sua esposa.

Resumo:

  • Calúnia: Provar a verdade pode excluir o crime, salvo exceções previstas em lei.
  • Difamação: Provar a verdade não exclui o crime.
  • Injúria: Provar a verdade também não exclui o crime, pois o foco está na intenção ofensiva.

Resumo do Resumo:

Isso não faz o menor sentido do ponto de vista lógico, do ponto de vista da realidade. Isso fere de morte o direito constitucional de livre manifestação, que deve ser respaldado primordialmente pela verdade e pela coerência.

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2025, o ano que o mundo reconheceu o maravilhoso cinema brasileiro

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O ano de 2025 entrará lindamente para a história de nosso país, pois neste ano um filme realizado aqui, com roteiristas brasileiros, diretor brasileiro, elenco brasileiro, com produtores e técnicos brasileiros, foi indicado para concorrer na principal categoria do maior festival de cinema do mundo, o Oscar de melhor filme.

Os Indicados nessa categoria foram: “Ainda estou aqui”, “Anora”, “O brutalista”, “Um completo desconhecido”, “Conclave”, “Duna: Parte 2”, “Emilia Pérez”, “Nickel boys”, “A substância”, e “Wicked”.

É bem verdade que as chances de nosso representante vencer não são grandes, uma vez que também estão concorrendo, “O brutalista”, “Conclave” e “Emilia Pérez”, todos competidores muito bem cotados e com diversas indicações nas demais categorias. Os demais têm menos chances que o nosso “Ainda estou aqui”.

Por outro lado, os Indicados ao Oscar de filme internacional foram: “Ainda estou aqui” (Brasil), “Emilia Pérez” (França), “Flow” (Letônia), “A Garota da Agulha”, (Dinamarca), “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha).

Como “Emilia Pérez”, e “Ainda estou aqui” estão concorrendo nas duas categorias, a de melhor filme e a de melhor filme internacional, se um deles ganhar na categoria mais abrangente, é certo que ganhará na menos abrangente também.

Eu particularmente acredito que a decisão sobre qual será o melhor filme recairá sobre “O brutalista” e “Conclave”, fazendo com que fiquemos na torcida para batermos o representante da França, “Emilia Pérez”, na disputa pelo prêmio de melhor filme internacional.

Ocorre que o fato do filme de Jacques Audiard ter sido indicado para concorrer em onze categorias do Oscar, e o filme de Walter Sales só ter sido indicado em três categorias, sinaliza que nossas chances são menores, mas ainda assim acreditamos que podemos vencer.

Já as indicadas ao Oscar de melhor atriz foram Fernanda Torres (“Ainda estou aqui”), e Demi Moore (“A substância”), têm mais chances que Mikey Madison (“Anora”), Demi Moore (“A substância”), Karla Sofía Gascón (“Emilia Pérez”) e Cynthia Erivo (“Wicked”).

Penso que é aqui reside a nossa maior e melhor chance de ganharmos pela primeira vez um Oscar, pois Fernanda tem uma performance clara e visivelmente melhor que quase todas as concorrentes, pairando apenas alguma dúvida quanto ao trabalho de Demi Moore, em “A substância”, que realmente é digno de nota.

De qualquer maneira, só o fato de “Ainda estou aqui”, ter sido indicado para concorrer em três das mais importantes categorias do Oscar, já é um grande reconhecimento e sinal de grande prestígio do cinema brasileiro. Só isso já é uma grande vitória.

Parabéns ao diretor Walter Sales, aos roteiristas que deram a história o tom perfeito, ao monumental elenco, principalmente a Fernanda Torres, Selton Melo e meu querido amigo Antônio Saboia e ao maravilhoso trabalho de direção de arte que nos transportou com fidelidade e beleza para os anos 1970.

“Ainda estou aqui” entra não apenas para história do cinema brasileiro, mas também para a história geral de nosso país.

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Ainda uma vez… Política

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Hoje vou repercutir aqui com vocês algumas coisas sobre política, a nível mundial, nacional, estadual e municipal, que eu tenho conversado com alguns amigos meus.

Devo dizer desde logo que há quem diga que pior do que está não pode ficar, mas há quem afirme que pode ficar pior, sim!

Sou daqueles que acredita que a língua de Trump não cabe na boca, e que ele até pode tentar realizar algumas de suas bravatas, mas apenas aquelas que dependerem diretamente dele, como presidente, como por exemplo as medidas para expulsar imigrantes ilegais, são exequíveis, ainda assim com limites. Já no tocante ao Canal do Panamá e a Groenlândia, o que ele faz é na verdade o jogo do barganhador violento, aquele que ameaça para tentar comprar barato.

As instituições americanas são maiores que qualquer presidente, ainda mais em um momento em que as forças políticas e eleitorais, lá como em quase todo lugar, estão tão polarizadas, equidistantes e equilibradas.

As ações do novo governo americano no tocante as guerras em andamento no mundo, são o que de melhor pode acontecer. Acredito que Trump fará de tudo para mediar esses conflitos, como já o fez ajudando negociar o cessar-fogo entre Israel e a Palestina, que entra em vigor no domingo, antes de sua posse.

No que diz respeito ao Brasil, não vejo nada que Trump possa fazer, a não ser colocar-se do lado daqueles que pensam como ele, mas é só.

Quanto ao que acontece em Brasília, graças as desastrosas ações do governo Lula 3, que muitos chamam jocosamente de Dilma 2.1, não sei ao certo se é para rirmos ou para chorarmos, pois o governo está completamente perdido. Tanto que até poderíamos usar uma metáfora cinematográfica e dizer que o apelido desse governo é “Deu a louca no mundo”, ou “Apertem o cinto, o piloto sumiu”, ou “Tá todo mundo louco!”, ou“O professor aloprado”, ou ainda “Todo mundo em pânico”, ou seria em pinico?

Vejam!… Se a medida tomada pelo governo sobre o PIX era tão boa, qual o verdadeiro motivo para revogá-la? Dizer que foi por causa de fake news é o mesmo que dizer que agora basta fazerem campanhas nas redes sociais para obrigar o governo a fazer ou deixar de fazer alguma coisa!

O governo só pensa em tomar atitudes que o fortaleça eleitoralmente, e deixam de fazer o que é melhor para o país e para o povo, não levando em consideração o fato de que fazendo o que for melhor para o povo e para o país, ele se fortalece eleitoralmente. Estão perdidos!

Já em nosso estado, estamos vivendo uma situação estranha, pois o futuro depende exclusivamente de uma decisão que o governador precisa tomar. Ele tem que decidir se deixa o governo para se candidatar a uma vaga ao senado ou se permanece no governo até o último dia de seu mandato e tenta eleger seu sucessor, seus candidatos a senador e seus deputados federais e estaduais.

Eu não gostaria de estar na situação de Carlos, pois ela é muito delicada. Ele não pode errar na conta. Tem que pesar e ponderar tudo de maneira meticulosa, de tal forma que sua resolução não seja desastrosa, nem para si, nem para os seus.

De qualquer forma nenhum dos dois grupos que disputam o poder em nosso estado possuem em seus quadros candidatos competitivos o suficiente para garantir que um lado ou outro, claramente tenha vantagem na eleição, e é aqui que chagamos a análise do panorama municipal.

É bem provável que minha amiga Esmênia Miranda, venha ser a terceira mulher a assumir, de maneira permanente, o cargo de prefeita de São Luís (as outras foram as prefeitas Gardênia Gonçalves e Conceição Andrade, sendo que a então presidente da Câmara Municipal, Lia Varela, assumiu o cargo apenas por alguns dias)

Digo isso porque, em minha modesta opinião, o único nome capaz de dar vantagem clara e certa para qualquer um dos lados que venha o apoiar, é o do prefeito Eduardo Braide, que nessa condição está em posição privilegiada.

Acredito que Braide seja o melhor candidato a governador do Maranhão, por todos os motivos possíveis. Ele tem grande simpatia junto à população, sua popularidade é incontestável, haja visto foi reeleito no primeiro turno com quase 80% dos votos, faz uma excelente administração, tem uma sorte que não se vê na política maranhense desde Zé Sarney, e principalmente por que todos os problemas que por acaso ele possa ter, são infinitamente menores e menos importantes que os de todos os possíveis postulantes ao governo.

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Sanatório Geral

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Neste dia 8 de janeiro de 2025, dois anos após o dia em que aconteceu uma das maiores idiotices e ao mesmo tempo uma das maiores safadezas já perpetradas por dois grupos políticos em nosso país, trago a vocês um poema de autoria de Belchior, genial compositor, músico e cantor cearense, que de certa forma, principalmente pelo título, resume tudo que vem acontecendo em nosso país, pois vivemos em um  “Sanatório Geral”.

“Há um silêncio pesado no ar
E no muro esta sombra escrita
Que diz: aqui jaz a nossa esperança
Num mundo tão desigual

Sanatório geral
Sanatório geral
Nosso sonho escapou por entre os dedos
Como areia no vendaval

Gerações tão inteiras perdidas
Como barcos lançados ao mar
Há no tempo esta história sofrida
Que não posso, não devo contar

Sanatório geral
Sanatório geral
Nosso tempo morreu de abandono
Como pássaro no quintal.”

Se a bela poesia que dá vida a música de Belchior não explica a data de hoje, eu explico:

Há dois anos um grupo de idiotas e vândalos, saíram em uma passeata fatídica. Quando eu soube da notícia do que iria acontecer, comentei com minha esposa: “Esses imbecis vão fazer exatamente o que os seus opositores querem que eles façam. Vão pular na cova dos leões, e olha, eles não são Daniel!” Dito e feito! Uma manifestação como aquela, naquele lugar, sem nenhuma liderança verdadeira ou importante, toda descoordenada, só poderia resultar em desastre. E foi o que aconteceu.

Aconteceu exatamente aquilo que era esperado. Um desastre, um caos, uma baderna absurda, completamente sem sentido, que não poderia levar a nada, nem a lugar algum, jamais poderia surtir algum efeito. Mas aquilo tudo era muito bom para o lado que foi agredido, para as vítimas daquele atentado, daquela absurda manifestação de insatisfação. Aquilo era tudo que eles precisavam para dar suporte a sua narrativa vitimista de tentativa de golpe de estado.

Imaginem só!… Aqueles vândalos imbecis, pessoas comuns, sem nenhum preparo, físico ou mental, em sua maioria pessoas mais velhas, armadas com Bíblias, terços, paus e pedras, sem nenhuma arma de fogo ou mesmo arma branca, iriam tentar derrubar o governo, que estava armado até os dentes!

Só na cabeça de dois tipos de pessoas. Imbecis que não sabiam o que faziam e onde iriam parar e na cabeça de astutos estrategistas que deram corda para os imbecis se enforcarem.

Qualquer pessoa com o mínimo de inteligência iria chegar a mesma conclusão que eu cheguei, se visse o que estava para acontecer, antes mesmo daquela “tentativa de golpe de estado” ter chegado perto da Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Se as forças de segurança tivessem minimamente entrado em ação, se elas tivessem querido intervir, como deveriam ter feito, com meia dúzia de carros blindados, teriam controlado toda aquela baderna, todos aqueles manifestantes em quinze minutos e impedido que todo aquele vandalismo inaceitável tivesse acontecido.

Ocorre que acontecer tudo aquilo era bom para os agredidos. Aquela agressão dava a eles todas as desculpas e garantias, dava a eles todas as narrativas possíveis para fazerem o que fizeram e para lastrear os absurdos que continuam fazendo até hoje.

É por tudo isso é que o dia 8 de janeiro vai entrar para a história do Brasil como o dia que imbecis e vândalos deram a desculpa que alguns queriam para romper com o devido processo legal, subverter o estado de direito e rasgar a nossa Constituição de forma abjeta e descarada.

Estamos realmente em um sanatório geral, onde os pretensos médicos são tão ou mais doentes que os malucos a quem deveriam tratar.

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Uma prioridade para 2025

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Já está passando da hora de fazermos uma reforma eleitoral em nosso país e 2025 seria o ano ideal para fazermos isso.

Nosso sistema eleitoral e as leis que o sustentam, não estão a altura de nossas necessidades e da exigência dos tempos atuais.

O sistema de voto proporcional, além de injusto, não representa a efetiva vontade do eleitor, uma vez que com ele, muitas vezes, ao exercermos nosso direito de voto, escolhemos uma pessoa para nos representar e acabamos elegendo outras, que nem conhecemos.

A duração dos mandatos e a ocorrência de eleições descasadas, de dois em dois anos, transforma o Brasil em um grande ringue onde nem bem acaba uma briga eleitoral já começa outra, fazendo com que os mandatários vivam eternamente em campanha eleitoral, não descendo nunca dos palanques, o que faz com que não se dediquem efetivamente a suas atividades, que são, ou pelo menos deveriam ser, pensar em como fazer a vida das pessoas ficarem melhores e administrar o dia a dia das cidades, dos estados e do país de forma minimamente satisfatória, o que parece nunca acontecer.

A extrema radicalização política pela qual passamos se deve em grande parte ao fato de termos eleições de dois em dois anos, “futebolizando” nossa vida, transformando o povo brasileiros em torcedores e fazendo com que o status de cidadão fique completamente desqualificado por isso.

Em minha modesta opinião as eleições deveriam ser unificadas e gerais, de vereador a presidente da republica. Elas deveriam acontecerem em dois dias subsequentes, um sábado e um domingo, onde se votasse no primeiro dia para vereador, prefeito, deputado estadual e governador e no dia seguinte para deputado federal, senador e presidente da república.

Os mandatos deveriam ser todos de seis anos, sem reeleição para os cargos do poder executivo, nem mesmo em mandatos intercalados.

O voto para a eleição de vagas do legislativo deveria ser distrital, onde cada município e estado seria dividido em distritos no numero proporcional ao número de vagas a serem preenchidas em cada Câmara Municipais ou Assembleias Legislativas, ou mesmo para a representação na Câmara Federal. Quanto ao Senado Nacional, o voto continuaria sendo majoritário, colhido em cada um dos estados, como um todo, exatamente como no caso dos governadores, já que estes, segundo nossa constituição, são os representantes dos estados no poder legislativo federal, enquanto os deputados federais, representam o povo brasileiro.

Ainda no caso dos cargos de senadores, acredito que uma das disfunção de nossa legislação, seja o fato de alguém que não obteve diretamente nenhum voto,  como os senadores suplentes, possa substituir alguém que recebeu o apoio efetivo de milhares de eleitores. Em minha opinião os suplentes de senador, deveriam ser aqueles candidatos que tão tendo sido o mais votado foram os demais votados em ordem de quantidade de votos obtidos naquele pleito.

O voto deve ser unitário, individual e não obrigatório, captado de forma eletrônica, aditável e impressa, com QR CODE, mas sua contabilização deve feita de forma eletrônica, não manual.

A legislação eleitoral só poderiam ser estabelecida pelo poder judiciário em casos excepcionais, obrigando o poder legislativo, em curto prazo, a referendá-las ou substitui-las, em caso de necessidade.

Talvez essas sugestões possam ser melhoradas, mas acredito que sejam um primeiro passo para começarmos a tratar de um dos mais importantes assuntos de nosso país.

Infelizmente acredito que nossos mandatários não estejam interessados em fazer qualquer reforma em nosso país, pois no caos em que estamos, fica mais fácil para eles permanecerem no poder.

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Conheço os problemas, mas não sei como solucioná-los.

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A minha coerência não me permite discordar da atitude do ministro Flavio Dino no tocante a suspensão de mais de 4 bilhões de reais em emendas parlamentares, que através de uma manobras diversionista desobedecem aos critérios éticos, morais, legais e constitucionais para suas distribuições e execuções. Não devemos e não podemos abrir mão de fazermos o que é certo.

Da mesma forma, minha inteligência não me permite desconhecer que o ministro Flávio Dino esperou que os deputados e senadores votassem a favor das matérias que eram de interesse do presidente Lula e do PT, para só depois disso torpedear as emendas, que foram fruto de um acordo, que a bem da verdade tem contornos de chantagem e extorsão, entre os poderes legislativo e executivo. Não devemos e não podermos fazer o que é errado.

Analisando friamente todos os fatos e os acontecimentos, fica a certeza de que os três poderes da república brasileira estão desgastados, desfigurados, corroídos, podres. Um executivo corrupto e fraco, sem sustentação junto a população e ao poder legislativo, que o chantageia e por isso o obriga a cometer os mais diversos absurdos administrativos e financeiros; Um legislativo formado em sua maioria por parlamentares despreparados e corruptos, que só pensam em conseguir instrumentos para se manterem no poder, e que chantageiam o executivo como podem; Um poder judiciário, representado pelo Supremo Tribunal Federal, que tomou para si, arbitrária, autoritária e ditatorialmente, as rédeas do país, intrometendo-se na atribuições dos demais poderes, legislando e estabelecendo políticas e metas a serem cumpridas, além de subverter o devido processo legal, e abolir com suas ações, o sistema republicano e o regime democrático.

A minha coerência e a minha inteligência, juntas, observam e entendem os acontecimentos, mas elas são incapazes de vislumbrar uma solução para esse imenso desastre institucional que assola nosso país.

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